Atualmente os equídeos ainda são muito usados como ferramenta de trabalho para tração, lida com gado, meio de transporte e em esportes equestres, que na região de Unaí-MG são atividades de fonte de renda e de sobrevivência de uma parcela da população. Devido à grande importância desses animais, os cuidados e a atenção relativos à sua saúde e ao seu bem-estar têm provocado grande impacto na sociedade e em todas as suas relações sociais e econômicas, pois assumem a cada dia maior valor e destaque no convívio com o ser humano por influenciarem diretamente na saúde pública sendo possíveis fontes de disseminação de algumas zoonoses e pela rotina de utilização desses equídeos não estar apenas restrita ao ambiente rural, mas cada vez mais presente em grandes centros urbanos. Nestes casos onde os animais são utilizados como ferramenta de trabalho, muitas vezes eles são submetidos a condições extenuantes e obrigados a transportar cargas em excesso e a executar longas jornadas de trabalho dispondo de alimentação inadequada e baixo consumo de água, além de sofrerem maus tratos e serem mantidos durante o trabalho em piso inadequado como terrenos pedregosos e asfalto, na sua maioria das vezes por falta de conhecimento e instrução dos tutores, que apenas repetem ações perpetuadas pela cultura falada sem orientação técnica científica adequada. Neste panorama, o objetivo é conscientizar e orientar as pessoas que utilizam estes animais sobre as formas corretas de manejo e os cuidados sanitários e de saúde pública necessários para a boa e harmônica convivência homem-animal.

equídeos, carroceiros, bem-estar animal, saúde única

Os carroceiros de Unaí encontram nos equídeos uma ferramenta de trabalho utilizada como força motriz e também como meio de transporte e de lazer. Portanto, o animal exerce função social e de fonte de renda na região. Frente a sua grande importância, cuidados e atenção relativos ao seu bem-estar e saúde tem provocado grande impacto na população diretamente beneficiada e também naquelas pessoas ao seu redor, uma vez que a preocupação com a saúde pública ganha destaque diariamente. Contrariamente à urbanização, ainda é grande o uso de animais de tração, não apenas em ambiente rural, mas também em centros urbanos atuando na tração de veículos (carroças ou charretes) e transporte de lixo e entulhos, alimentos e pessoas. Nestes casos, em muitas vezes os animais são submetidos a condições extenuantes de trabalho, obrigados a transportar cargas em excesso, a executar longas jornadas de trabalho, dispondo de alimentação inadequada e baixo consumo de água, além de sofrerem maus tratos e serem mantidos durante o trabalho em piso duro e inadequado como é o asfalto. Assim sendo, o objetivo é conscientizar e orientar os carroceiros sobre o manejo e cuidados sanitários dos equídeos levando em consideração a saúde pública e ofertar serviço especializado através de intervenções clínico-cirúrgicas necessárias além de envolver adicionalmente toda a comunidade acadêmica interessada em desenvolver e aprimorar o conhecimento multidisciplinar veterinário e zootécnico aplicados in loco no atendimento real das necessidades apresentadas por esse grupo de animais. Acreditamos que a divulgação das temáticas e a prestação de serviço promoverá o nome da UFVJM como sua benfeitora, aproximando a Universidade pela preocupação social e resolução das demandas regionais da população carente de informação e serviços especializados, quebrando assim a barreira da academia e demostrando que, apesar de ser uma instituição em construção, a integração e o apoio a comunidade são os principais alicerces e metas deste relacionamento.

A despeito do que possa aparentar o uso de animais como forma de tração é ainda bastante comum; cerca de 2 bilhões de pessoas fazem uso de 300 milhões de animais de tração em 30 países (SOUZA, 2006). Essa rotina não é apenas encontrada em ambiente rural, nos grandes centros urbanos esses animais são utilizados para tração de carroças ou charretes para transportar lixo, entulhos, alimentos, pessoas e bens duráveis ou recicláveis (REZENDE, 2004). diferentemente dos primórdios de sua vida selvagem em liberdade e sem restrições alimentares ou atividades de grande esforço repetitivo (SMYTHE, 1990). O Brasil conta, de acordo com o último censo realizado na Revisão do Estudo do Complexo Agronegócio do Cavalo (MAPA, 2016), com 3,9 milhões de animais utilizados para trabalho, sendo que destes 72% são utilizados em atividades pecuárias; no estado de Minas Gerais estão localizados 14,86% dos equídeos do país. Além dos carroceiros, a maior parte da população equina do país é utilizada como cavalo de lida nas propriedades rurais executando diversas funções. Muitas vezes os animais são submetidos a condições extenuantes de trabalho, obrigados a transportar cargas em excesso, a executar longas jornadas de trabalho, dispondo de alimentação inadequada e baixo consumo de água, além sofrerem maus tratos (GOODSHIP e BIRCH, 2001) e serem mantidos durante o trabalho em piso duro e inadequado como asfalto, isso tudo ainda em associação com ferrageamento e casqueamento incorretos. Mesmo sendo a principal ou as vezes até a única fonte de renda familiar ou meio de transporte de um grupo de pessoas como os carroceiros e os peões de fazenda, a discussão de conceitos referentes ao bem-estar animal, guarda responsável, destino correto ao lixo e entulho, aos riscos à segurança pública e aos animais envolvidos nessa tarefa torna-se imprescindível. Os equídeos vêm se adaptando através dos anos às exigências impostas pelo processo de seleção que as vezes é acelerado pelo homem (SMYTHE, 1990). Assim sendo, os animais de trabalho apresentam características que são a soma de vários fatores aos quais ele está sendo submetido como clima, manejo, treinamento, tipo de arreamento, superfície de trabalho e genética (JONES, 1987). O movimento de execução e o esforço para realizar a tração faz com que incidam diversas forças de estresse sobre articulações, principalmente dos membros, e região metacárpica/metatársica que geralmente resultam em patologias mistas do sistema locomotor e desequilíbrios podais reflexos de casqueamento e ferrageamento incorretos induzem alterações biomecânicas no caminhar do animal e flacidez de ligamentos e sobrecarga nos tendões (MARANHÃO et al., 2006). A sobrecarga e as patologias do sistema locomotor além de diminuírem a produtividade e longevidade funcional do animal induzem o surgimento de graves problemas posturais e de aprumos e, por consequência, interferem no bem-estar dos animais (DELGADO, 1999; WSPA, 2004) acelerando a deterioração de sua sanidade. Este processo de encurtamento da vida útil do animal é decorrente do seu uso diário e incorreto durante o trabalho porque os usuários não possuem conhecimentos necessários para o cuidado preventivo adequado, pois sua condição humana impossibilita o acesso a assistência veterinária e informação eficazes. Deste modo, os cuidados de manejo se limitam a informações adquiridas através da própria experiência no trabalho ou com colegas de profissão. Este desserviço resulta em maus tratos, manejo inadequado, submissão dos animais a condições ambientais e de trabalho precárias, trabalho em intensidade elevada desmedida e desnutrição (UNIVASF, 2018). A guarda responsável na verdade é uma prática voltada à promoção do bem-estar animal e, portanto, é um conceito relevante na qualidade de vida humana e animal diretamente relacionada ao papel do médico veterinário na sociedade (SILVANO et al., 2010) que deve definir pontos fundamentais em relação à alimentação característica da espécie suprindo suas demandas metabólicas específicas relacionadas à atividade efetuada (CUNNINGHAM, 2004); orientar sobre os padrões comportamentais da espécie, evitando-se interpretações errôneas e sobre cuidados básicos de sanidade animal, prevenção de doenças por meio de vacinação, vermifugação e quanto à higiene e manejo (CINTRA, 2011), evitando a ocorrência de zoonoses; difundir e praticar a esterilização, quando a reprodução não é desejada e para controle populacional, nos casos de distúrbios que possam ser herdados geneticamente e para prevenção de distúrbios hormonais reprodutivos (JONES, 1987; RUTHERFORD et al., 2008). “Bem-Estar Animal” designa uma ciência voltada ao conhecimento e à satisfação das necessidades básicas dos animais mantidos sob o controle do homem (PAIXÃO, 2001). Relaciona conceitos diversos além daquele de necessidades, como sofrimento, emoções, dor, ansiedade, liberdade, medo, estresse, controle e saúde (BROOM e JOHNSON, 2001), podendo ser avaliado de forma útil e direta pelas “Cinco Liberdades”: livre de fome e de sede; livre de dor e lesões e doenças; livre de desconforto; livre de medo e de estresse e livre para expressar seu comportamento natural, conforme critérios qualitativos estabelecidos (WSPA, 2004). Para combater situações como falta de abrigo adequado e o abandono dos animais nas ruas da cidade ou às margens das rodovias quando adoecem ou envelhecem – fato rotineiro na realidade unaiense, o que causa acidentes graves inclusive com mortes, para dar atenção a necessidade de prover uma situação de bem-estar aos equídeos do serviço de carroceiros de Unaí e de pequenas propriedades e assentamentos rurais, e para minimizar o risco de transmissão de doenças ao homem (zoonoses - doenças que podem ser transmitidas de animais para humanos e vice-versa) e a outros equídeos de populações controladas como as de centros de treinamento ou haras de nossa região, uma vez que esses animais têm a potencialidade de transmitir diversas zoonoses, sendo as mais frequentes a raiva, leptospirose, febre maculosa, rinopneumonite equina, mormo e brucelose, é importante que se faça presente um serviço veterinário provedor de conhecimento técnico para atender os animais, divulgar informações e ensinar métodos e procedimentos corretos de criação dos equídeos, adequando e integrando as possibilidades e capacidades da comunidade local com a expertise do conhecimento acadêmico presente na universidade, universalizando e internalizando o conhecimento na população. A falta de informações faz com que esses animais ofereçam sérios riscos à saúde de outros equídeos e da própria população humana; à segurança pública e ao meio ambiente, além de trabalharem sob condições desfavoráveis à sua produtividade e bem-estar. Portanto, faz-se necessário o desenvolvimento de um trabalho junto aos carroceiros e nas pequenas propriedades e assentamentos rurais que dissemine conhecimentos sobre manejo, bem-estar animal e guarda responsável para melhoria das condições de trabalho desses animais e redução dos problemas decorrentes dessa atividade. Como os carroceiros percorrem longas distâncias com seus animais, mantendo, desta forma, contato com grande parte do município, inclusive com animais de propriedades da zona rural que são utilizados em outras atividades, potencializando a transmissão de zoonoses e de doenças entre os próprios animais, o projeto Carroceiro busca realizar um trabalho de conscientização desses carroceiros e promover medidas de profilaxia, tratamento e controle de diversas enfermidades, colaborando, desta forma, com a saúde dos animais e do homem. Além de cumprir um papel social junto aos trabalhadores que possuem cavalos como ferramenta de trabalho na cidade de Unaí, vem ao mesmo tempo contribuir com a formação dos futuros médicos veterinários por ser uma excelente fonte de material para que os acadêmicos possam desenvolver suas habilidades a respeito do atendimento in loco de equídeos. Também, visa proporcionar melhores condições de trabalho aos animais, uma vez que a promoção da saúde e bem-estar dos equídeos é o ponto chave do projeto. Pelo papel desempenhado pelos carroceiros, como responsáveis pelo transporte de grande parte do entulho originado de obras domésticas, limpeza de jardins e utensílios descartados, além de uma opção de frete mais barato ofertado para população periférica da cidade de Unaí, sua conscientização sobre bem-estar animal, guarda responsável, sanidade e destino adequado ao entulho e ao lixo cumpre um expoente papel social não apenas na área urbana, onde o problema aparece com maior ênfase, mas também assume uma grande importância socioeconômica, pois diminui os custos para os cofres públicos com desobstrução do sistema de drenagem das vias públicas, do tráfego de veículos de grande porte na zona urbana e favorece o combate a vetores de outras doenças de impacto na saúde pública removendo possíveis focos de proliferação de insetos e, consequentemente, limpeza urbana (REZENDE, 2004; PALHARES et al., 2010), o que resulta na melhoria de sua própria qualidade de vida e da população de modo geral. O projeto está sendo reapresentado e sendo requerida sua continuidade pela segunda vez (Editais PIBEX 01/2019 e 201/2020). Portanto, toda parte organizacional já foi realizada, material para desempenhar as ações foi parcialmente adquirido (alguns mais específicos ainda estão em processo de pregão), o cronograma de trabalho foi estabelecido e executado no semestre passado e neste vigente com as devidas adequações, pessoal que faz parte do projeto está em constante treinamento e aprimoramento prático e teórico para execução das atividades necessárias, questionário e cadastramento do público alvo foi executado e criado um banco de dados com histórico do animal. Porém, as ações forem interrompidas devido a pandemia do COVID-19 porque exige contato direto com os proprietários tanto dos alunos quanto dos responsáveis pela execução das ações. Assim que as atividades presenciais forem liberadas no âmbito da UFVJM, o projeto voltará a suas ações presenciais de atendimento.

Objetivos Gerais: - Conscientizar e orientar os usuários dos animais e pessoas a eles relacionadas sobre o manejo e cuidados sanitários dos equídeos de tração levando em consideração a saúde pública e a saúde dos animais, visando o bem-estar e melhoria do rendimento no trabalho e na qualidade de vida dos equídeos e da população em geral e, ao mesmo tempo, conseguir material para que alunos do curso de Medicina Veterinária possam desenvolver e melhorar suas habilidades clínico-cirúrgicas. Objetivos específicos: - Esclarecer e orientar verbalmente e através de material visual os usuários de equídeos quanto a importância do manejo, bem-estar, alimentação e prevenção de doenças nos animais; - Conscientizar os usuários de equídeos quanto a importância do controle populacional de equídeos e da importância do adequado destino dado ao lixo e entulho transportados e aos programas de vacinação do animal; - Propiciar condições para que os equídeos usufruam dos conceitos de bem-estar animal; - Contribuir para o aprendizado sobre equideocultura entre os tutores dos animais e discentes do Instituto de Ciências Agrárias da UFVJM; - Capacitar os discentes integrantes do projeto a executarem práticas de manejo, sanidade e bem-estar animal, tratamento de feridas, mineralização, desverminação, diagnóstico coproparasitológico e hematológico e vacinação dos equídeos; - Determinar o nível e tipo de infestação parasitária presente nesses equídeos; - Levantar informações epidemiológicas sobre o status vacinal nesses animais.

As metas no geral são promover a melhoria das condições de trabalho do animal e de seu tutor, melhorar a produtividade da atividade por eles exercida, incrementar o ensino do discente pelo fornecimento de material prático e vivência com pacientes, incentivar a leitura técnica e promover pesquisa, aumentar a produção de material didático, técnico e científico pela integração entre a população necessitada de serviço especializado e a comunidade universitária como um todo. Para tanto e por partes, o projeto pretende executar, em conjunto com outros docentes e técnicos administrativos que irão compor a equipe e alunos de graduação que devem participar ativamente das atividades sob orientação e supervisão, o atendimento médico veterinário aos equídeos de tração e de lida pecuária do município de Unaí oferendo um diagnóstico preciso e eficaz da problemática individual que o aflige especificamente. A identificação das condições e doenças que possam levar a morte ou prejudicar o desempenho do animal e sua produtividade ou ainda induzir queda da qualidade do serviço oferecido para obter valorização mercadológica pelo incremento na rentabilidade da atividade exercida. Realizar oficinas de instrução sobre cuidados com os animais e bem-estar animal aos carroceiros capacitando os discentes integrantes do projeto a proferir palestras, beneficiar estudantes de graduação e os tutores do animal com conceitos atualizados sobre equideocultura, capacitar os discentes integrantes do projeto a realizar as ações de extensão aqui propostas. A partir deste ponto promover melhoria no ensino ao propiciar contato dos alunos com os animais em situações e desafios reais na execução de suas funções e mostrar como identificar a prevalência de doenças ou de outras condições como erros de manejo nutricional e sanitário que possam causar intercorrências produtivas que prejudicam a rentabilidade da execução das ações do animal e indicar as possibilidades corretivas aplicáveis a cada situação apresentada. Os dados informativos do levantamento epidemiológico individualizado em atendimentos concentrados podem gerar informações sobre as principais patologias que afetam aquele grupamento de animais em específico que, por sua vez, podem ser utilizados para fins de pesquisa e produção de material didático (fotos, apostilas e vídeos dos procedimentos realizados durante o projeto) incrementando a produção científica e a formação acadêmica do discente. Como produtos acadêmicos previstos estão a comunicação e divulgação de resultados, artigos científicos e relatos de casos (quando pertinentes e de interesse à ambas partes envolvidas) em eventos científicos de impacto na distribuição de informação.

Inicialmente será realizado o cadastramento dos discentes interessados em participar do projeto junto a associação dos carroceiros de Unaí para instalação do mesmo. estes discentes serão munidos com embasamento teórico e prático sobre as técnicas empregadas no atendimento e, a partir daí, treinados para o contato com o animal e seu tutor. Necessariamente o cadastramento dos carroceiros e seus animais pertencentes à Associação dos Carroceiros de Unaí que apresentem interesse em fazer parte do projeto através da aplicação de um questionário para conhecimento do perfil socioeconômico, nível de escolaridade, condições de trabalho humana e animal, problemática que causa intercorrência na execução da atividade animal, principais patologias apresentadas pelos animais e manejo vacinal, nutricional e de vermifugação animal. Conscientizar, orientar e sensibilizar os carroceiros sobre doenças comuns a humanos e animais (zoonoses) e aquelas que acometem os equídeos, manejo alimentar e sanitário e bem-estar animal com informações sobre fornecimento adequado de água, necessidade de descanso a cada duas horas de trabalho, não transportar volumes excessivos, não utilizar chicotes, não realizar marcações criminosas nos animais como corte de orelhas, tratamento correto de feridas, importância da mineralização, desverminação, coleta de fezes e realização de exame coproparasitológico, vacinação e importância do controle populacional de equídeos, sobre questões ambientais: importância do destino adequado ao lixo e entulho transportados pelos carroceiros para o ambiente e para a qualidade de vida da população unaiense e sobre posse responsável. Essa ação será realizada nos dias de atendimento do projeto, durante a avaliação dos animais. Os atendimentos devem ocorrer uma vez por mês em dia previamente determinado que atenda da melhor forma os carroceiros e não entre em conflito com os horários de aula e logística da universidade. Algumas palestras serão oferecidas pelos discentes com informações simples objetivando o entendimento do conteúdo pelos tutores dos equídeos e, portanto, inseridas ao longo da execução do projeto a respeito de temas diferentes. As instruções e os atendimentos realizados serão compilados no final do projeto para formar um cartilha informativa composta por imagens e informações adequadas à realidade e casuística de Unaí para ser entregue para os carroceiros. Assim, pretende-se difundir o conhecimento técnico de maneira simples e objetiva. Para que o projeto continue ativo é necessária a participação de alunos com treinamento prévio e conhecimento teórico-prático específico sobre qual ramo do projeto estará sendo executado. Para tanto, novos integrantes do corpo discente devem ser periodicamente incorporados ao grupo de extensionistas para adquirirem o conhecimento teórico sobre a problemática rotineiramente enfrentada e acompanhar aqueles já integrados ao projeto para se familiarizar com os procedimentos adotados durante os atendimentos, primeiramente na qualidade de observadores para depois gradualmente assumirem essas funções e se tornarem aptos. Após os esclarecimentos informativos serão executadas as ações previstas, os problemas individuais de cada animal serão identificados e devidamente registrados, cada animal deverá ter sua ficha de acompanhamento que deve ser realizado com periodicidade. Uma projeção de ações previstas junto aos equídeos de tração durante as visitas mensais a associação de carroceiros (estabelecida por uma visita prévia à associação e conversa com o responsável - vide carta de anuência) serão os seguintes procedimentos médico-veterinários: tratamento de feridas através da limpeza local com soro caseiro, desinfecção com álcool iodado e aplicação de unguento para proteção contra moscas; aplicação e instrução sobre esquema vacinal e possíveis locais de aplicação e reações adversas; administração e instrução sobre mistura mineral para equídeos e métodos de fornecimento, aplicação de vermífugos na forma de aplicação de pasta, por via oral, tomando-se o cuidado de alternar o princípio ativo a cada semestre e seguir a recomendação do fabricante quanto a dose a ser ministrada de acordo com a espécie animal (muar, asinina e equina); coleta de fezes para diagnóstico coproparasitológico após permissão do proprietário e a importância do controle da carga parasitária. Nos casos em que os animais necessitam de tratamento médico prolongado e/ou cirurgias, estes são internados na sede da associação dos carroceiros para que sejam acompanhados pelos alunos de forma mais incisiva e constante. Animais que não necessitam de internação e estão em tratamento médico prolongado serão atendidos em suas próprias residências. O acompanhamento individual dos animais, coleta de dados, confecção de material didático e divulgação dos resultados será realizado após a implementação do projeto e os primeiros atendimentos e mantido de forma periódica nos animias envolvidos no projeto para obtenção de dados referentes as melhorias promovidas pelas medidas de prevenção, identificação e tratamento dos casos que surgirão ao longo do período de atendimento. A partir dos dados coletados e do acervo visual registrado será produzido material didático complementar de estudo aos alunos da UFVJM. Dentre as opções de material didático estão: apostilas sobre os temas envolvidos e atendidos pelo projeto, atlas fotográfico com imagens demonstrando as enfermidades e vídeos editados que demonstrem manobras veterinárias realizadas em busca da solução frente ao problema/acontecimento/doença apresentado tanto na forma emergencial, quanto aqueles de rotina que possam esperar até a data programada para a visita. Criação de linhas de atuação e pesquisa adicionais podem surgir. O monitoramento constante dos animais que fazem parte do projeto possibilita o acompanhamento do processo resolutivo das patologias apresentadas e da detecção do surgimento de outras novas, explicitando as possibilidades que surgirão com o desenrolar do projeto, o que com certeza abrirá novas perspectivas de linhas de atuação multidisciplinar e de pesquisa, ampliando as áreas de atuação e a geração de dados concomitantes ao aprimoramento qualitativo e quantitativo das propriedades atendidas. O projeto irá propiciar benefício de um atendimento veterinário responsável e qualificado aos carroceiros de Unaí e aprendizado e crescimento técnico ao discente da UFVJM. Enquanto ao discente será ofertado um conhecimento acadêmico científico e profissionalizante, ao tutor animal será oferecida uma capacitação condizente à sua atividade, nunca menosprezando seu conhecimento empírico, mas sim agregando a este, conceitos técnicos formando uma mão de obra qualificada e eficiente, melhorando a capacidade funcional dos equídeos de tração e valorizando sua profissão. Ratificando que o projeto atenderá somente animais que fazem parte da associação dos carroceiros de Unaí, que não contam com atendimento veterinário periódico e efetivo. Dessa forma, acreditamos não gerar conflitos éticos e nem disputar mercado com os profissionais estabelecidos na região.

ALAGOAS. Projeto Carroceiro Vet Legal. Universidade Federal de Alagoas. Disponível em: Acesso em: 05 nov. 2018. BROOM, D.M.; JOHNSON, K.G. Stress and animal welfare. London: Chapman and Hall, 2001. 310p. CINTRA, A.G.C. O Cavalo - Características, Manejo e Alimentação. São Paulo. Roca, 2011. 384p. CUNNINGHAM, J. G. Tratado de fisiologia veterinária. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2004. DELGADO, C. A. G. Guía para el cuidado del equino de trabajo. Bogotá: ADA, 1999. GOODSHIP, A.E.; BIRCH, H.L. Exercise effects on the skeletal tissues. In: BACK, W.; CLAYTON, H. (Ed.). Equine locomotion. London: Saunders, 2001. p.227-250. JONES, W.E. Genética e criação de cavalos. São Paulo:Roca, 1987. 666p. MAPA. Revisão do Estudo do Complexo do Agronegócio do Cavalo. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Brasília, 2016. 56p. MARANHÃO, R.P.A.; PALHARES, M.S.; MELO, U.P.; REZENDE, H.H.C.; BRAGA, C.E. SILVA FILHO, J.M.; VASCONCELOS, M.N.F. Afecções mais freqüentes do aparelho locomotor dos eqüídeos de tração no município de Belo Horizonte. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.58, n.1, p.21-27, 2006. MINAS GERAIS. Correção Ambiental e Reciclagem com Carroceiros de Belo Horizonte. Universidade Federal de Minas Gerais Disponível em: . Acesso em: 05 nov. 2018. PAIXÃO, R. L. Experimentação Animal: Razões e Emoções para uma Ética. 2001. 189 f. Tese (Doutorado em Medicina Veterinária) - Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2001. Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proexc/UFVJM) - Página 12 de 20 PALHARES, M. S. Correção ambiental e reciclagem com carroceiros de Belo Horizonte. In: ENCONTRO DE EXTENSÃO DA UFMG, 8, Belo Horizonte – MG, 03 a 08 de Outubro de 2005. PARANÁ. Zoonoses Ciências Agrárias – Carroceiros. Disponível em:https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=Acesso em: 05 nov. 2018. PERNAMBUCO. Universidade Federal do Vale do São Francisco. Aspectos Pedagógicos e Didáticos do “Projeto Carroceiro” no Município de Petrolina: Bem Estar de Equídeos e Preocupação Social. Disponível em: . Acesso em: 05 nov. 2018. REZENDE, H.H.C. Perfil sócioeconômico dos carroceiros de Belo Horizonte, entre 1998 e 2003. 2004. 71f. Dissertação (Mestrado em Clínica e Cirurgia Veterinária) - Escola de Veterinária, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2004. RUTHERFORD, K.M.D.; LANGFORD, F.M.; JACK, M.C.; SHERWOOD, L.; LAWRENCE, A.B.; HASKELL, M. J. Hock injury prevalence and associated risk factors on organic and nonorganic dairy farms in the United Kingdom. J. Dairy Sci., v.91, p.2265–2274, 2008. SANTA CATARINA. Universidade do Estado de Santa Catarina. Programa Amigo do Carroceiro – PAC. Disponível em: . Acesso em: 05 nov. 2018. SÃO PAULO. Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos - Universidade de São Paulo. Projeto carroceiro. Rev. Cult. e Ext. USP, São Paulo, n. 11, p.123-135, maio 2014. DOI: http://dx.doi.org/10.11606/issn.2316-9060.v11i0p123-135. SILVANO, D.; BENDAS, A.J.R.; MIRANDA, M.G.N.; PINHÃO, R.; MENDES-DE-ALMEIDA, F.; LABARTHE, N.V.; PAIVA, J.P. Divulgação dos princípios da guarda responsável: Uma vertente possível no trabalho de pesquisa a campo. Revista Eletrônica Novo Enfoque, v.09, n.09, p.64 – 86, 2010. SMYTHE, R.H. A psique do cavalo. São Paulo: Livraria Varela Ltda, 1990. SOUZA, M.F.A. Implicações para o bem-estar para eqüinos utilizados para tração de veículos. Rev.Bras. Dir. Anim., v. 1, n. 1, 2006. WSPA - WORLD SOCIETY FOR THE PROTECTION OF ANIMAL - UNIVERSIDADE DE BRISTOL (UK) -“Conceitos em Bem-Estar Animal” – CD desenvolvido para professores de faculdades de medicina veterinária, 2004.

Para participação o discente precisa de conhecimento teórico nas disciplinas profissionalizantes do curso (semiologia, doenças infecciosas e parasitárias, anestesiologia, clínicas médica e cirúrgica e reprodução animal) para que seja colocado em prática o atendimento ao animal na forma proposta: mimetizar a rotina veterinária de atendimento. Neste momento, as disciplinas da base são o suporte para essa integração teóricoprática, conhecimentos de anatomia, fisiologia, imunologia, patologia são o alicerce para a compreensão inicial do que está envolvido na patogênese da doença e na severidade que as alterações nos parâmetros vitais podem causar. Porém, outra atividade prevista no projeto é a questão informativa e de relacionamento interpessoal, portanto os alunos que estão cursando essas ou ainda os que concluíram apenas as disciplinas da base do curso podem fazer parte do projeto como observadores, para conhecer e ter contato com a rotina dos atendimentos prestados. Mesmo partindo de uma formação básica prévia, para instalação do projeto os alunos do curso de medicina veterinária serão munidos de conhecimento teórico e com técnicas empregadas para realização de atendimento clínico de campo e treinados para o contato com os usuários e seus equídeos. Para que o projeto seja executado e se mantenha ativo é necessária a participação de alunos com treinamento prévio e algum conhecimento teórico-prático específico. Visando a longevidade e manutenção das atividades, novos integrantes do corpo discente devem ser periodicamente incorporados como voluntários ao grupo para adquirirem o conhecimento teórico sobre a problemática rotineiramente enfrentada e acompanhar aqueles já integrados ao projeto para se familiarizar com os procedimentos adotados durante os atendimentos, primeiramente na qualidade de observadores, para depois gradualmente assumirem as funções e responsabilidades e se tornarem participantes ativos. A capacitação do estudante e a qualidade do ensino serão aumentadas, uma vez que todo o corpo discente e docente componentes do projeto carroceiro estará trabalhando em conjunto para identificar, tratar (tratamentos clínicos e cirúrgicos) e prevenir problemas em uma situação real apresentada pelos equídeos da associação. Dessa forma, atingindo as metas de promover a melhoria no ensino, aumentar a produção de material didático, técnico e científico, promulgar o contato e integralizar e aplicar os conceitos teóricos em ambiente prático. Esta interação do ambiente universitário, do teórico com a prática rotineira, possibilita a formação de um médico veterinário inserido no contexto socioeconômico e político regional que receberá uma formação generalista, integrada e multidisciplinar, capacitando-o para apresentar raciocínio lógico e preciso, com o objetivo de encontrar soluções imediatas com criatividade e competência, e estar ciente de seu papel social, suprindo carências e necessidades da sociedade, além de desenvolver um espírito crítico, investigativo e científico que se torna o alicerce para o desenvolvimento de uma carreira científica voltada à pesquisa e desenvolvimento. Em princípio e durante o treinamento, os discentes envolvidos no projeto terão sua participação limitada apenas à observação dos atendimentos clínicos executados pelo professor e/ou pelo técnico administrativo (veterinário) participantes do projeto. Durante o atendimento clínico o aluno terá a oportunidade de vislumbrar e entender os diversos procedimentos e protocolos que o constrói, poderá fazer questionamentos e expressar suas dúvidas, anseios e temores para ser direcionado e estimulado a criar, dentro dos parâmetros clínicos e semiológicos, sua própria rotina de exame. Seu comportamento frente a variados casos e o desenvolvimento de um raciocínio clínico será sua primeira avaliação. Com sua evolução e estreitamento do contato com o animal no transcorrer do projeto esse aluno passará a participar ativamente do exame clínico sob supervisão e orientação de um tutor, sendo esta etapa uma mescla de atendimento, aprimoramento, avaliação e desenvolvimento de autoconfiança para realização dos próximos exames apenas sob orientação de um responsável, preparando e levando o discente a assumir responsabilidades sobre a execução de determinados procedimentos, cada qual a seu tempo, desenvolvendo sua metodologia analítica específica para cada caso que se apresentar. Aos discentes será, portanto, oferecida a oportunidade de atendimentos multidisciplinares que envolvam e requisitam conhecimentos específicos veterinários, especialmente no que diz respeito a problemas nutricionais, doenças parasitárias, conhecimento de vacinas e imunização, conformação de membros e corpo e dentição e dos processos patológicos e seus respectivos tratamentos. A avaliação pelo público alvo e pelo responsável pelo projeto será realizada na forma continuada, ou seja, a cada visita em conversa informal com os usuários dos animais serão feitos questionamentos embutidos no próprio atendimento que nos fornecerá estimativa se as perspectivas daquele beneficiado estão sendo correspondidas. Ao tratar com esta população os critérios avaliativos de eficiência e produtividade não podem ser formais para que não se corra o risco de inibição e coação das respostas. Além disso, a equipe executora será questionada abertamente durante uma reunião subsequente a cada visitação/atendimento sobre os pontos positivos e negativos, vislumbrando de imediato o que pode ser melhorado e corrigido para que numa próxima ação extensionista a atuação seja otimizada.

Ressaltar que a proposta não visa apenas o atendimento clínico-cirúrgico ao animal utilizado como proponente de tração, trabalho com o gado e/ou transporte, mas sim a melhora das suas condições gerais de criação e utilização pelo ser humano pela instrução deste, combate às possíveis patologias com tratamento adequado de acordos com normas técnicas e atuando mais intensamente na parte preventiva do que naquela terapêutica. Este projeto já está ativo desde 2019 (edital PIBEX 01/2019) e se manteve (edital PIBEX 01/2020 e 01/2021) com participação de docente bolsista. Porém, devido a pandemia instaurada pelo COVID-19 tornou-se impraticável pela necessidade do contato direto entre proprietários, discentes e responsáveis, contrariando as recomendações da UFVJM; dessa forma, o projeto está em modo remoto, mas objetivamos seu retorno as atividades assim que isolamento social chegar ao fim. Além das ações e estratégias descritas o projeto visa buscar parcerias com empresas para doação de medicamentos e equipamentos para incrementar as capacidades dos carroceiros.