Visitante
Programa de Recuperação de Animais Silvestres do Noroeste Mineiro
Sobre a Proposta
Tipo de Edital: Pibex
Situação: Aprovado
Dados do Coordenador
thaís rabelo dos santos doni
202210120227190
instituto de ciências agrárias
Caracterização da Ação
ciências agrárias
meio ambiente
saúde
questões ambientais
regional
Não
Membros
ingrid cristina weel
Voluntário(a)
luisa silvestre freitas fernandes
Voluntário(a)
bianca paola santarosa
Vice-coordenador(a)
janne paula neres de barros
Voluntário(a)
thaís rabelo dos santos doni
Voluntário(a)
sarah mayta souto silva
Bolsista
maria gabriela rocha silva
Voluntário(a)
A Polícia Militar Ambiental realiza frequentes apreensões de aves, na maioria das vezes filhotes, em estado de desnutrição e mutiladas para ser encaminhadas ao comércio, mas alguns animais são vítimas de atropelamentos ou queimados durante incêndios, ambas situações são a maior casuística encontrada em nossa região, no entanto acidentes pela proximidade dos animais com o meio urbano têm se tornado mais comuns como por exemplo atropelamento, choques na fiação elétrica e até queimaduras quando os animais são pegos de surpresa em queimadas intencionais. Aqueles julgados aptos à soltura são reintroduzidos à natureza sem processo de readaptação. Mas comumente os animais acostumados ao convívio humano ou aqueles feridos e mau tratados são encaminhados a um colaborador “fiel depositário”, que muitas vezes não possui o conhecimento sobre hábitos alimentares, transmissão de doenças e manejo adequado, para posteriormente serem encaminhados para clínicas veterinárias que não possuem infraestrutura e conhecimento técnico específico para tal atendimento, mas prestam um serviço bastante valoroso. Desse modo, os pacientes ficam instalados até a recuperação total em sala de internação junto com cães e gatos, sob o risco de contraírem ou transmitirem doenças para pessoas e animais domésticos. Somente após esta etapa que são encaminhados para o Cetas mais próximo ou que tenha vaga para recebimento. O objetivo deste trabalho é propor a implantação de um Programa de Recuperação de Animais Silvestres do Noroeste Mineiro, para auxiliar a Polícia Militar Ambiental de Unaí, as clínicas veterinárias da cidade e o fiel depositário na preservação da fauna regional do cerrado durante o período que vai da aquisição do animal silvestre pela polícia até sua adequada destinação. Durante este tempo há possibilidades de, além de corrigir contato homem-animal e seu tratamento, realizar pesquisas através da colheita de informações e material biológico de diversas espécies criando banco de dados pouco desenvolvido no país e fomentar a educação ambiental junto à população.
Cerrado, fauna, animais silvestres, clínica de silvestres
Animais silvestres vítimas de tráfico, atropelamento, cativeiro irregular e ferimentos por diversos tipos de crimes ambientais têm recebido acolhimento, tratamento e destinação adequados em Minas Gerais no Instituto Estadual de Florestas (IEF), eles passam pelos Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), onde recebem assistência até estarem saudáveis e preparados para envio às áreas de soltura (Agência Minas, 2019). A região de Unaí não conta com uma prestação de serviço deste tipo, o que dificulta em muito este a ação de recuperação animal e sua posterior soltura. A Polícia Militar Ambiental realiza frequentes apreensões de aves que se encontram desnutridas e mutiladas e o recebimento de animais atropelados e queimados que, de acordo com suas condições, podem ser soltos e reintroduzidos à natureza sem processo de readaptação ou se forem filhotes e aves acostumados ao convívio humano são encaminhados a um colaborador denominado “fiel depositário”, os animais feridos ou doentes são encaminhados para clínicas veterinárias da cidade que não possuem infraestrutura e conhecimento clínico-cirúrgico específicos para este atendimento. Desse modo, os pacientes ficam instalados até a recuperação total em sala de internação para cães e gatos, sob o risco de contraírem ou transmitirem doenças para pessoas e animais domésticos (MORI, 2008) para depois serem encaminhados para o Cetas mais próximo disponível. O objetivo deste trabalho é propor a implantação de um Programa de Recuperação de Animais Silvestres do Noroeste Mineiro, para auxiliar a Polícia Militar Ambiental de Unaí, as clínicas veterinárias da cidade e o fiel depositário na preservação da fauna regional do cerrado durante o período que vai da aquisição do animal silvestre pela polícia até sua adequada destinação. Durante este tempo há possibilidades de, além de corrigir contato homem-animal e seu tratamento, realizar pesquisas através da colheita de informações e material biológico de diversas espécies criando banco de dados pouco desenvolvido no país e fomentar a educação ambiental junto à população. Essa ação em unidade realizará um importante papel em prol do meio ambiente tratando de animais apreendidos ou resgatados preservando a fauna local. A atuação junto aos animais apreendidos das mais variadas espécies, das mais comuns as ameaçadas de extinção, sejam elas encontradas com traficantes, que viviam em cativeiros clandestinos ou que sofreram algum tipo de acidente traumático durante sua vida em liberdade ofertará à comunidade acadêmica possibilidades de estudos mais aprofundados e ter contato com situações reais da problemática vivida pelos animais do cerrado pois após a recepção, mamíferos, répteis e aves serão identificados por espécie, sexo e procedência, passarão por avaliação física e colheita de material biológico para exames mais aprofundados que vislumbrará a terapia mais adequada a ser instituída e serão registrados e devidamente identificados. Este atendimento veterinário mais efetivo e especializado, incluindo a parte de orientação de manejo geral e específico para cada espécie animal, tem por meta a otimização do serviço prestado pela polícia militar ambiental durante a permanência do animal em quarentena e em tratamento, além de acelerar o processo de recuperação para sua soltura.
Com cerca de 8,5 milhões de km² de área o Brasil possui um dos maiores patrimônios de biodiversidade mundial sendo o país com maior número de espécies, aproximadamente 3 mil de vertebrados terrestres e 3 mil de peixes de água doce (Mittermeier et al. 1992; IBGE, 2019). Contrariando a idealização de exuberância de espécies que a fauna brasileira contém, são encontrados números populacionais um tanto quanto pequenos, além de vulnerável às perturbações causadas pela caça e desmatamento devido ao endemismo das espécies (Mittermeier et al., 1992; Aveline & Costa, 1993). O Cerrado é o segundo maior bioma do país, 21% do território brasileiro, precedido somente pela Amazônia e tido como a última fronteira agrícola do mundo (Borlaug, 2002). Além disso, é apontado como um dos hotspots de biodiversidade mundial (Myers et al., 2000; Silva & Bates, 2002). Devido à excessiva exploração de produtos nativos e o amplo crescimento da agricultura estima-se que no mínimo 137 espécies de animais do Cerrado estejam ameaçadas de extinção (Fundação Biodiversitas, 2003; Hilton-Taylor, 2004 apud Klink & Machado). Estudos realizados estimam que caso os níveis de exploração do Cerrado se mantenham a extinção do bioma pode ocorrer até o ano de 2030 (Machado et al., 2004). A perda de habitat é considerada a maior ameaça à fauna silvestre do Brasil, seguida pela caça de subsistência ou comércio (Redford, 1992; Rocha, 1995). No Brasil, a maior parte da comercialização ilegal de animais silvestres é oriunda das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, da qual é escoada para as regiões Sul e Sudeste através das rodovias federais (Jupiara & Anderson, 1991; RENCTAS, 1999). Os estados do Rio de Janeiro e São Paulo são entrepostos para os animais serem vendidos em feiras livres e exportados para a Europa, Ásia e América do Norte através dos principais portos e aeroportos dessas regiões (RENCTAS, 1999). O tráfico de animais silvestres é o terceiro comércio ilegal do mundo ficando atrás do de drogas e de armas, sendo que o Brasil participa com um percentual de 5% a 15% do total global (Rocha, 1995; Lopes, 2000). Essa atividade movimenta no Brasil um bilhão de reais por ano e promove a captura de cerca de 38 milhões de espécies na natureza. Os traficantes usam diferentes métodos de camuflagem e de transporte dos bichos para escaparem da fiscalização. Daí porque aves, répteis e mamíferos passam fome, sede e frio, são anestesiados para que não se movimentem e pareçam mansos, colocados em recipientes pequenos e fechados. Quando são recolhidos pela fiscalização, os bichos encontram-se em péssimas condições de saúde: muitos morrem, outros têm sua vida comprometida devido às lesões que sofrem. Estima-se que, a cada dez animais retirados do seu ambiente natural pelo tráfico, apenas um chega ao seu destino (DAEE, 2019). Podem-se encontrar espécimes privadas de beber água, se alimentar e até mesmo aprisionadas em pequenas caixas com outros animais, acarretando em briga e morte decorrente ao estresse provocado nos mesmos. Sendo assim, alguns animais carecem de atendimento veterinário devido a forma como são capturados e transportados, muitas vezes lesionados e mortos nesse processo sem que sejam providenciados os devidos cuidados (Mendonça & Martins, 2018). Vilela (2012) verificou que os animais silvestres encaminhados para os centros de triagem (CETAS) no Brasil entre 2008 e 2010 e que as principais vítimas do tráfico de animais são as aves, correspondendo a 86% dos animais contabilizados seguido pelos répteis e mamíferos, ao qual correspondem a 9% e 3%, respectivamente. Entretanto, devido a não contabilização de animais mortos e não apreendidos pelos agentes públicos, dados de animais retirados da natureza tornam-se seguramente superiores. Neste âmbito, tem-se como primazia a soltura de espécies silvestres a partir da efetuação de projetos de pesquisa com objetivo de avaliar metodologias de recuperação e reabilitação dos mesmos, sendo um mecanismo significativo para a conservação de espécies (Seddon et al., 2014). Animais silvestres vítimas de tráfico, atropelamento, cativeiro irregular, ferimentos por linhas de cerol, entre outros tipos de crimes ambientais, têm recebido acolhimento, tratamento e destinação adequados com a oportunidade de voltar ao seu habitat natural em Minas Gerais. Por meio do Instituto Estadual de Florestas (IEF), eles são recebidos nos Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), onde recebem assistência até estarem preparados soltura. Durante o processo de acolhimento nos Cetas os animais silvestres recebem todos os cuidados necessários e são constantemente avaliados para estarem aptos ao encaminhamento para o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), outra unidade do IEF compartilhada com o Ibama (Agência Minas, 2019). Minas Gerais conta atualmente com três Cetas, em Juiz de Fora na Zona da Mata, Montes Claros no Norte de Minas e em Belo Horizonte. Em relação à reabilitação dos animais silvestres que chegam nessas estruturas e sua reintegração ao ambiente natural, as ações do IEF têm propiciado a soltura de uma média de 55% do total de animais recebidos, mesmo que algumas espécies necessitem de tempo maior de reabilitação para a soltura, como é o caso dos tamanduás, que pode variar de 6 meses a 1,5 anos, o procedimento é possível de ser realizado (IEF, 2019). Em todo o Estado, são 51 áreas cadastradas junto ao IEF e aptas para soltura. Somente neste ano, 1.800 animais já foram recebidos no Cetas e 970 foram soltos. Entre os últimos estão três tamanduás-bandeiras órfãos que, após longo período de reabilitação, voltaram à natureza, neste mês de junho, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. A espécie é ameaçada de extinção (IEF, 2019). Entre as principais causas de mortalidade direta dos animais silvestres atualmente está o atropelamento (Trombulak & Frissell, 2000), valores esses que superam os índices de mortes naturais (Ferreras et al., 1992) e ainda os impactos causados pela caça (Forman & Alexander, 1998). O reflorestamento com árvores exóticas, a poluição dos cursos hídricos, as queimadas e ainda o caótico crescimento da agropecuária também favorecem a extinção da fauna e flora nativa (Diniz, 1997; Revisão, 2007). No período de seca os recursos acabam se tornando mais escassos, aumentando a necessidade de mobilidade dos animais que, por sua vez, resulta em uma maior frequência de atropelamento nas rodovias (Melo & Santos-Filho, 2007). Estudos realizados no Cerrado afirmam que as espécies Cerdocyon thous (cachorro-do-mato), Myrmecophaga tridactyla (tamanduá-bandeira), Tamandua tetradactyla (tamanduá-mirim), uphractus sexcinctus (tatupeba) e Dasypus novemcinctus (tatu-galinha) são as que possuem os maiores índices de mortalidade nas rodovias do bioma (Vieira, 1996; Prado et al., 2006; Melo & Santos-Filho, 2007). A quantidade de animais apreendidos é diretamente proporcional a intensidade das fiscalizações e apreensões realizadas. Entretanto, a sistematização, planejamento e os recursos empregados para essas operações não são suficientes (Rocha, 1995; IBAMA, 1997). Outro ponto negativo é que geralmente a soltura dos animais capturados é feita sem nenhum critério científico e na mesma região em que foram apreendidos em virtude da falta de informação e por não haver CETAS capacitados para lidar com os espécimes (RENCTAS, 2001). Segundo estudos, a maior parte dos animais apreendidos são destinados a soltura, mas esta deve ser realizada em vínculo a programas de manejo aprovado pelo Departamento de Vida Silvestre do IBAMA. (IBAMA, 1995). Devido aos fatores citados, a fragmentação de habitat, a expansão agrícola, os atropelamentos e a retirada da fauna silvestre para abastecimento do tráfico ilegal de animais, a Organização das Nações Unidas, por meio de conferências, definiram que a conservação dos ambientes naturais, bem como o manejo de espécies invasoras e a elaboração de cativeiros reprodutivos são essenciais para a conservação e preservação das espécies (Silva & Silva, 2018). Toda espécie é importante para a manutenção do equilíbrio ecológico, contribuindo para o progresso das ciências biológicas, social e econômica (Oliveira & Silva, 2018). A polícia ambiental é encarregada de impedir e punir infrações ao meio ambiente, desde poluição do ar até degradação do biossistema (Oliveira, 2010) e ainda realiza ações preventivas ou repressivas (Granziera, 2015). Infelizmente são poucas informações que apresentem a atuação desses profissionais, o que pode desvalorizar sua importância (Vanuncio & Costa, 2018). A polícia militar desempenha significativo papel na preservação da natureza combatendo crimes ambientais mesmo sem investimentos que viabilizem uma atuação mais eficiente, merecendo destaque por agir de forma ostensiva e preventiva (Oliveira & Silva, 2018). Com isso nota-se a importância da realização de estudos e trabalhos que visem a conservação da fauna silvestre, tendo em vista que, esta desempenha um papel primordial para a manutenção da estabilidade do meio ambiente, garantindo assim que um maior número de animais possa ser resgatado, tratado e reintroduzido aos seus habitats. Para isso é imprescindível a colaboração com órgãos públicos para que a ação em conjunto possa gerar resultados cada vez mais satisfatórios para o meio ambiente.
Objetivos Gerais: - Fortalecer as estruturas de triagem e reintrodução da fauna silvestre pelo atendimento veterinário adequado para manter em cativeiro apenas os animais que realmente necessitam de atendimento, minimizando o envio para as clínicas particulares de Unaí e otimizando o encaminhamento para o Cetas. Objetivos Específicos: • Receber, identificar, tratar, manter e destinar os animais silvestres apreendidos pela fiscalização dos órgãos ambientais; • Propiciar aos animais condições de tratamento com espaço físico, alimentação, atendimento veterinário e acompanhamento biológico adequados; • Possibilitar treinamento de pessoal na área de clínica e manejo de animais silvestres; • Controlar zoonoses e doenças dos animais silvestres avaliados; • Criar banco de dados com informações sobre procedência, recebimento e destinação dos animais; • Manter registro e controle de dados biológicos e veterinários dos animais que foram recepcionados e disponibilizar informações sobre a fauna silvestre; • Fomentar pesquisa científica e divulgação de trabalhos científicos; • Localizar e aumentar o número de propriedades rurais propícias à soltura dos animais silvestres pelo levantamento da fauna local e caracterização e avaliação da propriedade; • Captar e instruir colaboradores para atuar como fiel depositário; • Confeccionar um termo de cooperação entre a UFVJM e o Instituto Estadual de Floresta (IEF) - responsável na região pelo atendimento inicial dos animais silvestres.
As metas no geral são promover a melhoria das condições de apreensão, recepção, manutenção e atendimento veterinário dos animais recolhidos independentemente de sua origem e condição, melhorar a produtividade da atividade exercida tanto pela polícia ambiental quanto pela clínica fiel destinatária e também pelo IEF, incrementar o ensino do discente pelo fornecimento de material prático e vivência com pacientes, especialmente animais da fauna do cerrado, pois em nossa região não há lugares específicos para seu tratamento, readaptação e soltura, incentivar a leitura técnica e promover pesquisa, aumentar a produção de material didático, técnico e científico pela integração entre a população animal atendida, tão necessitada de serviço especializado, e a comunidade universitária como um todo. Ou seja, criar uma rede integrada entre a universidade, polícia ambiental, clínica fiel destinatária e IEF criando um processo harmonizado de atendimento especializado entre os setores público e o privado beneficiando tanto os animais quanto os discentes e conscientizando, por consequência, a população local sobre conceitos de bem-estar animal, posse responsável e preservação da fauna do cerrado.
Para alcançar as metas estabelecidas o projeto pretende executar, em conjunto com outros docentes que irão compor a equipe e alunos de graduação que devem participar ativamente das atividades sob orientação e supervisão, o atendimento médico veterinário aos animais recuperados e trazidos para o município de Unaí, oferecendo um diagnóstico preciso e eficaz da problemática individual que o aflige especificamente. A identificação das condições e doenças que possam levar a morte ou prejudicar o desempenho do animal na sua recuperação para posterior soltura ou encaminhamento ao Cetas mais próximo serão o mote principal de incremento na atividade previamente exercida na cidade. Capacitar os discentes integrantes do projeto a realizar as ações de extensão aqui propostas e realizar oficinas de instrução sobre cuidados com os animais silvestres e seu bem-estar desde a captura até a soltura, capacitando-os a proferir minipalestras para beneficiar estudantes de graduação e os tutores fiéis depositários do animal silvestre necessitado com conceitos atualizados para que, a partir deste ponto, possamos promover melhoria no ensino ao propiciar contato dos alunos com os animais em situações e desafios reais na execução de suas funções e mostrar como identificar a prevalência de doenças ou de outras condições como erros de manejo nutricional e sanitário que possam causar intercorrências em sua saúde e indicar as possibilidades corretivas aplicáveis a cada situação apresentada, o que corrobora a necessidade de uma formação multidisciplinar e generalista tão requisitada para um profissional da medicina veterinária auxiliando o discente a criar pontes de ligação de forma acelerada e orientada entre os conteúdos disciplinares diversos aprendidos na teoria com aquelas ações realizadas na prática do atendimento. Os dados informativos do levantamento epidemiológico individualizado em atendimentos concentrados podem gerar informações sobre as principais patologias que afetam aquele grupamento de animais em específico que, por sua vez, podem ser utilizados para fins de pesquisa e produção de material didático (fotos, apostilas e vídeos dos procedimentos realizados durante o projeto) incrementando a produção científica e a formação acadêmica do discente. Como produtos acadêmicos previstos estão a comunicação e divulgação de resultados, artigos científicos e relatos de casos quando pertinentes em eventos científicos de impacto na distribuição de informação. A permanência do animal no fiel depositário, seja na casa de uma pessoa física ou em clínicas veterinárias deve ser, necessariamente, de caráter temporário. Assim, será possível que o local tenha seus recintos liberados para o recebimento de novas apreensões e recolhimentos, permitindo uma maior dinâmica nas ações dos órgãos de fiscalização. Contudo, acima das questões que regem a dinâmica destas ações deve ser priorizado o bem-estar dos animais apreendidos e a determinação do melhor destino possível para aqueles animais já avaliados. Sendo assim, o caráter temporário da permanência dos animais dependerá de fatores internos ligados às acomodações disponíveis, ao estado de saúde que os mesmos se encontram e da disponibilidade de vaga no destino adequado. O trabalho de recepcionar e triar animais implica em registrar a entrada de cada indivíduo, identificando qual é a espécie e o sexo (quando possível), buscando o máximo de informações quanto ao local em que foi capturado e/o tempo de cativeiro, verificando qual é o habitat da espécie, e alojando os animais em local adequado para receberem o devido tratamento. Após serem examinados, os animais ficam sob quarentena para receber nutrição adequada e sob observação para identificar o aparecimento de possíveis doenças. Durante esse período, a equipe técnica deve estudar o melhor destino para os animais, o que constitui o trabalho de triagem em si e a comunicação com Cetas que ofereça vaga. Após esse recebimento inicial do animal devem ser providenciadas, prioritariamente, atividades de reabilitação e destinação dos animais seguinte uma ordenação de atuações: RECEPÇÃO: os animais encaminhados geralmente são oriundos de apreensões realizadas pela Polícia Militar Ambiental; apreensões realizadas pelo IBAMA ou através de doações por particulares. QUARENTENA E ACONDICIONAMENTO: a quarentena consiste no isolamento do animal para observações mais detalhadas, visando evitar qualquer contaminação nos recintos. O período de quarentena é variado, não devendo ser inferior a 7 dias. Nesse período o animal é identificado, sexado e vermifugado. ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL, SANITÁRIO E COMPORTAMENTAL: após a quarentena o animal é alojado em recintos individuais ou coletivos, de acordo com suas características biológicas. Durante o período de permanência, os animais são acompanhados individualmente quanto aos aspectos sanitários, nutricionais e comportamentais. Cada animal é analisado de acordo com sua origem, tempo de cativeiro, estado de mansidão e físico, idade, sexo e outros. ATENDIMENTO INICIAL: como a maioria dos animais dos animais passam por situações estressantes e debilitantes um exame físico e clínico mais detalhado deve ser realizado para que as devidas providências sejam tomadas. Em casos de urgência e emergência, principalmente quando há risco de morte, atendimento específico deve ser empregado buscando sanar a problemática assim que possível para que o animal tenha condições de seguir para a próxima etapa. Amostras biológicas serão coletadas para incrementar as informações de bancos de dados ainda precárias e nutrir de informações sobre os animais do cerrado. DESTINAÇÃO: as destinações seguem princípios básicos pré-estabelecidos, em consenso da equipe técnica, considerando-se as condições do animal em questão e seguem recomendações e legislação do IBAMA e de órgãos internacionais de combate ao tráfico de animais silvestres. Estas destinações podem ser classificadas como: devolução ao ambiente natural para repovoamento, o que significa que o animal será solto em local onde a sua espécie está presente; translocação, ocorre a soltura animal após curto período de cativeiro; atendimento a projetos de conservação da espécie (após consulta ao comitê de ética) e encaminhamento a instituições de pesquisa ou zoológicos. Algumas espécies são mais difíceis de serem destinadas, como por exemplo, onças e animais peçonhentos. Não há áreas nativas relativamente extensas para abrigar estes animais e os fazendeiros cadastrados no IEF como áreas parceiras para soltura não permitem a soltura destas espécies por insegurança a sua produção animal local. As atividades realizadas irão desafogar o Cetas evitando envio de animais desnecessariamente e agilizar, por consequência, o processo de recuperação, reabilitação e soltura dos animais que passaram por estas situação de risco.
Agência Minas. Disponível em> http:http://agenciaminas.mg.gov.br/noticia/projeto-reabilita-animais-silvestres-para-soltura-em-minasgerais// agenciaminas.mg.gov.br/noticia/projeto-reabilita-animais-silvestres-para-soltura-em-minas-gerais. Acessado em 29/09/2019. Aveline, L.C. & Costa, C.C.C. Recursos Naturais e Meio Ambiente: uma visão do Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais, Rio de Janeiro, p.154, 1993. Borlaug, N.E. Feeding a world of 10 billion people: the miracle ahead. In: R. Bailey (ed.). Global warming and other eco-myths. pp. 29-60. Competitive Enterprise Institute, Roseville, EUA, 2002. Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE). Disponível em> http://www.daee.sp.gov.br/index.php?option=com_content&id=517:cras-centro-de-recuperacao-de-animais - silvestres&Itemid=53. Acessado em 29/09/2019. Diniz, L. S. M. 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Para participação o discente precisa de conhecimento teórico nas disciplinas básicas e estar cursando as profissionalizantes (semiologia, doenças infecciosas e parasitárias, anestesiologia, clínicas médica e cirúrgica e reprodução animal) para que seja colocado em prática o atendimento ao animal na forma proposta. Neste momento, as disciplinas da base são suporte da integração teórico-prática; anatomia, fisiologia, imunologia, patologia são alicerces para a compreensão da patogênese e da severidade que as alterações nos parâmetros vitais podem causar, indo além da observação do estado físico que o animal apresenta devido ao que ele foi submetido. Porém, outra atividade prevista no projeto é a questão informativa e de relacionamento interpessoal, portanto os alunos que estão cursando essas ou ainda os que concluíram apenas as disciplinas da base do curso podem fazer parte do projeto como observadores, para conhecer e ter contato com a rotina dos atendimentos prestados e saber de forma profunda como esses animais chegam a polícia ambiental, ou seja, a conscientização e o conhecimento da problemática são auxiliares em incutir o caráter preservacionista e ativista no discente durante sua formação profissional. Mesmo partindo de uma formação básica prévia, para instalação do projeto os alunos do curso de medicina veterinária serão munidos de conhecimento teórico e com técnicas empregadas para realização de atendimento clínico de campo e treinados para o contato diferenciado com animais silvestres. Para que o projeto seja executado e se mantenha ativo é necessária a participação de alunos com treinamento prévio e algum conhecimento teórico-prático específico. Visando a longevidade e manutenção das atividades, novos integrantes do corpo discente podem se voluntariar ao grupo para adquirirem o conhecimento teórico sobre a problemática rotineiramente enfrentada e acompanhar aqueles já integrados ao projeto para se familiarizar com os procedimentos adotados durante os atendimentos, primeiramente na qualidade de observadores supervisionados, para depois gradualmente assumirem as funções e responsabilidades e se tornarem participantes ativos do projeto. A capacitação do estudante, a qualidade do ensino e a possibilidade de realizar pesquisa serão aumentadas, uma vez que todo o corpo discente e docente componentes do projeto trabalha em conjunto para identificar, tratar (tratamentos clínicos e cirúrgicos) e prevenir problemas em uma situação real apresentada pelos animais. Dessa forma, atingindo as metas de promover a melhoria no ensino, aumentar a produção de material didático, técnico e científico, promulgar o contato e integralizar e aplicar os conceitos teóricos em ambiente prático e incentivar e promover pesquisa. Esta interação do ambiente universitário, do teórico com a prática rotineira, possibilita a formação de um médico veterinário inserido no contexto socioeconômico e político regional que receberá uma formação generalista, integrada e multidisciplinar, capacitando-o para apresentar raciocínio lógico e preciso, com o objetivo de encontrar soluções imediatas com criatividade e competência, e estar ciente de seu papel social, suprindo carências e necessidades da sociedade, além de desenvolver um espírito crítico, investigativo e científico que se torna o alicerce para o desenvolvimento de uma carreira científica voltada à pesquisa e desenvolvimento. Em princípio e durante o treinamento, os discentes envolvidos no projeto terão sua participação limitada apenas à observação dos atendimentos clínicos executados por profissionais. Durante o atendimento clínico o aluno terá a oportunidade de vislumbrar e entender os diversos procedimentos e protocolos que o constrói, poderá fazer questionamentos e expressar suas dúvidas, anseios e temores para ser direcionado e estimulado a criar, dentro dos parâmetros clínicos e semiológicos, sua própria rotina de exame. Seu comportamento frente a variados casos e o desenvolvimento de um raciocínio clínico será sua primeira avaliação. Com sua evolução e estreitamento do contato com o animal no transcorrer do projeto esse aluno passará a participar ativamente do exame clínico sob supervisão e orientação de um tutor, sendo esta etapa uma mescla de atendimento, aprimoramento, avaliação e desenvolvimento de autoconfiança para realização dos próximos exames apenas sob orientação de um responsável, preparando e levando o discente a assumir responsabilidades sobre a Para participação o discente precisa de conhecimento teórico nas disciplinas básicas e estar cursando as profissionalizantes (semiologia, doenças infecciosas e parasitárias, anestesiologia, clínicas médica e cirúrgica e reprodução animal) para que seja colocado em prática o atendimento ao animal na forma proposta. Neste momento, as disciplinas da base são suporte da integração teórico-prática; anatomia, fisiologia, imunologia, patologia são alicerces para a compreensão da patogênese e da severidade que as alterações nos parâmetros vitais podem causar, indo além da observação do estado físico que o animal apresenta devido ao que ele foi submetido. Porém, outra atividade prevista no projeto é a questão informativa e de relacionamento interpessoal, portanto os alunos que estão cursando essas ou ainda os que concluíram apenas as disciplinas da base do curso podem fazer parte do projeto como observadores, para conhecer e ter contato com a rotina dos atendimentos prestados e saber de forma profunda como esses animais chegam a polícia ambiental, ou seja, a conscientização e o conhecimento da problemática são auxiliares em incutir o caráter preservacionista e ativista no discente durante sua formação profissional. Mesmo partindo de uma formação básica prévia, para instalação do projeto os alunos do curso de medicina veterinária serão munidos de conhecimento teórico e com técnicas empregadas para realização de atendimento clínico de campo e treinados para o contato diferenciado com animais silvestres. Para que o projeto seja executado e se mantenha ativo é necessária a participação de alunos com treinamento prévio e algum conhecimento teórico-prático específico. Visando a longevidade e manutenção das atividades, novos integrantes do corpo discente podem se voluntariar ao grupo para adquirirem o conhecimento teórico sobre a problemática rotineiramente enfrentada e acompanhar aqueles já integrados ao projeto para se familiarizar com os procedimentos adotados durante os atendimentos, primeiramente na qualidade de observadores supervisionados, para depois gradualmente assumirem as funções e responsabilidades e se tornarem participantes ativos do projeto. A capacitação do estudante, a qualidade do ensino e a possibilidade de realizar pesquisa serão aumentadas, uma vez que todo o corpo discente e docente componentes do projeto trabalha em conjunto para identificar, tratar (tratamentos clínicos e cirúrgicos) e prevenir problemas em uma situação real apresentada pelos animais. Dessa forma, atingindo as metas de promover a melhoria no ensino, aumentar a produção de material didático, técnico e científico, promulgar o contato e integralizar e aplicar os conceitos teóricos em ambiente prático e incentivar e promover pesquisa. Esta interação do ambiente universitário, do teórico com a prática rotineira, possibilita a formação de um médico veterinário inserido no contexto socioeconômico e político regional que receberá uma formação generalista, integrada e multidisciplinar, capacitando-o para apresentar raciocínio lógico e preciso, com o objetivo de encontrar soluções imediatas com criatividade e competência, e estar ciente de seu papel social, suprindo carências e necessidades da sociedade, além de desenvolver um espírito crítico, investigativo e científico que se torna o alicerce para o desenvolvimento de uma carreira científica voltada à pesquisa e desenvolvimento. Em princípio e durante o treinamento, os discentes envolvidos no projeto terão sua participação limitada apenas à observação dos atendimentos clínicos executados por profissionais. Durante o atendimento clínico o aluno terá a oportunidade de vislumbrar e entender os diversos procedimentos e protocolos que o constrói, poderá fazer questionamentos e expressar suas dúvidas, anseios e temores para ser direcionado e estimulado a criar, dentro dos parâmetros clínicos e semiológicos, sua própria rotina de exame. Seu comportamento frente a variados casos e o desenvolvimento de um raciocínio clínico será sua primeira avaliação. Com sua evolução e estreitamento do contato com o animal no transcorrer do projeto esse aluno passará a participar ativamente do exame clínico sob supervisão e orientação de um tutor, sendo esta etapa uma mescla de atendimento, aprimoramento, avaliação e desenvolvimento de autoconfiança para realização dos próximos exames apenas sob orientação de um responsável, preparando e levando o discente a assumir responsabilidades sobre a execução de determinados procedimentos, cada qual a seu tempo, desenvolvendo sua metodologia analítica específica para cada caso que se apresentar. A avaliação pelo público alvo e pelo responsável pelo projeto será realizada na forma continuada, ou seja, a cada visita em conversa informal com os presentes durante a captura e atendimento dos animais silvestres serão feitos questionamentos embutidos no próprio atendimento que nos fornecerá estimativa se as perspectivas estão sendo correspondidas. Ao tratar com esta população os critérios avaliativos de eficiência e produtividade do projeto não podem ser formais para que não se corra o risco de inibição e coação das respostas e das ações neste primeiro contato. Além disso, a equipe executora será questionada abertamente durante uma reunião subsequente a cada visitação/atendimento sobre os pontos positivos e negativos, vislumbrando de imediato o que pode ser melhorado e corrigido para que numa próxima ação extensionista a atuação seja otimizada.
Assim que forem surgindo casuística de animais silvestres recolhidos pela polícia ambiental, devem ser realizadas atividades que buscam otimizar os métodos de triagem, tratamento específico e reintrodução da fauna silvestre pelo atendimento veterinário adequado para manter em cativeiro apenas os animais que realmente necessitam até serem encaminhados para o Cetas. Para que estas atividades sejam realizadas de forma efetiva e eficiente é preciso seguir uma conduta previamente estabelecida e ordenada atentando para as seguintes etapas: receber, identificar, tratar, manter e destinar os animais silvestres apreendidos pela fiscalização dos órgãos ambientais; propiciar aos animais condições de tratamento com espaço físico, alimentação, atendimento veterinário e acompanhamento biológico adequados; possibilitar treinamento de pessoal na área de clínica e manejo de animais silvestres; controlar zoonoses e doenças dos animais silvestres avaliados; criar um banco de dados com informações sobre procedência, recebimento e destinação dos animais; manter registro e controle de dados biológicos e veterinários dos animais que foram recepcionados e disponibilizar informações sobre a fauna silvestre; localizar e aumentar o número de propriedades rurais propícias à soltura dos animais silvestres pelo levantamento da fauna local e caracterização e avaliação da propriedade e captar novos colaboradores para atuar como fiel depositário. Não há nenhum registro da casuística atual e do resultado final após a soltura pois os animais não são acompanhados após este processo. A parceria que está sendo realizada com o IEF através do termo de cooperação que está sendo firmado irá possibilitar total acesso ao banco de dados desta instituição governamental e a atuação dos seus profissionais capacitados neste tipo de atendimento, fato que irá gerar enorme benefício a qualidade do projeto e incremento a formação técnica e experiência dos discentes da UFVJM.
Público-alvo
além dos animais silvestres coletados pela 16ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE MEIO AMBIENTE E TRÂNSITO e do pessoal técnico da clínica veterinária, responsável pelo primeiro atendimento aos animais, haverá também a participação dos alunos voluntários do projeto (número máximo de 20 pela limitação física espacial e pela manutenção do bem estar animal durante o atendimento).
Municípios Atendidos
Unaí
Parcerias
Atuante como principal fiel depositária da polícia militar ambiental de Unaí, a clínica PET STOP acondiciona diversas espécies animais que foram recolhidas em ações da polícia até que as mesmas possam ter o correto direcionamento e atendimento.
O ICA, campus Unaí, propôs a disponibilização de equipamentos, estruturas físicas (laboratórios) e alguns itens de consumo para realização de parte do projeto relacionada à colheita de material biológico, aos exames laboratoriais, ao armazenamento e processamento das amostras.
Cronograma de Atividades
Cadastramento, levantamento da situação e das necessidades dos locais de encaminhamento prévio dos animais silvestres recolhidos que funcionam como fiéis depositários. Atividades de treinamento teórico-práticas dos discentes nas áreas da medicina veterinária relacionadas ao atendimento dos animais em questão. Orientação e treinamento das pessoas envolvidas no acolhimento dos animais silvestres ou daquelas que os mantem em cativeiro. Execução das ações previstas e acompanhamento da evolução e resolução das ações realizadas. Reavaliação dos resultados obtidos e programação das futuras adequações para otimizar o processo de acolhimento e encaminhamento para o Cetas. Colheita de dados, análise e divulgação dos resultados. Elaboração e ativação de termo de cooperação entre UFVJM e IEF. Todas as atividades descritas permanecem paralisadas durante o período de pandemia esperando a liberação das atividades presenciais. Porém, enquanto isso não se torna realidade o grupo criará um perfil no Instagram com o nome do projeto e seu vínculo institucional para apresentar a real situação da fauna do cerrado regional e as medidas de preservação e atendimento que estão sendo realizadas, assim como apresentar material informativo e educacional sobre os animais silvestres que compõem tal fauna do cerrado