Visitante
Lapidar: Garimpando histórias e resgatando memórias
Sobre a Proposta
Tipo de Edital: Pibex
Situação: Aprovado
Dados do Coordenador
antônio carlos guedes zappalá
202510120253332751
instituto de engenharia, ciência e tecnologia de janaúba
Caracterização da Ação
ciências humanas
trabalho
direitos humanos e justiça
desenvolvimento regional
municipal
Sim
Membros
sidimara cristina de souza
Vice-coordenador(a)
tula maria rocha morais
Voluntário(a)
alex joaquim choupina andrade silva
Voluntário(a)
leila de cássia faria alves
Voluntário(a)
erasmo carlos gomes de almeida
Voluntário(a)
marcio achtschin santos
Voluntário(a)
ariete pontes de oliveira
Voluntário(a)
thiago henrique santos figueiredo
Bolsista
O Projeto visa resgatar e preservar a herança histórica de Diamantina com a atividade garimpeira, além criar estratégias de desenvolvimento social sustentável para mobilizar novas oportunidades de emprego e renda. Integrando métodos de pesquisa e extensão, buscaremos fornecer consultoria e assessoria que possam revitalizar o garimpo artesanal de maneira legal e ambientalmente responsável. Essa abordagem também promoverá a participação ativa da comunidade local, permitindo que os moradores recuperem seu protagonismo econômico e social. Portanto, o projeto oferece uma contribuição valiosa tanto para o resgate cultural quanto para a reconstrução econômica da região, particularmente no contexto do Vale do Jequitinhonha, que compartilha os impactos da desativação do garimpos. O projeto buscará conhecer o perfil sociocultural dos garimpeiros cooperados da Cooperativa de Garimpo de Diamantina, suas aspirações econômicas, a história de vida no processo de construção identitário como garimpeiro. Instrumentalizar a cooperativa no sentido de regularizar e ativar a instituição. Neste sentido, o projeto ofertará os treinamentos para revisão do estatuto, elaboração de projetos que busquem captar recursos e financiamentos e acompanhamento do processo de liberação ambiental da cooperativa. A viabilidade econômica do empreendimento e sua viabilidade enquanto cooperativa popular deverão ser objetos de especial atenção. As atividades que serão desenvolvidas deverão não só respeitar as histórias de vida, mas também estimular e incorporar o conhecimento dos interessados.
Cooperativa, Garimpo, Resgate Histórico, Cultura
A palavra desenvolvimento, por significar ampliação, progresso, comumente é associada a um processo de crescimento quantitativo puro e simples, sem se associar a ela, quando se referindo ao desenvolvimento econômico, as características qualitativas que, em seu fundamento, os beneficiários desse processo devem usufruir. “Desenvolvimento local é um processo endógeno registrado em pequenas unidades territoriais e agrupamentos humanos capaz de promover o dinamismo econômico e a melhoria da qualidade de vida da população” (Buarque, 1999). Desenvolvimento pode ser medido pela redução das desigualdades sociais e regionais; pela inovação tecnológica; pela expansão e modernização da base produtiva; pelo crescimento do nível de emprego e renda; pela redução da taxa de mortalidade de micro e pequenas empresas; pelo aumento da escolaridade e da capacitação; pelo aumento da produtividade e competitividade e pelo aumento das exportações. Para tanto, faz-se necessário que as bases econômicas e de organização social, em nível local, sofram as adaptações necessárias para que se possa explorar as suas capacidades e potencialidades específicas. Assim, considerando esse pré-requisito qualitativo, o planejamento do desenvolvimento local deve buscar viabilizar a competitividade da economia, visando primordialmente o aumento do emprego e da renda, tentando conservar, o máximo possível, os recursos naturais. Sob a ótica governamental, há que se considerar o conceito de renda tributável, ou seja, o conceito que deve ser considerado é o de acréscimo total. Neste são incluídos todos os acréscimos à riqueza, qualquer que seja a forma com que sejam recebidos ou qualquer que seja sua proveniência (Musgrave, 1974). Busca-se, assim, aumentar as oportunidades, promovendo e ampliando o processo de inclusão social, de forma consistente e sustentável, ou seja, satisfazendo as necessidades do presente, sem, no entanto, comprometer a capacidade das gerações futuras satisfazerem suas próprias necessidades. Não se pode, porém, desconsiderar o fato de que, a parcela da população atual que sofre os efeitos da pobreza ou mesmo da total exclusão social não pode ser sacrificada em função de um futuro imprevisível, imponderável e, aos seus olhos, impossível de ser alcançado em condições dignas por seus filhos e netos, assumindo um compromisso com as gerações futuras sem sequer ter esperança no presente. Na proposta apresentada, a pesquisa terá o objetivo de conhecer o perfil sócio-cultural dos garimpeiros cooperados da Cooperativa de Garimpo de Diamantina, suas aspirações econômicas, bem a história de vida no processo de construção identitário como garimpeiro. A extensão terá o objetivo de instrumentalizar a cooperativa no sentido de regularizar e ativar a instituição. Neste sentido o projeto deverá ofertar os cursos e treinamentos necessários, revisão do estatuto, apoiar a elaboração de projetos que busquem captar recursos e financiamentos, acompanhar o processo de liberação ambiental da cooperativa. A viabilidade econômica do empreendimento e sua viabilidade enquanto cooperativa popular deverão ser objetos de especial atenção. As atividades que serão desenvolvidas deverão não só respeitar, mas também estimular e incorporar o conhecimento dos interessados.
A cidade de Diamantina tem sua história atrelada ao desenvolvimento de atividades de mineração que foram por séculos as de maior destaque na região. Pertence à microrregião do Alto Jequitinhonha, situada no nordeste de Minas Gerais. A história de Diamantina remete-nos à origem colonial brasileira. As terras do município tiveram um povoamento rápido e intenso em função primeiramente da descoberta de ouro e posteriormente das riquíssimas jazidas de diamantes encontradas no início do século XVIII. Inicialmente, para a região de Diamantina, dirigiram-se principalmente paulistas e baianos, seguidos por levas intensas de portugueses. Em pouco tempo, a região do Tijuco floresceu em arraial de rara opulência que se tornou importante núcleo comercial da região. Dentre os que se estabeleceram na região, era grande o número de pessoas envolvidas com extração de ouro e diamantes. Contudo, também era expressivo o número de artífices, carpinteiros, ourives, alfaiates, pedreiros e eclesiásticos (Lima Júnior, 1978). O arraial do tijuco formou-se a partir de pequenos núcleos ao redor das lavras de garimpo de ouro ou diamante e por volta do século XVIII estava formado o núcleo histórico do município (Martins, 1993). Em 1831, o arraial do tijuco foi elevado à categoria de Vila e em 1835 tornou-se cidade. No início do século XX, Diamantina firmara-se como um dos mais importantes centros comerciais do norte mineiro, principalmente após instalação da estrada de ferro em 1914 que permitiu à cidade consolidar-se como entreposto comercial. Entretanto, com a expansão das estradas de rodagem para outras regiões do Jequitinhonha a partir dos anos 60, Diamantina perde espaço como entreposto comercial e inicia-se um processo de estagnação econômica (Martins, 1993). A partir da década de 70, outro fator que influenciou na desaceleração da economia e na redução do ritmo de crescimento da cidade foi a queda na produção de diamante. Naquela década iniciou-se a utilização de dragas nos garimpos, modificando as técnicas de mineração. A implantação de novas tecnologias alterou o caráter de extração, limitando o acesso dos garimpeiros que trabalhavam do modo tradicional aos minerais. Ocorre, então, um deslocamento da população que se ocupava da atividade garimpeira para o setor primário. Principalmente a partir do final da década de 80 e durante a década de 90, observou-se desaceleração na extração do diamante e o município ingressou em uma fase de reduzido crescimento da população urbana e expressivo êxodo rural. Desde então, apesar da sua condição histórica de polo regional, o município vem perdendo a capacidade de retenção de seus habitantes e de atração das populações da microrregião. Recentemente, outras atividades como o turismo e a ampliação do potencial do município como polo educacional vem ganhando destaque (Neves e Rezende, 2006). A abrangência do município de Diamantina é de 3933,3 Km2, apresentando uma densidade demográfica de 11hab/Km2 e conta com 11 distritos e vários povoados, que também sofre com a estagnação econômica da região. Esse, vem apresentado alterações em taxas demográficas a partir da década de 90. Segundo o IBGE, entre 1991 e 2000, o distrito apresentou um crescimento negativo de 3,72%. Em termos fisiográficos, a região apresenta clima tropical, com período seco de abril a setembro. A precipitação máxima ocorre durante os meses de novembro, dezembro e janeiro. A temperatura e o índice pluviométrico médios anuais são, respectivamente, de 19,4°C e 1.269mm. O cerrado com campos rupestres representa o principal tipo de vegetação. A forma predominante de relevo é a montanhosa (60%), com as feições plana (20%) e ondulada (20%) em menor proporção (CPRM, 2005). Em termos geológicos, a região vem sendo de interesse há séculos em virtude da riqueza mineral da região. O município de Diamantina se encontra no chamado conglomerado SOPA de rochas diamantíferas. A origem do termo Sopa é bastante controversa, havendo diversas concepções a respeito do mesmo. A mais comum delas é que esta terminologia tem como base o fato de que a rocha, após seu desmonte hidráulico, quando acumulada nas “catas” abertas pelos garimpeiros, costuma efervescer, ou “ferver”, na linguagem local, como uma sopa. Uma outra hipótese é a de que, em algumas áreas, a matriz do conglomerado é muito micácea, sendo, por sua cor verde, inicialmente confundida como talcosa por geólogos sul-fricanos que atuaram em Diamantina na década de 20. Como tal matriz era escorregadia, esses geólogos chamaram tal rocha de soapstone ou simplificadamente soap (sabão), que foi adaptado pelo linguajar garimpeiro para sopa. Uma terceira versão, mais simplista, acredita que o termo tem sua origem no aspecto caótico e variado apresentado pelos seixos do conglomerado, que quando cortado pode assemelhar-se a uma sopa de muitos ingredientes (Schobbenhaus et al., 2006). Em virtude das condições edafoclimáticas da região de Diamantina (solos rasos, arenosos e pedregosos, ácidos, clima ameno, etc.) que constituem um fator limitante para as práticas da agricultura convencional e pecuária intensiva, a região é caracterizada por pequenas propriedades que produzem em escala familiar, não ficando restrito a uma ou duas atividades agrícolas e sim a produção de várias culturas, com intenção, a priori, para o autoconsumo. Como os campos rupestres, em virtude das características físicas e químicas do solo, apresentam pouca aptidão agrícola (Silva, 2005), outras atividades acabaram por se desenvolver. Ademais, a região de Diamantina possui uma vegetação herbácea arbustiva, com presença marcante de arvoredos pouco desenvolvidos, oscilando entorno de dois metros de altura, ocorrendo em áreas com altitudes superiores a 900 metros em solos ácidos e pobres em nutrientes entre os afloramentos rochosos (Ribeiro & Walter, 1998). Cooperativas populares Cooperativa é uma forma jurídica de formalização de um determinado grupo que se unem, voluntariamente, para satisfazer aspirações e necessidades econômicas, sociais e culturais comuns, por meio de uma empresa de propriedade coletiva e democraticamente gerida. A ação cooperativista pode ser vislumbrada nas mais diversas experiências comunitárias, ocorridas em tempo e espaços distintos, ao longo da história da humanidade. Sob a égide do comunitarismo, onde a propriedade dos meios de produção é coletiva, Não obstante, de modo formal, situa-se a origem do cooperativismo na Inglaterra, em 1844, na pequena cidade de Rochdale, pelas mãos de 28 tecelões, que criaram uma pequena cooperativa de consumo. Com uma proposta exequível e portando-se de modo crítico às experiências mal sucedidas dos precursores do cooperativismo e guiados pelo ideal de que " a justiça e a associação devem superar a injustiça e o individualismo da sociedade capitalista", os pioneiros de Rochdale basearam-se nos seguintes princípios: 1 Formação de um capital social para emancipação dos trabalhadores, viabilizado pela poupança resultante da compra comum de alimentos; 2 Construção ou aquisição de casas para os cooperados; 3 Criação de estabelecimentos industriais e agrícolas voltados à produção de bens indispensáveis à classe trabalhadora, de modo direto e a preços módicos, assegurando, concomitantemente, trabalho aos desempregados ou mal-remunerados; 4 Educação e campanha contra o alcoolismo; 5 Cooperação integral, com a criação gradativa de núcleos de comunidades piloto de produção e distribuição, que seriam multiplicados através da propaganda e do exemplo, visando a fundação de novas cooperativas. Hoje, o cooperativismo no mundo cresce a passos largos, desempenhando o seu desígnio de atenuar as contradições do capitalismo internacional. Nos E.U.A, 60% da população participam de algum tipo de cooperativa, que reúnem mais de 150 milhões de pessoas; no Canadá, 45% da população (12 milhões de pessoas) ; na Alemanha, 20% da população (20 milhões de pessoas) , sendo que 80% dos agricultores e 75% dos comerciantes; na França, 20% da população (10,6 milhões ) (SEAGRI). O Cooperativismo no Brasil: A primeira forma de organização baseada no comunitarismo e voltada a compor uma sociedade cooperativista em bases integrais deu-se, no Brasil, por volta de 1600, com a fundação das primeiras reduções jesuíticas. Calcado na solidariedade humana, onde o trabalho coletivo visava a supremacia do bem-estar da coletividade sobre o individualismo, esse modo de organização social foi desenvolvido no país por mais de 150 anos. No setor agropecuário, Minas Gerais desponta como berço da organização cooperativista, quando o governador João Pinheiro estabeleceu o seu programa agrícola, priorizando a constituição de cooperativas, como meio de se reduzir a intermediação nas transações comerciais, concentradas, à época, em mãos de estrangeiros. E, assim, os diversos segmentos cooperativos desenvolveram-se no país e, hoje, desempenham importante papel na economia brasileira. O segmento agropecuário e de crédito reúnem quase 2 milhões de associados, reunidos em torno de 2,3 mil cooperativas, que geram aproximadamente 115 mil postos de trabalho. O Cooperativismo agrícola brasileiro é tão importante, que é responsável pela movimentação de recursos da ordem de R$ 17 bilhões na composição do PIB agropecuário nacional. (SEAGRI) Tipos de Cooperativas: Em linhas gerais, as cooperativas se enquadram nos seguintes segmentos: Segmento Agropecuário; Segmento Consumo; Segmento Crédito; Segmento Educacional; Segmento Especial; Segmento Habitacional; Segmento Mineral; Segmento Produção; Segmento Serviço; Segmento Trabalho; Segmento Saúde. Inclusão Social / Digital A Inclusão dos indivíduos na sociedade da informação compreende a sua participação e acesso ao complexo e heterogêneo conjunto de bens, aplicações e serviços utilizados para produzir, distribuir, processar e transformar a informação. Esse processo inclui o leque de tecnologias que atendem às necessidades de informação e comunicação nas sociedades, consistindo os segmentos de telecomunicações, televisão e rádio, computadores (software e hardware) (Nicholas, 1995), serviços de informática e mídias eletrônicas como a Internet (Larry & Bruce, 2004), bem como o conteúdo destas mídias. Caracteriza-se por ações, programas, projetos e iniciativas que visam assegurar que cada indivíduo, inclusive aqueles com algum tipo de deficiência, tenham acesso e capacidade de usar as tecnologias de informação e comunicação, como por exemplo, computadores e Internet, e estejam, portanto, habilitados a participar e beneficiar-se da sociedade da informação. Um incluído digitalmente não é aquele que apenas utiliza essa nova linguagem, que é o mundo digital, para trocar e-mails, mas aquele que usufrui desse suporte para melhorar as suas condições de vida. Ao destacar todos os elementos pontuados anteriormente, buscamos apresentar as principais discussões que perpassam o projeto, no qual incide sobre a história de Diamantina, mas sobre o cooperativismo, a inclusão social e digital. Considerando que a descoberta do diamante no Brasil ocorreu em 1729, nas lavras do Tijuco, Minas Gerais – atual Diamantina. Séculos se passaram e a vida da população dos distritos da cidade continuou a girar em torno do garimpo artesanal. A partir da década de 90, a região sofreu os impactos da saída de empresas de mineração. A situação se agravou com o embargo total das lavras pelos órgãos ambientais no final de 2006. Além de desestabilizar a economia local, o embargo também representou a perda da autonomia dos moradores (Gugel, 2009). A região do Vale do Jequitinhonha, no geral, sofreu os efeitos dessa desativação dos garimpos. Nesse contexto, insere-se o interesse deste projeto em se correlacionar as inúmeras ações de desenvolvimento para Diamantina através de métodos de pesquisa e extensão, que envolvam o resgate da história local, assim como a assessoria e consultoria junto a Cooperativa de Garimpeiros de Diamantina com o intuito de auxiliar na geração de emprego e renda local. Sendo assim, a importância deste projeto junto à Cooperativa de Garimpeiros de Diamantina está diretamente ligada ao resgate da história e à revitalização econômica da região. Mesmo após a decadência da mineração industrial, o garimpo artesanal continuou a ser o principal meio de subsistência da população local. O projeto, ao se associar à Cooperativa de Garimpeiros de Diamantina, visa não apenas resgatar e preservar essa herança histórica, mas também criar estratégias de desenvolvimento sustentável para gerar novas oportunidades de emprego e renda. Ao integrar métodos de pesquisa e extensão, o projeto busca fornecer consultoria e assessoria que possam revitalizar o garimpo artesanal de maneira legal e ambientalmente responsável. Essa abordagem também promove a participação ativa da comunidade local, permitindo que os moradores recuperem seu protagonismo econômico e social. Portanto, o projeto oferece uma contribuição valiosa tanto para o resgate cultural quanto para a reconstrução econômica da região, particularmente no contexto do Vale do Jequitinhonha, que compartilha os impactos da desativação dos garimpos. Ademais, o presente projeto se pautará em diversas iniciativas já existentes no Brasil que visam a criação de cooperativas de trabalho bem como a erradicação da exclusão digital. A inclusão digital será, para esse projeto, uma excelente ferramenta de trabalho, pois possibilitará aos cooperados garimpeiros a inserção em vários nichos de conhecimento que potencializarão seu crescimento intelecto cultural, bem como, o controle e participação social por meio da cooperativa. Tais iniciativas servirão de base para a construção de um grupo com melhores condições de vida, tendo como base os paradigmas da educação para a sustentabilidade, pautada na responsabilidade social, no apoio mútuo e coletivo, no compromisso ético, na responsabilidade para com as gerações futuras e na formação da pessoa humana para e com o trabalho. Nesse contexto, o papel da extensão se destaca como um elemento fundamental para o sucesso do projeto. A extensão universitária, conforme os princípios institucionais da UFVJM, tem o compromisso de gerar, desenvolver, disseminar e aplicar o conhecimento de forma indissociável entre ensino e pesquisa, contribuindo para o desenvolvimento regional. No caso do projeto Lapidar, a extensão será responsável por oferecer treinamentos à Cooperativa de Garimpo de Diamantina, movimentos à regularização e reativação da instituição. Essas atividades incluem a revisão do estatuto da cooperativa, a elaboração de projetos para coleta de recursos e financiamentos, entre outras ações. Ao alinhar-se com os princípios institucionais da UFVJM, especialmente no que se refere à democratização da educação e ao desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, a proposta exemplifica como a extensão universitária pode ser um instrumento vital para o resgate econômico e cultural da região. Portanto, atuará como uma ponte entre a universidade e a sociedade, oferecendo uma contribuição valiosa para a mobilização da geração de emprego e renda como para a valorização da história de vida de homens e mulheres que constituem Diamantina. Nos termos do artigo 5º do regimento da UFVJM, que estabelece a divulgação do conhecimento por meio do ensino, pesquisa e extensão, o projeto Lapidar reafirma o compromisso da universidade com o desenvolvimento social sustentável dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, ao contribuir diretamente para a transformação social e econômico da região.
Objetivo Geral 1. Este projeto pretende contribuir para o aumento de oportunidades na cidade de Diamantina/MG, promovendo e ampliando o processo de inclusão social bem como o resgate da história de vida dos garimpeiros e seus processos de lutas e desafio como sujeitos de direito. Objetivos Específicos 1. Realizar um levantamento de dados sócio demográfico e de história de vida dos garimpeiros cooperados da Cooperativa de Garimpeiros de Diamantina; 2. Assessorar e apoiar a gestão participativa da Cooperativa de Garimpeiros de Diamantina/MG; 3. Oferecer cursos de capacitação em informática para gestão da cooperativa contribuindo para a inclusão digital dos cooperados; 4. Resgatar a história do garimpo em Diamantina e descrever o processo de construção identitária dos garimpeiros da região; 5. Auxiliar no processo de liberação ambiental para o retorno da atividade tradicional do garimpo em Diamantina; 6. Realização de um curso de capacitação sobre cooperativismo para os membros da Cooperativa de Garimpeiros de Diamantina.
1. Levantamento de dados demográficos - Coleta de dados sociais econômicos dos cooperados, a fim de resgatar a história do garimpo em Diamantina e das famílias envolvidas nesse contexto; 2. Realização de um cursos de informática básica de capacitação em informática para gestão para no mínimo 50 garimpeiros; 3. Organização de curso de capacitação em cooperativismo para os cooperados e associados das instituições locais relacionadas ao garimpo em Diamantina, com a meta de atender em média 150 participantes; 4. Desenvolvimento de curso de legislação mineral para 50 pessoas; 5. Orientação técnica – Assessorar para a cooperativa retornar à atividade de forma legal com todas as licenças necessárias, com a meta de retornar o garimpo artesanal na cidade de Diamantina; 5. Publicação de artigo - Elaboração de artigos científicos em áreas de pesquisa e extensão sobre desenvolvimento regional; 6. Publicação histórica – Elaboração de um livro com contos e causos da atividade garimpeira em Diamantina.
Será realizado um estudo informativo a fim de se obter informações de dados para gerar uma estatística direcionada aos cooperados da Cooperativa de Garimpo de Diamantina. A partir dessa coleta de dados será realizado um estudo descritivo com o intuito de conhecer o perfil dos cooperados. Além de entrevistas para regate da história de vida e consequentemente recomposição da história do garimpo em Diamantina. Quanto ao instrumental técnico operativo que permitirá a realização dessa pesquisa, elegeu-se o questionário para ser utilizado na pesquisa empírica, como forma de obtenção de registro direto. Será então elaborado pela equipe de pesquisa, um instrumento de coleta de dados específico, composto, inicialmente por questões fechadas. Tal instrumento de coleta de dados, o Projeto e, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido do Sujeito serão submetidos à apreciação e aprovação pelo Comitê de Ética em consonância com a Resolução 196/1996 do Conselho Nacional de Saúde, que estabelece normas éticas para pesquisas com seres humanos. O questionário será construído a partir dessas contribuições e, para a sua elaboração, a equipe da pesquisa levará em consideração os seguintes critérios: • preservação do anonimato do cooperado pesquisado; • autoaplicação do instrumento de coleta de dados; • otimização do tempo de coleta e sistematização dos dados, através da elaboração de um formulário de respostas que permitisse a leitura ótica. Os dados serão organizados e analisados utilizando-se softwares tais como o SPSS e o/ou o Excel, com o intuito de descobrir respostas para questões referentes às aptidões dos moradores do referido distrito, a partir de então serão formadas cooperativas de trabalho. Todos os participantes serão informados de que a pesquisa não oferecerá nenhum tipo de risco e estarão protegidos quanto à confidencialidade – privacidade. A pesquisa foi encaminhada para aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFVJM. Na busca da efetivação do projeto proposto, teremos como ponto de partida o levantamento das demandas sociais institucional, tendo como base um questionário que será aplicado à equipe diretora da cooperativa. O banco de dados com informações da instituição será primordial para análise da realidade e constituição de propostas seguintes. Após esse estudo transversal das demandas, vamos para o segundo momento que consiste na apresentação da real conjuntura em que se encontra o as demandas referentes ao público que é objeto de estudo, ou seja, a parte da extensão. É importante destacar que deixaremos claro que o objetivo do projeto é melhorar o desempenho da entidade, beneficiando os garimpeiros e promovendo uma formação política em torno das problemáticas do garimpo. Nesse sentindo, realizaremos um curso de formação para a diretoria e cooperados da Cooperativa de Garimpeiros de Diamantina, com o intuito de contribuir na assessoria das atividades que possam ser desenvolvidas pelo grupo, além de capacitá-los sobre os direitos e deveres enquanto sociedade civil organizada, mostrando os instrumentos legais e constitucionais de acessibilidade aos recursos destinados para eles. Em especial o conteúdo do curso proposto abarcará: cooperativismo e associativismo num mundo em transformação - orientação básica aos cooperados sobre conceitos, leis, normas e procedimentos, valores e práticas na criação e administração de organizações sociais. A proposta é fazermos o curso básico de 48 horas, ministrado por professores da UFVJM e por seus discentes. Além de acompanhamento técnico na área de contabilidade, direito, engenharia de minas, história, serviço social e educação para assessorar na ativação da cooperativa e um curso básico de informática que será concomitante ao de formação política com carga horária de 36 horas. A metodologia usada para a capacitação dos agentes envolvidos terá como orientação a metodologia participativa, tomando como partida as demandas de cada sujeito envolvido, propiciando aos mesmos, conhecimento e instrumentos concretos para que amplie a disseminação de inovações tecnológicas e processuais sustentáveis em contribuição com organizações de assistência técnica e participando de uma Rede Social com protagonismo e autonomia crescente. Para isto realizaremos reuniões mensais para planejamento estratégico de ações, intercaladas com cursos de capacitação sobre associativismo, secretariado, cooperativismo, elaboração de projetos e formação política. No decorrer do curso os participantes terão como lição de casa o objetivo de estruturar uma proposta de projeto para custear despesas da Cooperativa. Em todas as etapas do projeto buscaremos a interação de conhecimentos e saberes entre os garimpeiros e os estudantes e professores da UFVJM, respeitando as diversidades e possibilitando o desenvolvimento de ações multidisciplinares e interdisciplinares.
CPRM. Diagnóstico CPRM, 2005. Disponível em: www.cprm.gov.br/rehi/atlas/jequitinhonha/relatorios/001.pdf. Acessado em: 10 de ago. de 2024. GFID. Governo Federal, Inclusão Digital. Disponível em: http://www.inclusaodigital.gov.br. Acesso em 16 de out. de 2024. GOVERNO DE MINAS GERAIS. Cidadão.NET. Disponível em: http://mg.gov.br. Acesso em: 15 de abril de 2024. BUARQUE, SÉRGIO, C. Metodologia de planejamento do desenvolvimento local e municipal sustentável. PCT – INCRA/IICA, Brasília, 1999. GUGEL, M. Memórias de Minas. Programa Polo de Integração da UFMG no Vale do Jequitinhonha. Informativo Polo Jequitinhonha, n. 8., 2009. IBGE. Censos Demográficos de 1991 e de 2000 (dados da amostra). IBGE. Pesquisa Nacional Por Amostragem Domiciliar de 2005. Dados da amostra por domicílio. LARRY, P.; DAVIE, L.; BRUCE, S. Redes de computadores: uma abordagem de sistemas. Rio de Janeiro: Elsevier, 588 p. , 2004. LIMA JUNIOR, A. A capitania das Minas Gerais. São Paulo. Editora Universidade de São Paulo, 1978. MARTINS, M. L. Breve história de Diamantina. Diamantina. Ed. do autor,1993. MUSGRAVE, Richard A. Teoria das finanças públicas: um estudo de economia governamental. São Paulo: Atlas, 1974. NEGROPONTE, N. A vida digital. 2ed. São Paulo: Companhia das Letras, 231 p.1995. NEVES, C.C.; REZENDE, S. Aspectos sócio-demográficos do município de Diamantina na transição da atividade mineradora para as atividades turística educacional. Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFMG. 2006. RIBEIRO, J. F.; WALTER, B. M. T. Fitofisionomias do Bioma do Cerrado. In: SANO, S.M.; ALMEIDA, S.P. (ed). Cerrado: ambiente e flora. Planaltina: EMBRAPA/CPAC, pp.89-166, 1998. SCHOBBENHAUS, C. / CAMPOS, D.A. / QUEIROZ, E.T. / WINGE, M. / BERBERT-BORN, M. Conglomerado Diamantífero Sopa, Região de Diamantina, MG Marco histórico da mineração do diamante no Brasil. Sítios Geológicos e Paleobiológicos (SIGEP) – Brasília, 554pp 2002. SILVA, A. C. Solos. In: SILVA, A. C. et al. Serra do Espinhaço Meridional: paisagens e ambientes. Belo Horizonte: O Lutador, 2005. pp.59-77. SEAGRI, A origem do cooperativismo. Disponível em:http://www.seagri.ba.gov.br/origemcoop.asp. Acessado em: 14 de ago. de 2024.
O bolsista escolhido tem sua formação na área de mineração, sendo aluno da graduação do curso de Engenharia de Minas no campus de Janaúba. Estando envolvido diretamente no projeto de extensão que visa uma contribuição à atividade garimpeira. A oportunidade de participação no projeto, lhe permitirá conhecer uma área real de garimpo e como a atividade se desenvolve mantendo contato direto com os garimpeiros cooperados. Também lhe dará a oportunidade de conhecer a história de vida desses garimpeiros no processo de construção identitária. Nesse sentido o bolsista realizará as seguintes atividades: - Elaboração de estudo informativo - confecção de formulário eletrônico e impresso para coleta de dados sócios econômicos dos cooperados garimpeiros; auxiliará nos cursos de informática propostos pelo projeto; participação na elaboração de artigos científicos e no ordenamento de um livro. Criar um acervo documental, fotográfico e digital do contexto garimpeiro para futura disponibilização em uma plataforma digital a ser escolhida ou criada. Em síntese, podemos destacar que o estudante participará ativamente na preparação e realização de todas as etapas de execução e avaliação do projeto, incluindo a produção de materiais didáticos e organização e execução das oficinas com os professores, contribuindo com elaboração dos relatórios semestrais e final.
Importante destacar que a atividade de garimpo é uma atividade legal conforme Lei nº 7.805, de 18 de julho de 1989, que reza especificamente nos artigos: 7º "A permissão de lavra garimpeira é concedida pelo Diretor-Geral da Agência Nacional de Mineração (ANM), pelo prazo de até cinco anos, sempre renovável por mais cinco, a critério da ANM. A área permissionada não poderá exceder 50 (cinquenta) hectares, salvo quando outorgada a cooperativa de garimpeiros." e 9º "Fica assegurado ao garimpeiro, em qualquer das modalidades de trabalho, o direito de comercialização da sua produção diretamente com o consumidor final, desde que se comprove a titularidade da área de origem do minério extraído." Assim, por meio de um acervo cultural e histórico gerado pelo projeto, juntamente com artigos científicos e a elaboração de um livro, será possível reverter a visão atualmente distorcida e criminalizada sobre o garimpo, resgatando a origem histórica do antigo Arraial do Tijuco, hoje conhecido como Diamantina.
Público-alvo
Diretamente os garimpeiros cooperados, e de forma indireta seus familiares.
Associados da AGAMIDI
De forma indireta a população de Diamantina e região com geração de empregos e serviços.
Municípios Atendidos
Diamantina
Parcerias
A parceria se desenvolverá com a participação dos cooperados garimpeiros, onde teremos a oportunidade impar de desenvolver as propostas. Ocorrerão visitas nas áreas Kimberlíticas e Diamantíferas do município de Diamantina e regiões adjacentes
A AGAMIDI nos fornecerá todo apoio legal, histórico e logístico para que o projeto tenha sustentabilidade e veracidade das informações colhidas.
A participação se dará através de sua Diretora da unidade acadêmica do campus Guanhães, orientando e compartilhando as ações do projeto dentro da legislação atual. Além de oferecer o conhecimento jurídico, acompanhará como consultora toda a documentação da cooperativa, para que essa esteja totalmente legalizada.
Cronograma de Atividades
Coleta de dados sociais econômicos dos cooperados, a fim de resgatar a história do garimpo em Diamantina e das famílias envolvidas nesse contexto. Reuniões e entrevistas.
Cursos de informática básica; de capacitação em informática para gestão, curso de capacitação em cooperativismo ; Curso de legislação mineral.
Assessorar para a cooperativa retornar à atividade de forma legal com todas as licenças necessárias.
Confecção de artigos científicos em áreas de pesquisa e extensão sobre desenvolvimento regional.
Elaboração de um livro com contos e causos da atividade garimpeira em Diamantina