Visitante
Milho Crioulo: Multiplicação e Conservação de Variedades Tradicionais
Sobre a Proposta
Tipo de Edital: Pibex
Situação: Aprovado
Dados do Coordenador
josimar rodrigues oliveira
2021101202110018
diretoria de administração - proad
Caracterização da Ação
ciências agrárias
tecnologia e produção
meio ambiente
desenvolvimento rural e questão agrária
regional
programa de multiplicação de sementes crioulas e variedades melhoradas para agricultura familiar. registro proexc 001.1.045-2016
Não
Membros
vinicius henrique moreira
Bolsista
rodrigo cardoso
Voluntário(a)
paulo eduardo rabelo
Vice-coordenador(a)
daniel ferreira da silva
Voluntário(a)
O Projeto Milho Crioulo surgiu no ano de 2015, por iniciativa de Técnicos responsáveis pelas atividades da Fazenda Experimental Rio Manso, quando foi realizada a primeira multiplicação de sementes crioulas de milho nas dependências da Universidade Federal
milho crioulo, sementes, sustentabilidade, agricultura familiar, agroecologia
A agricultura moderna é pautada nos pacotes tecnológicos ofertados pelas grandes multinacionais aos empresários agrícolas, que trabalham com tecnologia de ponta. No entanto, não se pode esquecer a importância da agricultura familiar em nosso país. Dados do Censo Agropecuário de 2017, mostram que 3.897.408 estabelecimentos atenderam aos critérios da Lei n. 11.326, de 24 de julho de 2006 e foram classificados como agricultura familiar, o que representa 77% dos estabelecimentos agropecuários levantados pelo censo (BRASIL, 2006; IBGE, 2017). Além disso, a agricultura familiar ocupa 23% da área total das terras dos estabelecimentos agropecuários brasileiros, além do empego e renda gerados, uma vez que trabalhavam na Agricultura Familiar cerca de 10,1 milhões de pessoas, ou 67% da mão de obra dos estabelecimentos agropecuários (IBGE, 2017). Em algumas regiões mineiras como o Vale do Jequitinhonha há predominância do modelo agrícola familiar. Em Diamantina, 58 % dos estabelecimentos agropecuários são classificados como agrícolas familiares e em Couto de Magalhães de Minas, são 52 % das propriedades (IBGE, 2017), sendo este o principal público-alvo que o Projeto Milho Crioulo vem trabalhando desde a sua criação. Uma das características predominantemente comuns na maioria dos modelos agrícolas familiares é o baixo nível tecnológico. Nesse sentido, torna-se importante o resgate e conservação das sementes crioulas que podem ser multiplicadas e armazenadas para novos plantios, sem a necessidade de adquirir novas sementes todos os anos, como acontece com aqueles produtores que optam pelo cultivo de sementes híbridas, que são altamente exigentes em tecnologia de produção. Segundo Oliveira (2015), o grão produzido a partir de um determinado híbrido não serve como semente para uma nova safra, pois, perde sua qualidade genética devido ao fenômeno conhecido como perda do vigor híbrido. Além disso, Brito et al. (2011) destacam que as populações crioulas são materiais importantes para o melhoramento pelo elevado potencial de adaptação, que apresentam para condições ambientais específicas. As sementes crioulas, de modo geral, foram selecionadas pelos agricultores ao longo de muitos anos para adaptar-se as condições climáticas e de fertilidade locais, de modo que uma planta advinda de uma semente crioula tem uma resistência muito mais elevada às adversidades quando comparada a um híbrido de alto potencial produtivo. Mesmo sendo menos produtivas que as cultivares comerciais, são de grande variabilidade genética, resistentes, adaptadas, e o próprio agricultor tem condições de obter a sua semente (Sandri e Tofanelli, 2008). O milho é um produto alimentar base em nosso país, sendo largamente utilizado na alimentação animal e humana. O IBGE (2017) destacou que a agricultura familiar é responsável por cerca de 12 % da produção de milho grão no Brasil e que mais de 80 % das propriedades recenseadas produziam milho com alguma finalidade, o que mostra a relevância da cultura dentro desse modelo produtivo. No ano de 2015, por iniciativa dos servidores responsáveis pelas atividades da Fazenda Experimental Rio Manso, foi realizada a primeira multiplicação de sementes crioulas de milho nas dependências da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM). Desta maneira, surgiu o Projeto Milho Crioulo, que está se consolidando a cada dia e completará seis anos de atuação no Alto Jequitinhonha em 2021.
A maior parte dos agricultores familiares brasileiros está localizado em regiões onde é empregado um baixo nível tecnológico e áreas de plantio com problemas que dificultam adequado manejo fitotécnico das culturas trabalhadas (Carpentieri-Pípolo et al., 2010). Dentre as diversas culturas produzidas pela agricultura familiar, destaca- se o milho (Zea mays L.) que tem uma elevada importância econômica, social e cultural. O milho pode ser utilizado como alimento para o gado na época da seca, por meio do armazenamento na forma de silagem, para formulação de ração ou fornecido na forma de grão para galinhas poedeiras, por exemplo. Além disso, o milho está tradicionalmente inserido na culinária local seja na forma de milho verde, fubá ou na produção de quitandas como bolo, pamonha, cural, entre outros. Entretanto, nos dias atuais, uma das grandes problemáticas enfrentadas pelo agricultor familiar é a obtenção de sementes de milho adaptadas regionalmente e que podem ter suas sementes utilizadas para uma nova safra. As denominadas sementes crioulas estão praticamente extintas em muitas comunidades rurais brasileiras, graças a introdução dos híbridos com alto potencial produtivo e dos materiais geneticamente modificados resistentes a pragas e aplicação de herbicidas. Brito et al. (2011) destaca que as sementes híbridas por serem mais produtivas foram tomando o espaço das sementes crioulas. No entanto, as sementes melhoradas, sejam por meio da genética convencional ou por meio da transgenia são exigentes em termos de fertilidade e física do solo, precipitação (ou irrigação) adequada, rigoroso controle de plantas espontâneas, pragas e doenças, entre outros. Dentro desse aspecto, Oliveira (2015) salienta que um milho crioulo adaptado a uma região mais árida terá uma perda de produtividade entre 20 e 40 %, caso aconteça um veranico na época de enchimento de grãos, enquanto a semente híbrida, devido suas exigências serem mais elevadas pode ter perdas entre 80 a 100 % da lavoura. As sementes híbridas comercializadas não podem ter seus grãos utilizados como semente para a safra subsequente, pois, há uma grande queda de produtividade e enorme variabilidade entre as plantas pela perda do vigor híbrido. Desta forma, os agricultores ficam “reféns” das empresas que comercializam sementes de milho, sendo necessário adquirir a cada safra um novo lote de sementes, o que eleva substancialmente os custos de produção. Atualmente, no mercado, o preço de um saco de semente híbrida com transgenia para controle de lagarta e resistência a aplicação do herbicida glifosato custa em torno de R$ 600,00 um saco que contem 60 mil sementes (aproximadamente 20 kg de sementes), enquanto um saco de 50 kg de milho grão está ao custo de R$ 70,00 (CONAB, 2020). Portanto, um agricultor familiar que planta um saco de milho híbrido de 20 kg, a esse custo, tem que produzir no mínimo 430 kg de milho grão para pagar o investimento somente gasto com a compra da semente. Brito et al. (2011) destacam que as sementes crioulas são uma saída que o pequeno agricultor encontra para manter a sua produção, não ficando assim dependente das sementes distribuídas pelo Governo. Portanto, o resgate das variedades crioulas, a sua multiplicação, conservação e compartilhamento assume um papel de grande relevância, principalmente em regiões como no Alto Vale do Jequitinhonha, onde se tem a predominância de agricultores familiares que dispõem de poucos recursos para investimento em suas lavouras. Resultados obtidos pelo Projeto Milho Crioulo e importância da sua continuidade Dentre as atividades propostas pelo projeto, foi implementado e inaugurado o primeiro Banco Comunitário de Sementes Crioulas no município de Couto de Magalhães de Minas e mantivemos o funcionamento do Banco de Sementes Crioulas da Fazenda Experimental Rio Manso. Para garantir que a genética resgatada não seja perdida, uma amostra de cada variedade crioula reproduzida está armazenada em câmara fria, no Campus JK. Por meio desse projeto, foi estabelecido o Banco Ativo de Germoplasma (BAG), que é mantido em áreas ociosas definidas pelos Técnicos responsáveis da Fazenda Experimental para reprodução de sementes. Na safra 2019/20, plantamos pela primeira vez uma extensa área de cultivo de milho crioulo roxo na Fazenda Experimental Rio Manso, cerca de 5 hectares, com sementes reproduzidas por meio do Projeto Milho Crioulo, sendo uma faixa de 1.000 metros quadrados destinada a semente e o restante foi colhido para silagem, para alimentação de animais criados pela Divisão de Fazendas. Nos anos anteriores, as áreas plantadas para com milho crioulo para fins de reprodução de sementes foram, no máximo de 3.000 metros quadrados. Por isso, o plantio da safra 2019/20 foi o maior cultivo de milho crioulo que já conduzimos dentro das condições da Universidade. Nesta safra de 2020/21, será plantado agora em novembro de 2020, novamente 5 hectares de milho crioulo para a produção de silagem e uma área destinada a reprodução de sementes. Desta vez, o milho utilizado será o Milho Crioulo Amarelo Bateias, também resgatado na Comunidade Rural de Água Espalhada, reproduzido no ano de 2020 nas dependências da Fazenda Experimental Rio Manso, em Couto de Magalhães de Minas e que está adaptado na região, salvo por Guardiões de Sementes Crioulas a mais de 30 anos. Nas áreas de reprodução de sementes são desenvolvidas atividades educativas e divulgação das tecnologias de plantio de milho crioulo por meio da realização de cursos e oficinas, dias de campo, além de estudos morfoagronômicos e de sanidade vegetal das variedades, que são realizados pelo bolsista. Antes da Pandemia, a equipe do projeto realizou diversas atividades educativas, de capacitação e troca de saberes, no Alto Jequitinhonha, como: * Couto de Magalhães de Minas: Troca de Sementes Crioulas na Feira Livre Municipal e difusão das tecnologias de plantio e manejo da cultura; Organização do AgroCouto – II Dia de Campo da Fazenda Experimental Rio Manso; Curso “Sementes Crioulas e Sustentabilidade Ambiental” ministrado na escola municipal Tancredo de Almeida Neves; Divulgação de atividades e ações do projeto no Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS); Oficina sobre “Armazenamento de Sementes” no CMDRS; Visitas a propriedade dos agricultores Guardiões de Sementes de Milho Crioulo nas Comunidades de Amendoim e Água Espalhada; Oficinas de Capacitação para continuidade das atividades do Banco Comunitário de Sementes Crioulas, criado na Comunidade de Amendoim. * Diamantina: Realização de oficinas sobre cultivo e conservação de sementes de milho crioulo realizadas durante a reunião do CMDRS de Diamantina; realização da III Feira de Troca de Sementes Crioulas de Diamantina, durante a programação da V Feira Regional da Economia Popular Solidária do Vale do Jequitinhonha e da Troca de Sementes Crioulas da Feira da Economia Popular Solidária da Cáritas, ambas no Mercado Velho. Com a pandemia, as atividades de campo dos bolsistas foram suspensas, mas os técnicos da equipe continuaram as atividades de reprodução de sementes crioulas, controle do Banco de Sementes Crioulas e contato telefônico com os agricultores familiares vinculados ao projeto, até que o Conselho de Extensão e Cultura autorizou a adaptação do projeto para a modalidade remoto. Reiniciamos as atividades a partir de agosto de 2020, onde estamos produzindo conteúdo para divulgação online, como vídeos curtos e cartilhas, abordando temáticas de interesse dos agricultores familiares, sendo encaminhado por meio telefônico, para as famílias que tem essa possibilidade de acesso. Além disso, o bolsista tem trabalhado na criação de conteúdo para montagem de um Curso de Capacitação Online do Projeto Milho Crioulo na Modalidade EaD. Nesse sentido, torna-se importante a continuidade desse projeto com apoio do PIBEX para que tenhamos condições de seguir desenvolvendo ações como essas que foram apresentadas. O apoio de um estudante bolsista foi fundamental para alcançar as metas estipuladas no projeto submetido, tendo em vista o conhecimento que o mesmo pode agregar a equipe coordenadora e pelo seu interesse de difundir o conhecimento sobre o assunto. Por meio deste projeto, apesar das dificuldades impostas pela própria Universidade em termos de infraestrutura e transporte, inúmeros produtos foram gerados dentro do período de atuação do bolsista do PIBEX, criando uma grande contribuição para os três pilares que sustentam nossa instituição: ensino, pesquisa e extensão. O presente projeto está vinculado a área temática de Tecnologia e Produção e Meio Ambiente, na linha de extensão de Desenvolvimento rural e questão agrária e atende a todas as diretrizes pactuadas pelo Forproex (2012) e constantes na Política Nacional de Extensão Universitária, tendo em vista que existe Interação Dialógica; Interdisciplinaridade e Interprofissionalidade; Indissociabilidade Ensino-Pesquisa-Extensão; Impacto na formação do estudante e Impacto e transformação social. O presente projeto também está vinculado ao Programa de multiplicação de sementes crioulas e variedades melhoradas para agricultura familiar. Registro Proexc 001.1.045-2016.
Objetivo Geral Resgatar, multiplicar e conservar diferentes variedades de milho que tenham potencial para utilização pelos agricultores familiares do Alto Jequitinhonha e capacitar agricultores e difusores de informação sobre as tecnologias de cultivo da cultura do milho. Objetivos Específicos * Contribuir para a preservação da diversidade genética de milhos não-hibridizados que podem ter suas sementes reproduzidas e armazenadas anualmente por agricultores familiares, por meio de orientações remotas; * Difundir remotamente o conhecimento e promover a troca de saberes com agricultores e demais interessados para atuar como multiplicadores-guardiões das sementes de milho crioulo e incentivar a criação de bancos de sementes comunitários nas comunidades rurais; * Dar apoio técnico remoto para a consolidação do primeiro “Banco Comunitário de Sementes Crioulas” de Couto de Magalhães de Minas; * Promover ações de extensão remotamente, enquanto perdurar a pandemia de Covid-19 e as restrições para evitar a contaminação e disseminação do novo coronavírus.
* Promover ações de extensão remotas voltadas para agricultores familiares, extensionistas rurais e demais interessados, para difundir o conhecimento em plataformas e mídias digitais; * Retornar com as ações presenciais do projeto apenas quando for autorizado pela Universidade o retorno das atividades presencias de estudantes bolsistas, em razão da situação de emergência de saúde pública relacionada a pandemia de Covid-19, para evitar a contaminação e disseminação desta doença no meio rural.
Cursos de Capacitação na Modalidade EaD Os cursos de capacitação, sob demanda da comunidade, serão elaborados pelo estudante bolsista do projeto sob a supervisão da coordenação do projeto, que buscará aplicar os conceitos na prática, ministrando esses treinamentos aos produtores rurais e demais interessados. Os cursos elaborados serão prioritariamente ofertados para interessados do município de Diamantina e Couto de Magalhães de Minas, onde as ações de extensão desse projeto já encontram-se em andamento. Os cursos serão realizados na modalidade de Educação à Distância, até o término das restrições da pandemia do Covid-19. Os cursos serão ministrados na forma de troca de saberes, ou seja, não apenas levando o conhecimento técnico gerado nas universidades e instituições de pesquisa, mas valorizando os saberes locais e a forma como são expressados pelos agricultores. Criação da Série de Vídeos "Perguntas e Respostas sobre a Cultura do Milho" O estudante bolsista trabalhará na elaboração, edição e difusão de vídeos educativos com informações importantes sobre a cultura do milho. Serão elaborados vídeos curtos que podem ser difundidos aos agricultores familiares e demais interessados por meio de aplicativos de mensagens instantâneas, redes sociais e outras plataformas de mídia digital, para tentar levar informações de qualidade e gratuitas para o maior número de pessoas possível. Todo material será supervisionado e aprovado pela coordenação do projeto, previamente a sua divulgação. Será utilizado como Bibliografia Básica o livro Milho: O produtor pergunta, a Embrapa responde, editado por José Carlos Cruz; Paulo César Magalhães; Israel Alexandre Pereira Filho e José Aloísio Alves Pereira, sendo esta uma publicação da Editora Embrapa Milho e Sorgo, portanto um material de grande credibilidade na área. O estudante poderá acessar este livro gratuitamente e salvar no seu computador em formato PDF, por meio do endereço https://mais500p500r.sct.embrapa.br/view/publicacao.php?publicacaoid=90000022. A agropecuária é muito dinâmica e pelo fato de ser um livro publicado no ano de 2011 (dez anos) certas informações constantes nele carecem de atualização ou de complementação, devido as inovações tecnológicas e melhorias em técnicas de manejo na cultura do milho que surgiram na última década. Nesse sentido, o estudante bolsista trabalhará um capítulo por mês, de modo que cada pergunta existente no capítulo será um pequeno vídeo que será elaborado para difusão do conhecimento. Além disso, as informações da referida fonte bibliográfica serão atualizadas ou complementadas com apoio da coordenação do projeto, gerando um conteúdo de fácil acesso, com linguagem simples e atualizado. Este material também será importante para utilização como material complementar em cursos e dias de campo. A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (EMATER-MG) será uma parceira na difusão deste conhecimento por meio do seu canal de Assessoria de Comunicação junto aos produtores rurais e demais interessados do Alto Jequitinhonha. Elaboração de cartilhas, materiais de divulgação e outros produtos remotamente O estudante bolsista também atuará na elaboração, edição e atualização de informações de cartilhas educativas do projeto milho crioulo, bem como na confecção de material de divulgação e outros produtos de difusão do conhecimento. Esse conteúdo será produzido remotamente e supervisionado pela coordenação do projeto. Os materiais serão transformados em PDF e difundidos pelas mídias sociais e aplicativos de mensagens instantâneas, contando também com apoio da EMATER-MG e outros parceiros que vierem a integrar a ação. Certificação e acompanhamento técnico de Guardiões de Sementes Produtores rurais da região do Alto Jequitinhonha que ainda preservam sementes crioulas resistentes as condições edafoclimáticas e bióticas locais, que apresentem expressiva produtividade, receberão por meio do Projeto Milho Crioulo, o Certificado de Guardião de Sementes Crioulas. Essa certificação, como forma de reconhecimento, motiva os agricultores familiares que a recebem a continuar preservando a variedade de milho crioulo existente em sua propriedade. Além disso, os agricultores familiares certificados serão beneficiados com o acompanhamento técnico e assistência remota da equipe do projeto milho crioulo, que promoverá ações de extensão rural junto a esses produtores com a finalidade de auxiliar a melhoria das suas condições produtivas, bem como nos manejos necessários para manter a pureza da variedade crioula no momento da multiplicação. Além disso, tendo em vista a limitação de áreas da Universidade para reprodução das sementes crioulas, esses agricultores Guardiões de Sementes Crioulas que forem certificados, contribuirão para a multiplicação e conservação dessas espécies no âmbito de sua propriedade. Os certificados serão elaborados remotamente pelo estudante bolsista e a entrega oficial ocorrerá apenas após o término das restrições de atividades acadêmicas presenciais devido a pandemia de Covid-19.
BRASIL. Lei nº 11.326, de 24 de julho de 2006, estabelece as diretrizes para a formulação da Política Nacional da Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais. Diário Oficial {da} República Federativa do Brasil. Brasília, DF 25 de julho de 2006. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11326.htm>. Acesso em 06 de outubro de 2020. BRITO, M.C. et al. Teste de germinação para avaliar o vigor de sementes de milho crioulo coletadas na região do Cariri. UFC: 3º Encontro Universitário da UFC no Cariri, Juazeiro do Norte-CE, 26 a 28 de Outubro de 2011. CARPENTIERI-PÍPOLO, V. et al. Avaliação de cultivares de milho crioulo em sistema de baixo nível tecnológico. Acta Scientiarum. Agronomy. Maringá, v. 32, n. 2, p. 229-233, 2010. CIB – CONSELHO DE INFORMAÇÕES SOBRE BIOTECNOLOGIA. Guia do Milho: Tecnologia do campo à mesa. Jul. 2006. 16 p. COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO (CONAB). Preços Agropecuários. Consulta de Outubro de 2020. Disponível em: <http://consultaweb.conab.gov.br/consultas/consultaInsumo.do?method=acaoCarregarConsulta>. Acesso em 10 de out. 2020. HOFFMANN, R. A agricultura familiar produz 70% dos alimentos consumidos no Brasil? Segurança Alimentar e Nutricional, Campinas, n. 21, v. 1, 2014. IBGE. Censo Agropecuário 2017. Agricultura Familiar - Brasil, Grandes Regiões e Unidades da Federação. 2017. Disponível em: <https://sidra.ibge.gov.br/pesquisa/censo-agropecuario/censo-agropecuario-2017>. Acesso em: 10 de out. 2020. NORONHA, A.F.B.; RIBEIRO, A.E.M.; AUGUSTO, H.A. Extensão Rural, Agroecologia e Inovação na Agricultura Familiar do Vale do Jequitinhonha. Organizações Rurais & Agroindustriais, Lavras, v.11, n.2, 2009. OLIVEIRA, J.R. Conceitos Básicos sobre tipos de sementes. Brasil Agrícola: Agri & Cultura, 2015. Disponível em: < http://www.brasilagricola.com/2015/10/conceitosbasicos-sobre-tipos-de.html>. Acesso em: 11 de out. 2015 PARRELLA, N.N.L.D. Armazenamento de sementes. EPAMIG: Belo Horizonte, MG. 2011. 16 p. RIBEIRO, E.M.; GALIZONI, F.M.; SILVESTRE, L.H.; CALIXTO, J.S.; ASSIS, T.P.; AYRES, E.B. Agricultura familiar e programas de desenvolvimento rural no Alto Jequitinhonha. RER, Rio de Janeiro, vol. 45, nº 04, p. 1075-1102, out/dez 2007 SANDRI, C.A.; TOFANELLI, M.B.D. Milho Crioulo: uma alternativa para rentabilidade no campo. Pesquisa Agropecuária Tropical, v. 38, n. 1, p. 59-61, mar. 2008. SOUZA, E.F.M.; SILVA, M.G.; SILVA, S.P. A cadeia produtiva da mandiocultura no Vale do Jequitinhonha (MG). Isegoria. Ano 1, vol. 1, n. 2, set. de 2011/fev. De 2012. TEIXEIRA, F. F. et al. Boas Práticas na Manutenção de Germoplasma e Variedades Crioulas de Milho. Sete Lagoas, MG, 2005. (Comunicado técnico).
O estudante que será indicado para participar do projeto deverá estar ligado às áreas de ciências agrárias, visto que atuará principalmente na linha da produção vegetal. Há uma preferência poracadêmicos do curso de Agronomia, que tenha conhecimentos específicos relacionados à cultura do milho, fertilidade do solo, aptidão agrícola de terras, controles alternativos de pragas e doenças, manejo agroecológico e orgânico de culturas agrícolas, entre outras. A formação do estudante na área agronômica favorece a sua participação, pois, trabalhará diretamente com produtores rurais e necessita de um conhecimento prévio para realizar tanto das atividades nas comunidades rurais quanto as atividades de manutenção do Banco Ativo de Germoplasma e dos Bancos de Sementes. O projeto contribui de forma efetiva para a formação do estudante envolvido com esse trabalho, tendo em vista a oportunidade de adquirir novos conhecimentos, colocar na prática os conceitos adquiridos em sala de aula, promover e divulgar a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri por meio do seu trabalho no campo e por meio da publicação de artigos técnicos e de extensão que poderão ser gerados a partir desse projeto para publicação em eventos e revistas de nível nacional. O estudante será capacitado nas metodologias do projeto com a orientação do coordenador e sua equipe que acompanharão o desenvolvimento de suas atividades. Haverá reuniões com a equipe do projeto e poderá ser promovido curso prévio de capacitação do estudante para melhorar seu nível de atuação nas atividades propostas. Além disso, será disponibilizado livros, apostilas e demais materiais necessários para dar suporte. O estudante dará apoio remoto as diversas atividades e com isso terá a oportunidade de elaborar cartilhas técnicas, folders, banners, vídeos ou materiais educativos que serão utilizados nas atividades de extensão vinculadas a esse projeto. Serão elaboradas também revisões de literatura que visem dar aporte a publicação de artigos advindos dos resultados do presente projeto e agregar conhecimento sobre a temática para sua atuação efetiva no campo. Outras atividades nas quais o estudante será inserido será elaborar os relatórios de atividades; elaborar revisões de literatura, artigos e resumos expandidos com resultados parciais e/ou finais do projeto para a publicação em eventos ou revistas de nível nacional. O acompanhamento e avaliação do estudante será realizado pelo coordenador do projeto que estará sempre auxiliando-o e orientando-o na realização das atividades propostas. O estudante deverá apresentar um relatório mensal e ao final do projeto apresentar os resultados por meio de um resumo simples ou expandido que deverá ser apresentado no SINTEGRA da UFVJM, no Simpósio do Noroeste Mineiro de Ciências Agrárias ou outro evento que tenha possibilidade de participar.
O Projeto Milho Crioulo está vinculado ao Programa de multiplicação de sementes crioulas e variedades melhoradas para agricultura familiar. Registro Proexc 001.1.045-2016 e completará seis anos, em 2021. Ao longo desse tempo, nossa equipe já atendeu mais de 500 pessoas diretamente, além de incontáveis pessoas indiretamente por meio de eventos como Feira de Troca de Sementes Crioulas e ações de difusão do conhecimento e troca de saberes. Desde a criação do Projeto Milho Crioulo, nossa equipe já realizou ações de extensão nos municípios de Couto de Magalhães de Minas, Datas, Diamantina, Felixlândia, Itamarandiba, Serro (Comunidade de São Gonçalo do Rio das Pedras), Turmalina e Viçosa. Entre as ações realizadas destacam-se inúmeras palestras, cursos, dias de campo e cursos de capacitação realizados em comunidades rurais e na Fazenda Experimental Rio Manso, bem como Feiras de Troca de Sementes Crioulas, Rodas de Conversas, Visitas Técnicas a Agricultores Familiares e acompanhamento de Guardiões de Sementes, participação de atividades em Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural Sustentável, resgate e multiplicação de sementes crioulas em municípios do Alto Jequitinhonha, desenvolvimento de estudos e experimentos com uso dos milhos crioulos resgatados pelo projeto, fornecimento de sementes para docentes da Universidade realizarem atividades de ensino, pesquisa e extensão, entre outras. O maior marco do nosso projeto, foi a criação no ano de 2019 da primeira Casa Comunitária de Sementes Crioulas de Couto de Magalhães de Minas, criada na Associação Comunitária do Desenvolvimento Rural do Amendoim, na zona rural do referido município e que tem beneficiado cerca de 80 famílias. A Prefeitura Municipal de Couto de Magalhães de Minas e a Prefeitura Municipal de Diamantina sempre foram parceiras do Projeto Milho Crioulo desde a sua criação, independente de gestor municipal. Portanto, como estamos em uma época de transição política, almejamos buscar os novos gestores municipais e renovar as parcerias que atualmente estão vigentes. Tais parcerias são fundamentais para a realização de diversas extensões, principalmente aquelas realizadas nas comunidades rurais, onde muitas das vezes temos um apoio logístico para o estudante bolsista deslocar e realizar suas ações nestas comunidades.
Público-alvo
Agricultores Familiares atendidos por meio das ações de extensão remotas do Projeto Milho Crioulo no Alto Jequitinhonha, em razão da Pandemia de Covid-19
Municípios Atendidos
Couto De Magalhães De Minas - Mg
Diamantina - Mg
Parcerias
Parceira para multiplicação de sementes crioulas resgatadas; manutenção de um Banco de Sementes; manutenção de um Banco Ativo de Germoplasma; ponto de apoio para os bolsistas e local de realização de diversos capacitações e dias de campo, após o término d
O objetivo da parceria é a promoção e oferta de cursos e oficinas de capacitação remotas (Carta de Anuência em Anexo) e demais tipos de atividades de extensão rural promovidas pelo projeto para agricultores familiares do município de Diamantina-MG, dentro
O objetivo da parceria é a promoção e oferta de cursos e oficinas de capacitação remotas (Carta de Anuência em Anexo) e demais tipos de atividades de extensão rural promovidas pelo projeto para agricultores familiares do município de Couto de Magalhães de
Cronograma de Atividades
Reunião com o coordenador do projeto para alinhamento das ações de extensão planejadas
Orientação sob demanda dos estudantes envolvidos, para realização das ações propostas
Realizar cursos de capacitação remotos sob demanda, com temáticas pautadas pelas comunidades atendidas pelo Projeto Milho Crioulo, enquanto durar a situação de pandemia da Covid-19
Enquanto perdurar a pandemia, a equipe do Projeto Milho Crioulo realizará atividades remotas para o público-alvo do projeto. Portanto, produziremos vídeos, podcasts, cartilhas e demais materiais educativos que podem ser compartilhados por aplicativos de telefones e smartphones.
Esta é uma atividade que poderá ser realizada remotamente enquanto vivemos esse tempo de pandemia. O bolsista atualizará as informações das cartilhas já produzidas, bem como elaborará novas cartilhas educativas para distribuição nas ações do projeto.
O estudante bolsista deverá encaminhar relatório mensal para anuência do coordenador, que encaminhará para a Proexc, conforme Edital.
O estudante bolsista deverá entregar o relatório parcial ao coordenador do projeto junto com o relatório mensal de junho, para as devidas correções e encaminhamento na data correta, atendendo ao disposto no Edital.
O estudante poderá redigir revisões de literatura sobre temáticas relacionadas ao Projeto Milho Crioulo, para sua capacitação quanto a escrita científica e atualização pessoal, sendo estimulado a buscar novidades para o projeto.
A equipe do projeto poderá redigir e publicar trabalhos em eventos institucionais ou externos, com ações, relatos de experiências ou dados do projeto.
O estudante bolsista deverá entregar o relatório final ao coordenador do projeto junto com o relatório mensal de dezembro, para as devidas correções e encaminhamento na data correta, atendendo ao disposto no Edital.