Visitante
Diálogos entre Educação e Permacultura
Sobre a Proposta
Tipo de Edital: Pibex
Situação: Aprovado
Dados do Coordenador
luciana resende allain
2021101202148100
departamento de ciências biológicas
Caracterização da Ação
ciências humanas
educação
meio ambiente
questões ambientais
regional
encontro de saberes: construindo pontes e ações entre os saberes de matrizes indígenas, afrodescendentes e populares com a produção do conhecimento científico
Não
Membros
peter cezar do nascimento
Voluntário(a)
marina utsch
Voluntário(a)
euro henrique caetano matos
Voluntário(a)
alessandra lopes calvão
Voluntário(a)
mayan maharishi de faria ladeira amâncio
Voluntário(a)
beatriz soligo gama
Bolsista
geraldo wellington rocha fernandes
Voluntário(a)
maira figueiredo goulart
Voluntário(a)
samuel cunha oliveira giordani
Voluntário(a)
O Projeto “Diálogos entre Educação e Permacultura” busca divulgar a permacultura como modo de vida sustentável para o grande público e também para professores e estudantes de escolas da região de Diamantina e entorno. Por meio do desenvolvimento de ativid
permacultura, sustentabilidade, educação ambiental, tecnologias sociais, saberes tradicionais
O projeto busca, em parceria com o PIBID Ciências Biológicas, o Estágio Supervisionado e a disciplina de Biodiversidade do curso de Ciências Biológicas, divulgar a Permacultura para o público acadêmico e escolar, por meio de atividades educativas nas escolas de Diamantina e região. Busca também divulgar a Permacultura para o público em geral, por meio de conteúdo virtual a ser produzido pelos permacultores parceiros: Instituto EcoVida São Miguel e Espaço Educacional Contraponto e pelos acadêmicos participantes. Além disso, busca valorizar os saberes tradicionais envolvidos nas práticas permaculturais, por meio da parceria com o Programa Encontro de Saberes, registrado nesta pró-reitoria.
Um desafio fundamental para a humanidade consiste em fazer um uso consciente e responsável dos recursos naturais, cuidando para que nossas terras, rios, mares, nossas comunidades tradicionais e seus saberes sejam preservados. Grande parte da responsabilidade para que isso ocorra se dá por meio da educação, seja ela formal, não formal ou informal. A proposta em tela pretende dar continuidade a vivências tanto no ambiente escolar, como junto a processos educativos que ocorrem em outros espaços, por exemplo, junto às plataformas virtuais de divulgação científica. Nas edições anteriores produzimos uma cartilha educativa para professores da educação básica sobre permacultura e aplicamos a cartilha junto aos alunos de escolas parceiras do PIBID Ciências e Biologia. O projeto adquiriu dimensões muito maiores que o previsto e temos sido muito procurados por estudantes, professores e outros profissionais para estabelecermos novas parcerias. Esta edição do projeto tem como proposta a realização de práticas de ensino em parceria com o Espaço Educacional Contraponto, o Instituto de Permacultura EcoVida São Miguel, o PIBID Ciências Biológicas, o Estágio Supervisionado em Ciências e Biologia, a disciplina de Biodiversidade do curso de Ciências Biológicas e o Programa Encontro de Saberes. O Espaço Educacional Contraponto localiza-se no distrito de Extrema, município de Congonhas do Norte, Minas Gerais. O Instituto de Permacultura EcoVida São Miguel localiza-se em São Gonçalo do Rio das Pedras, município do Serro. Em diálogo com a Contraponto e a EcoVida São Miguel, várias expectativas foram levantadas. Se por um lado há por parte dos professores da UFVJM a expectativa de que os estudantes da licenciatura e da educação básica tenham experiências significativas no âmbito da Permacultura e consigam vislumbrar possibilidades de ressignificar os conteúdos escolares das ciências naturais a partir desta vivência, também há, por parte da Contraponto e da EcoVida São Miguel, a expectativa de divulgar, no meio universitário, o conhecimento sobre a Permacultura, tendo em vista que ela envolve saberes tradicionais, que ainda tem pouca circulação no meio acadêmico. Embora ainda pouco valorizados nos fóruns acadêmicos, as práticas ancestrais e os conhecimentos tradicionais tem grande importância no mundo contemporâneo e se conectam com várias áreas do saber. A título de exemplo, Guimarães et al. (2016) sinalizam que as tecnologias de cultivo, pesca, coleta e manejo florestal praticadas pelas sociedades indígenas, quilombolas e ribeirinhas, vêm sendo apontadas como soluções de segurança alimentar, pela capacidade que possuem em manter vivas grande diversidade de grãos, frutas e peixes. Os conhecimentos tradicionais sobre as qualidades medicinais da flora pertencente aos diferentes biomas vêm sendo motivo de discussão para a criação de protocolos que protejam estes conhecimentos tradicionais contra as práticas de biopirataria. As arquiteturas tradicionais na construção de casas, malocas (que são verdadeiras catedrais), barragens de pesca, as construções de embarcações marítimas e fluviais, as medicinas tradicionais: todas estas formas milenares de conhecimento vêm ainda sendo sustentadas por mestres de comunidades inteiras e garantindo a elas sua sobrevivência (Guimarães et al., 2016, p.184; (cf. Lei nº 13.123/15 e o Decreto 8772 de 2016, a lei de acesso ao patrimônio genético brasileiro e ao conhecimento tradicional associado). Em parceria com o PIBID de Ciências Biológicas e os estágios supervisionados, os estudantes da licenciatura poderão se envolver em diferentes práticas de ensino sobre a permacultura, desenvolvendo atividades propostas na cartilha produzida pelo projeto no ano de 2018. Esta cartilha constitui-se em um material didático destinado aos professores de escolas de educação básica, com o objetivo de divulgar os princípios e algumas técnicas da permacultura, fazendo relações entre estes e os conteúdos escolares, especialmente das ciências naturais. Além disso, em parceria com a disciplina de Biodiversidade, do curso de ciências biológicas, podem ser desenvolvidas várias atividades práticas relacionadas à permacultura ou, se o contexto da pandemia do novo Coronavirus ainda não permitir, pode produzir conteúdos de divulgação científica. Nesta edição do projeto pretendemos ampliar o público atendido, envolvendo, além de professores e estudantes das escolas de Diamantina e região, também o grande público, por meio da produção de conteúdos virtuais a serem divulgados na plataforma do Youtube. Pelo exposto acima, a vinculação do projeto se dá na área temática principal Educação e na área temática secundária Meio Ambiente, na linha de extensão Questões Ambientais.
O objetivo geral do projeto é divulgar para professores e estudantes da Educação Básica de escolas de Diamantina e região, e também para o grande público, os princípios e práticas da permacultura associadas aos conteúdos específicos das ciências naturais, por meio de uma cartilha e da produção de conteúdo virtual para a plataforma do Youtube. São objetivos específicos: 1 - fomentar discussões e práticas permaculturais no âmbito da UFVJM; 2 - desenvolver as atividades previstas na cartilha por meio do Programa PIBID Ciências Biológicas e dos estágios supervisionados em Ciências e Biologia, do curso de licenciatura em Ciências Biológicas; 3 - possibilitar o acesso dos professores da educação básica e demais públicos interessados, ao material didático produzido; 4 - aplicar o material didático produzido por meio de oficinas realizadas nas escolas de Diamantina e entorno (se for possível a volta às atividades presenciais); 5 - promover visitas das escolas parceiras ao espaço permacultural do Prédio do DCBio, desenvolvido na VIII Semana de Biologia da UFVJM, ação decorrente da edição anterior deste projeto. 6 - Aprimorar as práticas permaculturais no prédio do DCBio e em outros espaços do Campus JK, como o Pavilhão 2, onde plantamos um SAF (Sistema Agroflorestal). 7 - promover visitas técnicas de estudantes graduandos de licenciaturas ao Espaço Educacional Contraponto e ao Instituto de Permacultura EcoVida São Miguel 8 - produzir conteúdo virtual sobre permacultura e divulgá-lo na plataforma do Youtube e no site do projeto.
1) reuniões do Grupo de estudos e práticas em permacultura: mensalmente serão realizados encontros na UFVJM para discussão teórica sobre permacultura e também para realização de oficinas práticas, criando uma ambiência permacultural entre os participantes, predominantemente alunos e professores dos cursos de graduação. Nas oficinas, práticas simples, tais como a confecção de geotintas e pinturas no prédio do DCBio serão realizadas. A separação do lixo seco do úmido permitirá a manutenção da composteira já instalada no prédio do DCBio. A destinação correta dos materiais recicláveis produzidos pelos usuários do prédio será estimulada. Além disso, outras ações, como o plantio de mudas, mutirão de pinturas com tintas naturais em diferentes espaços da UFVJM, construção de bancos de superadobe, etc, poderão ser desenvolvidas. A construção de SAF (Sistemas AgroFlorestais) em diferentes espaços do campus JK poderá ser realizada, além da manutenção de práticas permaculturais já desenvolvidas em outras edições do projeto: jardim da rotatória do Prédio do DCB/DCBio, o jardim vertical e espiral de ervas. 2) Visita técnica no Instituto de Permacultura EcoVida São Miguel e no Espaço Educacional Contraponto: Os estudantes do PIBID Ciências Biológicas, e da disciplina Biodiversidade farão (se o contexto pandêmico permitir) uma visita técnica a estes espaços para conhecer e vivenciar algumas práticas permaculturais, tais como: bioconstrução, filtro biológico/bacia de evapotranspiração e círculo de bananeiras, captação de água de chuva, práticas agroecológicas, dentre outras. 3) Execução das propostas da cartilha: Em conjunto com o PIBID Ciências Biológicas e os Estágios Supervisionados do curso de Ciências Biológicas, a cartilha desenvolvida no projeto PIBEX 2018 será aplicada nas escolas parceiras. 4) visita das escolas ao espaço permacultural do DCBio e Pavilhão de aulas 2: Os estudantes das escolas atendidas pelo projeto farão visita ao espaço permacultural do Prédio do DCBio, concebido durante a VIII Semana de Biologia da UFVJM, evento previsto no edital PIBEX 2018. Durante o evento foram realizadas várias práticas que tornaram o Prédio do DCBio um ambiente efetivamente educativo: composteira, jardim vertical, espiral de ervas, pinturas com tintas naturais, construção de bancos de superadobe e de pallets de madeira, caixa bruxa (tecnologia apropriada), dentre outros. 5) desenvolvimento de mutirões junto aos alunos de graduação para construção de Sistemas Agroflorestais (SAF), espiral de ervas, composteira e horta em outros espaços da UFVJM. 6) desenvolvimento de conteúdos de divulgação científica a serem postados em plataformas virtuais , como o Youtube, e no site do projeto.
A metodologia será participativa, prescindindo do envolvimento direto do público, especialmente dos estudantes de graduação, em todas as ações do projeto. O acompanhamento e avaliação do bolsista se dará com a realização de reuniões periódicas para acompanhamento dos seguintes itens: - dedicação, envolvimento e entusiasmo com o projeto; - responsabilidade no cumprimento das tarefas; - participação presencial e ativa nas reuniões de planejamento das atividades e no desenvolvimento das mesmas; - apresentação dos resultados do projeto em um evento de extensão universitária ou em um evento acadêmico-científico. - Publicização dos resultados.
A Permacultura consiste na elaboração, implantação e manutenção de ecossistemas produtivos que mantenham a diversidade, resgate de práticas ancestrais e tradicionais e a estabilidade dos ecossistemas naturais, fornecendo energia, moradia e alimentação humana sob a ótica do sintropismo (Molisson, 1988). O termo surgiu da expressão em inglês “Permanent Agriculture” cunhado na década de 70 por Bill Mollison e David Holmgren. Rapidamente o termo surgido na Austrália, difundiu-se pela América do Norte e Europa, chegando à América Latina e ao Brasil em meados dos anos 80. Muito mais que um método de agricultura permanente, nos dias atuais a Permacultura se apresenta como sendo uma proposta para uma “cultura humana” permanente, ou seja, uma cultura que visa a nossa permanência neste planeta em harmonia com o ambiente na qual fazemos parte (Jacintho, 2007). A Permacultura está baseada em três princípios éticos fundamentais: o cuidado com a Terra (rios, mar, água, florestas, solo, etc), o cuidado com as pessoas (cuidar de você mesmo, dos parentes e comunidade) e a partilha justa (estabelecer limites para consumo e reprodução, e redistribuir o excedente). O aprendizado destes princípios, advindos de culturas tradicionais e indígenas se baseia no fato de que estas culturas vivem em relativo equilíbrio e harmonia com o meio ambiente, sobrevivendo por mais tempo do que os experimentos mais recentes em termos de civilização (Holdrem, 2007,2013). A Permacultura pode ser entendida, então, como uma filosofia de vida que consiste no planejamento das interações humanas para a criação de espaço antrópicos com mínimo impacto ao ambiente, a fim de constituir uma interação produtiva e harmoniosa entre e homem e natureza. Este sistema visa a união das práticas ancestrais aos modernos saberes de diversas áreas do conhecimento, principalmente Biologia,Ecologia, Ciências Sociais, Arquitetura e Ciências Agrárias (Jacintho, 2007). O projeto busca divulgar a Permacultura como modo de vida sustentável para o grande público e para professores e alunos de escolas da região de Diamantina e entorno. Por meio das parcerias estabelecidas com escolas e ONGs, com institutos e autarquias federais, o projeto buscará formar pessoas preocupados com a questão da sustentabilidade e também de um ensino mais significativo para os estudantes da educação básica. Isso porque o projeto busca também relacionar os princípios e práticas permaculturais aos conteúdos escolares, especialmente das ciências naturais, fomentando trabalhos integrados e interdisciplinares nas escolas. Boa parte das tecnologias citadas acima podem ser associadas a práticas permaculturais e agroecológicas, desde muito aplicadas pelas comunidades ribeirinhas, indígenas e do campo. Portanto, o projeto também trata de conhecer, valorizar e fazer circular os conhecimentos tradicionais envolvidos nas práticas permaculturais. Referências: GUIMARÃES, C. et al. Por uma universidade pluriepistêmica: a inclusão de disciplinas ministradas por mestres dos saberes tradicionais e populares na UFMG. Tessituras, Pelotas, v. 4, n. 2, p. 179-201, jul./dez. Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proexc/UFVJM) - 2016. HOLMGREN, David. Os Fundamentos da Permacultura. Versão resumida em português. Santo Antônio do Pinhal, SP: Ecossistemas, 2007. HOLMGREN, David. Permacultura: princípios e caminhos além da sustentabilidade. David Holmgren; tradução Luzia Araújo. – Porto Alegre: Via Sapiens, 2013. 416p. JACINTHO, C. R. dos S. A agroecologia, a permacultura e o paradigma ecológico na extensão rural: uma experiência no Assentamento Colônia I - Padre Bernardo, Goiás. Dissertação de Mestrado. UNB. Centro de Desenvolvimento Sustentável. 2007. 139 p. MOLISSON, B. Permaculture: a desingner's manual. Ed. Tagari. 1988.
O discente bolsista participará ativamente de todas as etapas do projeto. Ele deverá organizar as reuniões mensais do grupo de estudos e práticas permaculturais, organizar e desenvolver os mutirões de plantio, separação de lixo, composteira e pinturas naturais no espaço permacultural do DCBio e em outros espaços previstos no projeto, ajudar na organização das vivências no Espaço Educacional Contraponto e Instituto EcoVida São Miguel; levantar bibliografia sobre permacultura, escrever textos e submetê-los a eventos acadêmicos; estudar referenciais teóricos do campo da Educação e da permacultura; auxiliar na execução da cartilha nas escolas , organizar as visitas dos estudantes ao espaço permacultural do DCBio; auxiliar na produção do conteúdo para a plataforma virtual, elaborar relatórios parcial e final do projeto.
O projeto em tela já foi contemplado pelo Edital PIBEX 2018, PIBEX 2019 e PIBEX 2020 e, neste último, teve suas atividades suspensas em função da natureza de suas ações, eminentemente práticas, desenvolvidas basicamente junto ao público escolar. Com as restrições impostas pela pandemia da COVID-19 tornou-se impraticável sua execução. A presente proposta trata da continuidade e a ampliação das ações, incluindo novos públicos beneficiários das ações. Inclui também a proposição de ações remotas, caso o contexto pandêmico persista ao longo de 2021. Desta forma, caso não seja possível desenvolver as diferentes atividades práticas propostas pelo projeto, será produzido um conjunto de vídeos sobre a permacultura, a serem divulgados na plataforma do Youtube e no site do projeto, atingindo, desta forma, um público mais amplo.
Público-alvo
Estudantes das escolas de Diamantina e região atendidos pelo PIBID Ciências Biológicas e pelos estágios supervisionados em Ciências e Biologia
Professores de Ciências e Biologia das escolas atendidas pelo PIBID Ciências Biológicas e Estágios Supervisionados em ciências e biologia do curso de licenciatura em Ciências Biológicas
Internautas interessados na temática permacultura
Estudantes dos cursos de graduação da UFVJM, especialmente os de Licenciatura em Ciências Biológicas envolvidos nos estágios, no PIBID e na disciplina de Biodiversidade.
Municípios Atendidos
Diamantina
Serro
Congonhas Do Norte
Parcerias
-Apoio na produção de conteúdo para a plataforma virtual -Recepção dos estudantes nas visitas técnicas
- Apoio na produção de conteúdo para a plataforma virtual - Visita técnica dos estudantes
- Aplicação das atividades da cartilha de permacultura nas escolas parceiras do Programa
- Apoio na produção de conteúdo para a platarforma do Youtube.
Cronograma de Atividades
aplicar a cartilha produzida na edição anterior, destinada a professores da educação básica, junto a alunos e professores de escolas de Diamantina e entorno, atendidas pelo PIBID Ciências Biológicas e Estágios Supervisionados em Ciências e Biologia
Práticas Permaculturais no campus
01/02/2021
08/12/2021
dar continuidade às práticas permaculturais do Prédio do DCB/DCBio e do Pavilhão de Aulas 2, assim como em outros espaços do Campus JK.
realizar visitas técnicas no Espaço Educacional Contraponto, EcoVida São Miguel, possibilitando a capacitação de estudantes do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas e de outros cursos da UFVJM.
Produzir vídeos curtos sobre temáticas relativas à permacultura, para serem divulgados na plataforma do Youtube
O Espaço Permacultural do DCBio foi idealizado e construído nas edições anteriores do Projeto. É necessário dar manutenção no jardim vertical, espiral de ervas, jardim da rotatório em frente ao Prédio e nas pinturas realizadas no hall do Prédio.