Nosso planeta vem passando por diversos problemas ambientais devido principalmente ao nosso comportamento de consumo, que leva a degradação ambiental e poluição dos cursos d'água. Este projeto tem como objetivo despertar a consciência ambiental dos diferentes atores: discentes, docentes e funcionários, da Escola Estadual Gabriela Neves, em Diamantina-MG. Serão desenvolvidas oficinas de educação ambiental relacionadas com a coleta seletiva, separação do resíduo orgânico e implantação de um minhocário e de uma horta suspensa, utilizando materiais recicláveis. Pretende-se trabalhar diferentes conceitos relacionados com a Ciências e Biologia, e de forma transversal com a Matemática, Química e Português. Materiais separados através da coleta seletiva, com a implantação do conceito dos 5Rs (repensar, recusar, reduzir, reutilizar e reciclar) serão utilizados para a criação do minhocário. Resíduos orgânicos específicos (cascas de ovo, cascas de raízes e caules, restos de frutas e hortaliças, entre outros) serão separados na cozinha da escola e servirão de alimento para as minhocas. Estes alimentos, que antes seriam descartados, se transformarão em húmus e biofertilizante. Os materiais recicláveis como garrafas Pet e galões de água, também serão utilizados para a implantação de uma horta suspensa, visto que a escola tem limitações de espaço. Os produtos desta horta serão utilizados na merenda escolar fechando um ciclo sustentável. A conscientização dos diferentes atores será feita por meio de palestras, cartilhas, apresentações de teatro e música. A verificação do aprendizado será feita por meio de questionários aplicados anterior e posteriormente à realização das ações. O monitoramento das ações será feito por meio da pesagem dos materiais reciclados e e do húmus, além da quantificação do volume de biofertilizante gerado. O projeto contará com o apoio do bolsista Pibex e terá parceria com alunos do curso de Ciências Biológicas e da Pós-graduação em Ciências da Saúde da UFVJM, interligando desta forma o ensino, a pesquisa e a extensão. Pretende-se transformar a forma de relação das pessoas com os resíduos gerados por elas, través da educação ambiental e da melhora da qualidade alimentar na escola.

Educação Ambiental; Coleta Seletiva; Compostagem e Minhocário; Horta Suspensa; Saúde alimentar

O Brasil produz mais de 240 mil toneladas de lixo por dia, onde 51,4% são restos orgânicos, 31,9% são recicláveis e 16,7% são rejeitos. Destes 13,3% são depositados a céu aberto, 21,7% em aterros sanitários, 5,8% em valas sépticas, 37,4% são incinerados, 5,2% tratados em micro- ondas e 16,6% são autoclavados (ABRELPE, 2012). Os resíduos orgânicos representam mais da metade de uma lixeira doméstica e se mal manejados, poluem o solo, o ar e a água, gerando gás metano, responsável pelo aquecimento global e chorume, líquido que contamina o lençol freático. Uma solução sustentável para o destino do lixo orgânico é a compostagem e a utilização desta compostagem para a produção de alimentos (OLIVEIRA et al, 2005). A vermicompostagem é um método de compostagem de resíduos orgânicos em que a minhoca participa na degradação da matéria orgânica resultando no vermicomposto ou “húmus de minhoca” e em biofertilizante líquido. Este rico adubo é propício para aplicação em hortas orgânicas. Segundo Lima et al. (2018) a coleta seletiva pode e deve ser uma prática ativa e corriqueira nas escolas. Ações como esta permitem a separação do orgânico e a utilização de materiais recicláveis na construção de canteiros e na instalação da vermecompostagem através da criação de minhocas.

Conforme Caldas e Souza (2000), a produção de alimento orgânico a partir da horta significa promoção da saúde e manutenção da qualidade de vida da população. A garantia de alimento relativamente livre de contaminantes é essencial para a prevenção de doenças, principalmente em um país como o Brasil, onde uma parte considerável da população enfrenta sérios problemas relacionados aos distúrbios nutricionais como sobrepeso e obesidade, além de doenças associadas. A implantação da coleta seletiva na escola utilizando de materiais recicláveis para construção do minhocário e de hortas suspensas são ações assertivas para a implantação de um projeto de educação ambiental. A escola se apresenta como espaço apropriado para prestar orientações que possibilitem sensibilizar/orientar os alunos, tornando-os agentes multiplicadores. É por meio do ensino-aprendizagem que ocorre a criação de novos hábitos e valores, os quais podem contribuir para a construção de uma sociedade mais consciente (MEDEIROS et al. 2011, LIMA et al., 2017). A realização deste projeto permitirá que alunos de graduação e Pós-graduação da UFVJM possam disseminar os seus conhecimentos para a comunidade, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Desta forma o projeto se enquadra dentro das diretrizes da UFVJM para a extensão Universitária. O projeto apresenta uma indissociabilidade entre ensino-pesquisa-extensão, visto que o conhecimento produzido na Universidade está sendo aplicado na escola (pesquisa-extensão) e o aprendizado está sendo construído na experiência, de forma dialógica, tendo discentes como sujeitos do ato de aprender/ensinar. Além do mais o projeto propõe uma interação com a sociedade aproximando a teoria da prática. O projeto promove ainda um forte impacto social, com uma atuação transformadora de comportamentos através da interação social, buscando a participação de todos agentes envolvidos e a troca de saberes. Por fim, o projeto possui um caráter multi, inter e transdisciplinar permitindo a interação entre instituições, profissionais, estudantes e professores de diferentes áreas na Escola (Ciências, Biologia, Matemática, Português) e na Universidade (Biologia e Saúde).

Objetivo Geral Ampliar a conscientização do atores (discentes, docentes e demais servidores) da Escola Estadual Gabriela Neves sobre hábitos de consumo sustentável e da responsabilidade que cada pessoa tem com relação a sua geração de resíduos, para que possamos melhor a qualidade de vida do planeta. Objetivos específicos - Conscientizar e sensibilizar através de atividades de educação ambiental, tais como palestras e minicursos, os estudantes, funcionários e população diamantinense próxima à escola, sobre a importância de fazer a coleta seletiva de lixo; - Elaborar material didático para conscientização de discentes, docentes e demais servidores da EE Gabriela Neves quanto a geração de resíduos sólidos; - Promover a separação do lixo reciclável, tais como papel, plástico, vidro, dentre outros, através de latas ou lixeiras separadoras e de acordo com cores. - Implementar a vermicompostagem à partir do resíduo orgânico, o qual é produzido em sua maioria na cantina da escola, através da criação de minhocas utilizando matrial recicável; - Criação de uma horta na escola, na qual serão utilizados o húmus e chorume produzidos por meio do minhocário.

Previsão de impacto direto -Melhorias na limpeza da escola na medida que os discentes principalmente irão ter mais cuidado com os resíduos gerados por eles, direcionando para os locais corretos; - Melhoria na qualidade dos alimentos que serão produzidos na própria escola (em parte) sem aplicação de agrotóxicos; - Mudança no visual da escola com as plantas que serão cultivadas, como hortaliças e plantas ornamentais; -Doação de resíduos recicláveis que não forem reutilizados, para a Associação de catadores Previsão de impacto indireto Indicadores e números

O presente trabalho abrangerá experiências prático-metodológicas no ensino de Ciências e Biologia com a implantação da coleta seletiva, minhocário e horta orgânica. Etapa 1- Sensibilização do público alvo: Serão realizadas palestras sobre a importância da mudança dos hábitos de consumo com a implantação do conceito dos 5Rs (repensar, recusar, reduzir, reutilizar e reciclar). Etapa 2- Construção dos minhocários: Os materiais recicláveis como garrafas Pet e galões de água serão utilizados para a criação do minhocário. Resíduos orgânicos específicos (cascas de ovo, cascas de raízes e caules, restos de frutas e hortaliças, entre outros) serão separados na cozinha da escola e servirão de alimento para as minhocas. Estes alimentos, que antes seriam descartados, se transformarão em húmus e biofertilizante. Etapa 3- Construção de uma horta suspensa- Materiais separados através da coleta seletiva (gararafas Pet e galões) também serão utilizados para a implantação de uma horta suspensa, visto que a escola tem limitações de espaço. Os produtos desta horta serão utilizados na merenda escolar fechando um ciclo sustentável. Serão realizados questionários, um pré-avaliativo e outro ao final da execução das atividades planejadas. Os discentes da Escola participarão de forma ativa de todas as etapas através da orientação dos professores que irão abordar conceitos relativos à sua disciplina, como por exemplo: - Matemática- Quantificação de peso e volume de húmus e biofertilizantes produzidos pelas minhocas e peso do material reciclado; crescimento exponencial da população de minhocas; Química- mudança de coloração do biofertilizante em função das mudanças químicas que ocorrem no processo de humificação da matéria orgânica; importância dos fertilizantes para o crescimento das plantas; Ciência e Biologia- Reprodução das minhocas; alimentação saudável com a horta. Acompanhamento e Indicadores de avaliação- A bolsista do projeto conjuntamente com discentes da Escola preencherá planilhas de monitoramento da produção mensal de húmus, biofertilizante, peso total de orgânicos destinado ao minhocário e volume total total de resíduos recicláveis destinados à Associação de catadores.

ABRELPE - Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais. Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, ed. especial de 10 anos. 2012. APOLINÁRIO, M. O; et al. Educação ambiental através da vermicompostagem em uma escola da rede estadual de ensino em cuité – pb. Anais II CONEDU. Campina Grande: Realize Editora, 2015. Disponível em: https://www.editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/15799>. Acesso em: 16/09/2021 09:09 CALDAS, E. D; SOUZA, L. C. K. Avaliação de risco crônico da ingestão de resíduos de pesticidas na dieta brasileira. Revista Saúde Pública, 2000; v. 34, n. 5, p. 529-537. DIAS, G. F; et al. Educação ambiental: princípios e práticas. 6ª Edição. São Paulo: Editora Gaia, 2000. FONSECA, L. H. A. Reciclagem: o primeiro passo para a preservação ambiental. Revista Científica Semana Acadêmica, 2013; v.1, n. 36. MEDEIROS, A. B; et al. A importância da Educação Ambiental na escola nas séries iniciais. Revista Faculdade Montes Belos, 2011; v. 4, n. 1. OLIVEIRA, A; et al. Compostagem Caseira de Lixo Orgânico Doméstico. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Bahia, dezembro, 2005. Disponível em: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1022380/1/Com postagemcaseiradelixoorganicodomestico.pdf. Acesso em 16/09/2021.

A bolsista do projeto tem forma em curso técnico na área de meio ambiente. É estudante de graduação do cursos de Agronomia e poderá desenvolver atividades como a implantação de uma horta orgânica e participará ativamente das demais atividades. O projeto permitirá que a aluna amplie os seus conhecimentos sobre a reciclagem de resíduos sólidos, tão importante para a sociedade. A estudante será capacitada por meio de palestras, leitura de livros, manuais e artigos científicos bem como webinários. A estudante apresentará relatórios mensais sobre as atividades realizadas.

O projeto se caracterizar pela geração de uma metodologia de baixo custo e com resultados relativamente rápidos de serem percebidos pela comunidade. Possui um grande potencial de expansão para outras escolas do município. A produção de húmus e biofertilizante apresenta inclusive um potencial de geração de renda para a escola, visto que estes produtos são de extrema qualidade.