Visitante
Educação em saúde para mulheres que frequentam a Casa da Gestante, Bebê e Puérpera de Diamantina/Minas Gerais
Sobre a Proposta
Tipo de Edital: Pibex
Situação: Aprovado
Dados do Coordenador
renara de pinho caldeira mourão
202510120253881123
faculdade de medicina de diamantina - famed
Caracterização da Ação
ciências da saúde
saúde
educação
saúde humana
regional
diamantes do vale: saúde para as mulheres do jequitinhonha
Não
Membros
maria isabel martins de castro
Voluntário(a)
jefferson wallisten pereira de medeiros
Voluntário(a)
marina silveira lima
Voluntário(a)
ludimila maria barroso de amorim
Voluntário(a)
yasmin bueno carvalho
Voluntário(a)
thaís reis de lima
Bolsista
juliana augusta dias
Vice-coordenador(a)
angellica pereira de almeida
Vice-coordenador(a)
O seguinte projeto visa intervenções junto às mulheres que se encontram na Casa da gestante, bebê e puérpera (CGBP) do Hospital Nossa Senhora da Saúde (HNSS) de Diamantina. Essas ações serão para a educação em saúde e prevenção de doenças, promovendo acesso a informação de qualidade e com linguagem acessível para todas as gestante e puérperas que se encontram na CGBP. A metodologia utilizada visa rodas de conversa, esclarecimento de dúvidas e participação ativa das mulheres em capacitações teórico-práticas. Visa-se promover autonomia da mulher no seu autocuidado, assimilação de sinais de alerta e melhora da qualidade de vida do binômio materno-fetal. Os encontros serão quinzenais, com a presença de discentes dos cursos da área da saúde da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), afim de promover às mulheres da CGBP a oportunidade de esclarecerem possíveis dúvidas sobre a gravidez e puerpério, além de poderem interagir com outras mulheres que se encontram nos mesmos processos. Os alunos serão capacitados em reuniões online com a professora coordenadora do projeto, possibilitando seu desenvolvimento acadêmico e profissional, aprofundando habilidades de comunicação e promoção de acesso à informação de qualidade para a população-alvo. Os acadêmicos serão avaliados quanto ao andamento e desempenho da proposta, para garantir intervenções de qualidade e a efetiva participação acadêmica nos âmbitos de ensino-pesquisa-extensão. Por fim, objetiva-se a análise e publicação dos resultados obtidos durante a execução do projeto, gerando conhecimento para a população geral acerca de metodologias que podem ser empregadas para o sucesso do acesso aos serviços de saúde e conhecimento da população sobre a saúde da mulher, gestante e puérpera.
Gestante; Puérpera; CGBP; Educação em saúde
A mortalidade materna é um problema de saúde pública que afeta o Brasil de forma alarmante. Segundo o Painel de Monitoramento de Mortalidade Materna, em 2021 houve aproximadamente 107 óbitos a cada 100 mil nascimentos, o que está muito acima da meta de 70 mortes a cada 100 mil nascimentos estipulada na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) por meio dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Tal Agenda é constituída por um conjunto de metas a serem atingidas até o ano de 2030 para melhorar as condições de vida ao redor do mundo, sendo a redução da mortalidade materna um dos objetivos. No Brasil, grande parte de tais óbitos foram por causas evitáveis, o que reflete não só a deficiência da assistência durante a gestação, parto e puerpério, mas também a precariedade de acesso a informações de qualidade das mulheres sobre formas de promoção de saúde e prevenção de complicações durante a gravidez. O Hospital Nossa Senhora da Saúde (HNSS) do município de Diamantina, Minas Gerais, conta com a Casa da Gestante, Bebê e Puérpera (CGBP) para hospedar mulheres que necessitam de monitoramento e assistência prolongados, fornecendo a elas maior conforto. Uma vez que tais mulheres geralmente permanecem na CGBP por longos períodos, viu-se uma oportunidade de levar a elas informações acerca da saúde materno-fetal e, assim, atuar na melhoria tanto da assistência pré e pós-natal, quanto da experiência das mulheres durante a gestação, parto e puerpério. Segundo o Ministério da Saúde (2012), um dos pilares da assistência integral à gestante é a realização de atividades educativas e de promoção de saúde. Nesse sentido, o atual projeto de extensão pretende abordar junto às mulheres hospedadas na CGBP as principais mudanças fisiológicas que ocorrem no corpo da mulher durante a gestação, patologias comuns da gravidez e medidas de prevenção e tratamento, fases do trabalho de parto e como se preparar para ele, puerpério, amamentação, medidas de planejamento familiar após o parto, além de orientá-las sobre a importância de manter o acompanhamento pré-natal adequado, vacinação e outros temas inerentes a este período da vida da mulher, de forma que elas tenham maior conhecimento e preparo físico e emocional para passar por todas essas fases. Com isso, discentes dos cursos da saúde da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), participantes deste projeto, terão a oportunidade de enriquecer sua formação acadêmica e profissional, aprimorando tanto o conhecimento teórico quanto as habilidades práticas. Já a comunidade será beneficiada por meio da divulgação de informações e orientações ao público-alvo, atuando na melhoria da qualidade de vida e desfecho materno-fetal.
O Vale do Jequitinhonha é uma região sabidamente carente, o que pode ser observado através de diversos marcadores sociais. Um deles é referente ao nível de instrução: em 2010, o Alto Jequitinhonha registrou mais de 38.000 pessoas analfabetas dentre aquelas acima de 15 anos, e mais de 70% dos indivíduos com mais de 25 anos não terminou o ensino fundamental. Outro exemplo é a baixa cobertura de água e de esgotamento sanitário em comparação com o restante do estado de Minas Gerais, bem como as carências habitacionais, o que corrobora para a formação de comunidades mais fragilizadas e com baixo desenvolvimento social (MIRANDA JÚNIOR, 2017). No que tange à saúde, também se observa a vulnerabilidade da região. O atendimento ao parto, à gravidez e ao puerpério constituem as principais causas de internações nos territórios do Alto, Médio e Baixo Jequitinhonha (MIRANDA JÚNIOR, 2017), o que mostra a necessidade de projetos que atuem para melhorar o atendimento, o acompanhamento e prevenir desfechos com prognósticos ruins para o binômio materno-fetal. Além da vulnerabilidade própria da região, somam-se pontos que necessitam de maior atenção no campo da saúde pública, em nível nacional. Um deles são as altas taxas de mortalidade materno-infantil encontradas no Brasil. Esse é um grave problema, atingindo desigualmente as regiões brasileiras, com maior prevalência entre mulheres com menor acesso aos bens sociais (SAÚDE et al., 2020). Atrelado a essa questão, apesar de pesquisas mostrarem avanços nos índices de aleitamento materno, no Brasil alcançamos apenas 62,4% de amamentação na primeira hora de vida, 45,8% de aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses, 52,1% aos 12 meses e 35,5% aos 24 meses de vida. Esses números são muito inferiores às metas preconizadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) (LEVY, 2021), e ainda mais baixos em regiões mais pobres, como o Vale do Jequitinhonha (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020). Diante desse quadro, Diamantina, situada no Vale do Jequitinhonha e referência em prestação de serviços no campo da saúde para uma grande região do estado, é um local estratégico para desenvolvimento de projetos de intervenção com o intuito de melhorar as condições de saúde regionais. A cidade conta com algumas casas de saúde, como a Irmandade Nossa Senhora da Saúde (composta pelo Hospital Nossa Senhora da Saúde e Centro Especializado em Reabilitação). O Hospital Nossa Senhora da Saúde (HNSS) é referência para 31 municípios e abrange uma população total de cerca de 400.000 habitantes. Presta serviços nas áreas de ginecologia e obstetrícia, pediatria, ortopedia e traumatologia, com atendimentos em plantões de 24 horas/dia, além de contar com uma UTI neonatal e pediátrica e realizar diversas cirurgias. Possui 77 (setenta e sete) leitos destinados à assistência pelo SUS, incluindo 8 (oito) leitos de UTI neonatal e 2 (dois) pediátricos, além de 10 (dez) leitos na CGBP – Casa da Gestante, Bebê e Puérpera; e realiza, em média, 3.500 (três mil e quinhentos) procedimentos mensais entre eletivos e urgências (JURÍDICA, 2013). Além de toda essa infraestrutura, o HNSS é detentor do título “Hospital Amigo da Criança” e “Cuidado Amigo da Mulher” desde 2019, o que garante atenção à qualidade e à humanização do atendimento durante todas as etapas da gestação, parto, nascimento e período neonatal (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019). A Casa da Gestante, Bebê e Puérpera (CGBP) é um lugar de acolhimento, que visa reduzir a morbimortalidade materna. A casa funciona 24 horas por dia, e conta com uma equipe composta por técnicos de enfermagem, enfermeiro especializado, visita de obstetras e residentes em ginecologia e obstetrícia e atuação de internos e estagiários dos cursos de saúde da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM). O espaço é voltado principalmente para as mulheres que necessitam de atenção em serviços de saúde de maiores complexidades, mas ao mesmo tempo não exigem a vigilância constante dentro do ambiente hospitalar. Devido à natureza do problema de saúde apresentado, distância de suas moradias, questões financeiras, tempo necessário de acompanhamento, entre outros, essas pacientes são transferidas para a CGBP (DIAS, 2017). Ao observar-se a lacuna existente no acesso à informação em saúde, bem como o baixo nível de instrução das pacientes sobre os cuidados durante gestação, parto, puerpério e lactação, associados ao fato de que o HNSS possui maternidade de referência de alto risco para uma das regiões mais carentes do país - o Vale do Jequitinhonha -, e indicadores de saúde materno-fetal abaixo das metas preconizadas pela OMS (LEVY, 2021), nota-se a necessidade de elaborar projetos com ênfase na disseminação do conhecimento sobre temas diversificados que abrangem o cotidiano desse grupo alvo, como saúde da mulher e cuidados materno-fetais. Muitas vezes, a rotina hospitalar dificulta que os profissionais tenham disponibilidade para realizar educação em saúde de forma efetiva e longitudinal com as pacientes; por outro lado, os municípios que referenciam suas pacientes ao HNSS frequentemente são carentes de profissionais da atenção básica qualificados para atender e acompanhar de forma adequada essas mulheres, que comparecem ao HNSS sem ter conhecimento suficiente acerca de informações básicas, porém fundamentais para o ciclo da gestação até o puerpério. De acordo com um estudo realizado em 2019, para identificação do perfil clínico epidemiológico das gestantes de alto risco atendidas no Centro Estadual de Atenção Especializada (CEAE) Jequitinhonha, de 405 gestantes abordadas, 13,1% eram analfabetas; 1,2% tinham ensino fundamental incompleto; 14,6% apresentavam ensino fundamental completo; 6,7% possuíam ensino médio incompleto e 16,5% tinham ensino médio completo (BARROSO et. al., 2019). Esses dados são alarmantes, visto que 52,1% das mulheres atendidas no ano de 2019, apresentavam baixa escolaridade, o que escancara a dificuldade no acesso de informações que essa população recebe, incluindo o despreparo para o entendimento do processo gravídico e puerperal tão importante. Este projeto tem como foco, portanto, promover a educação em saúde para as mulheres no ciclo gravídico-puerperal, contribuindo para o suprimento da carência informacional entre as gestantes e puérperas que frequentam a CGBP do HNSS, de forma a melhorar a qualidade de vida do binômio mãe-filho e facilitar o processo de adaptação durante um momento marcado por diversas alterações biopsicossociais, impactando positivamente no desfecho materno-fetal. Além disso, mostrar a importância do processo de amamentação e anteceder as possíveis dificuldades, que são pontos-chave para tornar o aleitamento menos desafiador e encorajar sua prática, que gera diversos benefícios a curto, médio e longo prazo para o bebê e para a mãe. Os acadêmicos participantes serão beneficiados com o aumento dos conhecimentos através da correlação teórico-prática, aprendendo e interagindo com outros profissionais e usuários do sistema de saúde, e desenvolvendo suas habilidades. Além disso, serão capacitados em reuniões com a coordenadora do projeto para discussão e conhecimento teórico-prático acerca dos assuntos mais relevantes sobre saúde da mulher, gestante e puérpera. Esse preparo acadêmico é imprescindível para o enriquecimento profissional dos discentes, além de sensibilizá-los para maior atuação em regiões carentes e promover acesso à saúde, educação em saúde, informações científicas, e condições dignas de qualidade de vida para a população geral.
Objetivo Geral • Promover ações de educação em saúde às mulheres hospedadas na CGBP do HNSS da cidade de Diamantina/Minas Gerais, com enfoque em saúde da mulher e no binômio mãe-filho, a fim de gerar conhecimento acerca da gestação e do puerpério, promovendo interação entre as mulheres e capacitando-as a compreender melhor todas as questões envolvidas no processo gravídico e puerperal. Objetivos Específicos • Promover educação em saúde às mulheres usuárias da CGBP, fortalecendo seus conhecimentos sobre o ciclo gravídico e puerperal, além de prepará-las para todo o processo pré e pós-natal; • Orientar sobre alterações fisiológicas da gravidez e sua sintomatologia, visando acalmar e promover entendimento das mulheres sobre as mudanças que podem enfrentar; • Orientar sobre a importância da amamentação e esclarecer possíveis dúvidas sobre as dificuldades que podem ser encontradas nesse processo; • Informar sobre as doenças mais recorrentes na gestação e suas possíveis complicações, para incentivar a busca ativa das mulheres por atendimento quando necessário; • Incentivar a promoção à saúde e prevenção de doenças mais comuns na gestação, por meio da capacitação das mulheres em encontros na CGBP • Incentivar o planejamento familiar, dialogando com as mulheres sobre a importância de um desenvolvimento gravídico planejado e como se preparar para um pré-natal efetivo; • Promover interação entre as mulheres hospedadas na CGBP, para que elas se sintam mais fortalecidas e preparadas para o processo gravídico e puerperal; • Participar de eventos científicos para apresentar o projeto e os resultados obtidos com as intervenções, além de realizar publicações científicas para a comunidade acadêmica, público-alvo e população geral.
Impacto direto: Impactar positivamente a vida das mulheres usuárias da CGBP no que diz respeito à saúde feminina, a questões materno-obstétricas e direitos femininos; Conscientizar o público-alvo sobre a importância do planejamento familiar; Ajudar a lidar com frustrações e mudanças (físicas e psicológicas) do período gestacional através da informação; Empoderar as mulheres no ciclo gravídico puerperal sobre seus direitos e possibilidades; Promover educação em saúde das mulheres hospedadas na CGBP, a fim de incentivar a busca ativa por atendimento em saúde diante a situações de risco do binômio materno-fetal; Capacitar os discentes da área da saúde participantes do projeto para as intervenções, gerando educação permanente e acompanhamento longitudinal do aprendizado; Impacto indireto: Integrar a comunidade acadêmica interna da UFVJM com a equipe multidisciplinar atuante nos campos de prática; Promover conhecimento teórico-prático sobre as temáticas abordadas aos discentes participantes do projeto; Melhorar as habilidades de diálogo dos discentes extensionistas com o público alvo; Possibilitar a interação entre as mulheres que compartilham do ciclo de gestação e puerpério. Indicadores numéricos: 12 (doze) capacitações da equipe com promoção de aulas ou palestras ministradas por discentes ou docentes participantes do projeto; 18 (dezoito) abordagens semanais do público alvo na CGBP, estimada em 10 pacientes, feitas por duplas dos discentes extensionistas; 1 encontro ao final de cada 2 meses de atuação do projeto entre discentes e docentes integrantes;
Promover a educação em saúde às gestantes e puérperas em atendimento na Casa da Gestante, Bebê e Puérpera (CGBP) do Hospital Nossa Senhora da Saúde de Diamantina/Minas Gerais. Será realizada por acadêmicos dos cursos da área da saúde de Diamantina da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), no período de janeiro a dezembro de 2025. Inicialmente, os discentes realizarão revisão de bibliografia e encontros de adequação metodológica de forma semanal, para estruturação dos temas a serem abordados e planejamento das ações. Receberão capacitação sobre os diferentes assuntos que serão abordados durante as intervenções, através de encontros mensais, com aulas ministradas pelos próprios discentes do projeto e por profissionais da saúde que atuam na área da saúde da mulher, como docentes da UFVJM. Concomitantemente, serão realizadas reuniões de orientação com a professora coordenadora ao fim de cada ciclo de capacitações, para delimitação e organização de atividades, bem como orientações acerca da execução do projeto, de forma a promover acompanhamento contínuo e longitudinal dos alunos. A professora coordenadora realizará feedbacks acerca da pontualidade, assiduidade, grau de interesse e dedicação ao projeto. As aulas e as reuniões acontecerão de forma remota, através da plataforma Google Meet. Após reuniões de planejamento e de capacitação, serão iniciadas as abordagens na CGBP, que ocorrerão por meio de encontros quinzenais na instituição, sendo cada um deles promovido por uma dupla de alunos pertencentes ao projeto. Cada intervenção na CGBP terá duração programada de 2h, sendo que os dias e os horários dos encontros serão definidos conforme disponibilidade da equipe da CGBP, podendo ocorrer de segunda a domingo, no período da manhã (8h às 12h) ou da tarde (13h às 18h). Todas as mulheres hospedadas na CGBP poderão participar dos encontros, sendo como ouvintes ou como relatoras dos seus próprios processos de gestação e puerpério, a fim de promover interação entre as mulheres participantes e mais segurança ao ouvirem experiências parecidas. Os assuntos a serem abordados serão definidos de acordo com o perfil das mulheres hospedadas na CGBP no momento da intervenção, de modo a abranger diversos temas, e que acompanhem o período que vivem no momento, que seja início, meio ou final da gestação, e puerpério e amamentação. Os temas previstos a serem abordados serão: Cuidados na saúde da mulher; Gestação e suas alterações fisiológicas; Importância da realização do pré-natal e cuidados durante essa fase; Doenças comuns na gestação, sinais de alarme e seus respectivos tratamentos/medidas de controle; Informações sobre como funciona o trabalho de parto, sinais e sintomas importantes desse momento; Preparação para a amamentação e sua prática; Vivência do puerpério; Planejamento familiar para o pós-parto. Os temas serão abordados pelos discentes do projeto com linguagem acessível à população, de forma a promover conhecimento e estimular o autocuidado e a busca por acompanhamento e seguimento de orientações proporcionadas nas abordagens teórico-práticas. Ao final da exposição sobre os temas, serão realizadas atividades com metodologias ativas, como perguntas abertas para respostas, mitos e verdades, e questões de múltipla escolha sobre os temas abordados, para solidificação do conhecimento por parte das participantes e avaliação da aprendizagem. Essa forma de aprendizagem, possibilitará maior interação entre o público-alvo e discentes da área da saúde, fortalecendo o vínculo de confiança entre os acadêmicos e as mulheres hospedadas na CGBP. Além disso, as gestantes e puérperas, após as intervenções, serão detentoras de conhecimento de educação em saúde e se tornam capazes de informar outras mulheres de seus ciclos sociais. Tendo-se em mente o tripé universitário e a fim de ampliar o conhecimento a respeito do público alvo e de permitir a escrita científica, será realizada a coleta de um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), a partir do qual serão coletados dados epidemiológicos, mediante a aplicação de um questionário, ao final dos encontros, obtendo informações como nome, idade, procedência, condições socioeconômicas e grau de alfabetização das mulheres que participarem das ações, de modo a gerar dados que permitam avaliar a efetividade do projeto e planejar melhorias.
BARROSO, H. H., et. al. Perfil clínico e epidemiológico das gestantes atendidas no Centro Estadual de Atenção Especializada Jequitinhonha – Minas Gerais. Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.3, p. 22391 - 22401, 2019. Disponível em: <https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/25809/20510>. Acesso em: 14 de outubro de 2024. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco. Brasília, DF, 2012. DALL’ARA, João. Taxa de mortalidade materna no Brasil cresce principalmente por falta de recursos. Jornal da USP, São Paulo, 11 de abr. de 2022. Disponível em: <https://jornal.usp.br/atualidades/taxa-de-mortalidade-materna-no-brasil-cresce-principalmente-por-falta-de-recursos/>. Acesso em 13 de outubro de 2024. DIAS, Dra. Juliana. Ginecologia e Obstetrícia. Diamantina, 2017. Disponível em: <http://www.hnss.org.br/ginecologia-e-obstetricia/>. Acesso em: 10 de outubro de 2024. FEDERAÇÃO BRASILEIRA DAS ASSOCIAÇÕES DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA. Morte materna acontece porque não se dá a devida atenção às mulheres na nossa sociedade, alerta Febrasgo. FEBRASGO, 2022. Disponível em: < https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/1455-morte-materna-acontece-porque-nao-se-da-a-devida-atencao-as-mulheres-na-nossa-sociedade-alerta-febrasgo>. Acesso em 15 de outubro de 2024. GANDRA, Alana et al. Brasil teve, em 2021, 107 mortes de mães a cada 100 mil nascimentos: Especialista diz que mortes maternas podem ser evitadas. Rio de Janeiro: Fernando Fraga, 28 maio 2022. Disponível em: <https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2022-05/brasil-teve-em-2021-media-de-107-mortes-cada-100-mil-nascimentos>. Acesso em: 16 de outubro de 2024. IRMANDADE NOSSA SENHORA DA SAÚDE. In: JURÍDICA, Pessoa. [S. l.], 2013. Disponível em: <https://prosas.com.br/empreendedores/56-irmandade-de-nossa-senhora-da-saude#!#tab_vermais_descricao>. Acesso em: 14 de outubro de 2024. LEVY, Bel. Pesquisa revela dados inéditos sobre amamentação no Brasil. In: Pesquisa revela dados inéditos sobre amamentação no Brasil. Rio de Janeiro, 10 nov. 2021. Disponível em: <https://portal.fiocruz.br/noticia/pesquisa-revela-dados-ineditos-sobre-amamentacao-no-brasil>. Acesso em: 14 de outubro de 2024. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Mortalidade materna no Brasil: boletim epidemiológico. Boletim epidemiológico. 20. ed. Brasil: Ministério da Saúde, 17 jun. 2020. Disponível em: <portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br>. 15 de outubro de 2024. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria nº 3.444, de 16 de dezembro de 2019. Brasília: Ministério da Saúde, 16 dez 2019. MIRANDA MAGALHÃES JÚNIOR, Helvécio. Plano de Desenvolvimento para o Vale do Jequitinhonha. Plano de Desenvolvimento para o Vale do Jequitinhonha, Belo Horizonte, v. 6, ed. 1, p. 41-51, 2017. Disponível em: <http://www.bibliotecadigital.mg.gov.br/consulta/verDocumento.php?iCodigo=76776&cod>. Acesso em: 16 de outubro de 2024. NAÇÕES UNIDAS. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Disponível em: <https://brasil.un.org/pt-br/sdgs>. Acesso em 12 de outubro de 2024. SECRETARIA DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Painel de Monitoramento da Mortalidade Materna. Departamento de Análise em Saúde e Vigilância das Doenças Não Transmissíveis. Disponível em: < http://svs.aids.gov.br/dantps/centrais-de-conteudos/paineis-de-monitoramento/mortalidade/materna/>. Acesso em 13 de outubro de 2024.
O discente poderá conhecer de perto a realidade da assistência prestada à paciente, podendo ainda, de maneira educacional, atuar com outros profissionais da CGBP, estabelecendo um vínculo de aprendizado com estes, de forma multiprofissional. Além disso, terá contato direto com a população, conhecendo suas principais demandas e tendo a oportunidade de atuar com vista ao impacto positivo à saúde desse grupo de forma prática. Esta interatividade e atuação do aluno é de fundamental importância para que ele entenda seu papel como agente transformador dentro da comunidade através da educação, além de poder intervir de forma prática para melhoria das condições de saúde das gestantes, bebês e puérperas, a partir de conhecimentos teóricos e práticos obtidos no decorrer de sua formação acadêmica até aqui. Os participantes do projeto realizarão revisão de bibliografia semanal, para estruturação dos temas a serem abordados e planejamento das ações. Receberão capacitação sobre os diferentes assuntos que serão abordados durante as intervenções, quinzenalmente. Dessa forma, serão estimulados a buscar conhecimento e estabelecer correlação teórico-prática dos temas abordados. Os acadêmicos serão avaliados quanto à assiduidade, pontualidade, grau de interesse e participação durante as atividades pelo coordenador. Além disso, os encontros formativos longitudinais serão mais uma oportunidade para o desenvolvimento do conhecimento dos alunos sobre a temática abordada. Durante o projeto, haverá feedbacks pela professora coordenadora a fim de pontuar atitudes que devem ser mantidas e melhorias a serem realizadas.
O projeto possui relevância social e acadêmica. Social por contribuir para a melhoria da sociedade com o repasse de informações acerca da saúde da mulher durante o período da gestação e puerpério. Permitindo, assim, sua autonomia em relação à saúde e identificação de fatores de risco preveníveis. Acadêmica, pois contribuirá para escrita científica e para o reconhecimento de falhas e acertos na área da saúde, direcionando ajustes em áreas que ainda se encontram deficientes.
Público-alvo
Tem-se como público-alvo gestantes e puérperas hospedadas na Casa da Gestante, Bebê e Puérpera (CGBP) do Hospital Nossa Senhora da Saúde (HNSS) em Diamantina/Minas Gerais. Número estimado: 10. A participação das gestantes e puérperas será livre e voluntária, a partir do aproveitamento do projeto dos horários em que há serviços oferecidos a elas na CGBP. Será ofertado acesso ao conhecimento femino-materno para todas as mulheres atendidas no serviço da CGBP.
Tem-se como público-alvo docentes, discentes e técnicos-administrativos da UFVJM. Número estimado: 20. Atingidos por meio das capacitações previstas em cronograma para a abordagem das pacientes atendidas na CGBP, bem como pelo próprio diálogo e interação com o público alvo direto, em que se espera uma troca entre comunidade acadêmica e externa inerente à extensão universitária. Além disso, visa-se a capacitação dos discentes dos cursos da área da saúde participante do projeto com a professora coordenadora e avaliação quanto ao desempenho e qualidade das ações propostas e executadas.
Municípios Atendidos
Diamantina
Gouveia
Serro
Capelinha
Congonhas Do Norte
São Gonçalo Do Rio Preto
Parcerias
O projeto contará com a parceria do Hospital Nossa Senhora da Saúde (HNSS), no município de Diamantina. Esse trabalho será um instrumento da atuação acadêmica junto às mulheres usuárias da CGBP do HNSS, em que os discentes realizarão intervenções onde poderão aplicar os conhecimentos teóricos adquiridos, especificamente relacionados à saúde da mulher, fortalecendo a integração ensino-pesquisa-extensão através da correlação teórico-prática. A autorização para realização do projeto será feita mediante carta de anuência assinada pela diretoria da instituição.
Cronograma de Atividades
Os discentes realizarão revisão de literatura semanal sobre a temática do projeto e sobre os temas a serem abordado com o público-alvo, para um melhor embasamento das informações a serem compartilhadas e para proporcionar uma educação em saúde de qualidade.
Os discentes receberão capacitação sobre os diferentes assuntos que serão abordados durante as intervenções, juntamente com a orientação de delimitação e organização de atividades pela professora coordenadora do projeto. Além disso, ocorrerão feedbacks acerca do andamento da proposta, do engajamento e desenvolvimento dos discentes participantes durante todo o período de vigência do projeto.
As intervenções ocorrerão por meio de encontros quinzenais na CGBP no Hospital Nossa Senhora da Saúde em Diamantina-MG. Cada intervenção na CGBP terá duração programada de 2h, sendo que os dias e os horários dos encontros serão definidos conforme disponibilidade da equipe da CGBP, podendo ocorrer de segunda a domingo, no período da manhã (8h às 12h) ou da tarde (13h às 18h). Serão encontros teórico-práticos com linguagem acessível, para melhor participação e entendimento das mulheres.
Será aplicado um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) para as mulheres que estão hospedadas na CGBP, a fim de obter um perfil epidemiológico das gestantes e puérperas que são atendidas pelo serviço. Os resultados serão importantes para a delimitação socioeconômica do público-alvo, assim como para apresentar os dados obtidos em escritas científicas para promover conhecimento e possibilitar o desenvolvimento de melhores políticas públicas para essas mulheres.
Serão realizadas as escritas de materiais científicos, como relatos e artigos acadêmicos, sobre as intervenções do projeto, e seus resultados, para posterior apresentação à população e em eventos científicos.