Visitante
Encontro de fazeres: promoção da participação por meio de atividades manuais e corporais
Sobre a Proposta
Tipo de Edital: Pibex
Situação: Aprovado
Dados do Coordenador
thais peixoto gaiad machado
20251012025307369
departamento de fisioterapia
Caracterização da Ação
ciências da saúde
saúde
educação
pessoas com deficiências, incapacidades ou necessidades especiais
regional
Não
Membros
ana paula santos
Voluntário(a)
melissa monteiro guimaraes
Voluntário(a)
renata aline de andrade
Voluntário(a)
natalia de tartler
Voluntário(a)
rayane ferreira bento
Bolsista
O projeto de extensão ‘Encontro de fazeres’ visa promover o reconhecimento de capacidades e novas habilidades em pessoas com deficiência motora decorrente de condições neurológicas crônicas da cidade de Diamantina e região a partir do encontro com discentes de diferentes cursos e períodos da UFVJM pela participação em um grupo de atividades manuais e corporais.
e: deficiência motora, atividades manuais, cinestesia, propriocepção, percepção, Método Feldenkrais, grupo de atividades, participação.
O projeto de extensão ‘Encontro de Fazeres’ pretende que adultos com sequelas crônicas de doenças neurológicas da cidade de Diamantina e região reconheçam suas capacidades e potencialidades na sua nova condição de saúde. O projeto está em execução desde outubro de 2018 e devido à procura da comunidade externa e acadêmica, está cadastrado no edital 03/2022 de fluxo contínuo (SIEXC 202203000595) com encerramento previsto para setembro de 2024. Esta submissão ao edital PIBEX xx/2024 visa aprovar uma bolsa para a discente que acompanha o projeto nos últimos semestres, participando de forma ativa das atividades. O projeto Encontro de Fazeres acontece uma vez por semana com duração de uma hora e meia na Clínica Escola do prédio da Fisioterapia da UFVJM, na sala de atividades em grupo, podendo ser explorado os espaços ao ar livre, como a área de convivência do prédio. O Encontro de Fazeres é realizado semanalmente alternando entre semana de Atividade Manual seguida de semana de Prática Corporal. As atividades manuais são uma a uma ensinadas/aprendidas, experimentadas e praticadas em grupo com um dos integrantes sendo o guia e a equipe, a condutora das atividades. Podem ser realizadas atividades manuais de conhecimento dos integrantes como, pintura, tricô, crochê, dobraduras, culinária, horta, jardinagem, argila, entre outras de interesse do grupo que se formar. Ao longo dos primeiros encontros serão levantadas as habilidades manuais/artesanais de interesse dos integrantes para ser trabalhada ao longo de um a dois meses, ou até que a atividade seja concluída. As práticas corporais são realizadas a partir de abordagens somáticas, principalmente a partir dos princípios da técnica de Klauss Vianna (TKV). Sua prática tem como essência estimular o despertar da escuta corporal, o reconhecimento do corpo-mente e ambiente como uma unidade viva que se retroalimentam dando novos sentidos ao próprio corpo e disponibilizando-o para adaptações cotidianas, transformações e autonomia. As vivências através da TKV se dão pelo estímulo à exploração e autoinvestigação de tópicos fundamentais que favorecem a consciência corporal, a percepção mais apurada das tensões e limites do corpo e o menor esforço para se mover. Alguns dos tópicos presentes na TKV que serão trabalhados nos encontros práticos são: articulações, peso, apoios, resistência, oposições, eixo global e direcionamento dos ossos (metatarsos, calcâneos, púbis, sacro, escápulas, cotovelos, metacarpos e cervical). A proposta é que no Grupo de Atividades os integrantes reconheçam suas capacidades neste momento de sua vida (atual condição de saúde) e explorem este potencial a partir do ensinar e aprender habilidades manuais com outras pessoas, percebendo e movendo seu corpo de novas formas e percebendo-se parte de um grupo, fortalecendo as redes de socialização. A fim de acompanhar a efetividade do projeto, a frequência e adesão da comunidade à proposta será um importante parâmetro. Cada integrante será avaliado em relação à sua funcionalidade e percepção corporal de maneira individual no início e final do projeto. Apesar de a equipe do projeto já contar com diferentes profissionais da área da saúde (fisioterapeutas, terapeuta ocupacional, farmacêutica, bióloga), de acordo com os temas de interesse que surgirem nas dinâmicas outros profissionais poderão ser convidados a participar dos encontros para explorar temas como alimentação (médico da família, nutricionista), prática de atividades (educador físico), psicólogos, para ir de encontro com a demanda do grupo. Mensalmente a equipe do projeto se reunirá para avaliar o trabalho realizado e traçar o planejamento do mês seguinte para o grupo. O registro do projeto será feito pelo arquivo das avaliações individuais para posterior comparação do indivíduo consigo mesmo ao final dos 12 meses de encontros, por fotos caso haja consentimento de todos os integrantes e registro das falas em forma de relatórios de cada encontro exclusivo do grupo para futuros relatos, auto-avaliações da equipe e apresentações para a comunidade acadêmica.
Pessoas com deficiência (PcD) são aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas (BRASIL, 2013). Na população adulta com doenças adquiridas, o Acidente Vascular Encefálico (AVE) é considerado a terceira maior causa de incapacidade (Silva et al., 2015). As pessoas com AVE e outras lesões encefálicas adquiridas experimentam uma mudança na sua rotina diária por conta das deficiências que resultam na limitação da realização de atividades e restrição na sua participação social (vida em família e comunidade) e ocupacional em graus variados. Estas pessoas têm direito ao tratamento de saúde desde a fase aguda (relacionado com alta complexidade e sobrevivência à lesão), passando pela fase ambulatorial (média complexidade) até chegar à fase comunitária (baixa complexidade), momento este em que a pessoa está apta a voltar a desempenhar seus papéis familiares, sociais e ocupacionais com as devidas adaptações particulares em cada caso (Rimmer e Henley, 2013). A fisioterapia é uma das áreas da saúde responsável pela reabilitação destas pessoas após lesão encefálica e atua em todos os níveis de complexidade buscando o mais alto grau de independência funcional possível. Na prática do processo de reabilitação as deficiências das estruturas e funções corporais bem como as limitações para a realização das atividades são parcial ou completamente restauradas/adaptadas, porém a participação da PcD é dificilmente superada ficando esta restrita ao seu ambiente doméstico, usufruindo o direito de aposentadoria por invalidez e saindo de casa apenas para frequentar os atendimentos de saúde, entre eles a fisioterapia (Martins, 2017). De acordo com Rimmer e Henley (2013), apesar da pessoa estar apta ao seu retorno à participação social ela enfrenta dificuldades, pois esta última etapa da reabilitação neurológica enfrenta barreiras, entre eles, fatores pessoais, ambientais, fatores relacionados às estruturas e funções corporais e àqueles inerentes da lesão. Dentre as barreiras de ordem pessoal, chama atenção a dificuldade no desligamento da pessoa com o ambiente de reabilitação. Esse trabalho de se reconhecer em um novo momento da vida, com novas características, com desafios superados por conta da lesão e uma nova rotina de vida e hábitos diários faz parte do processo de reabilitação. Contudo, é comum que a alta fisioterapêutica seja dada por motivo da estabilidade do quadro clínico do paciente, no caso de pacientes com sequelas crônicas, com pouca ênfase no enfrentamento dessa nova realidade com seus desafios. Para que esta etapa de retorno à comunidade aconteça adequadamente é necessário que ela seja trabalhada por parte dos profissionais da reabilitação, a educação em saúde de maneira ampla, sendo considerado na assistência à saúde os determinantes sociais, ambientais e aqueles relacionados às subjetividades, não valorizando apenas as dimensões biológicas (Malta e Merhy, 2010), respeitando as crenças e as expectativas da pessoa que passa por este processo (OMS, 2014). Silveira e Ribeiro (2005) discutem que esta falha na assistência à saúde está enraizada na forma de se pensar o conceito de saúde vinda de um modelo biologista de fragmentação das partes para se entender o todo. Os autores apontam a necessidade de uma mudança na forma de olhar o cuidado com o ser humano e que esta mudança deve ter início na formação dos profissionais de saúde, criando-se um novo cenário de integração do cuidado e da aprendizagem. Como proposta, os autores relatam a estratégia de grupo como um importante espaço de ensino-aprendizagem para pacientes e profissionais da saúde na medida em que ocorre uma interação de diferentes pessoas, conceitos, valores e culturas no qual cada participante se diferencia e se reconhece no outro em dinâmicas que possibilitam falar, escutar, sentir, indagar, refletir e aprender a pensar. O grupo de atividades é uma ferramenta terapêutica muito utilizada para promoção de saúde e autonomia e têm como benefício a socialização (Kim, 2018), o desenvolvimento de capacidades individuais coletivas, a troca de informações e de saberes vindo da própria experiência da convivência (Silveira e Ribeiro, 2005; Antônio e Toldrá, 2015). Mais do que tratar várias pessoas ao mesmo tempo ou favorecer o acompanhamento de um maior número de pessoas, quando se estabelece um grupo, ele é uma “unidade dinâmica (...) que além de compartilhar uma proposta que só pode ser atingida através da interação e trabalho conjunto, têm idéias e comportamentos em comum, apresentando certo grau de afeto e confiança em si.” (Mosey 1974 apud Maximino, 2001). As atividades manuais são definidas como aquelas que exigem um conhecimento específico que é intuitivo e expresso através do fazer (Pollanen, 2009). De acordo com Horghagen et al. (2007) o uso de atividades manuais/artesanato por um grupo de terapeutas ocupacionais estudado foi escolhido por poder ser empregado como uma forma de renda pelos pacientes uma vez que eles poderiam dar continuidade às atividades no domicílio. As atividades manuais podem ser úteis para adquirir mudanças na fisiologia (frequência cardíaca e respiratória), dor, desenvolvimento sensório-motor, funções visuais, táteis e cinestésicas, coordenação motora fina, cognição, comportamento, desenvolvimento de habilidades técnicas, emocionais e de comunicação (Pollanen, 2009). A educação somática tem sido relatada como uma abordagem capaz de modificar a sensação de dor, melhorar a mobilidade e a qualidade de vida em pessoas adultas com deficiências (Berland et al., 2022) e promover o relaxamento muscular (Brummer et al., 2018). Utilizando a abordagem de Consciência do Movimento do método Feldenkrais, o terapeuta conduz verbalmente um grupo de pessoas a se moverem e experimentarem posturas enquanto percebem as sensações corporais. No trabalho com a técnica Klauss Vianna (TKV), a percepção, prontidão e atenção do corpo, do movimento e do espaço são entendidas como condições fundamentais para a expressão e transformação. Segundo Klauss Vianna “a inconsciência é que gera a mediocridade (...), tenho que estar com os sentidos alertas, senão minha dança se torna pura ginástica”. O trabalho exploratório da percepção corporal na TKV se distancia dos excessos, da repetição insensível ou da execução desatenta do movimento. A TKV foi desenvolvida a partir de instruções que viabilizassem o desbloqueio de tensões musculares, das mobilidades articulares e que permitisse o alcance do corpo-mente em um estado de maior disponibilidade para uso dos recursos de cada indivíduo. A técnica não está a serviço de uma determinada estética, mas em função da percepção e expressão corporal. As instruções utilizadas nas práticas da TKV foram baseadas nas seguintes premissas: a) autoconhecimento e autodomínio são necessários para atenção, percepção e expressão corporais b) é preciso buscar estímulos que gerem conflitos e novas musculaturas para acessar o novo c) das oposições nasce o movimento d) a repetição deve ser consciente e sensível e) o que importa não é decorar passos ou formas, mas aprender caminhos para a criação de movimentos. Dessa forma, para o desenvolvimento deste projeto foi escolhida como estratégia, o Grupo de Atividades manuais e corporais. Acredita-se que a estratégia escolhida vai de encontro ao modelo biopsicossocial de saúde que respeita o contexto, as expectativas do indivíduo, a autonomia e independência na vida, apesar das deficiências, voltando a atenção para as suas capacidades. Espera-se que haja uma ressignificação da pessoa com seu corpo no momento em que ela é ensinada a ser a condutora do seu processo de re-conhecimento, aceitação e aprendizado consigo mesma sendo capaz de olhar para novas potencialidades nesta atual condição de saúde a partir de novas experiências do fazer e do sentir. Este projeto se insere na área temática da Saúde, mais especificamente, na Atenção integral à saúde de adultos e na linha ‘Pessoas com deficiências, incapacidades e necessidades especiais’ (Regulamento das ações de extensão universitária – Resol. nº. 24/2008 – Consepe) uma vez que busca desenvolver projeto voltado para a implementação da atenção à saúde visando a inclusão de pessoas com incapacidades físicas/sensoriais advindas de doenças neurológicas crônicas com metodologias de intervenção coletiva, tendo como objeto da ação essas pessoas e suas famílias; bem como a formação, capacitação e qualificação da equipe (fisioterapeutas, terapeuta ocupacional, enfermeiros, farmacêuticos, discentes dos cursos de graduação da UFVJM) que atuam com esse segmento. Ainda, este projeto atende às diretrizes pactuadas pelo Forproex. Este projeto foi apresentado inicialmente em 2018 e foi cadastrado na PROEXC sob numero 051.2.190_2018 e esteve em funcionamento no prédio do Departamento de Fisioterapia campus JK até março de 2020 com registro no SiGProj 340335.1908.322052.01102019 (sem bolsista). O mesmo foi aprovado no Edital PIBEX 20221012022187369 e, por último, recomendado como fluxo contínuo sob registro nº 202203000595. Durante seu funcionamento neste último período, o projeto contou com a participação de 13 pessoas com deficiência da comunidade de Diamantina e região (Carbonita e Couto de Magalhães), 2 pessoas sem deficiência e discentes de diferentes períodos do curso de Fisioterapia (desde o primeiro até o último período).Como resultados da ação extensionista, a análise de conteúdo dos relatórios dos encontros revelou sentimentos de pertencimento ao grupo; cuidado, incentivo e resolução de problemas durante a realização das atividades corporais e manuais propostas; e satisfação em ensinar atividades aprendidas ao longo da vida, resgatando memórias afetivas. Em relação aos discentes participantes, a ação extensionista proporcionou uma compreensão de que nem sempre há a recuperação total dos pacientes, mas que ainda assim é possível haver qualidade de vida mesmo que com limitações, que é importante saber acolher a dificuldade de cada um sem trata-lo como incapaz, permitindo e incentivando que os pacientes realizem as ações mesmo com suas limitações e sem que haja um olhar de preconceito ou de capacitismo. Na formação pessoal elas relatam ter aprendido a compreender a importância da socialização tanto pra os estudantes, quanto pras pessoas que já haviam recebido alta da fisioterapia, mas que de certa forma se sentiam à margem devido às suas deficiências e ao preconceito das pessoas. Foi relatado também o aprendizado quanto a escuta e que muitas vezes nós como alunos e profissionais é que aprendemos sobre a vida com os pacientes e com a história deles. Para os estudantes dos últimos períodos, o projeto de extensão Encontro de Fazeres teve uma contribuição significativa tanto na formação acadêmica quanto pessoal. No aspecto acadêmico, ele proporcionou a oportunidade de aplicar na prática os conhecimentos adquiridos no curso de Fisioterapia, especialmente no trabalho com grupos diversos, incluindo pessoas com deficiência (PcD). Essa experiência ampliou a compreensão sobre a funcionalidade e incapacidade no contexto da fisioterapia, além de aprimorar habilidades de comunicação, empatia e adaptação às diferentes necessidades e desafios dos participantes. No âmbito pessoal foi relatado que o projeto permitiu uma troca rica de experiências e saberes, o que contribuiu para um maior senso de inclusão e conexão com a comunidade local. O contato com as práticas manuais, como o bordado, e corporais, mesmo não tendo muito conhecimento prévio, foi extremamente enriquecedor. Um dos discentes que já havia participado em um ano anterior comenta que: "A oportunidade de interagir com um grupo tão acolhedor e de coração tão grande foi transformadora, fomentando um espaço de convivência e acolhimento. Essas vivências fortaleceram meu senso de responsabilidade social e contribuíram significativamente para o meu crescimento pessoal, tornando-me um indivíduo mais atento à diversidade e à inclusão social".
Gerais: Promover o encontro de Pessoas com Deficiência (PcD) motora ou sem deficiência com discentes para vivenciar antigas e novas habilidades a partir de grupo de atividades manuais e corporais. Específicos - Dialogar sobre temas relacionados com a deficiência motora a partir das experiências individuais trazidas para a discussão em grupo; - Promover momentos de troca de experiências e socialização para os integrantes visando à saúde integral; - Re-conhecer as habilidades individuais por meio do ensino-aprendizagem de atividades manuais e corporais com os integrantes do grupo; - Incentivar a troca de habilidades manuais aprendidas ao longo da vida; - Fortalecer as capacidades individuais por meio da observação, escuta, ensino e fazer com o outro; - Promover nos participantes um novo olhar para sua condição de saúde atual a partir da relação com os integrantes do grupo durante a execução das atividades; - Re significar o corpo e sua percepção corporal com as dinâmicas de sensibilização, movimento e descoberta de capacidades; - Entender quais são as dificuldades na rotina diária de cada integrante e encontrar soluções em grupo para resolução de problemas; - Despertar o olhar individual para suas potencialidades atuais. Objetivos relacionados ao estudante de graduação: - Refletir sobre como cada participante vivencia sua condição de saúde atual; - Desenvolver a habilidade de comunicação do estudante de graduação pela convivência com as PcD; - Aprender por meio da ação a condução de um grupo de atividades como ferramenta para a promoção de saúde; - Favorecer a prática de ensino-aprendizagem entre PcD, profissionais de saúde e discentes; - Desenvolver habilidade de solucionar problemas reais exercitando o pensar, refletir a partir da prática.
Impacto direto: - Promover a socialização da PcD; - Modificar a imagem corporal diante da nova condição de saúde; - Reconhecer suas habilidades prévias e atuais relacionadas às atividades manuais - Praticar atividades manuais e corporais em grupo; - Estimular a educação em saúde por meio do auto-cuidado. - Oferecer ao estudante da graduação o oportunidade de conviver com PcD fora do ambiente de reabilitação. - Promover o trabalho em equipe: profissionais, TAs, docente, discentes e as PcD; Impacto Indireto: - Aumentar a interação das PcD com outras pessoas; - Promover a participação das PcD em um ambiente acolhedor que estimule a convivência; - Valorizar os conhecimentos prévios da PcD; - Possibilitar uma maneira de encerrar o processo de reabilitação da PcD; - Melhorar a independência e qualidade de vida das PcD. O acompanhamento da ação extensionista e análise das metas atingidas será realizado através de avaliações e escalas numéricas durante a duração do projeto de extensão. O Projeto 'Encontro de Fazeres' espera alcançar as metas de impacto direto em pelo menos 75% dos participantes.
O projeto será desenvolvido na sala de atividades de grupo no prédio da Fisioterapia da UFVJM, campus II. Equipe e participantes: A equipe será formada por dois professores do curso de fisioterapia da área neurofuncional, uma docente do Departamento de Ciências Básicas, uma Terapeuta Ocupacional, uma TA Bióloga do departamento de fisioterapia e 5 discentes voluntários dos cursos de fisioterapia e demais cursos da UFVJM que se interessarem pelo projeto, e caso aprovado no presente edital, um discente bolsista do curso de Fisioterapia. Os participantes serão indivíduos adultos de Diamantina e região, com ou sem deficiência motora, sem déficit cognitivo. Inicialmente, pacientes que receberam ou estão para receber alta da Clínica Escola de Fisioterapia, área neurofuncional, serão convidados a participar. Cartazes de divulgação do projeto serão afixados nas Unidades Básicas de Saúde de Diamantina e região e no Centro de Especialidades em Reabilitação – CER IV de Diamantina. Haverá divulgação nas redes sociais do projeto @encontrodefazeres principalmente para divulgação entre o corpo discente da UFVJM. Período de realização: A duração do projeto será de 12 meses, do mês de 01/2025 ao mês de 01/2026, podendo haver continuidade caso a avaliação seja positiva e haja acadêmicos interessados. Neste caso haverá o cadastramento desta solicitação de continuidade junto ao SIEXC. Desenvolvimento do projeto: Serão realizadas duas reuniões prévias com a equipe (duas semanas consecutivas) com o objetivo de esclarecer os objetivos do projeto à equipe envolvida, planejar as ações iniciais e do período, e definir/treinar os instrumentos de avaliação que serão empregados para acompanhamento da ação extensionista. Serão também construídas em equipe as dinâmicas dos encontros estabelecendo a principal atividade manual que será trabalhada no período e mensalmente a equipe se reunirá para avaliar as ações do mês anterior e traçar as dinâmicas para os encontros do próximo mês. Antes do início das atividades da ação extensionista haverá um momento de encontro individual para coleta dos dados pessoais, dados referentes ao processo de reabilitação prévio (caso tenha havido), assinatura do termo de imagem, preferências sobre trabalhos manuais, experiência prévia e também avaliação de cada participante com escalas funcionais para entender sobre sua Funcionalidade e Percepção Corporal. Atividade Extensionista: Os encontros ocorrerão uma vez por semana, quatro vezes por mês, no período da tarde, por 2h. As atividades manuais e corporais serão alternadas a cada semana, ficando cada tarde reservada para atividade manual ou atividade corporal. Os encontros terão as seguintes etapas respeitadas: 1. Acolhimento: recepção da comunidade na sala de grupo com chá preparado com plantas da horta coletiva e espaço para conversa informal. Educação em saúde a partir de temas e dúvidas trazidas pela comunidade. Parceria com a farmácia escola, projeto coordenado pela profa. Renata (carta parceria 2) tem trabalhado um tema muito comum que é o gerenciamento dos medicamentos e a polifarmácia. Está previsto uma participação mensal da farmácia escola. Roda para coreografia de uma música específica (música do abraço) onde todos se olham, fazem gestos relacionados com a letra da música e se abraçam no final. 2. Início das atividades: manual ou corporal. 2a. Atividades manuais: essas atividades são simples e devem envolver o fazer com as mãos (costura, pintura, culinária, horta, jardinagem) e serão coordenadas por um dos integrantes (comunidade ou discente) que tenham habilidade com a tarefa. Em todos os encontros as atividades serão organizadas e mediadas pela equipe. 2b. Atividades corporais: momento de atenção voltada para o sentir do corpo, dos pés tocando o chão, do peso do corpo. Para isso são utilizados recursos externos como música ambiente, bolinhas, pedaços de madeira, pedras, tecidos para estimular o alcance, o toque e a percepção de diferentes partes do corpo, seguido de movimentos livres e conduzidos pela profa. Melissa (carta parceria 1), colaboradora e coordenadora do projeto Há braços poéticos. Ao final as pessoas são incentivadas a se mover livremente formando uma dança da maneira que é possível para cada um. Avaliação da atividade extensionista A ação extensionista será mensalmente avaliada pela equipe a partir das reuniões para o direcionamento das ações do próximo mês. A permanência e aderência dos participantes à proposta, bem como o convite pelos próprios participantes a outras PcD ou sem deficiência será a forma de avaliarmos que a proposta foi bem aceita pelo público alvo. As atividades realizadas em cada encontro semanal serão documentadas por meio de relatórios onde os discentes realizam o registro enquanto as atividades acontecem. Nos relatórios serão registradas as falas dos participantes em relação ao fazer em grupo, às suas descobertas, aos desafios experimentados, lembranças e fotos para posterior divulgação (se houver consentimento do uso da imagem). A ação será avaliada a partir de duas escalas objetivas - WHODAS 2.0 e Multidimensional Assessment of Interoceptive Awareness (MAIA). A escala WHODAS 2.0 é um instrumento para avaliar a funcionalidade de seis domínios de vida, sendo eles: Cognição, mobilidade, autocuidado, relações interpessoais, atividades de vida diária e participação (CASTRO, LEITE, 2015). É um instrumento traduzido e validado para a população brasileira, sendo que este projeto utilizará a versão de 12 itens administrada por um entrevistador, que faz um resumo das perguntas mais importantes sobre cada domínio. A escala MAIA é um instrumento capaz de medir várias dimensões da consciência interoceptiva e sua relação com a saúde mental, que podem ser aumentadas pela prática do treino de mindfulness ou de outras práticas baseadas na atenção às sensações interoceptivas e que reflectem aspectos da consciência interoceptiva (Salvador et al., 2019). Esta escala avalia 4 aspectos diferentes: 1) a capacidade de perceber onde no corpo se originam sensações de desconforto ou prazer que influenciam o humor, e assim poder atuar sobre as primeiras de forma a melhorar o último; 2) a capacidade de não ficar transtornado com sensações corporais dolorosas ou desconfortáveis e assim poder geri-las; 3) a capacidade de manter a atenção focada nas sensações interoceptivas no meio de grande estimulação externa ou perturbação emocional, 4) a capacidade de tomar consciência de alterações corporais subjacentes a alterações emocionais e desta forma estar mais atento às emoções e melhor poder regulá-las. Ao final de um ano de ação extensionista, haverá um último encontro para encerramento e retomada das questões iniciais levantadas pelos participantes nos primeiros encontros e para uma conversa sobre os indicadores de funcionalidade e percepção corporal individualmente, será dialogado sobre a visão dos participantes em relação ao projeto, críticas e sugestões. Em seguida haverá uma reunião somente da equipe do projeto para reavaliar as ações colocadas em prática, discutir pontos positivos, negativos e a melhorar para o planejamento de uma próxima ação. Será realizado um registro sistemático de todos os dados individuais e do grupo que será arquivado com o coordenador. Considerações Éticas Todos os participantes serão esclarecidos sobre como será a extensão, quais os objetivos, importância e benefícios. Serão informados que as informações geradas serão de responsabilidade da equipe envolvida que se compromete a guardar sigilo da identidade de todos os participantes, e que os resultados da extensão podem ser expostos em encontros e publicações acadêmicas. O ambiente escolhido para a realização da pesquisa terá boa iluminação, ventilação e serão respeitadas as normas de biossegurança. Os indivíduos serão alertados sobre todos os possíveis riscos e as maneiras de minimizá-los. Poderá existir constrangimento para responder às perguntas das avaliações/escalas. Será minimizado pelos seguintes procedimentos: esclarecimento em relação ao sigilo das informações coletadas na avaliação e profissionalismo por parte dos pesquisadores no momento da coleta das informações. Ainda, a aplicação das escalas e das avaliações ocorrerá em uma sala reservada e na presença apenas dos pesquisadores envolvidos com o projeto. Os participantes serão comunicados que a qualquer momento poderão desistir da atividade de extensão sem que isso cause prejuízos na sua relação com a UFVJM e principalmente com a sua unidade de atendimento de saúde.
Antônio, PP, Toldrá, RC. A estratégia grupal na reabilitação de pessoas com acidente vascular cerebral: Reflexões sobre a prática da Terapia Ocupacional. Cad Ter Ocup UFSCar, v. 23, n. 1, p. 43-52, 2015. Berland, R.; Marques-Sule, E.; Marín-Mateo, J.L.; Moreno-Segura, N.; López-Ridaura, A.; Sentandreu-Mañó, T. Effects of the Feldenkrais Method as a Physiotherapy Tool: A Systematic Review and Meta-Analysis of Randomized Controlled Trials. Int. J. Environ. Res. Public Health 2022, 19, 13734. https://doi.org/10.3390/ijerph192113734 BRASIL, Ministério da Saúde. Estatuto da Pessoa com Deficiência, 2013. Horghagen, S. et al. The use of craft activities as an occupational therapy treatment modality in Norway during 1952–1960. Occup Ther Int 14(1): 42–56, 2007. Brummer M, Walach H and Schmidt S (2018) Feldenkrais ‘Functional Integration’ Increases Body Contact Surface in the Supine Position: A Randomized-Controlled Experimental Study. Front. Psychol. 9:2023. doi: 10.3389/fpsyg.2018.02023 Kim,H. The effectiveness on sociality and social relationship by therapeutic recreation based on partner and group activity in the institutionalized elderly. J Exerc Rehabil, 14(3):356-360, 2018. Malta, DC, Merhy, EE. The path of the line of care from the perspective of nontransmissible chronic diseases. Interface - Comunic., Saude, Educ., v.14, n.34, p.593-605, jul./set. 2010. Martins, WB et al. Pessoas com deficiências motoras e o conhecimento dos seus direitos fundamentais. Rev. Bras. Ed. Esp., Marília, v.24, n.3, p.441-454, Jul.-Set., 2018. Maximino, VS. Grupos de Atividades com pacientes psicóticos. Univap Editora, 175p., 2001. Morris JH et al. Physical activity participation in community-dwelling stroke survivors: synergy and dissonance between motivation and capability. A qualitative study. Physiotherapy, v.103, p.311-321, 2017. Nott M. et al. Stroke self-management and the role of self efficacy. Disability and Rehabilitation, v.43, ed.10, p.1464-5165, 2019. OMS. Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde. Lisboa, 238 p, 2014. Pollanen, S. Craft as context in therapeutic change. Indian J Physiother Occup Ther, XLI, No. 2, 2009. Rimmer, JH, Henley, KY. Building the Crossroad Between Inpatient/Outpatient Rehabilitation and Lifelong Community-Based Fitness for People With Neurologic Disability. J Neurol Phys Ther, 37: 72–77, 2013. Salvador et al. Validação Portuguesa do Multidimensional Assessment of Interoceptive Awareness (MAIA). Psychology, Community & Health, 2019, Vol. 8(1), 111–125, https://doi.org/10.5964/pch.v8i1.298 Silva, SM et al. Evaluation of post-stroke functionality based on the International Classification of Functioning, Disability, and Health: a proposal for use of assessment tools. J. Phys Ther Sci, 27: 1665–1670, 2015. Silveira, LMC, Ribeiro, VMB. Compliance with treatment groups: a teaching and learning arena for healthcare professionals and patients, Interface - Comunic, Saúde, Educ, v.9, n.16, p.91-104, set.2004/fev.2005. Miller, JA. escuta do corpo. Sistematização da técnica Klauss Viana. Summus editorial, 2007. Neves, N. Vianna, K. Estudos para uma dramaturgia corporal. Cortez editora, 2008.
A participação dos estudantes no projeto possibilitará a interação com pessoas com deficiência que já tenham passado pelo processo de reabilitação, favorecendo a prática da inclusão. Conceitos teóricos vistos nas aulas teóricas ou por meio da relação terapeuta paciente (no caso dos discentes do curso de Fisioterapia e outras áreas da saúde) serão vivenciados e experimentados em situações reais, fora do ambiente de uma clínica. Além disso, uma vez que o projeto se propõe a trabalhar atividades manuais em grupo, muitos discentes serão ensinados pelas PcD e haverá troca de conhecimento, saberes e fazeres entre todos que ensinam e aprendem. Nas práticas corporais os discentes poderão vivenciar o mover livre, a descoberta de novas sensações e relato de novas experiencias por parte da comunidade de PcD motora. Os discentes voluntários participarão de todas as atividades propostas a fim de vivencia-las em conjunto com a comunidade e também irão experimentar uma forma diferente de entender o movimento a partir dos conceitos da educação somática. As habilidades de comunicação, escuta ativa, gerenciamento de problemas, inclusão das diferenças serão trabalhadas a cada encontro. Haverá discussões frequentes sobre os desafios da inclusão enfrentadas ao propor as atividades e ao gerencia-las para que as atividades manuais aconteça. Serão selecionados de 5 a 6 discentes voluntários para participar, e todos participam de todas as práticas. A cada encontro um estudante será responsável pela redação do relatório das falas e atitudes, e outro estudante será responsável pelo registro fotográfico das atividades. Ao final de cada encontro é realizada uma breve discussão da coordenadora com os discentes sobre pontos fortes e fracos das práticas e desenvolvimento das mesmas.
As PcD encontram inúmeras barreiras para sua participação na comunidade. A experiência prévia com esta ação de extensão nos permitiu acompanhar as interações sociais no ambiente dos encontros semanais, o apoio, acolhimento e surgimento de novas amizades, gerando redes de apoio e aprendizado. Alguns participantes aprenderam habilidades manuais que passaram a gerar renda e assim colaborar com o sustento de sua família (apesar de não ser o foco da ação) e aumentando a sua participação social e diminuindo o estigma relacionado às PcD. Interação dialógica da comunidade acadêmica com a sociedade: Nesta proposta a comunidade acadêmica será capaz de vivenciar a interação com a comunidade com objetivo de ensino-aprendizagem de novas habilidades e foco nos trabalhos manuais e percepção corporal realizados em grupo. Como já foi visto em versões anteriores deste mesmo projeto, na prática a interação dialógica acontece no desenvolvimento de habilidades como a comunicação, reconhecimento de capacidades por trás de uma pessoa dita com deficiência, troca de experiências, superação de desafios, criação de vínculos de amizade e trocas, práticas corporais inclusivas em grupo e educação em saúde. Interdisciplinaridade e Interprofissionalidade: A interdisciplinaridade é exercitada constantemente durante este projeto de extensão uma vez que ele vem sendo composto por estudantes de diversos cursos de graduação que contribuem com seus saberes para o objetivo principal de explorar novas habilidades e capacidades na nova condição de saúde dos participantes. Além disso, o projeto possibilita o contato do estudante de graduação com outros profissionais e estudantes da área da saúde, por meio das parcerias e atuação direta de farmacêuticas (parceria com Farmácia Escola), bióloga (parceria com Há braços poéticos), membros do projeto, seja com profissionais convidados para a roda de conversa, como psicólogas, terapeuta ocupacional, enfermeiras, entre outros. Indissociabilidade Ensino – Pesquisa – Extensão: Há indissociabilidade do ensino extensão e pesquisa, os alunos estão envolvidos com o aprendizado já costumeiro, mas estão construindo um aprendizado mais sólido através da experiência prática, de vida, de troca de saberes que a extensão proporciona; além disso, há preocupação de verificar o quão benéfica foi a extensão para a sociedade, indicadores numéricos fazem parte deste projeto. Ademais, ajuda na compreensão ampliada da saúde, definida não apenas como a ausência da doença, mas como um conjunto de aspectos psíquicos, sociais, culturais e ambientais que precisam ser levados em conta. Amplia o olhar dos profissionais para estas questões e faz com que os participantes percebam a sua saúde de uma forma mais integral. Impacto na Formação do Estudante: A contribuição na formação do estudante será através da experiência prática de estar envolvido em uma realidade que encontrará em algum momento do seu curso ou na sua vida profissional. A oportunidade de vivenciar um trabalho multidisciplinar com a comunidade. Oferecerá, além do contato com PcD da comunidade, o contato com outros profissionais da saúde (professores e profissionais liberais) e com técnicos administrativos da saúde, acostumados com as dificuldades enfrentadas por estes pacientes aqui de Diamantina e região. Ajudará a desenvolver a comunicação oral e abordagem interpessoal; no desenvolvimento de habilidades, como a escuta atenta, a comunicação e interlocução próprias para condução de uma roda de conversa e oficinas; no conhecimento teórico e burocrático necessário para condução de qualquer atividade acadêmica; na vivência da relação fisioterapeuta-paciente, capacitando-o para avaliações e intervenções, para elaboração de raciocínio clínico; para crescimento profissional e pessoal. Impacto e Transformação Social: O presente Projeto envolve indivíduos de Diamantina e região (Vale do Jequitinhonha/MG), que possui baixo Índice de Desenvolvimento Humano nacional e é uma das regiões do estado com maior vulnerabilidade (SIMÕES; ANTIGO, 2022). A cidade de Diamantina oferece poucos centros de atendimento gratuito, e como é um centro de referência em saúde do Vale do Jequitinhonha há muita demanda e o tempo de espera, para iniciar ou retornar para estes centros é longo. Programas de reabilitação que possuem o olhar para saúde integral dos pacientes são escassos. Este projeto oferecerá este serviço, sendo um dos objetivos ações transformadoras em todos os envolvidos, os pacientes receberão todo o suporte para saírem do projeto como uma visão ampla sobre o cuidado com a saúde. Por fim, destaca-se que os dados obtidos serão divulgados, contribuindo para uma iniciação científica dos alunos envolvidos e com conhecimento para sociedade.
Público-alvo
Adultos da comunidade de Diamantina e região que possuem ou não deficiência motora decorrente de disfunção neurológica crônica, que já tenham passado pelo processo de reabilitação, sem déficit cognitivo e que tenham interesse em realizar práticas manuais e corporais em grupo. A partir da formação de um grupo inicial de PcD que receberam alta da reabilitação da clinica escola da UFVJM, novas pessoas estão sendo convidadas independente de ter alguma deficiência a fim de promover a interação e o foco do grupo ser as atividades manuais e a interação entre pessoas com e sem deficiência: comunidade, discentes e profissionais.
Municípios Atendidos
Diamantina
Carbonita
Datas
Gouveia
Guinda
Parcerias
O projeto HÁ BRAÇOS POÉTICOS irá realizar junto ao projeto ENCONTRO DE FAZERES oficinas voltadas para o despertar e a auto-exploração do corpo e do movimento a partir do estímulo e refinamento da percepção sensório-motora de pessoas que apresentam sequelas neuromusculares. Essas oficinas de percepção corporal serão ministradas pela profa. Melissa Guimarães, coordenadora do projeto Há braços poéticos, a cada 15 dias, intercalando esta prática corporal com a prática manual realizada pela equipe do Encontro de Fazeres.
O projeto FARMÁCIA ESCOLA, coordenado pela profa. Renata Aline de Andrade, juntamente com o projeto ENCONTRO DE FAZERES pretende oferecer à comunidade que participa do projeto de extensão Encontro de Fazeres serviços farmacêuticos de educação em saúde, gestão da condição de saúde, conciliação de medicamentos, acompanhamento farmacoterapêutico, promovendo proteção à saúde e uso racional de medicamentos. A participação do projeto Farmácia Escola se dará por ações mensais a partir de demandas anteriores trazidas pela comunidade, como a polifarmácia, gerenciamento de medicamentos, horário de uso e armazenamento. Serão realizadas dinâmicas e rodas de conversas para atingir os objetivos propostos, além de consultas individuais agendadas com cada um dos participantes.
Cronograma de Atividades
Divulgação do projeto nas redes sociais e via email institucional convidando discentes da UFVJM para se inscreverem. A seleção será realizada via preenchimento de um google form com perguntas sobre interesse e contribuição, experiencia previa e interesse em experimentar atividades manuais e corporais. Serão selecionados 6 discentes voluntários e 1 discente bolsista para atuação no ano de 2025.
Após a seleção dos discentes será realizada um reunião com toda a equipe para esclarecer sobre os objetivos do projeto, fundamentação e proposta prática. Nesta reunião será definido o cronograma de atividades, as atividades propostas para cada data, definição da atividade manual do período e direcionamento das práticas corporais. Nesta reunião já ficam definidas as funções de cada discente por encontro: participante, responsável por relatórios, registro das imagens ou condutor da prática.
Atividades manuais: essas atividades são simples e devem envolver o fazer com as mãos (costura, pintura, culinária, horta, jardinagem) e serão coordenadas por um dos integrantes (comunidade ou discente) que tenham habilidade com a tarefa. Em todos os encontros as atividades serão organizadas e mediadas pela equipe. As práticas manuais acontecerão a cada 15 dias, intercalando com a prática corporal. Nesses encontros todos sentam ao redor de uma mesa grande de madeira que faz parte da sala de atividade de grupo do prédio da fisioterapia e ali são tecidos os bordados ou costuras com linhas que ficam ao centro, ao mesmo tempo que ocorre um troca informal de memórias sobre aprendizado, lembranças de familiares, da infância, sensações da prática corporal e reflexões que são registradas nos relatórios.
Atividades corporais: momento de atenção voltada para o sentir do corpo, dos pés tocando o chão, do peso do corpo. Para isso são utilizados recursos externos como música ambiente, bolinhas, pedaços de madeira, pedras, tecidos para estimular o alcance, o toque e a percepção de diferentes partes do corpo, seguido de movimentos livres e conduzidos pela profa. Melissa, colaboradora e coordenadora do projeto Hábraços poéticos. Ao final as pessoas são incentivadas a se mover livremente formando uma dança da maneira que é possível para cada um. Essas atividades são realizadas a cada 15 dias intercalando com as práticas manuais.
No primeiro encontro anual são realizadas reuniões individuais com cada participantes para registro de dados pessoais e avaliação da funcionalidade e percepção corporal. Esta avaliação é repetida ao final do primeiro semestre e ao final do ano (dez/2025). Neste momento também é apresentado o termo de uso de imagem para que a pessoa participe dos registros realizados ao longo das práticas.