Detalhes da proposta

Conexões Afropindorâmicas: a arte como ferramenta de retomada popular na Ocupação Vitória

Sobre a Proposta

Tipo de Edital: Procarte

Situação: Aprovado


Dados do Coordenador

    Nome do Coordenador

    mario mariano ruiz cardoso

    Número de inscrição:

    20252022025229598

    Unidade de lotação:

    universidade federal dos vales do jequitinhonha e mucuri

Caracterização da Ação

    Área do Conhecimento:

    outros

    Área temática principal:

    cultura

    Área temática secundária:

    educação

    Linha de extensão:

    grupos sociais vulneráveis

    Abrangência:

    municipal

    Vinculado a programa de extensão:

    programa de extensão popular na ocupação vitória

    Gera propriedade intelectual:

    Sim

Membros

tarcila mantovan atolini Vice-coordenador(a)

rafael alves de oliveira Voluntário(a)

ana márcia de melo Voluntário(a)

kianny sena pereira ribeiro Bolsista

Resumo

O projeto se trata de ações que favorecem a popularização e a democratização do acesso à cultura na comunidade da Ocupação Vitória em Diamantina - MG, com foco nas expressões artísticas de raízes afro-brasileiras e indígenas, através do "Programa de Extensão Popular na Ocupação Vitória", em Diamantina (MG). A iniciativa busca fortalecer os vínculos entre a universidade e a comunidade, promovendo a valorização das manifestações culturais tradicionais, que caracterizam a identidade brasileira. O projeto enfatiza a música como uma forma de comunicação universal, através de atividades que incluem, rodas de conversa e oficinas músicais mensais, com ênfase nas manifestações artísticas populares. Além disso, o "Conexões Afropindorâmicas" estabelece parcerias com diversos grupos e instituições culturais locais, a fim de enriquecer e viabilizar a implementação das atividades. O público beneficiado têm a oportunidade de interagir com artistas locais, ampliando seus horizontes e adquirindo novas perspectivas sobre a música popular, bem como se apropriando de um aparelho cultural que historicamente o pertence.


Palavras-chave

Cultura afro-brasileira, Inclusão social Quilombolas, Música popular, Resistência cultural, Equidade, Diversidade, Identidade.


Introdução

O presente Projeto se configura como um processo de retomada popular acerca do saber e fazer artístico e cultural, através do “Programa de extensão popular na Ocupação Vitória: fortalecendo vínculos entre a universidade e a luta popular”, como ferramenta para intensificar o processo de popularização da arte e da cultura (especialmente afro-brasileira), estimulando o ensino-aprendizagem através da prática de elementos característicos da cultura popular tradicional.O foco do projeto está no ensino da música, a qual compreendemos enquanto uma forma de comunicação universal, que conduz, na sua produção, à manifestação de identidades, saberes e sociabilidades. A ideia principal é promover a vivência artística e a formação humana da comunidade da Ocupação Vitória localizada no Bairro Cazuza na cidade em Diamantina. A Ocupação Vitória é uma comunidade que se articula ao Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e nesse sentido esse projeto de cultura também se articula as dimensões de extensão uma vez que um dos princípios básicos da Política Nacional de Extensão é que " Universidade deve participar dos movimentos sociais, priorizando ações que visem à superação da desigualdade e da exclusão social existentes no Brasil (FORPREX, 2012). Este projeto incorpora, sobretudo, a noção de reconhecimento das pessoas beneficiadas com um fazer artístico que as pertencem, contudo fora usurpado pela branquitude, em um processo de apagamento cultural histórico. Dessa forma, as interações culturais de saberes tradicionais pretendem estimular o fortalecimento da vivência estudantil para além dos conteúdos acadêmicos, uma vez que o fortalecimento do vínculo entre os estudantes envolvidos com uma ocupação urbana politicamente organizada, enriquece a trajetória de formação política e acadêmica do bolsista, bem como dos voluntários. Percebendo a importância de incentivar o reconhecimento das diferentes manifestações culturais brasileiras, buscamos com ações corroborar para a ampliação da visibilidade de expressões artísticas da cultura popular que caracterizam a verdadeira identidade brasileira. Com o incremento promovido pelas modificações, o objetivo do projeto será alcançado mais integralmente, reproduzindo ambientes de participação popular, com criação e troca de saberes.


Justificativa

A diversidade brasileira de expressões artístico-culturais é vasta, porém essa pluralidade contrasta com a limitação do ensino da prática da música - embora denominada popular - no país. Especialmente no que tange a influência das matrizes africanas na musicalidade brasileira, ainda há um longo caminho para o reconhecimento e acesso público aos sons e ritmos que integram a base da raiz de nossa musicalidade. O que se percebe é uma massificação cultural, decorrente do imperialismo estadunidense, na qual a música tende a desvincular-se progressivamente dos ritmos e da história que a gerou (LOPES, 2005). Portanto, é importante reconhecer que a atuação, em conjunto, de diferentes manifestações da cultura brasileira configuram e singularizam a nossa identidade. Os esforços para preservar e valorizar as memórias, tradições e as formas de manifestação da cultura popular, como prevê o Plano Nacional de Cultura (BRASIL, Lei 12.343), são extremamente necessários na Universidade Federal do Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM. Neste contexto, este projeto pretende continuar seu trabalho na medida em que promove uma rede de relações dentro e fora da comunidade acadêmica, estabelecendo um vínculo de troca de saberes e fortalecimento da luta pela supremacia popular, entre a Universidade e a Ocupação Vitória através de oficinas práticas, apresentações artísticas, eventos culturais, palestras, rodas de conversa, dentre outras possibilidades. As atividades foram idealizadas para serem realizadas junto aos moradores da Ocupação, em conjunto universitários e discentes da UFVJM – Diamantina/MG, na área de convivência da Ocupação. Há que se ressaltar ainda, que o contexto da cidade de Diamantina, que apresentou uma das maiores densidades de escravizados do Brasil (Oliveira 2011), carece de movimentos que incorporem à pauta local a discussão e a celebração da cultura daqueles que essencialmente constituíram e permanecem presentes pela descendência na sociedade local. A tudo isso soma-se o fato de que o ensino de cultura africana constitui hoje uma obrigação legal (Lei 10639/03 e regulamentos), que deve ser incentivada pela universidade. Visto isso, levar ações de vivências e saberes da música popular até a Ocupação, que possui uma comunidade com fortes raízes quilombolas, torna-se uma ferramenta de empoderamento de um povo que, por diversas vezes, são colocados à margem das políticas públicas diamantinenses, tendo muitas vezes suas necessidades básicas negadas pelo poder público.


Objetivos

Este projeto tem como objetivo oportunizar e difundir a arte e a cultura popular brasileira no contexto do “Programa de extensão popular na Ocupação Vitória”, estimulando o fazer artístico e cultural tanto da comunidade acadêmica da UFVJM, quanto da comunidade atendida. Utilizando o espaço de convívio da Ocupação como ambiente educativo e recreativo, o projeto visa aproximar os participantes das tradições culturais afro-diaspóricas e indígenas presentes nas manifestações musicais brasileiras, fortalecendo parcerias estratégicas com grupos culturais e comunitários. Através de oficinas e intervenções culturais, pretende-se promover a troca de saberes entre a universidade e a comunidade, com foco na valorização de expressões artísticas ligadas às tradições afro-brasileiras e indígenas. As ações serão desenvolvidas em colaboração com grupos culturais locais, fortalecendo as conexões entre a universidade e as iniciativas comunitárias que já atuam na preservação do patrimônio cultural. Além disso, o projeto estimulará o engajamento da comunidade acadêmica em práticas culturais colaborativas, promovendo a interação entre diferentes grupos sociais e a inclusão de vozes historicamente marginalizadas. A proposta também visa contribuir para a missão extensionista da UFVJM, criando espaços de diálogo intercultural que possibilitem uma construção coletiva e democrática de conhecimento. A relação com a Escola Popular da Ocupação Vitória será fortalecida, garantindo a democratização do acesso às manifestações culturais e a ampliação das oportunidades de aprendizado. Em síntese, o projeto busca reforçar o papel da universidade como agente de transformação social, ao promover ações que universalizam o acesso às manifestações culturais e expandem as possibilidades de formação acadêmica e cidadã. As parcerias com grupos culturais locais serão essenciais para a realização das atividades e para o caráter extensionista da universidade, que se constrói a partir de interações e colaborações com a comunidade.


Metas

O projeto de extensão tem como metas principais a realização de 10 encontros percussivos ao longo do ano, buscando alcançar a participação de pelo menos 80 pessoas nas atividades. Para isso, pretende-se engajar, no mínimo, três grupos culturais locais, Grupo Percussivo Estrela da Serra, Grupo de Dança Bantus do Baú e Grupo de Percussão Iukerê, Coro Musical N’Dimba Orin, que contribuirão com suas experiências e saberes nas oficinas e discussões. Além das oficinas, o projeto prevê a organização conversas, complementares as oficinas práticas, sobre as influências africanas e indígenas na música brasileira, com um foco em atrair participantes das comunidades acadêmica e local para contribuir na discussão dos temas. A avaliação do impacto das atividades será realizada por meio da coleta de informações durante as atividades, permitindo uma análise sobre a relevância e eficácia das oficinas e discussões. Para garantir a visibilidade do projeto, todas as atividades serão divulgadas em pelo menos três canais de comunicação, como redes sociais, o portal da UFVJM e grupos locais, assegurando um engajamento amplo da comunidade. Adicionalmente, o projeto busca promover a sensibilização cultural, com um objetivo de potencializar a importância das tradições culturais, posteriormente trabalhadas conforme avaliações realizadas no início e ao final do projeto. Por fim, será produzido um total de relatórios mensais de atividades ao longo do projeto, além de um parcial e um final, documentando as oficinas, debates e a participação da comunidade, garantindo a transparência e a divulgação dos resultados obtidos. Essas metas visam fortalecer o caráter extensionista da universidade, promovendo a valorização das manifestações culturais e o intercâmbio de saberes.


Metodologia

A metodologia do projeto será desenvolvida em duas vertentes principais: (1) a prática musical, por meio de oficinas percussivas, e (2) a discussão das influências africanas e indígenas na constituição da cultura musical brasileira, com foco na região do Vale do Alto Jequitinhonha. Ambas as vertentes têm como objetivo criar um espaço de intercâmbio cultural entre a comunidade acadêmica da UFVJM e a comunidade local, promovendo a valorização das tradições culturais presentes nas manifestações musicais brasileiras. As ações serão realizadas mensalmente na Ocupação Vitória, por meio de oficinas percussivas e debates sobre a temática cultural popular, com foco no aprendizado colaborativo e na criação de novas sociabilidades por meio da música. Durante as oficinas, serão abordadas questões históricas e culturais ligadas à resistência afro-indígena, com ênfase nos ritmos regionais e seus significados. A utilização de instrumentos percussivos será facilitada por parcerias já estabelecidas, como o uso de instrumentos particulares, acervo do Grupo Percussivo Estrela da Serra e o suporte logístico de transporte da UFVJM para atividades externas. As atividades ocorrerão em horários flexíveis, garantindo que as oficinas sejam acessíveis ao maior número de participantes possível. A divulgação será realizada pelas redes sociais, com a solicitação de que também sejam divulgadas no portal da UFVJM, ampliando o alcance das informações. Em paralelo às oficinas, as discussões sobre as influências africanas e indígenas na música brasileira ocorrerão, abordando as letras dos cantos que trazem tradições, dialetos, histórias e questões culturais. Essas discussões serão organizadas de acordo com as demandas e oportunidades de novas parcerias que surgirem. Grupos culturais locais, como a Marujada do Quartel do Indaiá e grupos culturais de São João da Chapada, serão convidados a participar dessas discussões, enriquecendo o debate e ampliando a diversidade de expressões culturais presentes no projeto. A participação do público-alvo será fundamental em todas as etapas. As comunidades acadêmica e local serão convidadas a participar das oficinas e debates, contribuindo com suas próprias experiências e ampliando o diálogo entre diferentes saberes. A avaliação do projeto será conduzida por meio de questionários aplicados, no início do projeto, em agosto e no momento de sua conclusão, permitindo o acompanhamento da percepção dos participantes sobre os temas tratados. Indicadores quantitativos, como o número de participantes e a adesão às atividades, também serão monitorados para garantir o sucesso do projeto. As questões éticas serão observadas em todas as fases, com respeito à privacidade dos participantes e às tradições culturais envolvidas. O uso de imagens e gravações durante as atividades será autorizado formalmente, garantindo que todas as práticas sejam conduzidas de maneira responsável e inclusiva. A viabilidade do projeto é garantida pela colaboração com o Programa de Extensão Popular na Ocupação Vitória, que oferece infraestrutura e suporte. A possibilidade do uso de transporte da UFVJM pode mobilizar participantes e oficineiros de diferentes localidades. Além disso, as parcerias com grupos culturais regionais fortalecem a sustentabilidade do projeto, ao mesmo tempo em que promovem intercâmbios culturais entre diferentes saberes. O projeto também tem grande potencial para contribuir com as ações promovidas pela Diretoria de Cultura da UFVJM, fortalecendo o caráter extensionista da universidade e ampliando o diálogo entre a academia e a comunidade local. Ao promover a valorização de saberes culturais, o projeto contribuirá para a formação de cidadãos mais conscientes de seu papel na preservação e promoção da diversidade cultural.


Referências Bibliográficas

Oliveira, Líveia Gabriele de. A presença da igreja nas ações abolicionistas do norte mineiro [manuscrito] : o caso do bispado de Diamantina - 1864-1888 / Livia Gabriele de oliveira - 2011. BRASIL. Lei nº 12.343, de 2 de dezembro de 2010. Institui o Plano Nacional de Cultura - PNC, cria o Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais - SNIIC e dá outras providências. FORPROEX. O Plano Nacional de Extensão Universitária. 2012. Disponível em http://www.ufvjm.edu.br/proexc/proext/doc_download/620-.html. Acesso em 20 de julho de 2022 GUERRA-PEIXE, César. Maracatus de Recife. São Paulo: Ricordi, 1956, 171p. Lopes, Neli. A presença africana na música popular brasileira. Revista Espaço Acadêmico, V. 50, Julho 2005. LOPES, Nei. A presença africana na música popular brasileira. Revista Espaço Acadêmico - N 50 - Julho, 2005. TUAN, Yi-Fu. Espaço e lugar: a perspectiva da experiência. São Paulo: Difel, 1983. BOZON, Michel. Práticas musicais e classes sociais: estrutura de um campo local. Em Pauta, v.11, n. 16/17, p.142-174, 2000. MINISTÉRIO DA CULTURA, Plano Nacional de Cultura. Disponível em <http://www2.cultura.gov.br/site/wp-content/uploads/2008/10/pnc_2_compacto.pdf>. Acesso em: 29/11/2013.


Inserção do estudante

A participação do estudante no projeto de Extensão é essencial para seu processo de formação acadêmica, pois proporciona conhecimentos teóricos e práticos relacionados à cultura, arte e educação. Estudantes de áreas como Letras ou Humanidades têm uma compreensão mais profunda das diversidades culturais e das dinâmicas sociais, o que os capacita a atuar com sensibilidade e eficácia. A experiência prática oferecida pelo projeto permite que os estudantes apliquem o que aprenderam em sala de aula, desenvolvendo habilidades essenciais como trabalho em equipe, resolução de problemas e liderança. Essa vivência não só enriquece seu currículo, mas também prepara os estudantes para futuros desafios nas áreas cultural e educacional. Além disso, o projeto oferece oportunidades de aprendizado contínuo. A interação com artistas locais e a participação em atividades culturais permitem que os estudantes ampliem seus horizontes e adquiram novas perspectivas sobre a cultura popular brasileira e as influências africanas e indígenas nas manifestações artísticas. A troca de experiências com profissionais da área enriquece seu conhecimento e habilidades, preparando-os para serem agentes culturais ativos em suas comunidades. A capacitação do estudante nas metodologias do projeto será fundamental para garantir a efetividade das atividades. O processo de formação será estruturado em etapas que envolvem teoria e prática, permitindo uma compreensão abrangente das metodologias utilizadas. Inicialmente, o estudante participará de oficinas introdutórias que abordarão técnicas de ensino e aprendizagem em contextos culturais, destacando a importância da cultura afro-diaspórica e indígena. Além disso, o estudante acompanhará diretamente as oficinas percussivas, observando e participando das dinâmicas de ensino conduzidas por mestres e mestras da cultura popular. Essa vivência prática será essencial para a assimilação das metodologias. O bolsista desempenhará um papel fundamental na execução e organização das atividades do projeto. Ele será responsável pela produção executiva, coordenando as atividades diárias e garantindo que todos os aspectos operacionais sejam cumpridos de forma eficiente. Entre as principais atividades, destaca-se o contato com oficineiros, organização da logística necessária para sua participação, atualização do planejamento das oficinas e elaboração de materiais de divulgação, como flyers, para maximizar a participação do público-alvo. O bolsista também cuidará da preparação e organização dos alimentos fornecidos aos participantes, garantindo um ambiente acolhedor. O acompanhamento da comunidade local em eventos que apresentem os resultados das oficinas é outra atividade essencial. Essa interação permitirá uma compreensão mais profunda das necessidades culturais da comunidade, fortalecendo os laços entre a universidade e o entorno. O bolsista também elaborará um cronograma detalhado das atividades do projeto, assegurando que todos os envolvidos estejam informados sobre horários e locais. Além disso, trabalhará para firmar parcerias externas com grupos culturais, ampliando as oportunidades de interação e aprendizado. O acompanhamento e a avaliação do projeto serão sistemáticos, visando monitorar o progresso das atividades e garantir a qualidade dos resultados. Serão estabelecidos indicadores quantitativos e qualitativos para medir a efetividade das oficinas e o impacto na comunidade. As atividades serão documentadas em relatórios periódicos que incluirão informações sobre a frequência dos participantes, o nível de engajamento nas oficinas e a qualidade das interações entre oficineiros e comunidade. Questionários de satisfação serão aplicados ao final de cada oficina, permitindo que os participantes expressem suas opiniões sobre as atividades. O bolsista coletará e analisará esses dados, organizando-os para uma avaliação mais ampla ao final do projeto. Reuniões de reflexão serão realizadas com os oficineiros e participantes, promovendo discussões sobre os resultados das oficinas e a relevância das práticas culturais abordadas. Com as informações coletadas, o planejamento das atividades poderá ser ajustado em tempo real, garantindo que o projeto permaneça alinhado com as expectativas da comunidade. Ao final do projeto, será elaborada uma avaliação final que sintetizará os principais resultados alcançados, as lições aprendidas e recomendações para futuras edições, assegurando que as experiências acumuladas contribuam para o aprimoramento contínuo das práticas culturais e da atuação extensionista da universidade.


Observações

A proposta é de grande relevância ao promover a valorização e preservação da cultura afro-brasileira, especialmente em um contexto local como o de Diamantina, que possui uma profunda história ligada à escravidão e à formação de comunidades quilombolas. O projeto busca não apenas manter vivas as tradições culturais, mas também fortalecer a identidade de uma comunidade historicamente marginalizada. Isso é particularmente significativo em uma cidade que ainda carece de movimentos que integrem a cultura afrodescendente na pauta cultural local. Ao envolver diretamente a Ocupação Vitória, o projeto contribui para a inclusão social e dá visibilidade a um grupo que frequentemente enfrenta exclusão das políticas públicas. Através de oficinas e rodas de conversa, o projeto oferece uma plataforma para que os participantes se reconheçam como parte essencial do tecido cultural do Brasil, promovendo a autoestima e o empoderamento. Além disso, ao fortalecer o vínculo entre a universidade e a comunidade, a proposta tem um papel transformador, ampliando o alcance da educação acadêmica para além das salas de aula e fomentando a construção de um conhecimento compartilhado e horizontal. Este processo de troca enriquece a formação dos estudantes universitários e promove o reconhecimento dos saberes populares, alinhando-se com as diretrizes da Lei 10.639/03, que exige o ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas.


Público-alvo

Descrição

Em termos de envolvimento direto, estima-se que cerca de 100 pessoas participarão das atividades propostas ao longo do ano. Isso inclui moradores da Ocupação, estudantes da UFVJM, professores e outros membros da comunidade acadêmica. Cada oficina ou roda de conversa poderá acolher entre 20 e 30 participantes, variando conforme o tipo de atividade. Indiretamente, o projeto poderá alcançar aproximadamente 300 pessoas, incluindo familiares dos participantes, a rede de contatos da comunidade, além daquelas que terão acesso às produções culturais resultantes das oficinas, como apresentações artísticas e eventos públicos. A divulgação dos eventos e resultados do projeto nas mídias sociais e em outras plataformas também ampliará o alcance da iniciativa. Este projeto tem um papel essencial na promoção da equidade, diversidade e inclusão, pois foca em valorizar e promover a cultura afro-brasileira, uma tradição muitas vezes marginalizada. Ao trazer para o centro do debate e das práticas culturais a importância das raízes afrodescendentes, especialmente em uma comunidade com forte presença quilombola, o projeto contribui para o reconhecimento e o fortalecimento de identidades que historicamente têm sido excluídas dos espaços de poder e decisão. Além disso, ao envolver diretamente pessoas de uma ocupação urbana, o projeto promove a inclusão social e o empoderamento de grupos que frequentemente são ignorados nas políticas públicas locais. Outro fator de inclusão é o envolvimento de diferentes faixas etárias e contextos sociais, criando um espaço para o aprendizado e a troca de saberes entre universitários e a comunidade local. As atividades, como oficinas de música e rodas de conversa, oferecem uma plataforma para fortalecer a identidade cultural e a consciência política, promovendo uma educação que vai além dos conteúdos acadêmicos formais e que valoriza as experiências e os saberes populares. O projeto, portanto, não se limita à promoção cultural; ele também atua como uma ferramenta de transformação social e política, proporcionando maior visibilidade e reconhecimento para comunidades que enfrentam marginalização. Ao fortalecer os laços entre a universidade e a Ocupação Vitória, ele estabelece um modelo de extensão universitária inclusiva e comprometida com a realidade social da região.

Municípios Atendidos

Município

Diamantina

Parcerias

Participação da Instituição Parceira

O projeto se beneficia da parceria com o Pegada de Rua, grupo de samba de roda e samba de terreiro, que proporciona uma conexão direta com as raízes afro-brasileiras, enriquecendo as interações e trocas culturais propostas. A partir dessa parceria é possível desenvolver, vivências, rodas de conversas e oficinas práticas acerca dos conhecimentos da percussão e dos fundamentos que compõem a essência do Samba.

Participação da Instituição Parceira

O grupo Estrela da Serra, uma das mais tradicionais expressões do maracatu em Diamantina, traz ao projeto a potência cultural de suas manifestações populares. O grupo se compromete a articular encontro de batuques, seguindo a tradição afro-indígena brasileira, através de oficinas de percussão, oficinas de construção de tambores, e formação de rodas musicais com a participação ativa da comunidade local.

Participação da Instituição Parceira

A Casa do Elefante, espaço cultural de grande relevância na cidade, contribui como ponto de alguns possíveis encontros a serem articulados com os residentes da Ocupação Vitória, uma vez que acreditamos que tão importante quanto fomentar a cultura no local, é levar seus moradores a centros culturais, onde já há movimentação cultural estabelecida. Além disso, Bruno Mendes, fundador da Casa do Elefante, se propõe a contribuir indicando possíveis artistas que possam enriquecer as oficinas mensais, na área de convivência da Ocupação.

Participação da Instituição Parceira

O grupo de percussão Iukerê fortalece a conexão com sua parceria, que permite a realização de diversos encontros de ensino-aprendizagem acerca da prática musical, da raízes populares.

Cronograma de Atividades

Periodicidade Anualmente
Descrição da Atividade

Período de abertura do edital para seleção do bolsista.

Periodicidade Mensalmente
Descrição da Atividade

Objetivo: Introduzir os participantes à importância da música afro-brasileira na construção da identidade cultural do país. Produção: Organização do espaço, divulgação e convite aos palestrantes e participantes. A atividade ocorrerá durante uma tarde de domingo, na Ocupação Vitória.

Periodicidade Mensalmente
Descrição da Atividade

Objetivo: Apresentar e ensinar diferentes ritmos musicais tradicionais brasileiros, destacando suas raízes afrodescendentes. Produção: Preparação dos materiais, logística do evento e convite a facilitadores. Observação: As oficinas acontecerão uma vez por mês, na Ocupação Vitória

Periodicidade Mensalmente
Descrição da Atividade

Objetivo: Refletir sobre o papel dos quilombos na preservação das tradições culturais afro-brasileiras, especialmente na música. Produção: Convite a especialistas e quilombolas, divulgação e preparação do ambiente. Observação: O Encontro do mês de Julho será um evento de encerramento do primeiro semestre de projeto

Periodicidade Mensalmente
Descrição da Atividade

Objetivo: Ensinar técnicas básicas de percussão, com ênfase em instrumentos tradicionais afro-brasileiros. Produção: Empréstimos de instrumentos com Rafael Alves de Oliveira, preparação do local e coordenação com a comunidade. Observação: Os encontros acontecerão uma vez por mês, na Ocupação Vitória.

Periodicidade Mensalmente
Descrição da Atividade

Objetivo: Reunir todos os participantes para apresentações das práticas musicais e culturais desenvolvidas ao longo do ano, promovendo a integração da comunidade. Produção: Planejamento de apresentações, organização do local, som e cronograma.

Periodicidade Mensalmente
Descrição da Atividade

Observações: Uma vez por mês acontecerá uma reunião, com a equipe fixa do projeto, a fim de planejar as atividades a serem realizadas no mês. Ainda nessa reunão acontecerá uma avalição quantitativa e qualitativa sobre os resultados obtidos pelo projeto, até o momento.