Visitante
Xadrez nas Escolas – Criação de um Clube de Xadrez em Diamantina de forma remota e presencial
Sobre a Proposta
Tipo de Edital: Pibex
Situação: Aprovado
Dados do Coordenador
hilton fabiano boaventura serejo
2021101202184161
departamento de educação física
Caracterização da Ação
outros
educação
cultura
esporte e lazer
regional
não é vinculado a nenhum programa.
Sim
Membros
enzo sousa freire
Bolsista
pedro henrique reis viana
Voluntário(a)
joice silva pacheco
Voluntário(a)
cleber de araujo rocha júnior
Voluntário(a)
guilherme augusto barroso de aguiar
Voluntário(a)
olavo cosme da silva
Vice-coordenador(a)
carlos alexandre oliveira de souza
Voluntário(a)
Este projeto almeja implantar a utilização dos jogos de xadrez como instrumento pedagógico no processo de formação dos alunos das escolas do ensino fundamental e médio de Diamantina e região. Ressaltamos que diversas disciplinas exigem do aluno habilidade
Xadrez Escolar, Clube de Xadrez, Educação
Este projeto procura destacar a utilização dos jogos de xadrez como instrumento pedagógico no processo de formação dos alunos das escolas do ensino fundamental e médio de Diamantina e região. Ressaltamos que diversas disciplinas exigem do aluno habilidades cognitivas de raciocínio lógico, de concentração, de pensamento abstrato e de criatividade, que são estimuladas com o desenvolvimento desse jogo. Explicamos que foi durante as Olimpíadas Universitárias da UFVJM, em 2018, que um grupo de docentes, de diversos cursos, elaborou e apresentou a primeira versão do projeto Xadrez nas Escolas – Criação de um Clube de Xadrez em Diamantina. Explicamos que, por um aspecto formal, denominaremos este projeto, daqui em diante, somente de Xadrez nas Escolas. Após a realização dos Jogos Olímpicos da UFVJM os participantes da modalidade Xadrez criaram um grupo para continuidade das atividades enxadrísticas. Nascia ali a primeira versão do atual projeto, que foi registrado na Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PROEXC) e executado durante final do ano 2018 e grande parte do ano 2019. O atual ano, 2020, é uma época adversa, pois no dia 26 de fevereiro foi confirmado o primeiro caso de Covid-19 no Brasil, uma doença com alto poder de contágio (PANDEMIA, 2020). A Organização Mundial da Saúde decretou em 11 de março de 2020 estado de Pandemia Mundial. Novas rotinas de prevenção foram adotadas. Consequentemente, várias escolas adotaram o Ensino Remoto (ER) em obediência e prevenção diante as novas medidas sanitárias. Assim, a proposta do projeto Xadrez nas Escolas pretende desenvolver oficinas de Xadrez de forma remota e quando possível de forma presencial nas diversas escolas. Um fator que ajudará no desenvolvimento deste projeto será a criação de um Clube de Xadrez em Diamantina que atuará de forma remota. Será uma entidade sem fins lucrativos que procurará estimular a prática do Xadrez nos diversos graus de ensino. Inclusive, para estimular a aprendizagem e a prática desse jogo, alguns professores que fazem parte desta proposta elaboraram um Plano de Ensino para a criação de uma disciplina eletiva que será ofertada aos interessados em participar do projeto Xadrez nas Escolas, em caso de aprovação. Essa unidade curricular (UC), denominada “Xadrez Básico”, será oferecida, também, para aqueles que desejarem conhecer um pouco mais sobre esse esporte. Informamos que essa UC já foi aprovada no colegiado de um dos cursos de graduação da UFVJM. Assim, essa UC procurará ensinar a jogar xadrez e, também, ensinar a ensinar jogar xadrez, aspectos inter-relacionados, mas diferentes.
Um primeiro aspecto a ser apresentado/problematizado refere-se à história do xadrez. Afinal, como foi o desenvolvimento desse jogo? Quais suas raízes? Explicamos que a história do xadrez tem origem controversa, mas é possível afirmar que o jogo foi inventado na Ásia. Atualmente, a versão amplamente difundida é a de que teria surgido na Índia com o nome de Chaturanga e dali se espalhou para a China, Rússia, Pérsia e Europa, onde se estabeleceram as regras atuais. Pesquisas recentes indicam uma possível origem na China do século III a.C., na região entre o Uzbequistão e a Pérsia antiga (atual Irã) (LASKER, 1999 e MURRAY, 1913). Um dos primeiros registros literários sobre o xadrez é o poema persa Karnamak escrito no século VI, e, a partir desta época, sua evolução é mais bem documentada e amplamente aceita no meio acadêmico. Após a conquista da Pérsia pelos árabes, estes assimilaram o jogo e o difundiram no ocidente levando-o ao norte da África e Europa e até as atuais Espanha e Itália por volta do século X, de onde se expandiu para o resto do continente chegando até a região da Escandinávia e Islândia. No oriente, o xadrez se expandiu a partir da sua versão chinesa, o Xiangqi, para a Coreia e Japão no século X (LASKER, 1999 e MURRAY, 1913). Por volta do século XV o jogo estava amplamente difundido pela Europa e, dentre as variantes existentes do jogo, a europeia foi a que mais se destacou devido à rapidez proporcionada pela inclusão da Dama e do Bispo. Apesar de já existir literatura anterior sobre o xadrez na época, foi neste período que começaram a surgir as primeiras análises de aberturas em virtude das novas possibilidades do jogo (LASKER, 1999 e MURRAY, 1913). As partidas começaram a ser registradas com maior frequência e mais estudos da teoria do xadrez foram pequenos publicados. No século XVIII foram fundados os primeiros clubes para a prática do xadrez e federações esportivas na Europa e, em decorrência do grande número de torneios acontecendo por todo o continente, em 1851 foi realizado o primeiro torneio internacional em Londres. A popularidade das competições internacionais levou à criação do título de campeão mundial, vencido por Wilhelm Steinitz em 1886, e, em 1924, foi fundada a Federação Internacional de Xadrez (FIDE), em Paris, que organizou a primeira Olimpíada de Xadrez e o mundial feminino, vencido por Vera Menchik (LASKER, 1999 e MURRAY, 1913). Já no Brasil, durante o século XIX, em 1880 ocorre o primeiro torneio de xadrez com a participação de Machado de Assis, Arthur Napoleão (grande divulgador e pioneiro do jogo no Brasil), João Caldas Viana Filho, visconde de Pirapitinga (o primeiro grande enxadrista brasileiro e provavelmente o maior jogador surgido no Brasil até 1930), Charles Pradez (suíço que residiu alguns anos no Rio de Janeiro), Joaquim Navarro e Vitoriano Palhares (MATHIAS, 2020). Em nosso país, os campeonatos nacionais ocorrem desde 1927, sendo que o primeiro campeão foi Souza Mendes em campeonato disputado no Rio de Janeiro. O primeiro campeonato brasileiro feminino ocorreu em 1960 na cidade de Brusque e a primeira campeã foi Dora Rúbio (MATHIAS, 2020). Após esse breve relato histórico, perguntamo-nos quais relações podemos estabelecer entre o jogo de xadrez e a educação? Nesse sentido, compreendemos que a escola tem a missão de contribuir para formar um cidadão crítico e não somente preparar os alunos para o mercado de trabalho. Sendo assim, a escola deve fornecer condições para o desenvolvimento desse pensar mais questionador por parte dos discentes, que eles compreendam as relações de poder que permeiam nossa sociedade, que desenvolvam sua criatividade e consigam se adaptar às diferentes situações de uma sociedade, que desenvolvam seu raciocínio lógico e o poder de abstração, dito de uma forma popular, pode-se dizer que o aluno deve sair da escola “sabendo pensar” (SANTOS, 2009). É exatamente nessas possibilidades de estimular o raciocínio lógico, a abstração, o cálculo e outras questões que o xadrez é muito bem vindo. A abstração requisitada nas ciências exatas, por exemplo, é grandemente desenvolvida no jogo de xadrez. Essa abstração é a capacidade de desenvolver as ideias mentalmente, antes de passá-las a um plano material. O cálculo no xadrez é a capacidade de mentalizar as suas jogadas e as do adversário, construindo uma ramificação de possibilidades (SANTOS, 2009). Desta forma, o xadrez pode ser uma ferramenta poderosa e diferencial para aumentar o rendimento escolar, pois estimula a memória, o raciocínio lógico, a imaginação, a atenção, o pensamento abstrato e outras questões que favorecem a aprendizagem dos alunos (SANTOS, 2009; REZENDE, 2005). Além disso, o xadrez apresenta aspectos ligados ao ensino das ciências e ao mesmo tempo é uma arte e um jogo. Evidenciamos que é um jogo de estratégia e a introdução desses jogos nas escolas, por exemplo, pode ser usado como uma ferramenta no ensino de Matemática, abordando desde premissas de elementos matemáticos básicos bem como conteúdos complexos da disciplina (BUENO JÚNIOR, 2017). Com isso, esperamos ter demonstrado uma parte da relevância do ensino do Xadrez nas Escolas e esse é o título resumido deste projeto. Além dessa ligação com as ciências exatas, ao ser abordado como um jogo, como uma arte e até mesmo como um esporte, o xadrez aproxima-se de outros campos do saber, por exemplo, a Educação Física (EF). Atualmente, a Educação Física constitui-se em uma área interdisciplinar que busca em diversas matrizes científicas subsídios para organizar sua prática (EDFIS, 2020). Relativo a esse ponto, evidenciamos que os professores que participarão deste projeto, caso seja aprovado, pertencem a cursos e áreas distintas do saber, o que ajudará a promover a interdisciplinaridade e a organizar pedagogicamente esse conhecimento. Um fator que ajudará na formação dessa equipe multidisciplinar, mas que atuará de forma interdisciplinar, será a criação de um Clube de Xadrez em Diamantina, que agregará alunos, técnicos administrativos, professores e comunidade em um espaço destinado a promover o ensino do xadrez. Será um clube sem fins lucrativos, mas preocupado com as questões educacionais envolvidas no ensino e no jogo do xadrez, independente do sexo, da raça, da orientação sexual, da classe e de quaisquer outras questões excludentes. Afinal, uma característica desse jogo é poder agregar as pessoas em sua diversidade. Esse Clube de Xadrez promoverá a interação da comunidade universitária com a comunidade externa fornecendo oficinas e palestras enxadrísticas com a execução de atividades online de Xadrez, em decorrência das novas medidas sanitárias mundiais em virtude da COVID-19. Além de criar um clube de Xadrez, os professores envolvidos organizaram um Plano de Ensino para a oferta de uma disciplina eletiva denominada Xadrez Básico. Essa unidade curricular objetivará apresentar e ensinar o jogo de Xadrez aos discentes, possibilitar a aquisição das noções básicas e regras elementares do jogo de Xadrez, mostrar as fases de uma partida: abertura, meio jogo e final e a ensinar a ensinar a jogar Xadrez, entre outras questões. Com isso, teremos uma equipe universitária apta a ensinar a jogar xadrez. Explicitamos que essa Unidade Curricular já foi aprovada pelo colegiado de um dos cursos da UFVJM. Outra possibilidade de ação estimulada pelo Clube de Xadrez envolveria as pesquisas que podem se originar como resultado da aplicação deste projeto. Por exemplo, poderemos buscar compreender alguns dos efeitos do incremento dos jogos de xadrez nas escolas.
Geral • Ensinar o jogo de Xadrez para os alunos das Escolas de Diamantina e região, na modalidade remota nas diversas redes e mídias. Específicos • Criar um clube de xadrez ativo e regulamentado em Diamantina envolvendo a população de Diamantina e das cidades do entorno; • Criação de uma equipe de universitários aptos a ensinar xadrez; • Consolidar uma rotina de um Clube de Xadrez de forma remota; • Ofertar disciplina eletiva que ensine a ensinar a jogar Xadrez; • Realização de eventos e campeonatos enxadrísticos de forma remota.
As ações deste projeto atenderão diversos estudantes de Diamantina e das cidades próximas, como Datas e Gouveia. Diamantina é uma cidade com cerca de 50 mil habitantes compreendida em uma área de cerca de 3.900km². Em 2015 tinham 477 docentes na rede de ensino fundamental, sendo 303 na rede pública, além de 213 docentes na rede de ensino médio, sendo 182 na rede pública. Contava com 41 escolas para o ensino fundamental, onde apenas 3 são privadas e 13 escolas públicas para o ensino médio onde apenas 2 são privadas. Foram mais de 6.800 matrículas no ensino fundamental, mais de 2.200 matrículas no ensino médio e mais do que 1150 matrículas na pré-escola (IBGE CIDADES, 2020). O projeto tem como publico alvo crianças, jovens e idosos das escolas públicas e privadas que envolveremos no projeto. Dentre essas, pretendemos contatar as Escolas Municipais, Estaduais e Privadas de Diamantina e região com o intuito de apresentar as oficinas remotas para as crianças, adolescentes e adultos da comunidade escolar. Criar uma equipe de estudantes aptos a ensinarem Xadrez para o público alvo. Criação de um Clube de Xadrez com rotina de jogos de forma remota e presencial. Atendendo diretamente as escolas estaduais, além das escolas municipais e particulares presentes em Diamantina e região e atendendo indiretamente os familiares do público alvo, além da comunidade acadêmica da UFVJM. Estimamos atingir um público de 300 (trezentas) pessoas em um ano de atividade com as ações deste projeto.
Este projeto será divido em três fases bem definidas: Preparação, Execução e Relatórios. Na fase de Preparação: • Oficina de ensino e aprendizado do xadrez para os estudantes oficineiros do projeto. • Preparação da divulgação e agendamento das intervenções remotas nas escolas participantes do projeto. Na fase de Execução: • Realização de evento de divulgação do futuro clube de xadrez para comunidade em geral • Realização de pequenos campeonatos de xadrez de forma remota. • Elaboração dos relatórios parciais. Na fase dos Relatórios: • Fundação de um clube de xadrez de Diamantina • Elaboração do relatório final. • Discussão dos impactos do ensino do Xadrez nas Escolas. Durante a execução das oficinas e palestras serão aplicados questionários estruturados para avaliação do desempenho dos oficineiros e do impacto gerado pela nossa intervenção. Serão gerados pelo grupo, relatórios bimestrais para comporem o relatório final e para estruturar possíveis adaptações do projeto.
BUENO JÚNIOR, Jair Antônio. O tabuleiro de xadrez no ensino de matemática. 2017. 56f. Dissertação (Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica) – Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, Campinas, 2017. EDFIS – Educação Física. Disponível em: < http://portal.ufvjm.edu.br/a-universidade/cursos/efs>. Acesso em 20 out. 2020. IBGE CIDADES, disponível em < https://cidades.ibge.gov.br/>. Acesso em 21 out. 2020. LASKER. Lasker, Edward (1999). História do xadrez. 2ª ed. São Paulo: IBRASA. ISBN 85-348-0056-1. MATHIAS, Herculano Gomes. "Machado de Assis e o jogo de xadrez" In: Anais do Museu Histórico Nacional, Rio de Janeiro, vol. 13, 1952-1964. Disponível em: < http://docvirt.com/docreader.net/DocReader.aspx?bib=mhn&pagfis=13004>. Acesso em 20 out. 2020. MURRAY, H.J.R. (1913). A History of Chess (em inglês) 1ª ed. Oxford: Clarendon Press. ISBN 0936317019. PARQUE – Parque da Ciência de Diamantina. Disponível em: < https://parque-da-ciencia.webnode.com/sobre-o-parque>. Acesso em 16 out. 2020. PANDEMIA – Ministério da Saúde Brasil. Disponível em: < https://www.gov.br/saude/pt-br#:~:text=Desta%20forma%2C%20o%20primeiro%20caso,divulgado%20pelo%20Minist%C3%A9rio%20da%20Sa%C3%BAde>. Acesso em 20 out. 2020. REZENDE, Sylvio. Xadrez pré-escolar: uma abordagem pedagógica. Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna, 2005. SANTOS, Marcel Silveira dos. A abstratividade das ciências químicas, físicas e matemáticas: o xadrez como auxílio no desenvolvimento das habilidades cognitivas. Saber Científico, Porto Velho, 2 (2): 63 - 79, jul./dez.,2009.
Estudantes oficineiros atuarão ativamente em todas as fases do projeto, prepararão e execução das oficinas. No caso especial, o bolsista deverá preencher e entregar a declaração mensal de atividades devidamente no Sistema Integrado de Extensão e Cultura (SIEXC), conforme orientação da PROEXC. Os estudantes oficineiros da UFVJM serão capacitados através da participação de uma disciplina eletiva que será ofertada, além de minicursos específicos oferecidos pelos professores envolvidos neste projeto. Além disso, esse discente que é público alvo participará das oficinas e responderá os questionários semiestruturados para avaliação das ações. Ressalta-se que todas as ações citadas ocorrerão de forma remota.
Por não ser um esporte caro, a sua implementação nas escolas de Diamantina e região é financeiramente viável. Além disso, o jogo de Xadrez estimula o desenvolvimento de diversas habilidades que contribuem para o processo ensino-aprendizagem dos alunos nas diversas disciplinas que fazem parte do seu processo formativo.
Público-alvo
Alunos do ensino fundamental e médio de diversas escolas de Diamantina e região.
Discentes de diversos cursos da UFVJM que participarão das oficinas de capacitação, bem como da disciplina eletiva "Xadrez Básico" que será oferecida.
Municípios Atendidos
Diamantina, Mg
Datas, Mg
Gouveia, Mg
Parcerias
Contribuir para a popularização e educação em ciência, que esta seja compreendida enquanto um processo que vise promover a exploração ativa, o envolvimento pessoal, a curiosidade, o uso dos sentidos e o esforço intelectual na formulação de questões e na b
Cronograma de Atividades
Oficinas de capacitação para os alunos da UFVJM que atuarão nas escolas. Objetivo: ensinar a ensinar a jogar Xadrez.
Contato com a direção das escolas de Diamantina e região para apresentar o projeto e estabelecer locais de atuação para os envolvidos.
Oficinas específicas com o intuito de ensinar, de estimular e de promover os jogos de xadrez.
Disciplina com o objetivo de ensinar a jogar xadrez e ensinar a ensinar a jogar xadrez.
Campeonatos interno entre os participantes do projeto.
Produção de textos e relatórios para publicação.
Produção dos relatórios parciais.
Produção do relatório final do projeto.
Criação do Clube de Xadrez de Diamantina.