Visitante
Ambulatório Interdisciplinar de Planejamento Reprodutivo
Sobre a Proposta
Tipo de Edital: Pibex
Situação: Aprovado
Dados do Coordenador
helisamara mota guedes
2022101202230696
departamento de enfermagem
Caracterização da Ação
ciências da saúde
saúde
direitos humanos e justiça
saúde da família
regional
Não
Membros
fabiana angélica de paula
Vice-coordenador(a)
elaine vieira cordeiro
Bolsista
bruna rocha guimarães
Voluntário(a)
amanda aparecida silva cruz
Voluntário(a)
mariana brandao soares sousa
Voluntário(a)
lília cristina peçanha
Voluntário(a)
maria eduarda amaral oliveira
Voluntário(a)
emily emanuelly souza figueredo
Voluntário(a)
juliana augusta dias
Vice-coordenador(a)
isabela guedes paiva
Voluntário(a)
síntia nascimento dos reis
Voluntário(a)
O planejamento reprodutivo é um serviço essencial e em épocas de pandemia não podem ser suspensos, visto a necessidade de orientar a população e discutir um método que melhor se adeque a realidade. Esse projeto tem como objetivo oferecer assistência integral e de qualidade no ambulatório de planejamento reprodutivo com uma abordagem interdisciplinar à saúde sexual e reprodutiva para mulheres e suas parcerias residentes na região ampliada de saúde de Diamantina - MG. Trata-se de um projeto de extensão com foco na intervenção. No ano de 2021 foi realizada a estruturação, definição de fluxos, inauguração, captação de parcerias e financiamento do Ambulatório Interdisciplinar de Planejamento Reprodutivo. O projeto funciona na Policlínica Regional no município de Diamantina, situado na rua da Glória, ao lado do Hemominas. As consultas clínicas à mulher e suas parcerias são realizadas pelos professores do Curso de Enfermagem, Medicina, Residentes de Medicina, além do suporte dos acadêmicos dos Cursos de Enfermagem e Medicina. As mulheres atendidas serão acompanhadas durante um período de um ano. Os acompanhamentos serão realizados por teleconsulta para verificar adesão ao método contraceptivo, dúvidas, queixas ginecológicas, dentre outros. Este projeto está promovendo a interação da universidade com a comunidade, além de oferecer aos discentes membros do projeto uma oportunidade de expandir o conhecimento sobre saúde sexual e planejamento reprodutivo na teoria e na prática clínica.
Atenção integral à saúde da mulher, serviços de planejamento reprodutivo, educação em saúde, saúde sexual
A legislação que regulamenta o planejamento familiar é definida pela Lei nº 9.263, de 12 de janeiro de 1996, como um conjunto de ações que regulamenta a fecundidade, garantindo os direitos iguais previstos na constituição, limitação ou aumento dos filhos pela mulher, homem ou pelo casal. Tendo como finalidade um atendimento global e integral à saúde, sendo orientado por ações de prevenção e de educação e pela garantia ao acesso a informações, meios e métodos disponíveis para o controle da fecundidade (BRASIL, 1996). Atualmente usamos a terminologia de planejamento reprodutivo considerando uma abrangência maior das ações uma vez que incorpora o conceito de concepção e contracepção, saúde sexual, o controle e prevenção de cânceres (cérvico-uterino, de mama, de próstata e de pênis) as infecções sexualmente transmissíveis (IST), as diversidades sexuais, infertilidade dentre outros (BRASIL, 2013). As ações desenvolvidas no planejamento reprodutivo são uma forma direta de educação em saúde para a população. De acordo com Candeias (1997) a educação em saúde consiste no planejamento e execução de atividades que tem como objetivo o estímulo à busca de saúde, a prevenção de doenças e eliminação de carências das populações. Sendo assim, o ensinamento em saúde pretende desenvolver nos indivíduos o juízo crítico e a capacidade de ter autonomia sobre suas vidas (LEVY, 1997). A educação em saúde é inerente ao conhecimento dos profissionais de saúde, sendo eles responsáveis pela educação e orientação da população (ALVES, 2005). Diante desse contexto, destaca a importância de informar às mulheres e suas parcerias sobre seus direitos, sobre a prevenção e concepção da prole, uma vez que, esse conhecimento desenvolve a autonomia e o senso crítico nessa população, tornando-os sujeitos ativos nas decisões a respeito da sua vida. O Ambulatório Interdisciplinar de Planejamento Reprodutivo foi inaugurado no mês de junho de 2021 com a parceria do PIBEX 01/2021 da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) e tem oferecido assistência a mulheres e suas parcerias nas áreas de educação sexual e reprodutiva no município de Diamantina- MG.
A gravidez não planejada representa um problema de saúde pública importante tanto em países desenvolvidos quanto naqueles em desenvolvimento (MACHADO et al., 2017). Em Diamantina-MG apenas 13,2% das mulheres planejaram sua gravidez segundo estudo realizado nos cartões de pré-natal (REIS et al., 2021), dado bem inferior ao encontrado na Pesquisa Nascer no Brasil com amostra de 23.894 mulheres em que 55,4% não planejaram a gestação (BRANDÃO; CABRAL, 2017) Embora a redução das taxas dessas gestações requeira abordagens multifatoriais, ampliar o acesso aos métodos contraceptivos de longa duração contribui de forma expressiva para reverter este contexto (MACHADO et al., 2017). De acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS) nos últimos 10 anos, as mulheres estão começando a ter relações sexuais cada vez mais cedo e consequentemente a prática contraceptiva. Essa pesquisa mostrou que em 2006, 66% das jovens (15 a 19 anos) que são sexualmente ativas já haviam usado algum método anticoncepcional, sendo que os mais usados eram 33% preservativo, 27% pílulas e 5% os injetáveis. Já para as mulheres que estavam vivendo alguma forma de união, 88% usavam contraceptivos, sendo que a esterilização (29%) era o método mais frequente, seguido pela pílula (25%) e pelo preservativo (12%), em seguida a vasectomia (5%) e o DIU (2%) (BRASIL, 2006) Segundo a Organização Mundial de Saúde, o dispositivo intrauterino (DIU) de cobre é hoje o método contraceptivo reversível mais usado no mundo, sendo a escolha de 15% das mulheres. São mais de 170 milhões de usuárias (OMS, 2017). A taxa de utilização no Brasil do DIU é de apenas 1,9%, sendo mais utilizados a anticoncepção oral e a ligadura tubária (CARRENO et. al., 2006). Pesquisa realizada com 668 mulheres com idade entre 18 e 49 anos, usuárias de 38 unidades básicas de saúde da cidade de São Paulo, encontrou que a maior satisfação quanto ao método contraceptivo foi observada entre usuárias do DIU (94,7%), da laqueadura (93,5%) e vasectomia (91,7%) (BORGES et al., 2017). Antes da inauguração do Ambulatório, no mês de março de 2021, foram tabulados os dados de encaminhamento feito pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS) para o serviço secundário. No sistema da central de regulação do município de Diamantina - MG, é possível fazer dois tipos de encaminhamento: inserção de DIU e consulta ginecológica. Na variável consulta ginecológica haviam 826 mulheres aguardando consultas, importante destacar que esses dados serão avaliados posteriormente. Na variável inserção de DIU havia 251 mulheres. Dessas, 8 estavam estratificadas como alta prioridade, 58 como média prioridade e 185 como baixa prioridade. O encaminhamento mais antigo relacionava-se ao de baixa prioridade com data de encaminhamento do dia 09/01/2019, de média prioridade a data mais antiga foi de 07/10/2019 e de alta prioridade de 19/02/2020. Os dados desta pesquisa reforçam a dificuldade de acesso ao planejamento reprodutivo. Além dessas mulheres que estão na fila de espera da prefeitura do município de Diamantina, há 120 mulheres referidas pelos Centros de Referência em Assistência Social (CRAS), Centros de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) e conselho tutelar, que estão esperando pelas ações de educação em saúde na área reprodutiva e sexual e para a consulta de planejamento reprodutivo com foco no DIU. Justifica-se a renovação deste projeto por mais um ano considerando que a ampliação do acesso ao DIU é uma meta da OMS, Ministério da Saúde e dos conselhos de saúde já que a mulher pode evitar um procedimento cirúrgico e fazer uso de um método de longa duração (BRASIL, 2018; OMS, 2017). Importante destacar que o município de Diamantina- MG no ano de 2020 colocou pelo Sistema Único de Saúde (SUS) 11 inserções de DIU. O ambulatório inaugurado em junho atendeu até o presente mês uma média de 74 consultas com inserção de DIU e 20 retornos de revisão realizados pelos professores do curso de Enfermagem, Medicina e os residentes de ginecologia. Cumprimos o proposto no edital de extensão Pibex 01/2021 que era a estruturação do Ambulatório Interdisciplinar em Planejamento reprodutivo. Firmamos parcerias com a 3ª Promotoria de Justiça de Proteção e Defesa dos Direitos da Criança e Adolescente da Comarca de Diamantina-MG e com a prefeitura de Diamantina. Por intermédio da promotoria a empresa privada Acayaca Stones Group custou os itens permanentes e de consumo. No início do projeto tínhamos 5 kits de inserção de DIU, recebemos a doação de 30 kits, itens de consumo e um ultrassom portátil. Até o momento a empresa investiu R$70.000,00 no projeto. Para o edital 01/2022 iremos reforçar a indissociabilidade do ensino, pesquisa e extensão. Manteremos os atendimentos no ambulatório e concomitantemente capacitaremos nove profissionais de saúde (médicos e enfermeiros) da jurisdição da promotoria para a consulta clínica com inserção do DIU e produziremos pesquisas com os dados produzidos pelo ambulatório. Portanto, ao considerar que o planejamento reprodutivo é um serviço essencial e que mesmo em épocas de pandemia não podem ser suspensos, esse trabalho justifica-se devido ao impacto social que produzirá ao permitir um planejamento reprodutivo às mulheres e suas parcerias.
Objetivo geral: Oferecer assistência integral e de qualidade no Ambulatório Interdisciplinar de Planejamento Reprodutivo com uma abordagem interdisciplinar à saúde sexual e reprodutiva às mulheres e suas parcerias residentes na região ampliada de saúde de Diamantina - MG. Objetivos específicos: Realizar consultas clínicas individuais sobre os métodos contraceptivos e concepção; Integrar docentes, discentes, residentes e técnico-administrativos na gestão do ambulatório interdisciplinar de planejamento reprodutivo; Ofertar o método contraceptivo escolhido pela mulher e no caso do DIU ofertar a inserção e o acompanhamento; Orientar quanto às infecções sexualmente transmissíveis; Estimular o cuidado ao corpo, empoderamento e autonomia das mulheres; Captar por meio de doações métodos contraceptivos como o Dispositivo Intrauterino (DIU) de hormônio; Expandir o conhecimento dos discentes dos Cursos de Enfermagem e Medicina sobre saúde sexual e planejamento reprodutivo na teoria e na prática; Oferecer curso de capacitação na inserção do DIU para os profissionais do município de Diamantina-MG e aqueles atendidos pela 3ª Promotoria de Justiça de Proteção e Defesa dos Direitos da Criança e Adolescente da Comarca de Diamantina-MG. Realizar pesquisa para mensurar o impacto do Ambulatório Interdisciplinar de Planejamento Reprodutivo no município de Diamantina-MG. Produzir conteúdo informativo sobre a temática do planejamento reprodutivo e temas afins à saúde da mulher para a mídia digital (Instagram).
Metas a curto prazo: Realizar consultas individuais com as mulheres e sua (s) parceria (s) com foco na saúde sexual e reprodutiva tendo uma média de 10 consultas/semanais. Prescrever método contraceptivo e acompanhar a adaptação a este método, por um período de um ano. Direcionar a consulta clínica para os métodos disponibilizados pelo SUS. Promover práticas educativas, possibilitando a interação entre o conhecimento técnico e o popular através do diálogo, respeitando a cultura e as crenças de cada indivíduo; Capacitar profissionais de saúde que atendem na atenção primária para consulta clínica com inserção do DIU do município de Diamantina-MG e região. Metas a longo prazo: Expandir o conhecimento sobre os meios e método de concepção e contracepção; Aumentar a cobertura de utilização do Dispositivo Intra uterino (DIU). Melhorar a qualidade de vida das usuárias; Diminuir a lista de espera para inserção de DIU no município. Ter profissionais de saúde que saibam realizar uma consulta clínica em saúde reprodutiva e inserir o DIU nos seguintes municípios: Diamantina, Couto de Magalhães, Datas, Gouveia, Senador Modestino Gonçalves, Felício dos Santos, Presidente Kubitschek, Monjolos e São Gonçalo do Rio Preto. Como previsão de impactos diretos, visa a implantação de métodos contraceptivos que se adequem a realidade de cada mulher e o envolvimento da comunidade com os projetos da universidade. Em relação a impactos indiretos, destaca-se a informatização e o conhecimento de um maior número de pessoas, maior empoderamento e autonomia das usuárias em relação a questões de saúde que a atinge diretamente, o que permite questionar e decidir sobre as propostas apresentadas pelos profissionais de saúde. Além da redução da taxa de gestações não planejadas.
Trata-se de um projeto de extensão com foco na intervenção. O projeto foi inaugurado no mês de junho de 2021, intitulado Ambulatório Interdisciplinar de Planejamento Reprodutivo. As ações são desenvolvidas na Policlínica de Diamantina/MG, na rua da Glória, n.469, ao lado do Hemominas, em Diamantina. Neste espaço, são realizados os acolhimentos, consultas clínicas, realização de procedimentos e esterilização dos instrumentos. As consultas clínicas à mulher são realizadas pelos professores do curso de Enfermagem, Medicina e Residentes da Medicina. Esses profissionais têm o parecer favorável da Comissão Permanente de Biossegurança (CPBIO) número 24/2021 da UFVJM de 29 de junho de 2021 para atendimento presencial. O atendimento está acontecendo semanalmente às terça-feira de manhã, de 08:00 às 12:00 horas, quando é a equipe de medicina que atende e no período da tarde, de 14:00 às 17:00 quando a assistência é realizada pela equipe de enfermagem. O projeto atende as mulheres e sua (s) parceria (s) que estão na listagem da prefeitura, dos CAPS e aquelas que procuram o atendimento por livre demanda. Os atendimentos são agendados pelo setor da regulação da secretaria municipal de saúde de Diamantina-MG, após isso, a bolsista confirma a consulta entrando em contato com as mulheres por telefone para orientá-las sobre o atendimento e tirar qualquer dúvida existente. Quando a bolsista não consegue esse contato a responsável pela Atenção Primária de Saúde (APS) realiza esse contato. Além disso, dispomos de uma técnica administrativa do Curso de Enfermagem, integrante do projeto, que tem divulgado o fluxo correto para o atendimento no ambulatório dentro da UFVJM e nas demandas encaminhadas para a chefia do Departamento de Enfermagem. Para ser atendida no ambulatório, o fluxo de encaminhamento é procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro onde a usuária está cadastrada ou a unidade mais perto. Após isso, o nome da usuária vai para a central de marcação da secretaria municipal de saúde de Diamantina-MG. Assim que a consulta é agendada a bolsista faz o contato, orientado sobre a rotina do ambulatório. Foi encaminhado pelos parceiros do projeto, Promotoria, CREAS, CRAS, CAPS e conselho tutelar, uma lista de mulheres vulneráveis para atendimento no ambulatório. Para este público será necessário criar um fluxo especial de atendimento em que os profissionais de saúde farão visita em cada CAPS do município para criação de vínculo com a usuária. Estamos organizando o fluxo com atendimentos programado para novembro de 2021 em que a mulher fará o teste de gravidez, consulta com inserção de DIU e o ultrassom em apenas uma ida ao estabelecimento de saúde. Além disto, estas mulheres continuarão a ser acompanhadas, As mulheres atendidas serão acompanhadas durante o período de um ano. O primeiro retorno acontece de forma presencial, e o acompanhamento durante um ano por teleconsultas para verificar adesão ao método contraceptivo, dúvidas, queixas ginecológicas, dentre outros. Sendo que, o retorno acontece 45 dias após a inserção do DIU, de forma presencial e as teleconsultas em um período de 3, 6 e 12 meses. Pensamos que desta forma, conseguiremos dar uma assistência melhor para as mulheres que residem na zona rural e outros municípios. Instrumentos foram criados como roteiro para consulta clínica interdisciplinar, termo de consentimento, impresso de retorno, termo de uso da imagem dentre outros, pensando em dados para pesquisas futuras. O projeto de pesquisa será cadastrado ainda este mês de setembro no Comitê de Ética em Pesquisa da UFVJM considerando que trata-se de um estudo longitudinal e as mulheres serão acompanhadas por um ano. Para direcionar as teleconsultas foi criado um check list que deverá ser seguido pela bolsista do projeto e/ou os estudantes voluntários. Sempre que tiverem dúvidas, os alunos poderão procurar os professores para auxiliarem e posteriormente retornar para as mulheres, se houver necessidade ou agendar atendimento presencial. Esses dados serão adicionados ao prontuário e servirão de base para avaliação do projeto e futuras pesquisas. O projeto conta com a colaboração do Hospital Sofia Feldman em que as duas professoras enfermeiras do projeto foram capacitadas, no mês de maio de 2021, quanto à parte prática e teórica para Consultas de Enfermagem com foco no Planejamento Reprodutivo e inserção de DIU. Durante todo o ano temos buscado fundamentação teórica para o desenvolvimento do projeto e reuniões semanais com os membros após cada atendimento. Além disso, temos reunião mensal com a promotoria, estando presente representantes da Secretaria Municipal de Saúde de Diamantina, CAPS, CREAS, Conselho tutelar. Para facilitar a divulgação das ações do projeto e levar informações sobre saúde sexual e reprodutiva criamos o Instagram @ambulatoriorep. Indissociabilidade do Ensino, Pesquisa e Extensão Para a parte da pesquisa os dados serão coletados por meio de ficha utilizada no ambulatório no momento da inserção, sendo as variáveis: escolaridade, data da inserção, idade, número de gestações, ciclo menstrual, fluxo, dismenorreia, cirurgias ginecológicas, profissional, coleta citopatológica, histerometria, dor (EVA), diagnóstico de enfermagem, método contraceptivo anterior ao DIU, causa de abandono, história familiar e consulta ginecológica. Para as consultas subsequentes serão utilizadas as seguintes variáveis: se houve expulsão, extração, falha contraceptiva, continuação, causas de descontinuação, momento de descontinuação, dados da ultrassonografia, queixas e satisfação com o método. Os dados coletados serão tabulados e analisados com o software Statistical Package for Social Sciences (SPSS) versão 23.0. Serão realizadas análises de estatística descritiva para obtenção de média, desvio padrão, frequência absoluta e relativa dos dados. A normalidade dos dados será verificada pelo teste Kolmogorov-Smirnov, seguido dos testes estatísticos correspondentes. A associação de dados categóricos será verificada pelo teste Qui-quadrado. Será adotado o nível de significância de 95% (p<0,05). Em relação aos cuidados éticos com a pesquisa, previamente os sujeitos serão esclarecidos sobre objetivos da pesquisa e poderão sanar dúvidas em relação à mesma. Será livre a participação na pesquisa, e o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) deverá ser previamente assinado em caso de concordância em participar com a assinatura em duas vias, ficando uma com a pesquisadora e a outra entregue ao participante. Será garantido o atendimento de qualidade às mulheres que não quiserem participar do estudo. Toda a etapa da pesquisa só será realizada após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da UFVJM.
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Os discentes dos cursos de enfermagem e medicina têm participado das ações do projeto, desde o planejamento, realização, consultas, prescrição e demais ações. A formação de ambos os cursos dispõem na grade curricular a disciplina de saúde da mulher e do recém-nascido que visa oferecer conhecimento técnico-científico referente a ginecologia, obstetrícia, neonatologia, direitos sexuais e reprodutivos. Sendo assim o projeto oferecerá para os alunos a oportunidade de realizar ações de educação em saúde da mulher, consultas de planejamento reprodutivo com a supervisão dos professores, proporcionando um conhecimento mais amplo na atuação dos profissionais na prática. A carga horária de atividades do bolsista será de 12 à 20 horas semanais distribuídas em atividades como: confirmação de consultas e retornos das usuárias, acompanhamento por telessaúde com 3, 6 e 12 meses após a inserção do DIU, esclarecimento de dúvidas através do whatsapp, confecção de material educativo para as educação em saúde nos grupos e para o Instagram, confecção de impressos quando necessario, pesquisa de referências bibliográficas, outras atividades a depender da demanda. A escolha dos discentes que participarão do projeto/2022 levará em consideração a sua formação e experiência acadêmica, que proporcionarão ao projeto incremento técnico e científico. Os residentes da obstetrícia fazem parte do projeto. Durante o projeto, os estudantes serão capacitados pelos coordenadores sobre as temáticas que serão desenvolvidas através de encontros para estudo do tema. A capacitação e a supervisão dos estudantes serão realizadas pelas docentes coordenadoras do projeto, que estarão a disposição dos alunos para apoiar e auxiliar nas atividades que os membros tiverem dificuldades. Essa participação dos discentes é de extrema importância, pois proporciona que os discentes tenham contato com a comunidade externa em ambientes acadêmicos, além de aprofundar o conhecimento aprendido nas disciplinas. Diante desses dados destaca a importância do projeto no município que além de oferecer essa assistência integral e de qualidade para as mulheres de Diamantina, proporciona aos discentes uma oportunidade de lidar de forma direta com o planejamento reprodutivo, com a prevenção, saúde da mulher e com a população.
Sabe-se que o conhecimento é fundamental para respaldar as decisões de cada indivíduo e possibilitar que as escolhas sejam feitas de forma consciente promovendo a melhor condição de vida e de saúde. Além disso, a assistência em relação a contracepção permite que as gravidez não planejada seja evitada e que a fecundidade seja planejada levando em consideração o social, econômico e cultural. Sendo assim, esse projeto é de extrema relevância na expansão do conhecimento, empoderamento feminino, na assistência de qualidade e integral às mulheres e sua (s) parceria (s). O projeto é uma interface de pesquisa, extensão e ensino, em que as ações integradas visam aumentar a qualidade de vida das mulheres e suas parcerias. À medida que a equipe de extensionistas realizam as consultas clínicas estamos aumentando a cobertura de utilização do Dispositivo Intrauterino (DIU) no município de Diamantina e região. Além disso, produzimos dados para pesquisa e iremos capacitar profissionais que auxiliarão na consolidação da prática de inserção do DIU pelo enfermeiro, algo pouco praticado no Brasil, apesar da legalidade. Além de fortalecer a medicina para inserção dos DIU's na atenção primária. Ademais destaca a importância do projeto no município uma vez que durante a pandemia alguns atendimentos a saúde foram reduzidos, a policlínica não tem oferecido serviços de ginecologia e o ambulatório escola da FAMED/UFVJM está fechado. As ações de planejamento reprodutivo estavam quase inexistentes. O município de Diamantina no ano de 2020 colocou pelo SUS 11 inserções de DIU. O ambulatório inaugurado em junho atendeu até o mês de setembro uma média de 74 consultas com inserção de DIU e 20 retornos.
Público-alvo
O público-alvo beneficiado diretamente serão as mulheres e sua (s) parceria (s) residentes na região ampliada de saúde de Diamantina - MG. Considera-se parceria a pessoa escolhida pela mulher para relacionamento sexual considerando a diversidade sexual. Serão beneficiadas indiretamente as famílias que poderão ser constituídas de forma planejada. Dentre esse público-alvo, teremos o grupo prioritário de atendimento composto por mulheres em situação de vulnerabilidade referidas pelos Centros de Referência em Assistência Social (CRAS), Centros de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) e conselho tutelar, até a presente data esta listagem continha 120 mulheres esperando atendimento. Além dessas mulheres, receberão assistência também as 251 usuárias que estão cadastradas no sistema de regulação do município de Diamantina-MG e as que procurarem atendimento e serão cadastradas, sendo que, algumas dessas já foram atendidas e estão sendo acompanhadas. Ademais há o atendimento à demanda espontânea, onde as interessadas deverão procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) para serem encaminhadas para o ambulatório. Estão sendo disponibilizados no mínimo 10 atendimentos semanais. Este quantitativo varia de acordo com qual equipe que está atendendo, se é de enfermagem ou de medicina, além do número de consultas de revisão que estão agendadas para o dia de atendimento. Além dessa quantidade semanal, serão realizados mutirões que visam atender um número maior de mulheres que estão em situações de vulnerabilidade e demanda deste atendimento com urgência. O projeto tem também como população alvo os profissionais de saúde, que serão capacitados para a inserção do DIU, visando o aumento desse procedimento no município e a oferta de serviço que atenda as necessidades da população. População = média de 10 atendimentos semanais x 4 semanas x 12 meses = 480
Podemos capacitar um profissional de saúde por mês, no mínimo, sem mexer na estrutura que temos hoje. De acordo com o Conselho Regional de Enfermagem o profissional deverá realizar um curso teórico, prova escrita e uma média de 15 inserções de DIU. O mutirão é o melhor momento para capacitar profissionais. Considerando que teremos que montar a parte teórica do curso e agenda de acompanhamento deste profissional podemos assumir com tranquilidade um profissional por mês a partir de março. Temos meta de aumentar este quantitativo.
Municípios Atendidos
Diamantina
Parcerias
A 3ª Promotoria de Justiça de Proteção e Defesa dos Direitos da Criança e Adolescente da Comarca de Diamantina-MG por meio do promotor Paulo Márcio da Silva, auxilia nas demandas referentes ao atendimento de mulheres em situações de vulnerabilidade, por meio da interlocução da UFVJM, secretaria de saúde, empresa privada e secretária de desenvolvimento social.
A profissional Síntia Nascimento dos Reis proporciona capacitações na técnica na prática de inserção do Dispositivo Intrauterino (DIU) para os professores do curso de enfermagem.
A parceria é realizada através da Gerente da Atenção Primária de Saúde (APS) de Diamantina por meio do agendamento de consultas pelo setor de regulação, comunicação com as usuárias através das Agentes Comunitárias de Saúde (ACS’s) para informar sobre o atendimento para a inserção do Dispositivo Intrauterino (DIU).
A parceria é realizada através da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social de Diamantina Nágila Steffânia Costa, por meio do recrutamento de mulheres em situação de vulnerabilidade e que necessitam de atendimento na área de Planejamento Reprodutivo.
Cronograma de Atividades
Durante todo o projeto será realizada a busca de referência teórico para ampliar o conhecimento sobre a temática, além de auxiliar em futuras pesquisas.
Será realizado divulgação de material educativo, produzido pelos membros do projeto sobre educação sexual e reprodutiva através da plataforma Instagram, toda semana, durante todo projeto.
Será realizado reuniões com a equipe para discutir sobre os atendimentos e outras demandas relacionadas ao projeto
As consultas ambulatórias acontecerá todas as terças-feiras, sendo alternadas entre a equipe da medicina e enfermagem
Confecção do relatório parcial, contendo descrições do projeto conforme solicitado pelo PIBEX
Haverá apresentação em eventos sempre que surgir oportunidades
Será realizado o relatório final do projeto, contendo informações sobre as atividades realizadas durante o ano de 2022
As capacitações ocorrerão a partir do mês de março de 2022 até dezembro. Será contemplado as exigências de cada conselho. O conselho de Enfermagem solicita um curso teórico, média de 15 inserções e prova. O conselho de medicina não faz exigências. Os profissionais serão indicados pela parceria com a Promotoria de Diamantina