Detalhes da proposta

O uso da Caderneta Agroecológica para autogestão de agricultoras familiares de assentamentos de reforma agraria de Unaí - Minas Gerais

Sobre a Proposta

Tipo de Edital: Pibex

Situação: Aprovado


Dados do Coordenador

    Nome do Coordenador

    luciane da costa barbé

    Número de inscrição:

    20251012025195385

    Unidade de lotação:

    instituto de ciências agrárias

Caracterização da Ação

    Área do Conhecimento:

    ciências agrárias

    Área temática principal:

    direitos humanos e justiça

    Área temática secundária:

    educação

    Linha de extensão:

    desenvolvimento rural e questão agrária

    Abrangência:

    municipal

    Vinculado a programa de extensão:

    rede de mulheres ufvjm

    Gera propriedade intelectual:

    Não

Membros

tânia pires da silva Vice-coordenador(a)

juliana helena gomes leal Voluntário(a)

maria gisenilda barbosa Voluntário(a)

leonardo barros dobbss Voluntário(a)

larissa alves de sousa Bolsista

joao vitor wolff Voluntário(a)

Resumo

Este projeto visa capacitar mulheres produtoras rurais em processos de gestão e administração com uso da ferramenta Caderneta Agroecológica (C.A). A Caderneta constitui um instrumento político pedagógico desenvolvido pelo Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata e contribui para o empoderamento das mulheres rurais. Ela documenta todas as transações, incluindo vendas, doações, trocas e consumo de produtos derivados do cultivo que ocorrem em quintais produtivos e áreas sob a administração de mulheres em propriedades agrícolas. O projeto já aconteceu em 2023 no Assentamento Tabocas e 2024 no Assentamento Barreirinho, ambos localizados no município de Unaí-MG junto à mulheres camponesas. Para 2025 pretende-se aumentar o público, estendendo o projeto ainda no Assentamento rural Barreinho às mulheres da Associação dos Pequenos Produtores Rurais da Fazenda Barreirinho. A ideia central é construir, por meio de encontros e visitas individuais para acompanhamento, discussões sobre trabalho produtivo e reprodutivo utilizando a C.A como ferramenta para dar visibilidade ao trabalho executado por mulheres.


Palavras-chave

Mulheres Rurais, Agroecologia, Gestão, Empoderamento


Introdução

As mulheres rurais, principalmente aquelas de assentamentos rurais no Brasil, exibem características que destacam sua vulnerabilidade e resiliência. O diagnóstico de alguns estudos revela que as mulheres rurais de áreas de assentamento rural geralmente têm educação formal limitada, baixa renda mensal e se envolvem em trabalhos agrícolas significativos (Da Silva et al.,2022). Dos trabalhos significativos executados pelas mulheres, de acordo com Herrera (2013), as camponesas além das atividades domésticas do cotidiano, praticam atividades produtivas como o plantio e a colheita da produção para o autoconsumo da família, a ordenha de vacas, a produção de queijo e pão e práticas orientadas para a pequena escala de comercialização de produtos agrícolas. Promovem um enorme papel também na agroindustrialização da produção gerada pela família (Herrera, 2013).Desde beneficiamento simples realizado em seus lares, como um preparo de um doce de leite ou goiabada, até no emprego de tecnologias mais modernas com maquinário no preparo de polpa de frutas, essas mulheres incorporam práticas ancestrais na produção de alimentos. Consequentemente, elas assumem a responsabilidade pelas tarefas reprodutivas (ligada à reprodução social, ou seja, tarefas de cuidado com os filhos, organização do lar, ou as que não geram renda) e produtivas (ligada à reprodução econômica) e comunitárias. No entanto, a visibilidade desse trabalho do segmento familiar ainda é inexpressiva para seu núcleo doméstico, sociedade e desenvolvimento rural, pois, se o espaço de produção é masculino, com a participação feminina isso não ocorre quando o trabalho acontece no espaço privado (doméstico). De acordo com Cardoso et al.(2019), a economia feminista se baseia no princípio de que a economia deve abranger todas as tarefas essenciais para a durabilidade da existência humana. Consequentemente, a perspectiva alternativa sobre a economia deve permitir o reconhecimento da variedade de tarefas desempenhadas pelas mulheres na sociedade. A cidade de Unaí – MG abriga um número significativo de assentamentos de reforma agrária, e consequentemente possui mulheres frente a dinâmica de produção agropecuária. Compreender as características e operações das mulheres camponesas engajadas em atividades agrícolas de produção e reprodução em assentamentos é crucial para empoderar essas mulheres e também moldar e promulgar políticas públicas personalizadas para esse grupo demográfico. É neste contexto que esta proposta de extensão universitária se insere com objetivo central capacitar e mulheres camponesas para utilização da Caderneta Agroecológica (CA), com a finalidade de coloborar com empoderamento do processo de gestão e também dar visibilidade e valorizar a produção realizadas por elas.


Justificativa

A divisão do trabalho baseada em gênero afeta significativamente a produtividade agrícola entre as famílias rurais, muitas vezes resultando em uma acentuada diferença de produtividade entre as famílias chefiadas por homens e mulheres. Essa disparidade é influenciada por vários fatores socioeconômicos, acesso a recursos e desigualdades estruturais. As normas sociais e culturais moldam significativamente a distribuição de tarefas agrícolas entre homens e mulheres na zona rural do Brasil, muitas vezes reforçando as desigualdades de gênero. Essas normas ditam os papéis, levando a uma divisão pronunciada do trabalho, em que os homens são normalmente vistos como produtores primários, enquanto as mulheres são relegadas a funções de apoio (Silva e Filho, 2024). Embora essas normas criem barreiras, existem movimentos emergentes que defendem o papel das mulheres na agricultura, sugerindo uma mudança potencial em direção a uma maior igualdade de gênero na dinâmica do trabalho rural. Em muitas comunidades rurais, os homens dominam as atividades agrícolas, com estudos mostrando que 66,67% das tarefas de produção são realizadas por homens, enquanto as mulheres são frequentemente vistas como “ajudantes" (Pinheiro, et al.,2022). Um estudo em Passagem revelou que 74,2% dos líderes familiares autoidentificados eram homens, apesar das mulheres contribuírem significativamente para as tarefas agrícolas e domésticas (Silva e Filho, 2024). As contribuições das mulheres são frequentemente subestimadas; elas se envolvem em tarefas essenciais, mas carecem de reconhecimento, levando a uma percepção de que seu trabalho é menos significante (Tavares et al., 2021). As mulheres utilizam o conhecimento tradicional em quintais produtivos, garantindo um suprimento constante de alimentos de qualidade, o que apoia diretamente a economia familiar (Leal et al., 2020). Para Cardoso e colaboradoras (2019) na economia clássica e ou hegemônica só são consideradas como parte da economia aquelas atividades que geram recursos monetários, ou seja, apenas as que têm relação com o mercado. Dessa forma, boa parte das atividades que ficam sob responsabilidade das mulheres são invisibilizadas ou desconsideradas por essa perspectiva da economia, centrada na lógica mercantil (Cardoso et al., 2019). A ausência de empoderamento de muitas mulheres trabalhadoras rurais é traduzida para pouca visibilidade no trabalho agropecuário, e ainda na fragilidade de se ter autonomia para manter atividades de gestão em qualquer outra área em virtude do machismo estrutural que circunda o rural. Uma das estratégias para mensurar a visibilidade ao trabalho das agricultoras é a Caderneta Agroecológica (CA), essa ferramenta mensura a produção e ainda promove a autonomia das mulheres camponesas. A Caderneta constitui um instrumento político pedagógico desenvolvido pelo Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata e contribui para o empoderamento das mulheres rurais. Ela documenta todas as transações, incluindo vendas, doações, trocas e consumo de produtos derivados do cultivo que ocorrem em quintais produtivos e áreas sob a administração de mulheres em propriedades agrícolas. Realizar ações de extensão que possam servir para um melhor acompanhamento do estimulo à contribuição econômica, ecológica, social e cultural das mulheres rurais para a economia familiar, para a segurança e soberania alimentar e para a vida é de grande relevância, pois, o caráter produtivo da mão de obra feminina ainda é invisibilizado e destituído do seu reconhecimento social enquanto trabalho, quando analisado a luz da economia clássica. Assim, justifica-se esta ação pela possibilidade de apontar a contribuição das mulheres rurais para a economia familiar e para a reprodução de sua propriedade rural ou agroecossistema e consequentemente para desenvolvimento rural. Com o aprendizado do uso, as informações sistematizadas nas Cadernetas, também poderão gerar informações de referência para qualificar metodologicamente a prestação de serviço de Assessoria Técnica, Social e Ambiental (ATES) em assentamentos de reforma agrária, contribuindo para construção novos indicadores para projetos e ações, ou políticas públicas. Importante ressaltar que este projeto de extensão ja aconteceu por dois anos consecutivos (2023 e 2024) junto a um grupo de mulheres de dois assentamentos do município de Unaí A proposta é que esta ação atinja um maior número de mulheres e Assessoria Técnica que ainda não estão participando efetivamente do trabalho proposto por razões de natureza que envolve maior sensibilização. Especificamente para o edital 2025 o esforço se concentrará em dar continuidade no acompanhamento das mulheres do assentamento Barreirinho já assistidas e aumentar a adesão de outras mulheres que manifestaram interesse no projeto. Haverá também empenho em inserir mais estudantes de graduação para companhamento técnico, possibilitando assim experiência prática por meio da creditação de extensão, considerando a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, em observância com as necessidades da região do noroeste de minas onde a Universidade está inserida, interagindo e transformando a realidade social.


Objetivos

Geral: Capacitar mulheres produtoras rurais e assessoria técnica em processos de gestão e administração com uso da ferramenta Caderneta Agroecológica. Objetivos específicos: - Fortalecer o processo e gestão e administração da unidades socioprodutivas da agricultura familiar por meio de acompanhamento técnico; - Colaborar no processo de autonomia e empoderamento das mulheres que atuam diretamenta na produção meio de oficinas; - Construir ações que potencializam a participação das mulheres nos espaços de discussões; - Promover trocas de experiências entre agricultoras e assistência técnica - Promover trocas de experiências entre agricultoras, discentes e docentes a partir dos saberes populares e acadêmicos.


Metas

Previsão de impacto direto: - Capacitar mais 25 mulheres agricultoras de assentamentos rurais em administração e gestão de empreendimentos rurais; - Capacitar 3 Agentes de ATER/ ATES (Assistência Técnica e Extensão Rural) para multiplicação da ferramenta CA; - Capacitar 10 discentes para colaborar/monitorar o preenchimento da CA; Capacitar 3 docentes para colaborar/ monitorar o preenchimento da CA. Previsão de impacto indireto: - Integrar atividades de ensino, e pesquisa com aquelas de extensão; - Contribuir para que o pessoal envolvido com a presente proposta se torne multiplicador da temática, por meio do fortalecimento de dinâmicas sociais e intercâmbio com outras unidades socioprodutivas da agricultura familiar; - Colaborar com os processos de desenvolvimento rural e aproximação com atores locais.


Metodologia

Metodologicamente, todas as ações a seguir ocorrerão de modo dialógico, utilizando metodologias participativas. - Intimamente influenciada pela concepção Freireana de extensão educação. A opção pelo uso de abordagens participativas, para além da retórica, implica em proporcionar as participantes do projeto, a partir de sua deflagração, a oportunidade de partilhar da tomada de decisão sobre os rumos e ações do projeto. Esta proposta de ação seguirá metodologicamente os passos propostos no documento Guia Metodológico para a Sistematização das Cadernetas Agroecológicas (Cardoso et. al , 2019) com adaptações, já que o trabalho vem sendo realizado e o acompanhamento do preenchimento da Caderneta está sendo atingido individualmente. Para a incorporação de novas mulheres ao projeto, a metodologia então seguirá os mesmos passos iniciais, também com adaptações à realidade e cotidiano das mulheres rurais. No entanto, tomaremos como norte as seguintes etapas a seguir: 1. Sensibilização: Inicialmente serão realizadas ações de sensibilização e integração da equipe com discentes, docentes voluntárias, bolsista, Técnicas Administrativas e assessoria técnica para a sistematização da produção das mulheres agricultoras. Com o objetivo de sensibilizar toda equipe sobre a importância de sistematizar e visibilizar a contribuição das mulheres rurais para a reprodução dos agroecossistemas e para a agroecologia na região. Para esta primeira etapa será realizada mais de uma reunião com utilização de Diagnóstico Participativo e rodas de conversas com todas as novas mulheres participantes para trocas de experiência com as que já iniciaram a participação. Além de reuniões com os membros do projeto que seguirá a mesma metodologia. 2. Capacitação: O segundo passo será o de capacitação e sensibilização dos coletivos e organizações locais de mulheres para a sistematização da produção das mulheres rurais. Esta etapa tem como objetivo apresentar para as mulheres, grupos produtivos, associações, sindicatos, e movimentos sociais a proposta do projeto de extensão, esclarecendo a importância da aplicação das CA para a sua vida, para o trabalho das organizações de assessoria técnica e para o fortalecimento das ações no território. As ações estratégicas a serem cumpridas durante esse processo de sensibilização serão: - Formar/fortalecer redes locais/territoriais animadas em torno da temática de mulher rural, empreendedorismo, economia feminista e agroecologia, criando um grupo que anime e seja animado pelo processo. - Apresentar cada um dos instrumentos que será utilizado, esclarecendo como serão feitos, por quem e para que servem; cotidianos, bem como contribuir para uma leitura crítica do território, a fim de construir alternativas para superar as problemáticas; - Criar um grupo local de animação das Cadernetas. É fundamental que as mulheres participantes não se sintam sozinhas nessa tarefa e tenham um grupo de apoio para animar, tirar dúvidas (além da equipe técnica) e mostrarem seus pré-resultados. Isso mantém o processo vivo. 3. Apresentação da metodologia da Caderneta Agroecológica: Nesta fase será realizada reunião ou encontro das mulheres agricultoras que participarão do processo ou de suas representantes. Aqui ocorrerá a apresentação da proposta de sistematização e definição, com a participação das mulheres agricultoras, sobre estratégia de distribuição das Cadernetas (por comunidades, territórios, municípios, grupos e associações de mulheres) e a quantidade de Cadernetas que serão sistematizadas pela organização local. 4. Distribuição das Cadernetas Agroecológicas e capacitação das mulheres rurais: O material para confecção das Cadernetas seguirá o modelo proposto (adptado) pelo Guia Metodológico. 5. Preenchimento das Cadernetas Agroecológicas e acompanhamento da equipe de extensão universitária e técnica da região: Esse preenchimento deverá ser feito pelas produtoras rurais já capacitadas na fase anterior (grupo novo) Mulheres que já estão participando do projeto e no processo de andamento do preenchimento da Caderneta, servirão de antena e apoio às novas participantes. 6. Retorno para averiguação do preenchimento das Cadernetas. As mulheres serão visitadas individualmente para o acompanhamento do preenchimento das Cadernetas. 7. Avaliação do projeto junto ao público beneficiário. Será realizada uma rodas de diálogo com dinâmicas participativas podendo ser utilizadas oficinas do Teatro do Oprimido ou metodologias de Design Thinking.


Referências Bibliográficas

CARDOSO, Elizabete. et al. Guia metodológico da caderneta agroecológica. Recife: FIDA, 2019. DA SILVA, Bruno Neves et al. Caracterização do perfil de mulheres rurais segundo fatores sociodemográficos, laborais e epidemiológicos. Revista Uruguaya de Enfermería, v. 17, n. 1, p. e2022v17n1a12-e2022v17n1a12, 2022. HERRERA, Karolyna Marin. Uma análise do trabalho da mulher rural através da perspectiva da multifuncionalidade agrícola. Seminário Internacional Fazendo Gênero, v. 10, 2013. LEAL, Larissa et al. Quintais produtivos como espaços da agroecologia desenvolvidos por mulheres rurais. Perspectivas em Diálogo: revista de educação e sociedade, v. 7, n. 14, p. 31-54, 2020. PINHEIRO, Shirley Batista et al. Inserção e atuação da mulher no agrossistema da mandioca. Research, Society and Development, v. 11, n. 6, p. e13711628813-e13711628813, 2022. DE ARAÚJO SILVA, Telma Lúcia; CUNHA FILHO, Moacyr. Challenges and reflections on low female representation in family farming: context of a municipality in the brazilian Northeast. CONTRIBUCIONES A LAS CIENCIAS SOCIALES, v. 17, n. 2, p. e4674-e4674, 2024. TAVARES, Beatriz Carvalho; MINUZZO, Daniela; DOS SANTOS, Annah Bárbara Pinheiro. Protagonismo feminino e divisão sexual do trabalho no ambiente rural: Articulação do grupo de mulheres residentes e produtoras de café da comunidade Fazenda Alegria, Caparaó-ES. Raízes: Revista de Ciências Sociais e Econômicas, v. 41, n. 1, p. 97-113, 2021.


Inserção do estudante

As estudantes dos cursos oferecidos pelo ICA - Instituto de Ciências Agrárias da UFVJM, campus Unaí, possuem uma formação multidisciplinar favorecendo as vossas inserções em projetos diversos da área agrária e/ou ambiental. No caso específico da presente proposta as discentes envolvidas terão a oportunidade de lidar diretamente com uma metodologia que ocorrerá de forma participativa e problematizadora, cujos conteúdos e técnicas empregados serão elaborados respeitando o repertório de vida do público beneficiário. As discentes serão primeiramente formadas pela coordenadora do projeto, ensinando-as, conscientizando-as sobre o tema e as metodologias adotadas para o desenvolvimento do projeto. Em seguida, as mesmas serão capacitadas para colaborarem a desenvolver as práticas do projeto e auxiliar no que for preciso. A formação/capacitação será realizada através de forma teórica, como através da leitura de diferentes materiais bibliográficos para que as discentes possam se inteirar do assunto, e depois sejam capaz de relacionar a teoria com a prática, juntamente com as beneficiárias do projeto. Dentro de uma abordagem que permite a pesquisa-ação, procurar-se-á práxis que possibilite as estudantes e beneficiárias uma ampla integração para o fortalecimento da relação pesquisa-campo-cidade. As discentes envolvidas serão capazes de desenvolver a parte metodológica do projeto através de uma estrutura didática flexível adaptada às necessidades de cada grupo, aproximando-as também da creditação de extensão. Nas oficinas e capacitações a serem oferecidos com a participação das discentes, serão utilizados métodos já preconizados pelas metodologias participativas; ao invés da extensão convencional clássica, onde o conhecimento gerado pelos centros de pesquisas eram “transferidos” de modo unilateral, em que geralmente há um monólogo ou imposição do saber acadêmico sobre o popular, em cada atividade aqui proposta e realizada, se priorizará o diálogo entre os saberes para construção de novos conhecimentos. As discentes integradas à equipe executora do projeto serão acompanhadas e avaliadas através de reuniões quinzenais e relatórios mensais que serão realizados em conjunto com coordenadora da proposta. O acompanhamento será feito através de reuniões quinzenais e relatórios mensais que serão realizados em conjunto com coordenadora da proposta.


Observações

Quando apresentamos a proposta antecipadamente ao grupo de mulheres do assentamento rura Barreirinho, as mulheres ficaram surpresas pelo interesse em executar um projeto no local. Alegam que estão esquecidas do poder publico por estarem em área rural a mais de 100 KM de distância do município de Unaí e do campus da UFVJM. Assim, este protejo de extensão, em alguma medida, oportuniza a interação da comunidade universitária com a comunidade externa na resolução de problemas e sendo articulador de demandas junto às mulheres rurais. A implementação da Caderneta Agroecológica no Assentamento Barreirinho está contribuindo significativamente para o empoderamento e a autogestão das mulheres envolvidas. A capacitação oferecida pelo projeto tem demonstrado não apenas benefícios técnicos, mas também sociais, ao promover a troca de experiências e a valorização do papel das mulheres no campo. O projeto continua em andamento, com expectativas de que os próximos encontros consolidem ainda mais esses avanços e ampliem os impactos positivos sobre a comunidade.


Público-alvo

Descrição

Mulheres rurais ocupantes de lotes e que mantenham trabalho produtivo agropecuário e reprodutivo em suas unidades socioprodutivas. A presente proposta beneficiará diretamente as envolvidas através da colaboração e ampliação de seus conhecimentos sobre gestão e administração de empreendimentos rurais e agroindustriais com o intuito de promover melhoria das suas Unidades Socioprodutívas por meio do empoderamento dessas mulheres e apropriação do espaço de geração de renda.

Descrição

Técnicas e técnicos ligados aos serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural, pública e ou privada atuantes na região do Noroeste de Minas Gerais.

Municípios Atendidos

Município

Unaí

Parcerias

Participação da Instituição Parceira

A associação do assentameto Barreirinho, acordou parceria antecipadamente e está ciente das ações proposta no projeto. Realizará a articulação e mobilização das participantes, bem como cederá o espaço para os encontros coletivos previstos pelo projeto.

Participação da Instituição Parceira

A segunda associação, a dos Pequenos Produtores Rurais da Fazenda Barreirinho, acordou parceria antecipadamente e está ciente das ações proposta no projeto. Realizará a articulação e mobilização das participantes que residem do outro lado do assentamento, bem como cederá o espaço para os encontros coletivos previstos pelo projeto.

Participação da Instituição Parceira

A parceria implica troca de informação, conhecimento e participação em atividades a serem desenvolvidas pela equipe do projeto no ano de 2025.

Cronograma de Atividades

Periodicidade Mensalmente
Descrição da Atividade

A sensibilização equipe de estudantes e membros tem como objetivo sensibilizar, mobilizar e conhecer o projeto de forma profunda. Nos meses de janeiro e fevereiro serão realizados dois encontros para apresentação do projeto junto aos estudantese membros envolvidos. Estas reuniões servirão para problematizar a extensão universitária bem como, ajustar, a luz das metodologias participativas, todas as atividades propostas.

Periodicidade Mensalmente
Descrição da Atividade

Esta atividade tem como objetivo reunir com as representantes das duas associações do assentamento Barrerinho para planejamento das ações de acordo com o cotidiano das mulheres rurais.

Periodicidade Mensalmente
Descrição da Atividade

A capacitação e sensibilização dos coletivos e organizações locais de mulheres tem como objetivo apresentar para as mulheres, grupos produtivos, associações, sindicatos, e movimentos sociais a proposta do projeto de extensão, esclarecendo a importância da aplicação das CA para a sua vida, para o trabalho das organizações de assessoria técnica e para o fortalecimento das ações no território.

Periodicidade Mensalmente
Descrição da Atividade

Nesta fase será realizada reunião ou encontro das mulheres agricultoras que participarão do processo ou de suas representantes. Aqui ocorrerá a apresentação da proposta de sistematização, definição e distribuição das Cadernetas.

Periodicidade Mensalmente
Descrição da Atividade

Esse preenchimento deverá ser feito pelas produtoras rurais já capacitadas na fase anterior (grupo novo) Mulheres que já estão paricipando do projeto e no processo de andamento do preenchimento da caderneta, servirão de antena e apoio às novas paricipantes.

Periodicidade Mensalmente
Descrição da Atividade

Nesta etapa as mulheres serão acomanhadas individualmente com visitas regulares mensais para averiguação do preenchimento das cadernetas e avaliação do projeto junto ao público beneficiário.

Periodicidade Mensalmente
Descrição da Atividade

Para garantir uma avaliação coerente com a extensão universitária de caráter emancipador e transformador, a avaliação terá processo contínuo e colaborativo, acompanhando todas as fases do projeto, com espaço para ajustes durante sua execução.