Visitante
Meliponário e hotel de abelhas solitárias: conhecendo a biodiversidade, comportamento e importância das abelhas nativas
Sobre a Proposta
Tipo de Edital: Pibex
Situação: Aprovado
Dados do Coordenador
anete pedro lourenço
20211012021116129
departamento de ciências biológicas
Caracterização da Ação
ciências biológicas
meio ambiente
educação
questões ambientais
regional
não é vinculado a nenhum programa.
Não
Membros
larissa carvalho mendes
Bolsista
gessyca tatielle santana
Voluntário(a)
conceição aparecida dos santos
Voluntário(a)
samuel cunha oliveira giordani
Voluntário(a)
gabriela ribeiro mourão
Voluntário(a)
As abelhas exercem um serviço indispensável no ecossistema com a polinização de uma enorme diversidade de plantas tanto nativas quanto cultivadas. Este serviço ecossistêmico prestado por elas é enorme, e garante a biodiversidade da flora assim como a prod
Abelhas sociais, abelhas solitárias, biodiversidade, polinização, conservação, produção de alimentos
As abelhas são um grupo muito diversificado, portanto traz consigo uma heterogeneidade na cor, tamanho, forma, hábitos de nidificação e comportamento (Michener, 2007, Nogueira-Neto, 1997). Elas são responsáveis direta ou indiretamente por diversos benefícios para os seres vivos, além de seus diversos produtos (mel, geleia real, própolis, pólen) consumidos pelo ser humano, elas são as principais responsáveis pela polinização de uma diversidade muito grande de plantas, tanto nativas quanto cultivadas, sendo assim responsável para a produção de alimentos utilizados não só pelos seres humanos como também por outros animais (Almeida, 2002). Muitas vezes temas como biodiversidade, comportamento e importância das abelhas não são totalmente compreendidos pela sociedade, e para isso é preciso dar mais ênfase nesses conceitos para que os cidadãos cresçam sabendo a importância e a necessidade da conservação da fauna e da flora, e como a falta da conservação pode afetar diretamente suas vidas. É necessário desenvolver nas escolas uma educação ambiental adequada, no sentido de sensibilizar os educandos para a real importância da biodiversidade e desenvolver uma consciência ecológica voltada para a criação de uma sociedade moderna, com valores e atitudes ambientalmente adequadas. O estudo da biodiversidade, no entanto, não pode estar dissociado de todos os demais problemas ambientais e sociais. É necessário desenvolver mecanismos de integração das ações e dos objetivos mais gerais e abrangentes da educação e, em especial, da educação ambienta (Diniz e Tomazello, 2005). Ao longo dos anos percebe-se um declínio das espécies de abelhas por diversos motivos, mas os principais são pela ação do homem, como desmatamento, queimadas, uso de pesticidas, e transporte de abelhas inadequadamente transmitindo doenças (Goulson et al., 2015). O desaparecimento desses polinizadores é preocupante, pois pode afetar muitos ecossistemas e diminuir a diversidade de plantas que precisam ser polinizadas pelas abelhas. Por necessitarem de uma conservação ex-situ são necessárias algumas medidas de conservação destas espécies. Dentre tais está a associação de colônias aos interesses econômicos, como a utilização de colônias para a produção de mel ou ainda para o aumento na qualidade e quantidade dos produtos agrícolas através da polinização (Santos, 2010) O Laboratório de Estudos Integrados de Abelhas (LEIA) do Departamento de Ciências Biológicas da UFVJM tem gerado diversos trabalhos com abelhas desde 2009, com especial foco em diversidade de abelhas, sua alimentação, seu desenvolvimento, e ameaças que sofrem (como patógenos e pesticidas). Durante a execução dos projetos foram criadas coleções biológicas (Palinoteca e Coleção Entomológica) que servem de repositório da biodiversidade e acesso a seu estudo. Além da divulgação em meios científicos, é de extrema importância que todo este conhecimento gerado seja divulgado também à população. Neste contexto, elaboramos um projeto de extensão, para realizar a divulgação científica das abelhas nativas sociais e solitárias por meio de redes sociais, reuniões remotas via Google Meet, e conteúdos informativos que serão disponibilizados no Classrooom para, assim, ampliar a atuação do grupo para além do campus universitário. Desta maneira, será feita a articulação do conhecimento científico com as necessidades da comunidade onde a UFVJM se insere, e também toda a sociedade em que as mídias sociais possam alcançar, interagindo e agregando conhecimento para sociedade.
A- Abelhas: origem e classificação As abelhas, vespas e formigas fazem parte do grupo dos Hymenoptera. A ideia mais aceita é que as abelhas tenham surgido após a origem das angiospermas, há, no máximo, cerca de 125 milhões de anos, no final da primeira metade do Cretáceo (Silveira et al.,2002). Estima-se que no mundo existam mais de 20 mil espécies de abelhas (Michener, 2007). No Brasil estima-se que reúna, pelo menos, 3000 espécies de abelhas (Silveira et al., 2002). Dentre estas espécies, a maioria é de comportamento solitário, onde a fêmea constrói seu próprio ninho e fornece alimento para sua prole; ela não tem ajuda de outras abelhas e geralmente morre ou sai antes do amadurecimento de sua prole. As de comportamento social, constitui colônias, onde, frequentemente, as fêmeas podem ser divididas em uma rainha e muitas operárias. A rainha é a fêmea fértil que faz a maior parte ou toda a postura dos ovos e geralmente é acasalada, e as operárias tem a função de forrageamento, cuidados com a ninhada, guarda etc. e geralmente não são acasaladas (Michener, 2007). No Brasil, as abelhas mais popularmente conhecidos são as Apismellifera, que não é natural do país. As primeiras abelhas melíferas a chegarem ao Brasil foram importadas de Portugal e instaladas no Rio de Janeiro em 1839. Considera-se que, no Brasil, as raças européias não tenham se adaptado bem às condições ambientais e que, somente com a introdução da subespécie africana, A. melliferascutellata, na década de 50, é que esta espécie teria começado a se estabelecer definitivamente na natureza (Nogueira-Neto, 1997). O processo de africanização das abelhas melíferas nas Américas foi um dos fenômenos biogeográficos mais espetaculares testemunhados pelo homem e nos dá uma ideia de quão rápida pode ser a colonização de uma região por uma espécie de abelhas recém-chegadas (Silveira et al.,2002). B- Importância ecológica e econômica das abelhas As abelhas exercem um serviço indispensável no ecossistema, estima-se que dentre as espécies vegetais cultivadas no mundo, aproximadamente 73% sejam polinizadas por alguma espécie de abelha, seguidos de 19% por moscas, 6,5% por morcegos, 5% em vespas, 5% em besouros, 4% em pássaros e 4% por borboletas e traças (FAO, 2004). Sobre a polinização por abelhas, percebe-se que os 100 principais cultivos que constitui a maior parte do suprimento alimentício mundial, somente 15% são polinizados por abelhas domesticadas (Apismellifera), já por outro lado, as abelhas nativas totalizam 80% (FAO, 2004). A polinização é uma etapa essencial no processo reprodutivo das plantas, que por sua vez, antecede qualquer processo ecossistêmico, sendo responsável direto por incontáveis serviços fornecidos pelo ecossistema (FAO, 2004). Além de superar U$ 200 bilhões por ano no mundo em serviços ecossistêmicos de polinização, o que representa cerca de 10% do PIB agrícola (Barbosa, 2017). Além do imenso benefício para o ecossistema, as abelhas manejadas hoje são uma grande fonte de produtos consumidos pelo ser humano, como o mel, própolis, cera, geleia real, pólen, entre outros. C- Ameaças Apesar de essenciais nos ecossistemas naturais e agrícolas, as abelhas estão ameaçadas por uma combinação de variados fatores, que estão resultando em um preocupante declínio na população desses polinizadores (Goulson et al., 2015). Naturalmente, são encontrados no meio ambiente diversos fatores que implicam em um controle natural das populações de abelhas, por meio de predadores como aranhas, formigas, passarinhos, vespas, traças, e até por abelhas maiores (Fabichak, 1973). Além disso, existem vários microrganismos como vírus, fungos, bactérias e parasitas que podem acometer as abelhas e oferecer riscos à sua saúde (Ribière et al., 2010). Entretanto, além dos inimigos naturais, uma das principais e mais preocupantes causas do declínio na população das abelhas é a ação antrópica. Mudanças e alterações nas condições do seu habitat podem comprometer a diversidade das abelhas, devido à destruição de locais usados para nidificação, redução na disponibilidade dos recursos tróficos e eliminação de colônias naturais (Kerr et al., 2010; Oliveira, 2015). Como está ocorrendo com as abelhas sem-ferrão, que vêm sofrendo um processo acelerado de desaparecimento, provocado principalmente pelo desmatamento de florestas nativas, ambiente preferencial dessas espécies (Lopes et al., 2005). A agricultura moderna também é uma atividade que oferece riscos às abelhas por diversos motivos. O uso excessivo de agrotóxicos gera diversos efeitos nesses insetos, influenciando na fisiologia e comportamento, podendo ser letal (Decourtye et al., 2005). Além disso, a prática de monocultura fornece poucas flores silvestres, podendo influenciar negativamente na nutrição das abelhas. A falta de informações sobre a vida e criação das abelhas é outro fator que pode contribuir para o declínio da população desses insetos, já que o manejo inadequado pode gerar estresse e provocar perda da população de abelhas (Maia, 2010). Assim sendo, a preservação das abelhas envolve diversos aspectos e desafios a serem superados. D- Conhecimento popular sobre as abelhas A sociedade não tem as devidas informações sobre as abelhas, bem como, importância ecológica, polinização, problemas que as abelhas enfrentam como desmatamento, agricultura, agroquímicos, doenças etc. Muitas vezes, o conhecimento que se tem é de senso comum de que as abelhas são todas iguais, que são perigosas e só servem para nos fornecer mel, já que a principal referência é a abelha exótica Apismellifera. A relação do homem com a natureza pode favorecer a conservação de ambientes naturais ou até mesmo potencializar os impactos ambientais, alterando assim o equilíbrio dinâmico dos ecossistemas. As relações do homem com as abelhas podem ter sido iniciadas na América Latina pelos Maias, quando domesticaram e introduziram espécies de abelhas sem ferrão (Meliponini) ao longo de várias localidades, utilizando seus produtos como alimentação complementar (Iraheta et al., 2015) O potencial do mel produzido pelas abelhas para uso medicinal também é um dos fatores que pode ter contribuído para a conservação e o manejo adequado desses organismos através do manejo. A distribuição das abelhas nativas em algumas localidades no Brasil e em outras regiões do globo teve influência dos meliponicultores que introduziram espécies em locais onde elas não ocorreriam naturalmente, possibilitando assim uma maior distribuição desses insetos ao longo dos locais por onde os meliponicultores se instalavam (Silveira et al., 2002) Atualmente, nas sociedades ocidentais, a meliponicultura é uma atividade que pode ser incentivada e desenvolvida até nas grandes cidades e metrópoles, e não somente em comunidades tradicionais. Pois esta prática tende a despertar em crianças e adultos o gosto pela atividade, bem como o cuidado e a preservação destas abelhas, servindo como um excelente instrumento de educação ambiental (Palazuelos, 2008). E- Divulgação dos conhecimentos gerados na Universidade Nas Universidades são gerados diversos conhecimentos científicos, e é necessário fazer divulgação não somente em meio acadêmico. A divulgação destas informações para a população deverá ocorrer com técnicas pedagógicas e linguagens que facilitem a compreensão de todos, respeitando idade, nível de instrução e crença do cada indivíduo na comunidade. A Universidade, através da extensão, influencia e também é influenciada pela comunidade, ou seja, possibilita uma troca de valores entre os integrantes universitários e a população. A extensão universitária deve funcionar como uma via de duas mãos, em que a Universidade leva conhecimentos e/ou assistência à comunidade e também aprende com o saber dessas comunidades (Scheidemantel et al., 2004). Desta maneira, este projeto vem de encontro com o que se é produzido na Universidade para a população, através da articulação do conhecimento científico com as necessidades da comunidade onde a UFVJM se insere, e também toda a sociedade em que as mídias sociais possam alcançar, interagindo e agregando conhecimento para sociedade. Além da divulgação sobre os diversos aspectos da biologia das abelhas, serão elaborados materiais explicativos de como criar abelhas solitárias nativas em ambientes urbanos, prática comumente feita em outros países europeus e da América do Norte, cujas caixas, chamadas de hotel de abelhas, são fabricadas e vendidas em lojas de jardinagem (MacIvor e Packer, 2015; MacIvor, 2017). Esta prática aumenta a população de abelhas nativas em ambientes urbanos, e também possibilita maior envolvimento dos cidadãos com o meio ambiente e sua preservação. Assim, o conhecimento deste grupo tão importante de polinizadores promove conscientização para a preservação ambiental, essencial para manutenção de um ecossistema saudável. Desta maneira, o presente projeto se encaixa na área temática meio ambiente que está descrita no Regulamento de Ações de Extensão da UFVJM, já que está relacionado com preservação e sustentabilidade do meio ambiente, por meio do conhecimento sobre as abelhas, as suas importâncias para a fauna e flora e a necessidade da preservação das espécies.
Objetivo Geral O objetivo geral do projeto é a divulgação dos conhecimentos gerados pelo Laboratório de Estudos Integrados de Abelhas (LEIA) à população por meio digital, assim, aproximando universidade e sociedade. Objetivos Específicos ● Captura de enxames, montagem e instalação de caixas para criação de abelhas sociais e confecção de ninhos armadilhas para coleta de abelhas solitárias no Campus JK-UFVJM; (Este objetivo foi iniciado, armadilhas foram colocadas em campo, e uma caixa foi doada pela parceria estabelecida. Como existe necessidade de cuidado dos animais, a professora orientadora será responsável pelo acompanhamento dos animais, e a bolsista fará somente atividades em forma remota); ● Produção de materiais educativos (didáticos) para realização de oficinas em ambientes formais e não-formais de aprendizagem, como escolas e praças públicas de Diamantina-MG; ● Publicação de informações científicas e curiosidades a respeito das abelhas em redes sociais; ● Realização de exposições em Parques Estaduais da região, levando conhecimento sobre a fauna de abelhas existentes naquele ambiente e a sua importância; (Este objetivo será feito somente quando não houver mais restrição devido à Pandemia, COVID-19) ● Proporcionar a socialização do conhecimento a respeito da diversidade e importância das abelhas na natureza e na economia regional; ● Promover interação online com a comunidade a fim de tirar dúvidas e conscientizá-los para a preservação das abelhas.
Com esse projeto, pretendemos atender inicialmente cerca de 200 alunos, das escolas públicas de Diamantina e região. Esses alunos terão a oportunidade de participar de reuniões remotas via Google Meet, essa vivência será uma oportunidade de compreender aspectos do comportamento e da importância que as abelhas como polinizadoras. Os alunos que irão participar desta atividade serão multiplicadores do conhecimento para os familiares e amigos. A fase de divulgação por meio eletrônico é essencial, visto que estamos em momento de isolamento social, com a divulgação online conseguiremos realizar a divulgação científica para um número maior de pessoas devido a facilidade de acesso pois, os interessados poderão acessar a informação a qualquer momento utilizando qualquer dispositivo que tenha internet. Nesta fase esperamos alcançar cerca de 800 pessoas. Todos os participantes do projeto terão a oportunidade de entender melhor a biodiversidade e por consequência melhorar seu comportamento em relação ao meio ambiente. Ao conhecer as abelhas e suas funções no ecossistema, os indivíduos ficarão mais próximos desses insetos facilitando sua preservação. Pretendemos atender cerca de 1000 pessoas até o final do projeto.
O presente projeto será desenvolvido por docentes, discentes e técnicos administrativos que compõe ou são colaboradores do Laboratório de Estudos Integrados de Abelhas (LEIA), da Universidade dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - campus JK. Através de ações de comunicação, integração e divulgação, pretendemos engajar a comunidade local na conservação de abelhas silvestres nativas. 1- Implementação de meliponário e hotel para abelhas solitárias Para a criação e manutenção in vivo das abelhas, para que sirva de material para demonstração da biologia e do comportamento, da arquitetura de ninhos, e do modo de criação destes insetos, será implementado um meliponário e um hotel de abelhas solitárias no Departamento de Ciências Biológicas (DCBio). As abelhas serão nativas da região, seguindo a Resolução CONAMA nº 346, de 16 de agosto de 2004 e Resolução CONAMA nº 496, de 19 de agosto de 2020, que regulamenta a utilização de abelhas silvestres nativas, a construção de meliponários e uso e manejo sustentáveis na meliponicultura. A criação das abelhas se dará para fins de divulgação científica (que ocorrerá de maneira remota, ou seja, online via internet) e todas as abelhas utilizadas serão silvestres nativas da região geográfica em que se encontrará o meliponário, portanto, será consolidado a conservação das espécies com a comunidade, além da polinização das plantas regionais. 1.1- Meliponário Meliponário é uma coleção de colmeias ou colônias de abelhas sem ferrão. O LEIA possui atualmente três caixas de abelhas sem ferrão: 01 de Melipona quadrifasciata (conhecido popularmente como mandaçaia) e 02 de Frieseomelitta varia (conhecida como marmelada). A obtenção de outras populações destas espécies assim como outras espécies de abelhas sem ferrão, será feita por captura de exames por ninhos-armadilha confeccionados de garrafa pet e iscas, colocados em campo nos meses das estações primavera-verão. Estas iscas serão colocadas, a princípio, em Diamantina e Tabuleiro. Após a captura dos enxames, estes serão acondicionados em caixas de madeira, com dimensões e estrutura de acordo com a espécie. Algumas caixas com vidro para facilitar a visualização da colônia também serão confeccionadas. Os materiais necessários para a montagem das caixas serão: peças de madeira de 4cm de espessura; parafusos para parafusar as peças; broca de 4mm para furar as peças onde serão colocados os parafusos; cola de madeira, vidro, dobradiça, fechadura tipo trinco. Para o estabelecimento do Meliponário a parceria estabelecida em Tabuleiro-MG (Parque Estadual Serra do Intendente) será essencial. No início do projeto houve doação de uma caixa de abelha, e ela se encontra sob cuidado da professora orientadora, uma vez que abelhas precisam ser cuidadas e alimentadas, e é preciso ter um monitoramento contínuo, mas isso não será feito pelo bolsista enquanto perdurar a restrição de atividades presenciais. 1.2- Hotel de abelhas O LEIA já possui estação de coletas de abelhas solitárias no DCBio desde 2013, mas a estrutura é para pesquisa e seu acesso restrito para visitações. Assim, e será construída uma estrutura com ninhos armadilha para as abelhas solitárias que nidificam em cavidades pré-existentes aéreas. Este tipo de estrutura é chamado de hotel de abelhas (Bertoli et al., 2019), e ficará em local de fácil acesso à visitação. Os hotéis para abelhas são basicamente uma estrutura com orifícios que podem ser construídos utilizando diversos materiais, a maioria de baixo custo, e que devem ser colocados em ambientes externos. O hotel para abelhas será feito a partir da confecção de ninhos-armadilha com papel cartão preto, canudos de bambu, ou pedaços de madeira perfurados. Estes materiais ficam dispostos em prateleiras, e de preferência com a abertura voltada para o leste (nascer do sol). Os orifícios desses ninhos terão variações em diâmetro e comprimento, os de papel cartão serão colocados em peças de madeira perfuradas e os bambus serão alocados em nichos que constituirão o hotel das abelhas solitárias. Assim, os materiais necessários para construção do hotel são: estrutura de metal, prateleiras de madeira e telhado; e para os ninhos: troncos de madeira, papel cartão preto, canudos de bambu, cola de madeira, fita isolante ou crepe, e broca para fazer os furos na madeira. 2. Caixa entomológica Além dos animais vivos, que ficarão fixos no meliponário e no hotel das abelhas, será construído uma caixa entomológica, para que as abelhas possam ser levadas aos diferentes locais. Esta caixa servirá para exibição dos diferentes tamanhos, cores e formas de abelhas que ocorrem na região. Para isso serão utilizadas abelhas que serão capturadas em ninhos, iscas-armadilhas e/ou com auxílio do puçá. As abelhas coletadas serão montadas em alfinetes entomológicos, identificadas e etiquetadas. Posteriormente serão colocadas em caixas contendo naftalina para evitar bolor para conservá-las. 3. Produção de conteúdos para divulgação Atualmente as redes sociais vêm se tornado um importante instrumento para a divulgação científica, uma vez que essas ferramentas de comunicação são mais acessíveis, alcançam um número maior de pessoas e estão presentes no cotidiano de todos. Pensando nisso, o LEIA criou em abril de 2020 uma conta no Instagram (@leia_ufvjm) para compartilhamento de informações pertinentes acerca de abelhas. A utilização do Instagram como forma de divulgação científica promove uma integração entre universidade e comunidade, através do intercâmbio de conhecimentos e saberes. As atividades e conteúdos produzidos neste projeto farão parte da divulgação científica que o LEIA está fazendo por meio do Instagram. Além disso, também serão produzidos materiais para as plataformas Padlet e Classroom, com conteúdos semelhantes ao Instagram, só que mais direcionado à comunidade escolar. Isso aumenta a possibilidade de conscientização da comunidade acerca da vida e conservação desses animais e sua importância para a vida.
Almeida, D. Espécies de abelhas (Hymenoptera, Apoidea) e tipificação dos méis por elas produzidos em área de cerrado do município de Pirassununga, Estado de São Paulo. Piracicaba, SP, v. 116, 2002. Barbosa, D. B., Crupinski E. F., Silveira R. N., Limberger D. C. H. As abelhas e seu serviço ecossistêmico de polinização. Revista Eletrônica Científica da UERGS, v. 3, n. 4, p. 694-703, 2017. Bertoli, J. F.; Gonçalves, C. C.; Gonçalves, R. B. & Carrijo, T. F. Cartilha Agroecológica das Abelhas Solitárias. Santo André – SP, Universidade Federal do ABC, Brasil, 2019. Decourtye, A., Devillers, J., Genecque E., Menach K. L., Budzinsk, H., Cluzeau, S., Pham-Delègue M. H. Comparative sublethal toxicity of nine pesticides on olfactory learning performances of the honeybee Apis mellifera. Archives of environmental contamination and toxicology, v. 48, n. 2, p. 242-250, 2005. Diniz, E. M., Tomazello, M. G. C. Crenças e concepções de alunos do ensino médio sobre biodiversidade: um estudo de caso. V encontro nacional de pesquisa em educação em ciências, 2005 Fabichak, Irineu. Abelhas indígenas sem ferrão: Jataí. Nobel, 1973. FAO. Conservation and management of pollinators for sustainable agriculture - the international response. In: Freitas, B.M.; Pereira, J.O.P. (eds.) Solitary bees: conservation, rearing and management for pollination. Imprensa Universitária, Fortaleza, Brasil. p. 19-22. 2004. Goulson, D., Nicholls E., Botías C., Rotheray E. L. Bee declines driven by combined stress from parasites, pesticides, and lack of flowers. Science, v. 347, n. 6229, p. 1255957, 2015. Iraheta, C. E. R.; Martínez, M. Á. H.; Romero, L. A. A.; ÁLVAREZ, M. E. C.; ARÉ-VALO, D. R.; GONZÁLEZ, V. A. R. Stingless bee distribution and richness in el salvador (apidae, meliponinae).Journal of Apicultural Research, Taylor & Francis, v. 54, n. 1, p. 1–10,2015. Kerr, W. E., Carvalho G. A., Silva A. C., Assis M. G. P. de Aspectos pouco mencionados da biodiversidade amazônica. Parcerias Estratégicas, v. 6, n. 12, p. 20-41, 2010. Lopes, M.; Ferreira, J. B.; Santos, G. Abelhas sem-ferrão: a biodiversidade invisível. Agriculturas, v. 2, n. 4, p. 7-9, 2005. Macivor, J. S., Packer, L. ‘Bee hotels’ as tools in native pollinator conservation: a premature verdict?. PLoS-ONE 10, e0122126, 2015. MacIvor, J. S. Cavity-nest boxes for solitary bees: a century of design and research. Apidologie, 48: 311–327. doi:10.1007/s13592-016-0477-z, 2017. Maia, F. M. C., Lourenço, D. A. L.; Toledo, V. A. A. Aspectos econômicos e sustentáveis da polinização por abelhas. Sistemas de Produção Agropecuária (Ciências Agrárias, Animais e Florestais), p. 45-67, 2010. Michener, C. The bees of the world. Baltimore, Maryland, Johns Hopkins University Press 2007. Nogueira-Neto, P. Vida e criação de abelhas indígenas sem ferrão. São Paulo: Nogueirapis, 1997. Oliveira, M. O. Declínio populacional das abelhas polinizadoras de culturas agrícolas. ACTA Apicola Brasilica, v. 3, n. 2, p. 01-06, 2015. Palazuelos, J. M. P. B. Abelhas nativas sem ferrão - Mỹg. São Leopoldo, Oikos, 2008. Ribière, M., Olivier, V., Blanchard, P. Chronic bee paralysis: a disease and a virus like no other?. Journal of invertebrate Pathology, v. 103, p. S120-S131, 2010. Santos, A.B. Abelhas nativas: polinizadores em declínio. Natureza on line 8 (3): 103-106. Publicado pela ESFA [on line] http://www.naturezaonline.com.br, 2010 Scheidemantel, S.E; Klein, R. ;Teixeira, L. I. A Importância da Extensão Universitária: o Projeto Construir. Congresso Brasileiro de Extensão Universitária Belo Horizonte, 2004 Silveira, F. A.; Melo, G. A.; Almeida, E. A. Abelhas brasileiras: sistemática e identificação. [S.l.]: Fernando A. Silveira Belo Horizonte (MG, Brazil), 2002.
Serão necessários em média 5 estudantes de graduação para realização satisfatória do projeto. Os estudantes envolvidos no projeto são alunos do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas. São discentes que possuem compreensão de temas como biodiversidade, comportamento e invertebrados devido as disciplinas ofertadas pelo curso. Cerca de 2 estudantes de mestrado do programa de pós-graduação em Biologia Animal também participarão do projeto, uma vez que também desenvolvem seus projetos nos temas abordados e a CAPES tem incentivado os projetos de extensão atrelados aos programas de mestrado e doutorado. Estarão ainda envolvidos técnicos de laboratório do departamento de Ciências Biológicas e Ciências Básicas, assim como especialistas na criação de abelhas, cuja integração de conhecimentos populares e científicos será extremamente valiosa para a formação dos estudantes. Esses alunos poderão vivenciar a construção do conhecimento em meios de comunicação online. Os estudantes farão uma extensa revisão de literatura sobre manejo, biologia e comportamento de abelhas nativas, além das reuniões online com os especialistas para troca de conhecimento. A professora coordenadora e colaboradores do projeto capacitarão de maneira remota os estudantes no manejo dos hotéis de abelhas solitárias e nos cuidados com o meliponário. Os estudantes ficarão responsáveis pela organização das agendas de apresentações, pelos acompanhamentos aos participantes nas visitações e pela produção de material impresso e online. Os estudantes serão também responsáveis pela manutenção dos hotéis de abelhas solitárias e do meliponário. Todas as atividades serão supervisionadas e avaliadas pela coordenadora e pelos colaboradores do projeto.
Nas últimas décadas a redução da biodiversidade está acontecendo em grande escala provocando diversas alterações ambientais. As abelhas são os principais polinizadores de plantas nativas e cultivadas, garantindo a biodiversidade floral e alimento. O desaparecimento das abelhas (Síndrome do Colapso de Colônias), assim como a evidente diminuição das populações nativas tem gerado uma enorme preocupação da comunidade tanto científica como civil. De todas as espécies de abelhas conhecidas (mais de 3.000 no Brasil), somente uma é a mais conhecida, que não é nativa - a Apis mellifera, a abelha do mel. De maneira geral, ao se falar de abelhas, as pessoas remetem a estas abelhas, que ferroam e são agressivas. Existe uma grande lacuna de conhecimento sobre abelhas nativas, seu papel essencial na polinização e seu habitat. Estes polinizadores vem sofrendo muitas ameaças, como uso indiscriminado de pesticidas, queimadas, maneja inadequado de colônias. Em nossa região, as queimadas não programadas, são a maior ameaça, provocando a mortalidade destes insetos, destruição de seus ninhos e seu habitat. O conhecimento gerado na universidade precisa ser, cada vez mais, transmitido à sociedade. O nosso grupo de estudo, que compreende docentes, técnicos de laboratório, estudantes de graduação e pós-graduação, vem desde 2019 elaborando este projeto de extensão através de leituras e discussões, e organizando material para divulgação sobre as abelhas. Ademais, o conhecimento sobre a criação destas abelhas pode auxiliar meliponicultores ou até mesmo incentivar a meliponicultura como fonte de renda. Neste período de Pandemia temos usado as redes sociais para a divulgação, ganhando abrangência nacional, e dando continuidade futuramente a este projeto, nós faremos a execução de feiras e exposições assim que possível. A parceria estabelecida com o coordenador do projeto Conhecendo as Abelhas Nativas Brasileiras no Parque Estadual Serra do Intendente, em Tabuleiro-MG, tem sido extremamente importante para o desenvolvimento deste projeto.
Público-alvo
Estudantes da rede básica de ensino de escolas de Diamantina_por via remota (Google classroom e Padlet)
Professores da rede de escolas públicas de Diamantina_por via remota
Criadores de abelhas sem ferrão que possam ter dúvidas da biologia e manejo destas abelhas_por via remota_Instagram - temos diversos meliponicultores que nos seguem.
As exposições que serão realizadas em espaços não formais atenderão um grupo, mas heterogêneo, com idades, crenças e graus de instrução diversificada. Esta exposição ocorrerá somente por via remota, via Instagram. Esperamos que nessa etapa possamos atingi
Municípios Atendidos
Variados Quando Acesso For Por Mídia Eletrônica
Parcerias
A parceria estabelecida com o coordenador do projeto Conhecendo as Abelhas Nativas Brasileiras no Parque Estadual Serra do Intendente, em Tabuleiro-MG, tem sido extremamente para o estabelecimento do Meliponário, troca de conhecimento, e futura apresentaç
Cronograma de Atividades
Estudo e leitura sobre biologia, comportamento e criação de abelhas
Reuniões online para discussão de assuntos sobre biodiversidade, conservação e biologia das abelhas
Preparo de material informativo para Instagram
Exposição em espaços de comunicação remota
Redação de relatório
Preparo de material para o site Padlet ou Classroom