Promoção da Saúde: uma alternativa para construção da equidade é uma iniciativa que propõe realizar a territorialização, bem como o levantamento dos Determinantes Sociais da Saúde (DSS) do bairro Maria Orminda em Diamantina-MG e, posteriormente, realizar

Promoção da Saúde, Educação em Saúde, Maria Orminda, Cidadania, Transformação Social, Vale do Jequitinhonha

Em 2001, foram criadas as diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Graduação em Medicina (DCN) as quais enfatizam que a formação médica deve ser norteada na responsabilidade social e compromisso com a defesa da dignidade humana, da saúde integral do ser humano, tendo como transversalidade em sua prática, sempre, a determinação social do processo de saúde e doença. Desse modo, os Determinantes Sociais em Saúde (DSS) são identificados como instrumentos essenciais para reconhecer problemas, fatores de risco para determinada população e, assim, facilitar uma possível intervenção a fim de amenizar a situação local (BORDE, 2015). A DCN 2014 também afirma que o acadêmico de medicina deve adquirir habilidade de singularizar os indivíduos e promover cidadania mediante oferta de serviços em saúde, bem como reforçar o papel de transformação social da universidade. A fim de proporcionar interação da universidade com a comunidade, fazendo desta a protagonista do processo de mudança, o presente projeto visa trabalhar junto à promoção e educação em saúde no bairro Maria Orminda em Diamantina- MG, haja vista a forte presença de iniquidades em saúde nessa comunidade. Para Margareth Whitehead, essas são aquelas desigualdades em saúde que além de sistemáticas e relevantes são também evitáveis, injustas e desnecessárias. Tais iniquidades se fazem presentes ao analisar o processo de formação do bairro, haja vista que este se formou através de um processo desgastante de conquista territorial e, ainda hoje, sofre com trâmites jurídicos que buscam a sua regularização. Atualmente essa comunidade possui 704 pessoas cadastradas na Unidade Básica de Saúde (UBS) Gruta de Lourdes, unidade a qual abrange a região. Portanto, atuar junto a uma comunidade caracterizada por condicionantes passíveis de intervenção com objetivo de promover qualidade de vida operando integralidade, equidade, responsabilidade sanitária, participação social, informação, educação, comunicação e sustentabilidade conforme as diretrizes da Política Nacional de Promoção da Saúde, é proposta deste trabalho. Em continuidade com o trabalho submetido e aprovado a partir do edital Proexc 01/2020 do projeto Promoção da Saúde: uma alternativa para redução da inequidade, no entanto, adaptado em decorrência da pandemia do COVID-19, esta proposta busca, através da potencialidade que a Atenção Primária de Saúde (APS) pode oferecer as comunidades, superar barreiras causadas pela desigualdade. Conforme o Ministério da Saúde (MS), a APS é o primeiro nível de atenção em saúde e se caracteriza por um conjunto de ações, no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a redução de danos e a manutenção da saúde com o objetivo de desenvolver uma atenção integral que impacte positivamente na situação de saúde das coletividades. Conforme Malta (2016), promover saúde, no âmbito individual e coletivo, visa atender necessidades sociais e garantir melhoria da qualidade de vida. Assim, colaboradores discentes e docentes dessa atividade serão qualificados para atuação profissional concomitantemente ao exercício da cidadania. Com o desígnio de adotar uma visão mais reflexiva acerca das problemáticas as quais envolvem uma comunidade vulnerável, esses terão a oportunidade de conhecer as tão diferentes realidades e experiências e, ao mesmo tempo, atuarão como facilitadores para melhoria da condição de saúde dessa mesma população.

A 8ª Conferência Nacional de Saúde (CNS), em 1986, trouxe a temática “Democracia é Saúde” e fortaleceu a luta pela descentralização do sistema, assim como a defesa da indissociabilidade entre a garantia da saúde como direito social irrevogável. Em seguida, a Constituição de 1988, fundamentada na ideia da universalização do direito à saúde pelo Art 196, preconiza que o Sistema Único de Saúde (SUS) deve transpor a perspectiva hegemônica dessa como ausência de doença, analisando, também, os efeitos dos condicionantes sociais, culturais, econômicos e bioecológicos para redução de vulnerabilidades junto à promoção da saúde. Conforme Carta de Ottawa (WHO, 1986), a promoção da saúde é compreendida como processo de reorientação das políticas públicas com objetivo de promover a capacidade das pessoas e comunidades de atuarem na melhoria de seu bem-estar físico e psicossocial. Em consonância com orientações apresentadas pelo documento de Ottawa, Buss (2000), afirma que a promoção da saúde está vinculada a uma gama de valores: qualidade de vida, saúde, solidariedade, equidade, democracia, cidadania, desenvolvimento, participação e parceria, bem como combinações estratégicas de ações do Estado, da comunidade, de indivíduos, do sistema de saúde e de parcerias intersetoriais. Ademais, no SUS, a estratégia de promoção da saúde é retomada como uma possibilidade de enfocar os aspectos que determinam o processo saúde-adoecimento: violência, desemprego, subemprego, falta de saneamento básico, habitação inadequada e/ou ausente, dificuldade de acesso à educação, fome, urbanização desordenada, qualidade do ar e da água ameaçada e deteriorada (POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE, 2010). Desse modo, o projeto pedagógico do curso de medicina da FAMED UFVJM também fomenta a discussão sobre os DSS, sobre a função social do médico e da faculdade de medicina na comunidade e sobre o papel do estudante na promoção da saúde de forma concomitante a sua qualificação. Nessa perspectiva, ao realizar diagnóstico situacional em atividade extraclasse no bairro Maria Orminda através da disciplina de Desenvolvimento Pessoal II, ofertada pela referida faculdade, fez-se possível compreender determinantes os quais são indicadores de vulnerabilidade social, econômica e bioecológica. Além disso, soma-se para execução desta proposta a presença de redes comunitárias atuantes na comunidade, fator oportuno e importante, haja vista que, conforme Buss (2007), a coesão social é fundamental para a promoção e proteção da saúde individual e coletiva. Por isso, visa-se atuar junto ao ativismo comunitário com operacionalização de ações frente à educação para desenvolver prevenção e promoção da saúde. Outro fator contribuinte para execução desta proposta se faz presente quando se verifica a ausência de uma UBS no bairro em questão. Logo, urge a necessidade de atuação da UFVJM mediante fomento da transformação social além dos muros da universidade, incidindo sobre as condições de vida ao mesmo tempo em que oferece educação em saúde. Conforme Rocha (2010 apud Figueiredo 2012), a educação em saúde, sustentada no entendimento de potencial agente para o desenvolvimento do indivíduo como um todo, estimulando-o à reflexão, à criticidade, ao exercício da autonomia e cidadania e, assim, possibilitando-o transformar a sua realidade, deve direcionar a construção de conhecimentos e o desenvolvimento de práticas relativas à saúde, com objetivo de desenvolver a prevenção de doenças e a promoção de saúde de forma a abranger a participação de toda a população no contexto de sua vida cotidiana e não apenas as pessoas sob risco de adoecer. Diante desse cenário, de forma a estimular a concretização da atenção básica, assim como a reorientação do modelo de atenção tendo em vista a priorização das ações de promoção da saúde e prevenção de agravos em detrimento do panorama médico-doença, a Estratégia Saúde da Família (ESF), preconiza a interdisciplinaridade (MARCOLINO. E. C. 2011). Assim, as práticas interdisciplinares, com intuito de exceder as capacidades e recursos de um único profissional, fundamentam-se em princípios de inclusão, com a colaboração de profissionais para, dessa maneira, atender as necessidades complexas relacionadas à saúde das pessoas (BERNADI. L 2017). Por isso, este projeto visa buscar a interdisciplinaridade mediante inclusão da comunidade acadêmica da UFVJM com a colaboração de discentes e docentes do curso de medicina e de cursos da saúde com o propósito de articular ações que atuem nos diversos aspectos que determinam o processo saúde-doença. Além disso, as buscas por parcerias com docentes profissionais médicos, centros acadêmicos, ligas acadêmicas de ensino, projetos de pesquisa e extensão, bem como com a associação comunitária deve ser feita a fim de atender as exigências para realização de todas atividades a serem propostas. Ao trabalhar em grupos, cujo objetivo é proporcionar um processo de aprendizagem para os sujeitos envolvidos, consegue-se obter uma leitura crítica da realidade, uma atitude investigadora, uma abertura para as dúvidas e para as novas inquietações (BASTOS, 2010). Dessa forma, será possível agregar atenção primária à saúde junto ao conhecimento científico e colaborativo para o fomento da qualidade de vida dessa população. Sob essa ótica, ao mesmo tempo em que oferta suporte a sociedade, a extensão proporciona a obtenção de conhecimentos técnicos e culturais, bem como a representação da realidade junto ao âmbito acadêmico, tornando possível o intercâmbio de saberes e a correlação teórica prática. Conforme Nunes (2011) a extensão, ao fortalecer o vínculo da comunidade com a universidade, possibilita a superação de barreiras causadas pela desigualdade, já que, diante da criação de oportunidades para comunidade, a universidade consegue cumprir o compromisso com a melhoria da qualidade de vida. Em concordância com a Política Nacional de Extensão Universitária (PNEU) na qual preconiza o compromisso das instituições públicas de ensino superior (IPES) em atuarem como instrumento de mudança social rumo à justiça, à solidariedade e à democracia, é imprescindível que a extensão universitária da UFVJM, diante dos déficits do Vale do Jequitinhonha, atue de forma a mitigar a desigualdade ao mesmo tempo em que, de acordo com Souza (2018), proporciona pluralidade, diversidade, tolerância, inclusão junto ao fomento do conhecimento. Portanto, diante da premissa de indissociabilidade de ensino, pesquisa e extensão, a extensão universitária possibilita a interação transformadora entre universidade e sociedade. Logo, diante dos resultados já colhidos através do projeto Promoção da Saúde: uma alternativa para redução da inequidade, aprovado através do edital PROEXC 2020/1-Pibex e, ainda que suspenso por cinco (05) meses e adaptado à atuação remota, conseguiu-se: a disseminação e aceitação da proposta na comunidade do bairro Maria Orminda, no meio acadêmico e em redes sociais (Instagram e WhatsAPP); adesão de 30 membros discentes dos cursos da área da saúde para atuação como extensionistas colaborativos; conquista de parcerias com Unidade Básica de Saúde Gruta de Lourdes; estabelecimento de contato e de parceria com Agente Comunitária de Saúde e Enfermeira da referida unidade básica para suporte e divulgação de cartilhas informativas; alta visibilidade e compartilhamento de saberes através de postagens sobre promoção e educação em saúde através das mídias sociais Instagram e WhatsApp. Resultados que contribuirão e torna exequível a continuação da proposta em 2021. Ademais, ao considerar fortes impactos de transformação social executado pelo projeto Rondon, um programa desenvolvido pelo Ministério da Defesa que contribui para o desenvolvimento sustentável de comunidades vulneráveis de forma concomitante a formação do jovem universitário como cidadão, pretende-se ao final deste projeto, diante da experiência adquirida e das ações institucionais de promoção da saúde desenvolvidas, a formação do núcleo de projeto Rondon UFVJM. O núcleo de projeto Rondon é um espaço de formação multidisciplinar que possibilita ao discente desenvolver atividades as quais aproximem universitários a realidade do país ao mesmo tempo em que contribuem para desenvolvimento de comunidades carentes (UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA 2016). Aliado a ideia de priorização da superação das condições de iniquidades em saúde, encontra-se o papel UFVJM em promover responsabilidade social e melhoria da qualidade de vida da população ao oferecer serviços e compartilhar conhecimentos. É nesse panorama que a extensão contribui para a transformação da sociedade e democratização do conhecimento.

Objetivo Geral -Realizar ações de promoção da saúde de modo a intervir no processo saúde doença da população do bairro Maria Orminda na cidade de Diamantina-MG. Objetivos Específicos -Identificar os principais determinantes sociais de saúde que predominam a comunidade; - Desenvolver ações que visem atuar junto à comunidade de forma a promover a participação social, educação, promoção e prevenção em saúde conforme demanda estabelecida; - Possibilitar ao estudante a vivência da realidade local de forma a compreender como os determinantes sociais de saúde interferem no processo de saúde doença da comunidade; - Estimular a formação de profissionais que se norteiem mediante responsabilidade social e compromisso com a defesa da cidadania, da dignidade humana e da saúde integral do ser humano; - Buscar parcerias junto a discentes e docentes da UFVJM para operacionalização de temáticas as quais visem proporcionar melhores condições de saúde; - Buscar parcerias junto a instituições de ensino, prestadores de serviços e sociedade civil para realização de ação global que promova promoção de saúde e qualidade de vida; - Promover a integração da comunidade universitária com a comunidade externa com objetivo de integrar conhecimentos, saberes e serviços; - Estimular a interdisciplinaridade entre as diferentes áreas do conhecimento de forma a promover ensino, pesquisa e extensão; - Desenvolver conteúdos informativos em plataformas digitais de forma a abordar temáticas que agregam educação em saúde, cultura e diversidade tanto para a população local quanto para a comunidade acadêmica.

- Realização da promoção da saúde no bairro Maria Orminda em Diamantina-MG, através de grupos operativos, tendas itinerantes, atividades recreativas e visitas domiciliares; - Aumento da qualidade de vida e da saúde dos moradores do bairro Maria Orminda, bem como daqueles residentes às regiões adjacentes; - Criação do Núcleo de Projeto Rondon da UFVJM; - Promoção da responsabilidade social e da melhoria da qualidade de vida da população; - Aquisição de habilidades capazes de singularizar indivíduos e promover cidadania por meio da oferta de serviço à população; - Fortalecimento do vínculo da comunidade diamantinense com a universidade; - Capacitação de discentes e de docentes colaboradores no que se refere à execução e realização das ações que visam promoção da saúde e da qualidade de vida local; - Atuação de discentes, centros acadêmicos, ligas acadêmicas e projetos de pesquisa e extensão em prol da promoção da saúde e da melhoria da qualidade de vida de região vulnerável; - Desenvolvimento de conteúdos informativos em plataformas virtuais que promovam educação em saúde, cultura e diversidade; - Constituição e estreitamento de relações entre os integrantes do projeto e a comunidade local; - Promoção da interdisciplinaridade e do intercambio de saberes; - Constituição de parcerias entre instituições, fornecedores de serviços e sociedade civil diamantinense para a melhoria da qualidade de vida da população local; - Incentivo a criação de outros projetos com proposta de promoção, prevenção ou educação em saúde nas comunidades carentes de Diamantina-MG.

As ações desse projeto, ao se configurarem em distribuição linear e progressiva, irão ser fundamentadas conforme etapas, simultâneas ou não. Destaca-se a formalização de 30 parcerias colaborativas voluntarias realizadas através do projeto submetido no edital PROEXC 01/2020 e que se fazem mantidas com discentes do curso de medicina e de outros cursos da área da saúde da UFVJM. Dentre essas parcerias discentes, vale destacar a presença de 2 alunas moradoras do bairro Maria Orminda. Uma cursa Fisioterapia e outra Farmácia. Além disso, há parcerias com 4 ligas acadêmicas do curso de Medicina: Liga Acadêmica de Geriatria e Gerontologia (LAGG); Liga Acadêmica de Ginecologia e Obstetrícia (LAGO); Liga Acadêmica de Pediatria (LAPED); Liga Acadêmica de Psiquiatria e Saúde Mental (LAPSAM)- com 2 dois projetos de extensão: Projeto de Extensão Garimpando o Cotidiano e Projeto de Extensão Um sorriso pela Vida – e com o Centro Acadêmico Livre de Medicina Juscelino Kubistcheck (CALMED), uma vez que os discentes que constituem essas organizações irão contribuir para o compartilhamento de conteúdo, de habilidades e saberes de temáticas a serem trabalhadas na comunidade através da promoção e educação em saúde, atuarão no auxílio para capacitação dos discentes voluntários, além de assessorar e participar das ações práticas quando oportuno. A parceria com Unidade Básica de Saúde Gruta de Lourdes através da Secretaria Municipal de Saúde de Diamantina, com a enfermeira da Unidade Básica de Saúde Gruta de Lourdes e com a Agente Comunitária de Saúde responsável pelo bairro Maria Orminda também se faz presente e, desse modo, estabelece condições de suporte para repasse de informações e execução das atividades na comunidade. O público alvo, diante das ações oferecidas pelo projeto, será mobilizado através de convites presenciais realizados de forma prévia as datas de ações práticas através das lideranças locais, dos discentes extensionistas, da UBS Gruta de Lourdes, bem como plataformas de comunicação digital (Instagram e WhatsApp). Através dessas plataformas também haverá produção de conteúdo voltados para promoção e educação em saúde mediante postagem de textos, imagens e vídeos educativos, bem como cartilhas informativas. Vale ressaltar que, o presente projeto, compromissado em afirmar o valor inalienável do indivíduo, reconhece o valor inerente da pessoa, bem como seus saberes, habilidades e desafios cotidianos. Dessa forma, todas as ações prezam pela livre escolha do participante e, assim, qualquer pessoa poderá participar das atividades ofertadas sem nenhuma exigência para continuidade. A respeito das questões éticas, cada participante será ativo na escolha das suas informações e estas, por sua vez, adotarão sigilo e não serão divulgadas sem consentimento. Segue a condição metodológica para execução de atividades programadas em etapas: Etapa 1: Divulgação, formalização e capacitação de colaboradores Esse momento consistirá na apresentação do projeto para a comunidade acadêmica via espaços informativos, rede social (Instagram e WhatsApp), via centros acadêmicos e ligas acadêmicas. Também serão realizadas composições em micro grupos na equipe multidisciplinar conforme capacidades oferecidas por colaboradores (divisão de cargos, de comissões de temáticas específicas e atribuições de responsabilidades). Além disso, nesse momento acontecerá capacitações coordenadas por professor orientador mediante estudo e discussão acerca da promoção da saúde. A ideia em si consiste na preparação teórica para a execução das atividades a serem realizadas durante o projeto: grupos operativos, visitas domiciliares, territorialização e mapeamento de DSS, tendas itinerantes e ações de caráter recreativo e educativo. A capacitação prévia diante de toda atividade de prática extensionista deverá ser realizada e seguirá a lógica linear de execução das ações. Etapa 2: Desenvolvimento de conteúdo informativo via contato remoto para plataformas de comunicação social (Instagram e WhatsApp) e construção de acervo de conteúdo para ações de promoção da saúde. Esta etapa acontecerá durante toda vigência do projeto. Nesse momento, junto aos discentes colaboradores e auxílio de docente coordenador, mobilizaremos via plataforma virtuais com a criação e compartilhamento de conteúdo informativo sobre educação em saúde conforme especificidade de cada comissão listadas a seguir: 1. Comissão de Promoção da Saúde da Mulher 2. Comissão de Promoção da Saúde do Idoso 3. Comissão de Promoção da Saúde Bucal 4. Comissão de Promoção da Saúde Nutricional 5. Comissão de Promoção da Saúde das Minorias Étnico-Raciais 6. Comissão de Promoção da Saúde Mental 7. Comissão de Prevenção as Infecções Sexualmente Transmissíveis 8. Comissão de Promoção dos Conhecimentos Tradicionais A partir dessas comissões haverá possibilidade de maximizar atribuições de forma organizada para criação de postagens, além da construção do acervo de conteúdo. Assim, conseguiremos mobilizar material para estudo de revisão, além de apropriar de conhecimentos sobre cada temática para maximizar estratégias para realização de futuras propostas de intervenção. Todo material desenvolvido será adaptado em formatos de fotos e/ou vídeos educativos e/ou textos e/ou cartilhas informativas em mídia social (Instagram e WhatsApp), bem como a produção de material físico para colagem para exposição de conteúdo na UBS Gruta de Lourdes. Etapa 3: Capacitação prévia de colaboradores, execução da ação de territorialização do bairro Maria Orminda Em segundo momento, diante da possiblidade de atuação presencial, haverá a capacitação prévia de colaboradores extensionistas que participarão desta ação por meio de abordagem teórica da temática. Posteriormente, haverá a primeira ação com o território de forma a estabelecer contato com a população do bairro. Será feita a apresentação do projeto junto a lideranças locais nos pontos específicos da comunidade, bem como realização do processo de territorialização para levantamento dos DSS. Etapa 4: Levantamento de demandas e organização de ações Diante do levantamento dos DSS, com auxílio de docente coorientadora, através de realização de uma pesquisa com o propósito de realização do diagnóstico de saúde da comunidade, será possível a identificação dos principais fatores que acometem a qualidade de vida e de saúde da população. Dessa maneira, poderá ser feita a organização de ações de promoção de saúde conforme demanda local e disponibilidade de colaboradores. Nesse momento, o levantamento dos aspectos que influenciam na qualidade de vida e qualidade da saúde da população também será realizado nessa etapa e registrado para levantamento pesquisa epidemiológica. Etapa 5: Realização de ações de promoção e educação em saúde no Bairro Maria Orminda. Conforme levantamento dos fatores que acometem a qualidade da saúde da população local (etapa 4) serão executadas as atividades que visem a promoção, prevenção e educação em saúde. Para isso, serão realizadas atividades junto aos colaboradores da equipe multidisciplinar formada, junto a projetos de extensão, junto as Ligas Acadêmicas com vínculo na especialidade a ser trabalhada, junto aos discentes do CALMED e junto às lideranças comunitárias. Serão realizados: - grupos operativos em ambiente comunitário sobre as principais temáticas demandadas; -atividades recreativas com crianças, com adolescentes e com idosos em pontos específicos da comunidade; - tendas itinerantes em ruas e ou praças de referência do bairro junto à Liga Acadêmicas voltadas para a execução de ações de prevenção e educação em saúde; - tendas itinerantes em ruas e ou praças de referência do bairro com discentes de medicina para realização de triagem; - visitas domiciliares junto aos discentes e docentes de cursos afins com intuito de abordar pacientes domiciliados ou acamados; - atividades recreativas de forma a ofertar oficinas lúdicas (repasse de filmes e/ou documentários e/ou brincadeiras) para crianças e/ou adolescentes e/ou homens e/ou mulheres e/ou idosos junto ao projeto de extensão Um sorriso pela e vida e junto com o CALMED. Obs: todas as atividades práticas nas ações locais serão trabalhadas de forma prévia mediante abordagem teórica sobre a temática. Etapa 6: Realização de ação global com intuito de desenvolver melhoria da qualidade de vida da população do bairro Maria Orminda Conforme levantamento dos fatores que acometem a qualidade de vida da população local, bem como articulação com parceiros para auxílio e suporte , pretende-se, nesse momento, a realização de uma ação global no Bairro Maria Orminda de forma a sensibilizar toda comunidade. Nesse momento poderá ser realizado: - oficinas para capacitação de habilidades que busquem melhorar a qualidade de vida conforme demanda identificada. Por exemplo: oficina para produção de sabão através de reaproveitamento de óleo de cozinha; oficina para desenvolver habilidade para cultivo de plantas, etc; - oficinas lúdicas com intuito de desenvolver brincadeiras locais, dinâmicas, danças locais e comidas locais; - oficinas oferecidas por docentes, discentes e projetos de extensão para desenvolvimento de habilidades no âmbito alimentar, esportivo, cultural e ambiental; - ações de promoção, prevenção e educação em saúde executados por discentes, profissionais, docentes, ligas acadêmicas e projetos de extensão;

BRASIL. Ministério da educação. Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina. ResoluçãoCNE/CES nº 116/2014. Disponível em: portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=15514-pces116-14&category_slug=abril-2014-pdf&Itemid=30192. Acesso: set,2019. BORDE, Elis, Hernández-Álvarez, Mario e Porto, Marcelo Firpo de Souza. Uma análise crítica da abordagem dos Determinantes Sociais da Saúde a partir da medicina social e saúde coletiva latino-americana. Saúde em Debate [online]. 2015, v. 39, n. 106 [Acessado 24 Setembro 2019] , pp. 841-854. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/0103-1104201510600030023>. Epub Jul-Sep 2015. ISSN 2358-2898. WHITEHEAD, M. The concepts and principles of equity and health. EUR/ ICP/RPD 414, 7734r, Geneva: WHO, 2000. BUSS, Paulo M.; PELLEGRINI FILHO, Alberto. Iniqüidades em saúde no Brasil, nossa mais grave doença: comentários sobre o documento de referência e os trabalhos da Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais da Saúde. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro , v. 22, n. 9, p. 2005-2008, Sept. 2006 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2006000900033&lng=en&nrm=iso>. access on 24 Sept. 2019. MALTA, Deborah Carvalhoet al. Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS): capítulos de uma caminhada ainda em construção. Ciência & Saúde Coletiva [online]. 2016, v. 21, n. 6 [Acessado 24 Setembro 2019] , pp. 1683-1694. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1413-81232015216.07572016>. ISSN 1678-4561. WORLD HEALTH ORGANIZATION [WHP].The Ottawa charter for health promotion. Geneve: Autor, 1986. BUSS, Paulo Marchiori. Promoção da saúde e qualidade de vida. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro , v. 5, n. 1, p. 163-177, 2000 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232000000100014&lng=en&nrm=iso>. access on 24 Sept. 2019 BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Promoção daSaúde. 3ªedição.Brasília. 2010. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_promocao_saude_3ed.pdf. Acesso: set 2019. FIGUEIREDO, Maria Fernanda Santos; RODRIGUES NETO, João Felício; LEITE, Maisa Tavares de Souza. Educação em saúde no contexto da Saúde da Família na perspectiva do usuário. Interface (Botucatu), Botucatu , v. 16, n. 41, p. 315-329, June 2012 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-32832012000200003&lng=en&nrm=iso>. access on 24 Sept. 2019. MARCOLINO. E. C. 2011. A interdisciplinaridade como ferramenta na promoção à saúde da criança. Universidade Estadual da Paraíba. Paraíba. Disponível em : http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2011/anais/arquivos/RE_0578_0575_01.pdf. Acesso em: set, 2019. BERNARDI, Luana et al . A interdisciplinaridade como estratégia na prevenção da hipertensão arterial sistêmica em crianças: uma revisão sistemática. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro , v. 22, n. 12, p. 3987-4000, dez. 2017 . Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232017021203987&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 24 set. 2019. BASTOS, Alice Beatriz B. Izique. A técnica de grupos-operativos à luz de Pichon-Rivière e Henri Wallon. Psicol inf., São Paulo , v. 14, n. 14, p. 160-169, out. 2010 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141588092010000100010&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 24 set. 2019. UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA. Núcleo do projeto rondon: Universitários na Construção do país. 2016. Disponível em:http://www.rondon.unb.br. Acesso: set,2019. NUNES, A. P. F. A extensão universitária no ensino superior e a sociedade. Disponível em: http://revista.uemg.br/index.php/malestar/article/view/60/89. Acesso: set, 2019.] POLÍTICA NACIONAL DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA. . Fórum de Pró-Reitores das Instituições Públicas de Educação Superior Brasileiras. Maio de 2012. Disponível em: https://www.ufmg.br/proex/renex/images/documentos/Pol%C3%ADtica-Nacional-de-Extens%C3%A3o-Universit%C3%A1ria-e-book.pdf. Acesso: set, 2019. GUSSO, G; LOPES, J M C. Tratado de Medicina de Família e Comunidade . Princípios, Formação e Prática. 2 ed. Artmed. 2018 SOUZA. F. H. V. Contribuições do Projeto Rondon para a Extensão Universitária: Relatos de experiência nos municípios de Indiara, GO e Nina Rofrigues, MA. 2018. Disponível em: https://bdtd.ucb.br/index.php/RDL/article/viewFile/9109/5473. Acesso em: set, 2019. SERVILHA, M. M. O Vale do Jequitinhonha entre a “di-visão” pela pobreza e sua ressignificação pela identificação regional. 2012. 354 f. Tese (Doutorado em Geografia) – Instituto de Geociências, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2012.

Junto à operacionalização das ações a serem desenvolvidas pelo projeto Promoção da Saúde, uma alternativa para construção da equidade, os discentes colaboradores, terão a oportunidade de compartilhar conhecimentos, desenvolver capacidades e fomentar a cidadania. O projeto sustenta a ideia de interdisciplinaridade acadêmica, profissional e comunitária de forma a contribuir para que pessoas com diferentes formações profissionais e de vários estratos da sociedade vivenciem encontros humanos de modo a promover a valorização social em busca da equidade. Diante desta iniciativa, os discentes terão oportunidade de compartilhar uma experiência holística, considerando os aspectos “bio psico espirito social” de populações em situação de vulnerabilidade promovendo, dessa maneira, uma formação norteada na responsabilidade social, no compromisso com a defesa da cidadania, da dignidade humana e da saúde integral do ser humano. Desse modo, esses estudantes poderão vivenciar na prática a teoria estudada, aperfeiçoando a reflexão crítica sobre os aspectos sociais os quais condicionam o processo saúde doença, sobre a função do médico na comunidade e o papel do estudante na promoção da saúde. Logo, os estudantes atuarão como facilitadores de forma a desenvolver atividades educacionais, lúdicas e educativas/preventivas (tendas itinerantes, tentas de triagem, visitas domiciliares, grupos operativos e atividades recreativas) a fim de atender as demandas em saúde e de qualidade de vida da população trabalhada, além de organizar práticas, de trabalhar em equipe, de vivenciar e gerenciar problemas sociais reais e de integrar ensino, serviço e comunidade. O discente bolsista terá responsabilidade de conduzir o desenvolvimento do projeto. Cabe a ele coordenar junto ao docente responsável a execução das atividades de capacitação e de prática, planejar datas, levantar dados e demandas da comunidade, articular parcerias, direcionar as ações de promoção levando em consideração o tipo de abordagem na comunidade a ser realizada e coordenar as equipes. A organização de relatórios, articulações com parceiros, levantamento das dificuldades e registro das metas alcançadas também deve ser realizada por ele. O estudo e a preparação de forma prévia deverão ser realizados antes de cada capacitação para, assim, o acadêmico corresponder às todas as expectativas esperadas. O processo de capacitação de forma anterior às ações práticas será desenvolvido por colaborador docente conforme convergência da temática a ser abordada e da área de formação do docente. Desse modo, o discente extensionista terá competência para discutir a temática abordada, aplicar metodologias pertinentes para o público trabalhado e desenvolver habilidades práticas no que se refere a comunicação e a relação médico paciente ao mesmo tempo em que trabalha a pluralidade, diversidade, tolerância e inclusão. Ao final de cada prática, deverá ser elaborado um relatório contendo o desenvolvimento das atividades realizadas, as metas alcançadas, os facilitadores apresentados e as dificuldades presentes. O acompanhamento do projeto será feito mediante reuniões mensais junto ao docente responsável, de forma a orientar ações, mudanças e dificuldades. Desse modo, ao final de cada prática serão discutidos aspectos que devem ser melhorados, alterados e/ou mantidos. Os acadêmicos responsáveis por cada atividade da ação serão responsáveis por agrupar os dados obtidos durante a prática e adicioná-los no relatório final de cada encontro. Ademais, o estabelecimento de contato dos discentes com equipes da APS, assim como o contato com a organização e atuação do SUS é uma oportunidade ímpar para a formação de profissionais compromissados com o fortalecimento de vínculo com a comunidade, profissionais da saúde, professores e alunos em busca de abordagens em saúde de forma holística e centrada na pessoa. Portanto, a atividade de extensão possibilitará ao estudante a oportunidade de atuar junto à transformação social do bairro Maria Orminda. Dessa forma, pretende-se superar as barreiras causadas pela desigualdade e o cumprir o compromisso da universidade em garantir melhores condições de vida da população do Vale do Jequitinhonha.

O projeto Promoção da Saúde: uma alternativa para construção da equidade possui proposta de atuação em comunidade caracterizada de potencialidades. Conforme moradores do bairro, o processo de conquista territorial e o trâmite para legalização desse mesmo território inviabilizaram a chegada de serviços e de políticas públicas. Desse modo, mediante mobilização comunitária, serviços essenciais de fornecimento de luz, de água e esgoto e de coleta de lixo, por exemplo, só foi totalmente ofertada em 2018. Atualmente, o bairro possui 704 residentes e 192 famílias registradas da UBS Gruta de Lourdes. Esta unidade está localizada fora dos limites do bairro, fator que justifica a atuação desse projeto, uma vez que, diante do vulnerável acesso a serviços públicos, determinantes sociais de saúde se fizeram presentes. Desse modo, surge a possibilidade da UFVJM atuar para além dos seus muros. Além disso, a conquista de parcerias sustenta a exequibilidade da proposta, uma vez que a interdisciplinaridade acadêmica, profissional e comunitária contribuirá para que pessoas com diferentes formações e de vários estratos da sociedade vivenciem encontros humanos de modo a promover a valorização social em busca da equidade. Portanto, essa atividade de extensão possibilitará que a UFVJM cumpra sua função de transformação social, bem como possibilitará que os discentes norteiem sua formação na responsabilidade social, no compromisso com a defesa da cidadania, da dignidade humana e da saúde integral do ser humano, mediante reflexões críticas sobre os aspectos sociais os quais condicionam o processo saúde doença, sobre a função do profissional de saúde na comunidade e o sobre o papel do estudante na promoção da saúde.