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10ENVOLVER E JUVENTUDE: empoderamento do Grupo Unijovens, Ousadia & Alegria de Santa Luzia, Crisólita/MG e de outros coletivos juvenis dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
Sobre a Proposta
Tipo de Edital: Pibex
Situação: Aprovado
Dados do Coordenador
valéria cristina da costa
202101012021024057
instituto de ciência, engenharia e tecnologia (icet)
Caracterização da Ação
ciências sociais aplicadas
direitos humanos e justiça
educação
direitos individuais e coletivos
regional
território do mucuri: estudos, assessoria e apoio às comunidades de agricultura familiar e povos tradicionais do vale do mucuri (mg) (registro 051.1.008-2011)
Não
Membros
leonel de oliveira pinheiro
Voluntário(a)
luís ricardo de souza corrêa
Voluntário(a)
aruana rocha barros lopes
Voluntário(a)
priscila barbosa dos santos
Voluntário(a)
deliene fracete gutierrez
Voluntário(a)
juliana lemes da cruz
Voluntário(a)
mayra soares santos
Voluntário(a)
mayne luisa silva veronesi
Voluntário(a)
jamerson pereira duarte
Voluntário(a)
millany rodrigues de souza
Bolsista
Desde o ano de 2012, o Projeto 10envolver, vinculado ao Programa de Extensão Território do Mucuri: estudos, assessoria e apoio às comunidades de agricultura familiar e povos tradicionais do Vale do Mucuri (MG) (Registro 051.1.008-2011), vem sendo planejad
10envolver, jovens, empoderamento
Desde o ano de 2012, o Projeto 10envolver vem sendo planejado e realizado nos dez municípios mineiros de menor IDH-M (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) do estado de Minas Gerais. Tal projeto é fruto de uma parceria entre a Coordenadoria de Inclusão e Mobilização Sociais (CIMOS) do Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG), a UFMG, a Unimontes e a UFVJM. O 10envolver visa contribuir com o fortalecimento das instâncias de participação popular, uma vez que se tem o entendimento que uma melhoria na participação das pessoas nestas instâncias pode potencializar um aumento do IDH-M dos municípios em questão. Os dados de IDH-M considerados foram os referentes ao ano de 2001, publicados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. De acordo com estes dados, 05 dos 10 municípios de menor IDH-M de Minas Gerais estavam localizados na Região Norte (Bonito de Minas, Fruta de Leite, Gameleiras, Indaiabira e Pai Pedro), um no Vale do Jequitinhonha (Monte Formoso) e quatro municípios se encontravam no Vale do Mucuri (Bertópolis, Crisólita, Novo Oriente de Minas e Setubinha). A equipe da UFVJM tem atuado nos municípios dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. A primeira etapa do projeto, para a qual estavam assegurados recursos financeiros oriundos do MPMG e do Edital Extensão Interface com a Pesquisa 2013 da UFVJM, teve duração até setembro de 2014. O objetivo desta etapa foi realizar um diagnóstico das instâncias de participação popular destes municípios e contribuir na construção de Planos de Ações para que as dificuldades detectadas possam ser superadas. Nesta etapa, a primeira ação consistiu na coleta de dados, por meio da aplicação de questionários a representantes de todas as instâncias de participação popular identificadas nos municípios, bem como a todas as escolas em que foram encontradas pessoas que pudessem responder pelas mesmas no momento em que representantes do UFVJM as visitaram. Como ação seguinte, foram organizadas e realizadas oficinas nos municípios envolvidos em que foram utilizadas técnicas de Diagnóstico Rápido Participativo (DRP). Após a realização das duas ações descritas anteriormente, detectou-se que as instâncias de participação popular dos municípios estudados, de fato, apresentavam muitas fragilidades. Uma proposta que surgiu, dentre os próprios participantes das atividades realizadas no 10envolver, e que foi incluída no Plano de Ações para o fortalecimento das instâncias de participação popular, foi a promoção de espaços de capacitação para representantes de instâncias de participação popular. Neste caso, tais espaços de capacitação podem contribuir muito para que as pessoas destes municípios se empoderem por meio da construção de seu próprio conhecimento, num processo de ação e reflexão. No período de agosto de 2014 até o presente momento, já foram organizadas e realizadas oficinas de capacitação, e algumas estão previstas até junho de 2021, para representantes de instâncias de participação popular, associações e grupos informais, financiadas pela PROEXC, via editais PIBEX e pelo MEC, via Edital PROEXT. O número de oficinas ofertadas, no entanto, não será suficiente para atender todas as demandas apontadas nos Planos de Ações, de forma que o presente projeto visa dar continuidade a este processo de capacitação. O público alvo serão os jovens do Grupo Unijovens, Ousadia & Alegria, de Santa Luzia, distrito do município de Crisólita e de outros coletivos juvenis dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri que demonstrarem interesse pelas ações do projeto.
Este projeto pode ser entendido como relevante, considerando que os indivíduos raramente se empoderam espontaneamente, que as universidades e outras instituições podem contribuir com o processo de empoderamento, que o empoderamento pode ser mais efetivo se realizado de forma comunitária, tendo a mediação como um princípio e que estes espaços de capacitação de representantes de conselhos municipais e associações são uma demanda da própria comunidade apontada durante a realização do 10envolver. O empoderamento envolve transformação, ou seja, uma profunda mudança na maneira como as pessoas vivem as suas vidas e, para Bartlett (2008), “o objetivo final do empoderamento são as pessoas tomando grande controle sobre suas vidas”. Do ponto de vista político, o empoderamento passa pelo aprofundamento da democracia mediante ampliação da cultura política e da participação cidadã. Empoderar significa conquista de vez e voz, por indivíduos, organizações e comunidades, de modo que esses tenham elevados níveis de informação, autonomia e capacidade de fazer suas próprias escolhas culturais, políticas e econômicas (LISBOA, 2000 apud HOROCHOVSKI & MEIRELLES, 2007). Embora raramente os indivíduos e grupos desempoderados se empoderem espontaneamente, o empoderamento, no limite, depende dos sujeitos. Se esses resistirem às iniciativas dos agentes externos, não se obterá o empoderamento almejado, por melhores que sejam as intenções (LISBOA, 2000 apud HOROCHOVSKI & MEIRELLES, 2007). De acordo com Perkins (1995), com base em pesquisas de avaliação de projetos de empoderamento, iniciativas muito abrangentes são menos eficazes que ações pontuais, de menor alcance, de nível familiar, organizacional ou comunitário. Ainda segundo este autor, a teoria e as pesquisas têm mais utilidade se nascem de um processo colaborativo com a comunidade e seus cidadãos. As melhores práticas de pesquisa em empoderamento são, elas mesmas, parcerias, negociações. Para Souza (2001), a maior dificuldade para o empoderamento é convencer atores racionais a tomar parte nos processos participativos e fazer com que as decisões da população sejam executadas, pois no curto prazo é difícil enxergar resultados na participação e são elevados os custos da participação. O problema é maior entre os estratos mais fracos, mais necessitados e com menor habilidade para participar efetivamente da estrutura de governança local e fazer-se ouvir. Uma das formas de participação do indivíduo na sociedade é por meio do exercício do controle social. “O controle social pode ser entendido como a participação do cidadão na gestão pública, na fiscalização, no monitoramento e no controle das ações da Administração Pública.” Trata-se de importante mecanismo de prevenção da corrupção e de fortalecimento da cidadania. A participação popular no controle social é importante porque contribui para a boa e correta aplicação dos recursos públicos, fazendo com que as necessidades da sociedade sejam atendidas de forma eficiente. No entanto, para que os cidadãos possam desempenhar de maneira eficaz o controle social, é necessário que sejam mobilizados e recebam orientações sobre como podem ser fiscais dos gastos públicos. O controle social pode ser exercido pelos conselhos de políticas públicas ou diretamente pelos cidadãos, individualmente ou de forma organizada (BRASIL, 2010). Para que o controle social possa ser efetivamente exercido, é preciso, portanto, que os cidadãos tenham acesso às informações públicas. Essa transparência implica, no entanto, um trabalho simultâneo do governo e da sociedade: o governo, levando a informação à sociedade; a sociedade, buscando essa informação consciente de que tudo o que é público é de cada um de nós (BRASIL, 2010). Quanto mais bem informado o cidadão, melhores condições ele tem de participar dos processos decisórios e de apontar falhas. Isso possibilita a eficiência da gestão pública e contribui para o combate à corrupção (BRASIL, 2010). Sendo assim, a importância deste projeto se destaca, uma vez que, por meio dele, é possível socializar conhecimentos sobre a importância da participação popular, sobre como acessar informações referentes à gestão pública e como exercer o controle social, sobre o funcionamento de conselhos e associações e sobre políticas públicas e outros temas caros à juventude tais como projetos de futuro e acesso a direitos como, por exemplo, os direitos à educação e cultura, além daqueles temas que surgirem a partir dos jovens nos encontros. Considerando a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, a contribuição deste projeto na formação dos estudantes envolvidos é inegável, tanto no aspecto social quanto acadêmico dos mesmos. Em termos de formação social, eles terão oportunidade de interagir com sujeitos de outros municípios, possibilitando o desenvolvimento da reflexão a respeito destes ambientes sociais, permitindo pensá-los mediante exame crítico e autocrítico. Do ponto de vista acadêmico, durante a realização do projeto, terão contato com conhecimentos das Ciências Sociais e Humanas e com a pesquisa. Terão, também, a oportunidade de realizarem Trabalho de Conclusão de Curso sobre algum tema que tenha relação com este projeto. Em termos do impacto social para a região em que o projeto será desenvolvido, entende-se que o mesmo constitui uma possibilidade de promoção de empoderamento destas comunidades. Uma condição para esse aumento do poder e da autonomia de indivíduos e grupos sociais nas relações interpessoais e institucionais é a participação destes indivíduos nas instâncias de participação popular. A interação dialógica com a comunidade, que se busca realizar por meio deste projeto, deve apresentar as mesmas características que a extensão dialógica definida por Neto et al. (2011), “fundamentada em uma relação comunidade/aluno/docente/pesquisador marcadamente participativa, crítica, autocrítica e construídora de modos de organização mais autônomos e representativos da identidade cultural local, que rompe com perspectivas desmobilizadoras (assistencialistas) e mercantilistas, que tão somente limitam-se ao atendimento temporário e paliativo de necessidades sociais pontuais ou, por outro lado, à prestação de serviços valorada em termos instrumentais”. As ações deste projeto, além da possibilidade de contribuição para o aumento da participação dos indivíduos nas instâncias de participação popular, também podem contribuir promovendo educação, outro caminho que pode ser efetivo para a emancipação de uma comunidade, pois “a educação, como prática da liberdade, é fator precípuo na reinvenção do mundo” (FREIRE, 1987, 1997). No 10envolver, no período de agosto de 2014 a junho de 2017, foram organizadas e realizadas 39 oficinas de capacitação para representantes de instâncias de participação popular, associações e grupos informais dos municípios envolvidos no projeto, financiadas pela PROEXC, via editais PIBEX e pelo MEC, via Edital Proext. Cinco destas oficinas foram realizadas com Grupo Unijovens, Ousadia & Alegria, de Santa Luzia, distrito do município de Crisólita, Minas Gerais, no período de 2016 a 2017, com os seguintes temas: Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e estratégias de participação popular, Quem não se comunica se “estrumbica”, Gênero e Diversidade, Discutindo a vida por meio da arte e Hip Hop e juventude. A possibilidade de êxito neste projeto é grande, uma vez que a demanda por espaços de capacitação vem dos próprios representantes deste grupo, via abaixo-assinado contendo 48 assinaturas. Este abaixo-assinado foi encaminhado à coordenação do 10envolver em dezembro de 2017, após a realização das cinco oficinas destacadas anteriormente. A partir desta demanda, o projeto se manteve em andamento, sem interrupções, e seu registro tem vigência até junho de 2021. Após as cinco oficinas iniciais, foram realizadas outras nove, com os seguintes temas: Liberdade; Violência; Consumo/consumismo; Arte; Meio Ambiente; O verbo e aquilo que nos afeta; Políticas públicas, participação popular e controle social; Bioeconomia (02 oficinas). O número de oficinas a serem ofertadas até o final da vigência do projeto, no entanto, não será suficiente para atender todas as demandas apontadas pelos jovens, de forma que a presente proposta visa dar continuidade a este processo de capacitação. Vale destacar ainda que este projeto está vinculado à área temática Direitos Humanos e Justiça, descrita no Regulamento de Ações de Extensão da UFVJM, e que, considerando o escopo do projeto, ele contribui com a linha Direitos Individuais e Coletivos (12) e, ainda, com as linhas Grupos Sociais Vulneráveis (26) e Jovens e Adultos (30). Por fim, este projeto está vinculado ao Programa de Extensão Território do Mucuri: estudos, assessoria e apoio às comunidades de agricultura familiar e povos tradicionais do Vale do Mucuri (MG) (Registro 051.1.008-2011).
GERAL: Promover oficinas de capacitação para representantes do Grupo Unijovens, Ousadia & Alegria, de Santa Luzia, distrito do município de Crisólita/MG, e de outros coletivos juvenis dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, relacionadas aos temas participação popular, controle social, políticas públicas, projetos de futuro, direitos humanos e sociais e/ou outros originados a partir dos encontros. ESPECÍFICOS: 1. Organizar, divulgar e realizar oficinas de capacitação, relacionadas aos temas participação popular, controle social, políticas públicas, projetos de futuro, direitos humanos e sociais e/ou outros originados a partir dos encontros, para representantes do Grupo Unijovens, Ousadia & Alegria, de Santa Luzia, distrito do município de Crisólita/MG, e de outros coletivos juvenis dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri; 2. Realizar pesquisas bibliográficas que fundamentem as oficinas a serem promovidas durante a realização do projeto; 3. Preparar e postar semanalmente textos, no perfil do GEPAF - Grupo de Extensão e Pesquisa em Agricultura Familiar no FaceBook, relacionados às temáticas participação popular, controle social, políticas públicas, projetos de futuro, direitos humanos e sociais e outros que sejam detectados como temas de interesse dos jovens dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, enquanto não for possível realizar as ações presenciais em função da pandemia de Covid19; 4. Buscar estratégias para ampliar o acesso de jovens ao perfil do GEPAF - Grupo de Extensão e Pesquisa em Agricultura Familiar no FaceBook, enquanto esse perfil estiver em uso para a realização de ações do projeto; 5. Elaborar relatórios parcial e final contendo todas as informações levantadas e a análise da metodologia implementada no projeto. 6. Elaborar outros materiais para a divulgação do projeto (banner, relato e documentário). 7. Elaborar trabalho científico a respeito do projeto e apresentá-lo em evento acadêmico institucional e externo.
PREVISÃO DE IMPACTO DIRETO De forma direta, serão beneficiados 50 representantes do Grupo Unijovens, Ousadia & Alegria, de Santa Luzia, distrito do município de Crisólita/MG e 300 representantes de outros coletivos juvenis dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri que participarão das oficinas realizadas durante o desenvolvimento deste projeto. PREVISÃO DE IMPACTO INDIRETO Os participantes das oficinas poderão agir como promotores de reflexão nos espaços em que atuam, em especial na família, na escola e no próprio grupo. Sendo assim, de forma indireta, poderão ser beneficiados também outros sujeitos. INDICADORES NUMÉRICOS Elaboração de 01 banner contendo informações sobre o projeto, a ser usado em todas as atividades do mesmo; Realização de 10 oficinas de capacitação com o Grupo Unijovens, Ousadia & Alegria, de Santa Luzia, distrito do município de Crisólita/MG e com outros coletivos juvenis dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri; Elaboração de 10 textos de apoio para as oficinas; Elaboração de 01 texto semanal para postagem no FaceBook, enquanto não for possível realizar esse projeto de forma presencial; Elaboração de 01 Relatório Parcial do Bolsista do projeto; Elaboração de 01 relato sobre o projeto; Produção de 01 documentário sobre o projeto; Elaboração de 01 trabalho científico para apresentação em eventos institucional e externo. Elaboração de 01 Relatório Final do Bolsista do projeto; Elaboração de 01 Relatório Final do Coordenador do projeto.
Serão organizadas, divulgadas e realizadas dez oficinas de capacitação para representantes do Grupo Unijovens, Ousadia & Alegria, de Santa Luzia, distrito do município de Crisólita/MG e de outros coletivos juvenis dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri que demonstrarem interesse pelas ações do projeto. Antes de cada oficina, todos os jovens serão convidados, via redes sociais e por meio da divulgação feita pelos parceiros locais onde as oficinas serão realizadas. Cada oficina terá quatro horas de duração e o calendário será estabelecido considerando-se as particularidades dos envolvidos, de forma a agregar o maior número possível de pessoas. Para isso, as datas serão definidas de acordo com as disponibilidades da equipe executora desse projeto e dos participantes. Serão debatidos os seguintes temas: participação popular, controle social, políticas públicas, projetos de futuro, direitos humanos e sociais e/ou outros originados a partir dos encontros. Para a preparação das oficinas, serão realizadas pesquisas bibliográficas que fundamentem as discussões a serem promovidas durante as mesmas. Nas reuniões semanais da equipe executora do projeto, serão debatidos artigos e demais materiais encontrados durante as pesquisas bibliográficas realizadas. Serão preparados textos de apoio para as oficinas, que poderão ser levados pelos presentes, como forma de divulgar informações e sítios da internet importantes sobre o tema debatido. Também serão buscadas parcerias que possam contribuir com as discussões a serem realizadas nas oficinas, além das parcerias já estabelecidas e que serão mencionadas posteriormente. Na realização das oficinas, os presentes serão muito incentivados a se manifestarem pois, conforme Freire (1987) “não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão”. Nesse sentido, a equipe tem clareza de que, na realização destas oficinas de formação deve ser adotada, conforme Lisboa (2000), uma postura de mediação, e não de determinação pura e simples do que deve ser feito, pois uma postura de mediação é mais eficaz para a consecução dos resultados pretendidos (LISBOA, 2000 apud HOROCHOVSKI & MEIRELLES, 2007). Sendo assim, serão utilizadas metodologias participativas a serem definidas pelo facilitador que potencializem também o trabalho em grupo. Na definição de uma estratégia de atuação, Souza (2004) ressalta que se devem utilizar as metodologias participativas como norteadoras do desenvolvimento dos trabalhos priorizando-se, fundamentalmente, a possibilidade de expressão dos participantes. As ferramentas de visualização das ideias em tarjetas, cartazes, textos, cartilhas são usadas como facilitadoras de discussões. O uso destas metodologias permite às pessoas participarem ativamente expressando seu potencial criativo, exercitando o diálogo entre os seus pares nos espaços de construção coletiva de conhecimento. Este conjunto de procedimentos são técnicas, instrumentos, ferramentas pedagógicas que, segundo Brose (2004) citado por Gutierrez (2006), “têm como função principal ajudar a estruturar as disputas sobre poder entre atores sociais, torná-las mais transparentes e, dessa forma, contribuir para uma distribuição mais eqüitativa de poder”. Enquanto estiverem mantidas, durante a vigência do projeto, as restrições impostas pelas medidas preventivas adotadas pelos Governos Federal e Estaduais com vistas ao enfrentamento à pandemia do Coronavírus, sendo tais medidas responsáveis pela suspensão das aulas presenciais em instituições de ensino e das atividades com potencial de aglomerar pessoas, nesse projeto serão realizadas as seguintes ações: preparação e realização de postagens semanais de textos, no perfil do GEPAF - Grupo de Extensão e Pesquisa em Agricultura Familiar no FaceBook, relacionados às temáticas participação popular, controle social, políticas públicas, projetos de futuro, direitos humanos e sociais e outros que sejam detectados como temas de interesse dos jovens dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Ademais, para ampliar o acesso de jovens a esses textos, serão estabelecidas parcerias com professores da rede pública de ensino de Teófilo Otoni e adjacências. Será estimulada a interação do público alvo com a equipe do projeto. É importante que a equipe de extensionistas, durante todas as atividades, se atente para os aspectos citados a seguir, para que se consiga alcançar os resultados esperados: - Criar relação de respeito e confiança mútua; - Favorecer a criatividade e conhecimento dos participantes; - Incentivar o intercâmbio de informações e provocar reflexões; - Não impor as próprias ideias; - Manter uma atitude neutra e prestar muita atenção ao comportamento dos participantes (interesse, atenção e dispersão). Além disso, a utilização destas metodologias visa possibilitar que os participantes possam pensar e repensar o seu papel nas instituições e entidades que participam, assim como na construção de políticas públicas locais, propiciando o empoderamento e o fortalecimento do capital social. Além das ferramentas de metodologias participativas, utilizar-se-ão de linguagens que permitam a participação efetiva dos presentes, de forma a criar um ambiente de diálogo entre a comunidade e a equipe de extensionistas, possibilitando assim a socialização e a construção de novos conhecimentos empíricos e científicos. Uma dessas linguagens será o teatro, que tem se mostrado uma ferramenta muito importante para promover discussões e reflexões sobre relações e aspectos sociais. Segundo Boal (2015), “o teatro popular pode ser feito em qualquer lugar: até nos próprios teatros da burguesia; e por qualquer pessoa: até por atores”. Ao longo do projeto, serão também elaborados materiais para a divulgação do mesmo (banner, relato e documentário). Além disso, serão redigidos os relatórios parcial do bolsista e final (do bolsista e do coordenador) contendo todas as informações levantadas e a análise da metodologia implementada no projeto. Ademais, será redigido trabalho científico para apresentação em eventos institucional e externo. Para a avaliação das oficinas pelo público, será criado formulário simples e objetivo, em que os participantes poderão emitir parecer sobre a importância da oficina, o acréscimo de conhecimento promovido por ela, o desempenho do mediador e a dinâmica da oficina. Também haverá espaço para outras sugestões e críticas. A equipe também avaliará as oficinas, na primeira reunião subsequente à realização das mesmas. Nesta reunião da equipe, também serão analisadas as avaliações feitas pelos participantes das oficinas. Desta forma, se forem identificadas mudanças necessárias a partir da análise da equipe e dos formulários de avaliação preenchidos pelos participantes, as mesmas serão empreendidas antes da oficina seguinte.
BARTLETT, A. No more adoption rates! Looking for empowerment in agricultural development programmes. Development in Practice, v. 18, n. 4, p. 524-538, 2008. BRASIL, Coleção Olho Vivo: Controladoria-Geral da União - Secretaria de Prevenção da Corrupção e Informações Estratégicas. Controle Social: Orientações aos cidadãos para participação na gestão pública e exercício o controle social. Brasília, 2010. BOAL, A. Jogos para atores e não atores. São Paulo: Cosac Naify, 2015. BROSE, M.(org). METODOLOGIA PARTICIPATIVA: uma introdução a 29 instrumentos. 2ª. impressão. Porto Alegre: Tomo Editoral, 2004. 326 p. FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. FREIRE, P. Política e educação. 3. ed. São Paulo: Cortez, 1997. GUTIERREZ; Deliene Fracete. AGENDA 21 LOCAL NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO POPULAR - O CASO DE ACAIACA – MG (Monografia apresentada à Universidade de Brasília para conclusão do curso de Especialização em Extensão Rural para o Desenvolvimento Sustentável). Brasília: xxxp 2006 HOROCHOVSKI, R. R.; MEIRELLES, G. Problematizando o conceito de empoderamento. Anais do II Seminário Nacional Movimentos Sociais, Participação e Democracia. UFSC, Florianópolis, Brasil, 2007. LISBOA, T. K. Heroínas em luta na conquista de suas glórias: um estudo sobre o processo de 'empoderamento' das mulheres nas comunidades de periferia de Florianópolis. 2000, 390 p. Tese (Mestrado em Sociologia). Programa de Pós-Graduação em Sociologia, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre. NETO, L. M., GARRIDO, P. O., JUSTEN, C. E. Desenvolvendo o aprendizado em gestão social: proposta pedagógica de fomento às incubadoras sociais. Cadernos EBRAPE, v. 9, n. 3, p. 828-845, 2011. PERKINS, D.D. Speaking truth to power: empowerment ideology as intervention and policy. American Journal of Community Psicology . v. 23, n. 5, p. 765-94, 1995. SOUZA, C. Construção e consolidação de instituições democráticas: papel do orçamento participativo. São Paulo em perspectiva, v. 15, n. 4, p. 84-97, 2001.
Este projeto contará com a participação de um estudante bolsista e de estudantes voluntários. A dinâmica de participação de estudantes no referido projeto passa pela concepção de Paulo Freire, que diz que ”ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”, ou seja, o estudante terá a oportunidade de contribuir socializando seus conhecimentos, conciliando-os com os conhecimentos dos demais e, a partir dessas trocas e vivências, poderá contribuir para a transformação da realidade. Ainda de acordo com Paulo Freire, “conhecer é tarefa de sujeitos, não de objetos. E é como sujeito e somente enquanto sujeito, que o homem pode realmente conhecer”. Sendo assim, é imperativo que os estudantes sejam de fato sujeitos no processo. Desta forma, pretende-se que o projeto possa contribuir com a formação pessoal e profissional dos estudantes e com a atuação dos mesmos dentro do ambiente acadêmico, já que eles terão oportunidade de trabalhar em equipe, conhecer a realidade de outros municípios dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, conhecer os desafios e potencialidades da dinâmica de participação popular, assim como os processos de construção de diversas políticas públicas e as metodologias participativas. Este projeto não pretende ser uma ferramenta de “levar e trazer” conhecimentos, mas uma proposta de construção coletiva a partir da vivência de cada participante. Todas as atividades dos estudantes serão feitas sob orientação da coordenação e/ou de outro membro da equipe devidamente habilitado para tal. O bolsista obrigatoriamente participará na organização, mobilização e preparação das oficinas. Também deverá realizar pesquisas bibliográficas sobre os temas que serão debatidos nas oficinas, de forma que possa contribuir na confecção das mesmas. O bolsista também deverá participar das oficinas, auxiliando os facilitadores das mesmas. Ele deverá elaborar formulário para a avaliação das oficinas pelos participantes e sistematizar os resultados obtidos nestas avaliações. Caso seja necessário realizar esse projeto, ou parte dele, de forma online, o bolsista se responsabilizará pela preparação e realização de postagens semanais de textos, no perfil do GEPAF - Grupo de Extensão e Pesquisa em Agricultura Familiar no FaceBook, relacionados às temáticas participação popular, controle social, políticas públicas, projetos de futuro, direitos humanos e sociais e outros que sejam detectados como temas de interesse dos jovens dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. O bolsista será avaliado pela participação efetiva nas reuniões semanais, pelo interesse demonstrado no preparo das atividades, pelo esforço feito no cumprimento do cronograma de trabalho e pela autonomia na realização das tarefas.
Esse projeto está vinculado ao Programa de Extensão "Território do Mucuri: estudos, assessoria e apoio às comunidades de agricultura familiar e povos tradicionais do Vale do Mucuri (MG)" (Registro 051.1.008-2011). Em função da pandemia de Covid19 enfrentada pelo Brasil no momento, nesse projeto, estão previstas ações presenciais e ações online, sendo que as ações online serão realizadas somente enquanto não for possível realizar as ações presenciais. Caso esse projeto seja aprovado, os recursos financeiros serão utilizados da seguinte forma: despesas com transporte (R$2995,51), o que possibilitará o deslocamento da equipe até os municípios em que as atividades serão realizadas; e despesas com serviços da gráfica UFVJM (R$4,00), para a impressão de cartaz colorido em tamanho A3 com informações sobre o projeto, com vistas a ser utilizado durante a realização das atividades, conforme determina o edital. Ao longo do ano de 2021, caso seja aberto pregão para impressão de banners, esse cartaz será substituído por banner, o que implicará no uso de um valor menor do que o previsto no item “despesas com transporte”, para que não seja o extrapolado o valor máximo permitido pelo edital (R$3000,00).
Público-alvo
Representantes do Grupo Unijovens, Ousadia & Alegria, de Santa Luzia, distrito do município de Crisólita/MG e representantes de outros coletivos juvenis dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri que participarão das oficinas realizadas durante o desenvolvimento
Municípios Atendidos
Crisólita
Outros Municípios Dos Vales Do Jequitinhonha E Mucuri Que Demonstrarem Interesse Pelo Projeto.
Parcerias
As oficinas serão realizadas neste CRAS e a equipe que atua no mesmo ficará responsável por colaborar também na divulgação das datas das oficinas e na organização das mesmas. A instituição está ciente e enviou carta de anuência que se encontra em anexo.
Muitos temas serão discutidos por meio do teatro. Os membros deste instituto atuarão, junto com a equipe desse projeto, nas oficinas em que tal metodologia for utilizada. A instituição está ciente e enviou carta de anuência que se encontra em anexo.
Essa instituição irá contribuir na mobilização social e na realização de eventos desse projeto. A instituição está ciente e enviou carta de anuência que se encontra em anexo.
Cronograma de Atividades
Realização de pesquisas bibliográficas que fundamentem a realização do projeto
Elaboração de banner do projeto
Elaboração de Formulário de Avaliação das Oficinas pelos participantes
Preparação, mobilização e realização da primeira oficina
Preparação, mobilização e realização da segunda oficina
Preparação, mobilização e realização da terceira oficina
Preparação, mobilização e realização da quarta oficina
Preparação, mobilização e realização da quinta oficina
Preparação, mobilização e realização da sexta oficina
Redação do Relatório Parcial do Bolsista do projeto
Preparação, mobilização e realização da sétima oficina
Preparação, mobilização e realização da oitava oficina
Preparação, mobilização e realização da nona oficina
Preparação, mobilização e realização da décima oficina
Elaboração de relato para divulgação do projeto
Redação do Relatório Final do Bolsista do projeto
Redação do Relatório Final do Coordenador do projeto
Elaboração de documentário para divulgação do projeto
Apresentação de trabalhos com resultados do projeto em eventos institucional e externo
Preparação e postagens semanais de textos no FaceBook, somente enquanto não for possível realizar as ações presenciais em função da pandemia de Covid19.