Visitante
Atenção à Saúde Bucal em escolares portadores de deficiência de Diamantina-MG.
Sobre a Proposta
Tipo de Edital: Pibex
Situação: Aprovado
Dados do Coordenador
luciara leao viana fonseca
20211012021444120
departamento de odontologia
Caracterização da Ação
ciências da saúde
saúde
educação
pessoas com deficiências, incapacidades ou necessidades especiais
municipal
não é vinculado a nenhum programa.
Sim
Membros
juliana tataounoff
Voluntário(a)
cíntia tereza pimenta de araújo
Vice-coordenador(a)
simone gomes dias de oliveira
Voluntário(a)
telma geralda andrade camara rodrigues
Voluntário(a)
marta gomes da silva
Voluntário(a)
ana laura pereira moreira
Bolsista
brender leonan da silva
Voluntário(a)
gabriela leite paulino
Voluntário(a)
Os pacientes com deficiência compõem um grupo considerado de risco para a cárie dentária, doença periodontal e maloclusão. A presença de defeitos no esmalte, a alimentação pastosa, a ingestão frequente de carboidratos, o uso crônico de medicamentos, a fal
Saúde Bucal, Pessoas com deficiência, Educação em Saúde
A pessoa com deficiência pode ser definida, segundo a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/15), como “aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas”. O projeto de “Atenção aos Pacientes Especiais em Diamantina/MG” (antigo nome do projeto), iniciado em 2013, surgiu com a proposta de melhorar a saúde bucal de escolares que apresentavam algum tipo de deficiência. Buscava também minimizar o medo do paciente gerado pela ausência de contato mais frequente com os profissionais da odontologia, o que levava a uma busca por atendimento odontológico apenas em situações de dor e urgências. Um conjunto de ações é articulado entre a clínica escola da “Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM”, a “Escola Estadual Professor Aires da Matta Machado”, e a “Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE”, realizando, conjuntamente e semanalmente, ações de ensino, pesquisa e extensão. Estas ações compreendem, por exemplo, escovação supervisionada, desenvolvimento de atividades lúdicas, capacitação do corpo de funcionários da escola ao reconhecimento de alterações básicas em saúde, capacitação dos discentes da odontologia ao atendimento à pessoa com deficiência, atendimento clínico, aplicação de questionários para análise socioeconômica e cultural de cada família, entre outras. O projeto teve início em 2013, vinculado ao PIBEX e era desenvolvido apenas na “Escola Estadual Professor Aires da Matta Machado”. A proposta atual pretende ampliar o projeto estendendo suas atividades à “Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais” (APAE), tornando possível o aumento do público-alvo e a consolidação de uma maior abrangência da atenção à saúde bucal das pessoas com deficiência em Diamantina, Minas Gerais. Atualmente, a “Escola Estadual Professor Aires da Matta Machado” atende 157 alunos e a “Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais”, 57 pessoas de Diamantina/MG e região, contando com o apoio do Centro Especializado em Reabilitação (CER) na assistência odontológica aos seus alunos. Ambas as escolas possuem um corpo de funcionários capacitado ao ensino à pessoa com deficiência, além do apoio de nutricionistas, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, psicólogos e outros profissionais da saúde. No entanto, não há atenção odontológica especializada nestes ambientes, logo, um dos alicerces do projeto é a interdisciplinaridade, ao contemplar o desenvolvimento de ações conjuntas com a equipe de profissionais das escolas, para uma atenção integral e humanizada a todos os alunos, provendo saúde e minimizando o histórico de marginalização social desta categoria de pacientes.
Saúde é, segundo o conceito da Organização Mundial de Saúde, não apenas a ausência de doenças ou agravos em saúde, mas também o pleno bem-estar individual nos aspectos físico, mental e social. Sendo assim, cabe ao cirurgião dentista assegurar um atendimento humanizado e completo a seus pacientes, realizando desde uma anamnese aprofundada e investigação do histórico familiar e pessoal destes, a encaminhamentos para outros profissionais quando houver demanda, tratando os pacientes de maneira integral e não apenas aquilo que tange a “especialidade” do profissional. Historicamente, há conhecimento da marginalização das pessoas com deficiência, sem possibilidade de inserção no mercado de trabalho e impossibilitadas de realizar tarefas diárias em geral, com poucas possibilidades de reabilitação, especialmente devido a atenção médico-odontológica despreparada para o contato com esta categoria de pacientes. Com a evolução dos valores sociais, morais, filosóficos, éticos e religiosos adotados por diferentes culturas em momentos históricos distintos, houve também a evolução do tratamento à pessoa com deficiência de improdutiva e marginalizada para o assistencialismo, buscando a educação e reabilitação destes indivíduos, além da própria inserção social (PACHECO, 2007). Esta inserção ainda é delicada, uma vez que, embora haja tendência a naturalizar as pessoas com deficiência - por meio de sua possível inserção no mercado de trabalho e asseguração de seus direitos - ainda há um dinamismo na maneira de vê-las e tratá-las, de acordo com estas mesmas crenças e valores sociais que tornaram o pensamento acerca desta minoria social desenvolvido. Não obstante, este dinamismo se encontra presente na odontologia, uma vez que, especificamente em Minas Gerais – cuja população de pessoas com deficiência é de aproximadamente 22,6%, segundo o CENSO de 2010 -, não existem muitos programas e disciplinas voltadas para a atenção destes pacientes durante a graduação, denotando profissionais da odontologia receosos e inseguros após formados, levando à negligência da saúde bucal, ou à necessidade de se recorrer, ainda, a métodos como a sedação ou anestesia geral para realizar procedimentos corriqueiros nestes pacientes. A alimentação pastosa, a ingestão frequente de carboidratos, o uso crônico de medicamentos, a inabilidade ou dificuldade em realizar e manter a própria higiene bucal e alterações no fluxo salivar dos pacientes com deficiência os tornam um grupo de alto risco para o desenvolvimento de cárie, doença periodontal e maloclusões (CASTRO, et. Al., 2010). O que é severamente agravado pelo despreparo profissional para atendê-los, além de uma provável situação financeira desfavorável do indivíduo para dar seguimento aos tratamentos, o que culmina numa atenção odontológica voltada para emergências, apenas quando há manifestação de dor, logo, numa alta taxa de extrações e perdas dentárias. Ademais, sabe-se que a odontologia no Brasil ainda assume, em maioria, um caráter elitista e restrito ao atendimento particular, uma vez que grande parte da população brasileira nunca obteve atenção odontológica, ou quando obtém, não dispõe de recursos financeiros suficientes para dar continuidade a um tratamento, muitas vezes ofertado apenas pelo serviço particular. O papel da comunidade universitária na atenção odontológica à pessoa com deficiência, se dá, então, de forma a minimizar o desconforto e a necessidade de intervenções de maior complexidade (como sedação e anestesia geral) para procedimentos dados como não invasivos, tais como restaurações dentárias, além de garantir que os cirurgiões dentistas formados assegurem a dominação do caráter preventivo das consultas em virtude do curativo. O contato contínuo entre universidade e comunidade estabelece um vínculo entre o público alvo do projeto, que é a pessoa com deficiência, e os futuros profissionais da odontologia, auxiliando na superação das inseguranças de ambos, tanto de atender um paciente especial, quanto de ser atendido, auxiliando no processo de reversão do elitismo e privatismo da odontologia e da ideia de que apenas profissionais especializados em odontologia para pacientes com necessidades especiais conseguem fornecer um tratamento adequado a esta minoria social. Em contrapartida, deve-se trabalhar uma odontologia aliada a outras áreas da saúde, tais como nutrição e fisioterapia, para prevenir agravos em saúde oral e também prover saúde, auto estima e integração social aos pacientes atendidos, segundo as limitações e particularidades de cada um. Ainda sobre o baixo índice de programas e projetos voltados para a pessoa com deficiência durante a graduação em odontologia, é inevitável pensar na indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, em se tratando de construir um projeto capaz de impactar socialmente a vida destes pacientes e reconstruir a autoestima destas pessoas através do contato com a odontologia. A coesão entre extensão, ensino e pesquisa como fatores indissociáveis fomentam as bases do projeto para que se garanta um atendimento efetivo aos pacientes, por meio de um conjunto de ações articulado entre a clínica escola da “Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM”, a “Escola Estadual Professor Aires da Matta Machado”, e a “Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE”. As ações de extensão consistem na prevenção de agravos em saúde e orientação de higiene oral ainda em âmbito escolar e atendimentos clínicos na clínica escola da UFVJM. A pesquisa se dá pelo levantamento epidemiológico e pela aplicação de questionários para compreensão da realidade social de cada família. O ensino se faz presente em todas as reuniões entre os participantes, para discutir sobre a abordagem correta e individualizada aos pacientes, além de discutir sobre as metas atingidas durante as ações e como aplicá-las, para maior aprofundamento do projeto. Todas as atividades descritas são interdependentes, já que não se pode melhorar a condição de saúde oral destes pacientes sem ações na escola e orientações em higiene oral, ou sem triá-los através do levantamento epidemiológico. Ademais, não se pode mensurar os impactos sociais do projeto e adequar a metodologia sem a discussão dos resultados da aplicação dos questionários. A existência deste projeto de extensão, se baseia, sobretudo, em minimizar os impactos ocasionados por esta marginalização histórica da pessoa com deficiência, através da prevenção de agravos em saúde oral e geral, estimulando os alunos a buscar o atendimento odontológico quando necessário, além de minimizar o medo do dentista, e em capacitar futuros profissionais da odontologia ao atendimento humanizado a estes pacientes. Para que esta marginalização diminua ainda mais, é de extrema importância o trabalho contínuo entre o corpo de apoio da escola e os discentes membros do projeto, por meio de reuniões para debater as necessidades gerais dos alunos e de que maneira as abordar, além da troca de experiências entre estes, de maneira a que os discentes da UFVJM sejam aptos a guiar os funcionários da escola para reconhecer agravos básicos na saúde em geral, reconhecendo qualquer alteração que possa ocorrer, especialmente em boca, tais como cárie severa, doença periodontal, traumatismos dentários múltiplos, maloclusões e outras desordens funcionais, e câncer de boca. Vale ressaltar ainda, a importância de se trabalhar não apenas com o corpo de funcionários da escola, mas também com os profissionais do CER (Centro Especializado em Reabilitação), de maneira interdisciplinar, o que torna os discentes do projeto aptos a reconhecer e intervir segundo a necessidade de cada caso, por ação conjunta com o psicólogo, fonoaudiólogo, fisioterapeutas e outros. Estas ações conjuntas podem ser exemplificadas pela intervenção no lanche da escola em conjunto com a área de nutrição, para a elaboração de um cardápio mais saudável e menos cariogênico. Este trabalho em conjunto auxilia grandiosamente no processo de evolução estudantil de cada aluno participante do projeto, que passa a visualizar o público de pessoas com deficiência de maneira diferente, sentindo-se seguros para atender a qualquer tipo de público após formados, compreendendo-os como uma minoria que precisa de assistência e, sobretudo, reconhecimento. Aos alunos da “Escola Estadual Professor Aires da Matta Machado” e a “Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais”, se diz que o trabalho interdisciplinar colabora para seu reconhecimento pessoal e autovalorização, uma vez que após as ações de saúde coletiva, muitos destes se sentem felizes por conseguirem domínio sobre sua própria higiene corporal, mesmo que apenas em boca. Aumenta-se também, a autoestima destes pacientes, pela resolução de problemas estéticos que os incomodavam, possibilitando assim, a reinserção destes alunos no meio social e no mercado de trabalho, em caso de pacientes em maioridade. A continuidade deste projeto se faz necessária para que se dê sequência ao objetivo de melhorar as condições de saúde bucal dos pacientes atendidos, provendo um vínculo entre estes e os futuros profissionais da odontologia da UFVJM, tornando-os aptos a reconhecer o direito a atenção integral e humanizada, e a reabilitação da pessoa com deficiência, rompendo a visão de exclusão social e valorizando este público na cidade de Diamantina/MG e região.
5.1 GERAIS Dar continuidade ao projeto que procura despertar nas pessoas com deficiência, pais/responsáveis e funcionários das escolas, o interesse e conhecimento preventivo e terapêutico em saúde bucal. Capacitar os discentes do curso de odontologia da UFVJM ao atendimento à pessoa com deficiência. 5.2 ESPECÍFICOS • Melhorar a condição bucal dos alunos das escolas; • Minimizar a sensação de medo do dentista por parte dos alunos; • Capacitar os discentes da odontologia da UFVJM ao atendimento integral e humanizado a pacientes com deficiência; • Capacitar o corpo de funcionários e de apoio as escolas ao reconhecimento de agravos em saúde oral e a condução do paciente ao cirurgião dentista; • Reduzir a realização indiscriminada de atendimentos sob anestesia geral, o que não interfere no controle da doença (uma vez que ocorre de forma esporádica e é puramente cirúrgico/restaurador) e são de risco para o usuário; • Avaliar e realizar um levantamento epidemiológico da saúde bucal dos alunos; • Orientar aos pais e responsáveis sobre os cuidados de saúde bucal exigidos por essa categoria de pacientes; • Incentivar os discentes da UFVJM à pesquisa, por meio do levantamento epidemiológico e coleta de dados dos pacientes; • Incentivar o trabalho em conjunto e pautado na interdisciplinaridade, através da comunicação entre discentes da UFVJM e a equipe do Centro Especializado em Reabilitação e o corpo de funcionário das duas escolas parceiras do projeto; • Prestar assistência clínica aos necessitados, encaminhando-os à Clínica de Odontologia da UFVJM para a realização do tratamento adequado e, se necessário, encaminhá-los a especialistas da área.
• Melhorar a saúde bucal dos estudantes através de um enfoque preventivo e terapêutico; • Desenvolver habilidades técnicas e motoras de higienização bucal; • Estimular o autocuidado e aumento da autoestima pessoal; • Realizar tratamento odontológico em pacientes cujos agravos em saúde são mais urgentes, ou promover seu encaminhamento ao CER, após a identificação pelo levantamento epidemiológico; • Promover uma interação adequada entre pesquisa, ensino e extensão; • Atuar conjuntamente com o corpo interdisciplinar e de apoio da escola. A previsão de impacto direto das metas seria sobre os 157 alunos da “Escola Estadual Professor Aires da Matta Machado”, além dos 57 alunos da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, e indiretamente, o impacto social sobre todos os funcionários e colaboradores da escola, além dos pais e cuidadores e dos docentes participantes do projeto, para que todos os ensinamentos passados a estes e aos alunos possa ser aplicado em toda a comunidade, e não apenas restrita a atuação nas escolas.
Para que estes objetivos sejam atingidos, os integrantes do projeto atuam por três frentes de ação diferentes: 1) Atividades na clínica integrada da UFVJM: • Calibração dos membros do projeto acima do 4º período para padronização da triagem; • Triagem, através de um levantamento epidemiológico utilizando o formulário da SBBrasil 2010 (Anexo I); • Atendimento clínico aos pacientes, de acordo com o índice de dentes cariados, perdidos e obturados de cada um (CPO-d), dando preferência aos mais necessitados; • Aplicação dos questionários da pesquisa aos pais ou responsáveis pelos alunos, fomentando a pesquisa socioeconômica; • Orientações de higiene bucal previamente ao atendimento clínico, aos pais e/ou cuidadores e alunos, tais como o uso correto do fio dental e técnicas corretas de escovação; • Desenvolvimento de atividades lúdicas previamente ao atendimento clínico, no momento de espera da consulta, para diminuir a ansiedade dos alunos, diminuir o medo do dentista e integrá-los ao ambiente clínico de maneira a que se sintam seguros e permitam o atendimento odontológico ou triagem; • Escovação dental supervisionada pelo aluno responsável pelo atendimento do paciente no equipo predeterminado, na clínica escola da UFVJM. 2) Atividades em âmbito escolar: • Práticas lúdicas em conjunto com os estudantes, para reforço de como reconhecer cáries e outros agravos em saúde oral em si próprios; • Escovação supervisionada, quando possível, sem aglomeração dos alunos; • Acompanhamento dos professores e outros funcionários no momento de escovação supervisionada, para ensiná-los a como manter a escovação diária dos alunos; • Reuniões com os professores e outros funcionários da escola, além dos profissionais da saúde ali presentes (fonoaudiólogo, psicóloga, fisioterapeuta...), para capacitação dos mesmos a identificar e notificar casos de cárie, doença periodontal e gengivites, traumatismos múltiplos e outros agravos de saúde presentes nos alunos; • Produção de material didático e outros materiais para ações de saúde coletiva em conjunto com as professoras da escola. 3) Reuniões entre os membros do projeto, para melhor embasamento teórico sobre a abordagem correta a pacientes com deficiência, por meio de reuniões semanais à distância, mesas redondas ou aulas online, em conjunto com os profissionais de saúde da escola; além de discussões acerca dos resultados da pesquisa epidemiológica, para adequação das ações realizadas, personalizando-as segundo a análise.
BRASIL. Lei nº 13.146 de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Casa Civil. Brasília, DF, 6 jul. 2015. Castro, Alessandra Maia de; Marchesoti. Maria Goreti Neves; Oliveira, Fabiana Sodré de; Novaes, Myrian Stella de Paiva. Avaliação do tratamento odontológico de pacientes com necessidades especiais sob anestesia geral. Revista de odontologia da UNESP. Araraquara. v. 39, n.3, p.137-142, mai./jun., 2010. Minas Gerais adere ao Plano de Direitos da Pessoa com Deficiência. Acesso em: 15/08/19. Disponível em: <http://legado.brasil.gov.br/noticias/educacao-e-ciencia/2013/06/minas-gerais-adere-ao-plano-de-direitos-da-pessoa-com-deficiencia>. Moysés, Samuel Jorge. Políticas de saúde e formação de recursos humanos em odontologia. Associação Brasileira de Ensino Odontológico. São Paulo. v.4, n.1, p. 30-37, 2004. Pacheco, Kátia Monteiro De Benedetto; Alves, Vera Lucia Rodrigues. A história da deficiência, da marginalização à inclusão social: uma mudança de paradigma. Revista Acta Fisiátrica. São Paulo. v. 14, n. 4, p. 242-248, 2007. Segre, Marco; Ferraz, Flávio Carvalho. O conceito de Saúde. Revista de Saúde Pública. São Paulo. v.31, n.5, p. 538-542, 1997.
A formação técnica dos alunos de odontologia da UFVJM permite que estes realizem a triagem e atendimento clínico dos pacientes em conformidade com as disciplinas de Clínica e Pré-clínica ministradas previamente, realizando desde procedimentos simples como profilaxia oral a restaurações mais complexas. Já a formação humanística do curso, em disciplinas como psicologia, saúde coletiva e sociologia, permite que os discentes se tornem abertos a compreender a realidade social dos pacientes com necessidades especiais da “Escola Estadual Professor Aires da Matta Machado” e da “Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais”, e a intervir de maneira correta, estimulando-os a participar ativamente das ações de saúde coletiva e demais atividades em âmbito escolar, além de prover uma base para que os discentes consigam disciplinar os alunos das escolas na clínica da UFVJM, de maneira a que estes se sintam seguros e permitam o atendimento odontológico do dia. Por sua vez, a participação dos discentes no projeto amplia a concepção de diversidade pelos estudantes da odontologia, que passam a compreender a necessidade de intervenção e compreensão da realidade social das pessoas com deficiência, para que atuem no processo de reinserção destas pessoas na comunidade. O convívio com pessoas com as mais diversas deficiências, desde motoras a psicológicas, faz com que os participantes do projeto se tornem aptos ao atendimento “personalizado” a todos os seus pacientes segundo suas necessidades individuais, o que culmina na equidade como alicerce para sua formação acadêmica. Além, o apoio e diálogo com os profissionais de outras áreas, como pedagogos, fisioterapeutas, nutricionistas e outros, faz com que o paciente seja visto de forma integral, ou seja, como indivíduo completo, e não apenas como objeto para intervenção odontológica, estimulando a interdisciplinaridade. Uma calibração é realizada semestralmente, para capacitar e padronizar a triagem dos pacientes, consistindo na definição teórica do que deve ser reconhecido e sobre como intervir. A capacitação ao atendimento clínico é realizada pelas próprias disciplinas da graduação de Clínica e Pré-clínica prévias, de maneira a que os alunos do 4º período são aptos a realizar profilaxia oral e triagem, e os alunos do 5º período acima são capazes de atender as outras demandas. Cada atendimento é individualizado, sendo as adequações realizadas pelos próprios discentes e pelas professoras colaboradoras do projeto no dia do atendimento, experientes no atendimento à pessoa com deficiência. O mesmo acontece na capacitação dos discentes a escovação supervisionada e na prestação de orientações em higiene oral. Para a parte de pesquisa do projeto, calibra-se os membros, padronizando as legendas utilizadas em cada questionário. Todas as atividades lúdicas realizadas pelos participantes do projeto são realizadas em conjunto com o corpo de funcionários da escola e com as professoras colaboradoras, quando em clínica, para atender as necessidades de cada aluno e para análise da efetividade destas ações no cotidiano escolar e pessoal destes. Há o apoio de todos os profissionais da saúde ali presentes para sanar quaisquer dificuldades encontradas pelos discentes. Já as atividades de produção de material didático são realizadas conjuntamente com as escolas, para que estas possam supervisionar e auxiliar na aplicação destes materiais. As atividades lúdicas consistem em jogos e brincadeiras de contexto odontológico, além de filmes e outros desenhos para compreensão da ação do dentista. Em todos os casos, os discentes serão acompanhados e avaliados pela professora encarregada e pelas colaboradoras do projeto; pelo corpo de apoio, professores e funcionários da escola, por meio da observação direta de suas ações e pela análise de todo o conteúdo produzido pelos alunos durante a participação no projeto, incluindo o empenho e evolução pessoal de cada um. Excepcionalmente, em virtude da COVID-19, as atividades relacionadas a como reconhecer e abordar cada deficiência, bem como a discussão dos resultados obtidos pela pesquisa epidemiológica serão realizadas através de encontros semanais online, consistindo em mesas redondas, seminários e palestras, apresentados pelos próprios discentes participantes do projeto, supervisionados pela coordenadora e pelos profissionais das escolas, denotando um caráter mais teórico e observacional, até que seja estabelecido um protocolo de segurança para os atendimentos clínicos e para que as visitas às escolas possam ser realizadas sem que haja risco a segurança de quaisquer partes interessadas no projeto.
Este Projeto teve início no ano de 2013 por meio dos Editais Pibex. Durante esses anos, os alunos da escola Aires da Mata Machado foram acompanhados semanalmente, durante os períodos letivos, pela equipe do Projeto, com ações educativas e atendimento clínico. Nossa intenção é consolidar e ampliar o Projeto, o que se torna inviável sem o apoio financeiro da PROEXC.
Público-alvo
Diretamente: Alunos da “Escola Estadual Professor Aires da Matta Machado” (atualmente, 157), alunos da “Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais” (atualmente, 57) e alunos do curso de odontologia da UFVJM. Indiretamente: Pais e cuidadores dos alun
Os próprios discentes integrantes da equipe constituem o público alvo do projeto, pois sua participação implica em ampliação do conhecimento e prática da abordagem educativa e clínica de pacientes com deficiência, conteúdo que não é ofertado atualmente no
Os pais/responsáveis pelos alunos e funcionários das escolas serão alvo de ações de capacitação profissional e educativas.
Municípios Atendidos
Diamantina
Parcerias
A participação das escolas parceiras se dá pelo fornecimento do espaço físico, acesso aos alunos, colaboração de recursos humanos e oferta de material de apoio. Fornece informações a respeitos dos alunos, pais e responsáveis, tais como idade, tipo de
A participação é a mesma descrita em relação à escola Aires da Mata Machado.
Cronograma de Atividades
Previamente ao inicio do Projeto, serão realizadas reuniões com a direção de cada escola parceira, para planejamento e ajustes no cronograma .
Aplicação de questionários aos pais, com finalidade de pesquisa epidemiológica. A pesquisa se desenvolverá durante todo o período do Projeto de Extensão.
Avaliação clínica bucal com finalidade epidemiológica. Atividade prevista para quando houver liberação de atividades presenciais de atendimento clínico.
Atividade semanal de escovação dental nos escolares, supervisionada pelos discentes voluntários do Projeto. Atividade presencial, prevista para assim que houver possibilidade de execução.
Reuniões, à distância, com os funcionários e responsáveis pelas escolas, para debater os impactos do projeto e os resultados obtidos pela pesquisa, assim como fornecer materiais didáticos para debates internos, sobre como adequar o manejo dos pacientes à deficiência apresentada por eles.
Reuniões à distância apenas com os membros do projeto para discutir questões internas e os resultados do projeto, além de planejar os temas a serem tratados nos debates, palestras e reuniões com os responsáveis e funcionários pelas escolas.
Montagem de cartilhas educativas, divulgadas via e-mail para os funcionários das escolas, pais/cuidadores e alunos do projeto, mensalmente, abordando temas variados e relacionados à saúde e diagnóstico oral.
Confecção de um porta escovas para cada escola, um por turma, para que as escovas dentárias distribuídas pelo projeto sejam armazenadas de maneira adequada e para que estejam sempre disponíveis para os alunos das escolas parceiras.
Atendimento clínico-odontológico dos pacientes triados, na clínica odontológica da UFVJM.
Debates, mesas redondas, grupos de discussão e seminários acerca de temas predeterminados, sobre saúde da pessoa com deficiência, definidos internamente, para embasamento teórico dos discentes participantes do projeto e para melhor manejo dos pacientes atendidos pelo projeto.
Calibração dos discentes participantes do projeto para padronização dos diagnósticos clínicos, dos dados obtidos através do levantamento epidemiológico e da aplicação dos questionários.
Fornecimento de orientações em higiene oral aos pais/cuidadores, funcionários da escola, pacientes e discentes participantes do projeto, à distância, durante as reuniões; e presencialmente, em âmbito escolar e no momento do atendimento odontológico, quando possível.
Visitas às escolas parceiras do projeto, para fornecimento das orientações em higiene oral, práticas lúdicas, observação da rotina dos alunos e para criar um vínculo entre a universidade e os alunos, facilitando o atendimento odontológico.
Produção de material didático, incluindo apostilas, roteiros, conteúdo teórico, cartilhas e a coordenação das atividades a serem aplicadas durante todo o ano, por parte do discente bolsista.