Visitante
Projeto Caminhando Juntos pela Saúde
Sobre a Proposta
Tipo de Edital: Pibex
Situação: Aprovado
Dados do Coordenador
luciara leao viana fonseca
20211012021127120
departamento de odontologia
Caracterização da Ação
ciências da saúde
saúde
educação
grupos sociais vulneráveis
municipal
não é vinculado a nenhum programa.
Sim
Membros
simone gomes dias de oliveira
Vice-coordenador(a)
marta gomes da silva
Voluntário(a)
ana laura pereira moreira
Voluntário(a)
loren sousa gomes
Bolsista
O projeto “Caminhando Juntos pela Saúde” foi desenvolvido com o objetivo de atuar em caráter complementar às atividades desenvolvidas pela PROCAJ – Projeto Caminhando Juntos, buscando a melhora da qualidade de vida das comunidades rurais assistidas, sendo
Educação em saúde, saúde bucal, promoção de saúde
Desde os tempos antigos, as concepções acerca da saúde vêm passando por uma série de mudanças, dentre elas houve o desenvolvimento por parte das comunidades, de uma maior valorização e atenção para a saúde bucal. Isso se deve ao fato da falta de conhecimento, por parte das populações antigas, do impacto que a saúde bucal exerce no nosso corpo. Porém, apesar dessa mudança, nem todas as pessoas possuem acesso a informações e serviços básicos de saúde bucal, ficando expostos a diversos fatores de risco e susceptíveis ao desenvolvimento de patologias graves. Nesse contexto, esse Projeto de Extensão, busca desenvolver indivíduos autônomos no sentido de cuidar da sua higiene oral e serem capazes de prevenir doenças bucais, além de cidadãos capazes de transmitir os conhecimentos adquiridos a outras pessoas, tal como prega a pedagogia da autonomia” de Paulo Freire- “propostas de práticas pedagógicas necessárias à educação como forma de construir a autonomia dos educandos, valorizando e respeitando sua cultura e seu acervo de conhecimentos empíricos junto à sua individualidade.” Para isso, irá atuar em conjunto com o PROCAJ- Projeto Caminhando Juntos, uma ONG que atua em parceria com a ChildFund/Brasil, uma Fundação norte-americana que atua na América Latina desde 1966 com apadrinhamento voluntário de crianças em situações precárias. Seus objetivos também estão associados à melhoria da qualidade de vida de crianças e adolescentes, trabalhando em parceria com escolas rurais municipais e estaduais dos municípios em que atua, de forma direcionada a cada grupo e suas principais necessidades, aspirações e demandas. Nos municípios abrangidos pelo trabalho social da PROCAJ: Maria Nunes, Senador Mourão, Sopa, Algodoeiro, Mão Torta, Extração, Baixadão, Pinheiro e Inhaí, o acesso à informação e ao atendimento odontológico não são uma realidade de todos e por isso, o número de crianças e adolescentes com cárie pode ser elevado. Inserindo-se nesta realidade, o projeto busca através de conversas, atividades práticas, brincadeiras, palestras e eventos transmitir a esses indivíduos informações sobre prevenção de problemas bucais, para despertar neles próprios e em seus familiares e/ou responsáveis a consciência acerca da importância da higiene bucal para a saúde e autoestima dos indivíduos, incluindo o valor dos dentes na alimentação e vida saudável, bem como sua valia estética no aspecto “sorriso” e seu valor social. Propõem-se ainda, a realização do levantamento de riscos e necessidades de tratamento, e como medida interventiva a realização do Tratamento Restaurador Atraumático (ART) - devido à mais fácil execução e possibilidade de realização em locais nos quais a infraestrutura não é totalmente satisfatórias - em crianças e adolescentes inscritos no PROCAJ – Projeto Caminhando Juntos - nos distritos e comunidades rurais de Maria Nunes, Senador Mourão, Sopa, Algodoeiro, Mão Torta, Extração, Baixadão, Pinheiro e Inhaí.
Atualmente sabe-se que, a área da saúde bucal no Brasil, como parte integrante da atenção primária à saúde e das ações de vigilância em saúde, depara-se com desafios importantes para responder com efetividade às situações e problemáticas que exigem enfrentamento cotidiano. Tais desafios, de natureza teórico-metodológica, prática e avaliativa, manifestam-se tanto na necessidade de demonstrar resolutividade na assistência clínica (tão necessária à maioria dos brasileiros), como na formulação de políticas intersetoriais sustentáveis, de natureza mais abrangente e que possam impactar positivamente os principais indicadores epidemiológicos de saúde bucal (KUSMA, S. Z.; MOYSÉS, S. T.; MOYSÉS, S. J., 2012). Considerando a grande desigualdade social existente em todo o território brasileiro, e mais especificamente a desigualdade enfrentada pelo Vale do Jequitinhonha, região onde o índice de Gini- instrumento usado para medir a concentração de renda, em que quanto mais os valores estão próximos de zero, menor é a desigualdade da região- ainda era de 0,540 no ano de 2010 (fonte: PNUD, Ipea e FJP), é possível entender a necessidade de desenvolvimento de projetos que lidem com os principais problemas da região. Como era de se esperar, diante da situação de extrema pobreza em que vivem a maior parte da população do Vale do Jequitinhonha, os problemas bucais estão incluídos no rol de necessidades em saúde dessas pessoas. A miscigenação populacional e o caráter desigual da sociedade brasileira criam a necessidade de uma oferta de saúde heterogênea e baseada no princípio de equidade, para que seja capaz de abranger e incluir as diversas culturas e realidades existentes no país, ou seja, o enfrentamento desse panorama é um desafio complexo. Ademais, segundo o modelo teórico de Andersen e Davidson, características do ambiente externo, o sistema de prestação serviços odontológicos e as características pessoais da população, denominados determinantes primários da saúde bucal, influenciam o comportamento em saúde bucal, que inclui o uso de serviços odontológicos e as práticas de higiene bucal e estão diretamente associadas às condições sociais e econômicas e ao nível de informação que os indivíduos possuem acerca desses assuntos. Nesse contexto, levando-se em consideração que o Brasil é o décimo país mais desigual do mundo (Relatório de Desenvolvimento Humano- Nações Unidas, 2018) é possível perceber porque o acesso à saúde bucal ainda não é realidade de grande parte da população. Visando sanar as demandas apresentadas pelas localidades acompanhadas pelo PROCAJ, no que tange saúde bucal, o projeto em questão visa realizar oficinas de educação e promoção de saúde bucal e tratamento das condições apresentadas, onde possa ser utilizado o Tratamento Restaurador Atraumático (ART) - devido à mais fácil execução e possibilidade de realização em locais nos quais a infraestrutura não são totalmente satisfatórias - em crianças e adolescentes inscritos no PROCAJ – Projeto Caminhando Juntos - nos distritos e comunidades rurais de Maria Nunes, Senador Mourão, Sopa, Algodoeiro, Mão Torta, Extração, Baixadão, Pinheiro e Inhaí. Vigente desde de 01/02/2019 o presente projeto, em parceria com o PROCAJ do município de Diamantina vem realizando ações de promoção e prevenção em saúde bucal nas comunidades assistidas pela ONG. Dentre as localidades já abrangidas por essas ações, estão as comunidades de São João da Chapada, Pinheiro e os bairros Cidade Nova e Palha de Diamantina. Em todos esses locais, foram realizadas oficinas sobre odontologia, que buscaram abordar a importância da manutenção de uma boa saúde bucal, como faze-la e como passar aos próximos os conhecimentos adquiridos. O intuito das ações já realizadas é criar vínculos com as crianças, adolescentes e cuidadores, para que se crie uma confiança mutua entre as partes, para que posteriormente, possam ser feitos levantamentos de necessidades das crianças e adolescentes para que possam ser atendidos com base no ART, caso seja indicada a técnica. O ART consiste em uma técnica adotada em locais onde não é possível ou é dificultado ao aceso de equipamentos odontológicos que exigem energia elétrica, além de ser menos invasiva do que as técnicas tradicionais, uma vez que não necessita do uso de anestesia e é realizado com instrumentos manuais como colher de dentina para remoção do tecido cariado, seguida da restauração do dente com cimento ionômero de vidro (NAVARRO, et al. 2015). É um procedimento difundido mundialmente, com reconhecimento de sua eficácia no controle da cárie, e recomendado pela OMS como forma de ampliar o acesso da população em situação de vulnerabilidade econômica e social aos cuidados odontológicos. Espera-se a continuidade de ações desse cunho nas comunidades, uma vez que representam a porta de entrada as comunidades para que se tornem receptivas a saúde bucal e futuros tratamentos quando necessário. Isso porque sabe-se que os fatores sociodemográficos, socioeconômicos e socioculturais de cada região, impedem que sejam realizadas abordagens diretas que não respeitem a individualidade e costumes de cada povo. Além disso, vale ressaltar que o projeto extensionista em questão, representa, sem sombra de dúvidas, uma importante ferramenta da Universidade, para atender as comunidades dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri que mais necessitam de sua atenção e dessa forma se formam profissionais empáticos e humanistas, assim como prega as diretrizes que norteiam o SUS – Sistema Único de Saúde.
O objetivo geral é transmitir às crianças e adolescentes assistidas pelo PROCAJ orientações que promovam melhoria da qualidade de vida e saúde. Os objetivos específicos são: - Repassar às comunidades ensinamentos adquiridos na graduação em Odontologia que incluem orientação de higiene bucal, técnicas de escovação e uso do fio dental, para capacitá-los a cuidar da maneira mais adequada dos seus dentes; - Instruí-los sobre alimentação saudável e seu impacto na saúde, inclusive bucal, buscando recursos que respeitem seus costumes e hábitos alimentares regionais, incentivando-os a ser tornarem mais saudáveis; - Estimular o desenvolvimento da autonomia, pela apropriação do conhecimento, no quesito de higiene bucal e que os permita capacitarem outras pessoas; - Tratamento de cáries através do método ART (Tratamento Restaurador Atraumático) para que a qualidade de vida dos indivíduos melhore, a função e estética dos dentes seja reestabelecida e, consequentemente o incide de cárie no município seja reduzido, bem como o de pessoas sem acesso à atenção básica.
- Visitar todas as localidades assistidas pela ONG, incluindo distritos e comunidades rurais, somando cerca de 200 crianças e adolescentes; - Realizar o levantamento de necessidades das crianças e adolescentes das comunidades visitadas; - Realizar oficinas de educação e promoção de Saúde em todas as comunidades; - Distribuir kits de escovação para todas as crianças e adolescentes visitados durante as ações do Projeto, para que possam fazer a manutenção de uma boa saúde bucal; - Realizar o ART em crianças/adolescentes de pelo menos duas comunidades, elencadas conforme escala de prioridades definida após levantamento.
O PROCAJ já apresenta uma rotina de visitas semanais às localidades acima referidas. Propõe-se que o Projeto seja complementar às atividades desenvolvidas pela instituição, classificando-se em: AÇÕES DE PLANEJAMENTO Construção de uma proposta conjunta e de um cronograma de atividades, baseados na logística institucional e disponibilidade dos acadêmicos envolvidos. Essas ações incluem reuniões, visitas às localidades para diagnóstico e planejamento situacional. AÇÕES DE EDUCAÇÃO: É importante que todos os assuntos sejam transmitidos de forma clara e simples para que todos os indivíduos, mesmo que leigos acerca dos temas, possam compreender o que lhes é passado. - Saúde bucal de bebês (0 a 1 ano): As ações deverão estar direcionadas à gestante, aos pais e/ou responsáveis para incentivar os cuidados com a higiene bucal precocemente, antes mesmo da erupção dos primeiros dentes. Os principais pontos a serem trabalhados são: Sensibilização, aleitamento materno, higiene bucal, erupção dentária, afecções bucais, portadores de fissura labial e/ou palatinas e pacientes com necessidades especiais, higiene geral relacionada à saúde bucal, dieta, traumatismo dentário e fluorose dentária. As atividades de educação em saúde bucal serão: demonstração, nos próprios bebês, de como higienizar a cavidade oral corretamente e orientações orais sobre os aspectos acima descritos. - Crianças de 2 a 5 anos: A atenção em saúde bucal nessa faixa etária é essencial, pois é o período de formação de hábitos. Temáticas a serem abordadas, além das já citadas para bebês: .Deglutição atípica; .Postura incorreta: relacionadas à boca ou à face. .Onicofagia e hábitos de morder objetos. É importante abordar a criança juntamente à família, conhecendo e entendendo seus hábitos e condição socioeconômica para que as orientações e informações transmitidas sejam coerentes a essa realidade e possam ser seguidas. As atividades poderão estar associadas à leitura de histórias, desenhos para colorir e macro modelos ou fantoches para demonstração das técnicas de escovação. Visando garantir a assimilação das informações passadas, será adotada a seguinte estratégia: FALE, MOSTRE e FAÇA. FALE – Usar de uma linguagem simples que possa ser compreendida por qualquer faixa etária, para que as crianças assimilem e consigam se lembrar na hora de fazer a escovação. MOSTRE – Durante a explicação das técnicas de escovação os movimentos descritos devem ser ilustrados em macromodelos ou pelúcias. FAÇA – Após a demonstração, deve ser solicitado que as crianças e adolescentes repitam o que foi feito, para garantir a efetividade da técnica. - Crianças de 6 a 12 anos: As atividades devem ser coletivas, por serem idades cujas ações promovem um grande impacto sobre a prevalência de cárie e gengivite. Os dentes permanentes recém-erupcionados são altamente susceptíveis à cárie. Assim sendo, a importância da escovação deve ser reforçada aos pais, além de alertá-los sobre o início da dentição permanente. A partir dos oito anos de idade, a criança já pode assumir a responsabilidade pela sua higiene bucal e, dessa forma, devem aprender a técnica correta de escovação e uso do fio dental. Os pais devem ser orientados, de acordo com seu horário de trabalho, a monitorar a escovação feita pela criança e a quantidade de creme dental utilizado pelo menos uma vez durante o dia. Evidenciadores de placa bacteriana podem ser usados para a motivação à limpeza dos dentes, visto que essa fase é crítica para o desenvolvimento da cárie. O traumatismo dentário deve ser sempre trabalhado nessa faixa etária através de alertas quanto à prevenção dos acidentes. - Adolescentes (12 a 19 anos): É necessário que seja estabelecida uma relação amistosa e pessoal, com diálogos honestos e maduros, sem atuação paternalista ou autoritária, para criação de um vínculo e encorajamento do jovem quanto a realização de perguntas e confiança nas informações recebidas. É muito importante escutar o que o adolescente tem a dizer, valorizar suas qualidades e tentar desenvolver nele a responsabilidade pelo autocuidado. A equipe deve ser capacitada para abordar os principais problemas que afetam essa faixa etária, tais como violência, problemas familiares, depressão, distúrbios alimentares, uso de drogas, gravidez e doenças sexualmente transmissíveis, de forma a atuar de forma multiprofissional e identificar casos que necessitam de encaminhamento para a equipe de saúde ou outros profissionais. Pontos específicos a serem trabalhados: Periodontite juvenil, uso de aparelhos ortodônticos, mau hálito, erupção do terceiro molar, erosão dentária, traumatismo dentário, fumo, álcool e outras drogas lícitas e ilícitas e piercings. Pode-se usar, para esta faixa etária, demonstração de escovação e utilização do fio dental em manequins, realização de “Quiz”, dinâmicas interativas e eventos sociais com rodas de conversa para facilitar a consolidação do conhecimento repassado. AÇÕES PREVENTIVAS: Além das ações educativas, que por si integram o elenco de ações de Promoção de Saúde e Prevenção de doenças, algumas ações específicas para a prevenção das doenças bucais deverão ser instituídas, conforme a necessidade de cada comunidade, como a escovação dental supervisionada e o uso racional de fluoretos. Bem como palestras, rodas de conversa e oficinas que abordem os mais diversos assuntos da saúde bucal e como, por que e quando preveni-los. AÇÃO DE INTERVENÇÃO E CONTROLE DE CÁRIE DENTAL Aliado as ações educativas, durante as visitas às localidades deverá ser realizado nas crianças e adolescentes um levantamento de risco às doenças bucais e de necessidades de tratamento. De acordo com os resultados desse levantamento, serão propostas medidas individuais e coletivas para controle da doença cárie, que incluirão o controle da lesão de cárie pela técnica de ART.
1.Medronho RA. Epidemioloigia. São Paulo: Editora Atheneu; 2003.1. Medronho RA. Epidemioloigia. São Paulo: Editora Atheneu; 2003. 2. Travassos C, Martins M. Uma revisão sobre os conceitos de acesso e utilização dos serviços de saúde. Cad Saúde Publica 2004; 20(Supl. 2):190-198. 3.Travassos C. Viacava F. Acesso e uso de serviços de saúde em idosos residentes em áreas rurais, Brasil, 1998 e 2003. Cad Saúde Publica 2007; 23:2490-2502. 4.Martins AMEBL, Haikal DS, Pereira SM, Barreto SM. Uso de serviços odontológicos por rotina entre idosos brasileiros: Projeto SB Brasil. Cad Saúde Publica 2008; 24:1651-1666. 5.Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Coordenação Geral de Saúde Bucal. Projeto SB2010: resultados principais / Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica, Coordenação Geral de Saúde Bucal. – Brasília: Ministério da Saúde, 2011. 6.Paim J, Travassos C, Almeida C, Bahia L, Macinko J. O sistema de saúde brasileiro: história, avanços e desafios. Lancet 2011; 6736:11:31. 7.Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Coordenação Geral de Saúde Bucal. Projeto SB2010: resultados principais / Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica, Coordenação Geral de Saúde Bucal. – Brasília: Ministério da Saúde, 2011. 8.Andersen RM, Davidson PL. Ethinicity, aging, and oral health outcomes: a conceptual framework. Adv Dent Res 1997; 11:203-209. 9.Frencken JoE, HolmgrenCJ. Tratamento Restaurador Atraumático para Cárie Dentária. Livraria Santos Editora: 2001 10.LIMA, D. C.; SALIBA, N. A.; MOIMAZ, S. A. Tratamento restaurador atraumático e sua utilização em saúde pública. RGO, v. 56, n. 1, p. 75-79, 2008. KUSMA, S. Z.; MOYSÉS, S. T.; MOYSÉS, S. J. Promoção da saúde: perspectivas avaliativas para a saúde bucal na atenção primária em saúde. Cad. Saúde Pública, v. 28, p. S9-S19, 2012. 12.NAVARRO, M. F. L. et al. Tratamento Restaurador Atraumático: atualidades e perspectivas. Rev. Assoc. Paul. Cir. Dent., v. 69, n. 3, p. 289-301, 2015.
O discente constitui o principal protagonista do Projeto, ao atuar como promotor e multiplicador dos conhecimentos adquiridos na graduação. O projeto permitirá sua inserção e vivência em realidades locais diversos, e a troca de saberes formais e informais, mediante a interação com comunidades rurais e os desafios que podem proporcionar. Será capacitado pelos professores para realizar os procedimentos de levantamento de necessidades e do ART. Terá a oportunidade de elaborar materiais e técnicas educativas, que possam ser utilizadas nas comunidades envolvidas. Será acompanhado e terá supervisão direta dos professores envolvidos. Os estudantes que farão parte deste projeto de inserção terão possibilidade de conhecer e lidar com realidades culturais e sócio-econômicas diferentes das suas, o que ajuda a desenvolver maneiras de lidar com diferentes públicos, habilidades oratórias e a reconhecer o indivíduo como um ser social e pensante e não um mero “paciente”. Além disso, irão expandir seus conhecimentos em saúde pública e atenção primária e desenvolver formas e atividades didáticas. Vale ainda comentar que os estudantes envolvidos terão uma maior aproximação com a área científica por meio da apresentação das ações promovidas nas comunidades pelo projeto em congressos e encontros científicos como o SINTEGRA (Semana da Integração), podendo elaborar trabalhos e outros projetos e dessa maneira, se desenvolver nas áreas de ensino, pesquisa e extensão. Tudo isso irá enriquecer sua formação. Em virtude da pandemia da COVID-19, as primeiras atividades serão desenvolvidas virtualmente, a fim de se evitar colocar em risco os discentes, professores e comunidades acompanhadas pelo Projeto. Nesse contexto, serão desenvolvidas atividades com base em fundamentação teórica sobre os temas que serão trabalhados em cada faixa etária, dessa forma serão realizadas reuniões e grupos de discussão para que os discentes tenham segurança ao abordar os assuntos em comunidade. Ademais, pode-se dizer que é de extrema importância que os jovens participem de ações sociais para que façam a diferença na saúde e na existência das pessoas afetadas pela desigualdade social que nem sempre têm acesso à formas dignas de atendimento. É indubitável o crescimento pessoal e a visão crítica adquirida com esse tipo de trabalho, necessárias para a formação de profissionais humanos que trabalhem de acordo com os princípios do SUS: integralidade, equidade e universalidade.
As atividades desenvolvidas pelo Projeto giram em torna da premissa de que toda e qualquer ação a ser desenvolvida em uma comunidade, deve ser precedida de um vasto conhecimento da mesma, dentre o qual se enquadra os aspectos socioculturais, sociodemográficos e socioeconômicos, dessa forma consegue promover uma troca de conhecimentos e experiências entre os membros discentes, coordenador e as comunidades rurais assistidas pelo PROCAJ. Com as ações já realizadas pelo projeto durante seu período de vigência, foi possível perceber a grande necessidade por parte das crianças, adolescentes e de seus familiares de serviços básicos de saúde bucal que estimulem o autocuidado e possam ter uma repercussão positiva na qualidade de vida dessas pessoas.
Público-alvo
Diretamente as ações irão beneficiar as crianças e adolescentes dos distritos e comunidades rurais de Maria Nunes, Senador Mourão, Sopa, Algodoeiro, Mão Torta, Extração, Baixadão, Pinheiro e Inhaí, assistidas pelo PROCAJ e indiretamente as suas famílias e
Municípios Atendidos
Diamantina, Minas Gerais
Parcerias
A instituição parceira do Projeto é o PROCAJ – Projeto Caminhando Juntos do município de Diamantina, ela é responsável por auxiliar o bolsista e coordenador na elaboração dos cronogramas e ações em cada comunidade, uma vez que representam a ponte entre o
Cronograma de Atividades
Serão realizadas reuniões com os membros, coordenador e parceiro do Projeto, para elaboração de um cronograma de ações dentro da logística da instituição acadêmica, dos discentes, coordenador e comunidades atendidas pelo PROCAJ.
Reunião via plataforma virtual (como o Google Meet) para acompanhando do andamento das ações e elaboração de propostas de eventos culturais a serem desenvolvidas com o público-alvo.
Reuniões para discussão e acompanhamento das ações realizadas e as que estão agendadas segundo o cronograma elaborado com o PROCAJ, bem como a elaboração de propostas de eventos culturais que visem agregar conhecimento para as comunidades e a equipe do projeto.
Realização de palestras, seminários e grupos de discussão acerca dos assuntos que serão abordados nas comunidades.
Confecção de cartilhas em uma linguagem objetiva e de fácil compreensão para servir de apoio para reforçar as informações transmitidas durante as ações e abordar os temas propostos para cada faixa etária.
Elaboração de instrumentos de reforço de aprendizado, que possam reforçar visualmente a assimilação dos temas trabalhados e que possam servir como estímulo para a agregação do público.
Exposição oral dos temas propostos para as diferentes idades por meio de palestras, rodas de conversa, vídeos educativos e demonstração em fantoches e macro modelos.
Coleta dos dados referentes às principais demandas em saúde bucal das crianças e adolescentes.
Realização do Tratamento Restaurador Atraumático naquelas crianças e adolescentes em que a técnica for indicada, como preconiza a OMS.