Detalhes da proposta

Mulher Livre de Violência: prevenção e fortalecimento do protagonismo das Mulheres do Cedro

Sobre a Proposta

Tipo de Edital: Pibex

Situação: Aprovado


Dados do Coordenador

    Nome do Coordenador

    aruana rocha barros lopes

    Número de inscrição:

    2021010120210144031

    Unidade de lotação:

    instituto de ciência, engenharia e tecnologia

Caracterização da Ação

    Área do Conhecimento:

    ciências humanas

    Área temática principal:

    direitos humanos e justiça

    Área temática secundária:

    direitos humanos e justiça

    Linha de extensão:

    grupos sociais vulneráveis

    Abrangência:

    regional

    Vinculado a programa de extensão:

    programa de extensão território do mucuri: estudos, assessoria e apoio às comunidades de agricultura familiar e povos tradicionais do vale do mucuri (mg) (registro 051.1.008-2011)

    Gera propriedade intelectual:

    Sim

Membros

mayra soares santos Voluntário(a)

valéria cristina da costa Voluntário(a)

jairo lisboa rodrigues Voluntário(a)

leonel de oliveira pinheiro Voluntário(a)

luís ricardo de souza corrêa Voluntário(a)

priscila barbosa dos santos Voluntário(a)

deliene fracete gutierrez Voluntário(a)

juliana lemes da cruz Voluntário(a)

camilla rodrigues paiva Bolsista

Resumo

Difundir informações e multiplicar iniciativas sustentáveis com foco na prevenção criminal e enfrentamento da violência doméstica contra mulheres rurais pela via do empoderamento feminino e autonomia econômica.


Palavras-chave

Mulheres Rurais, Empoderamento Feminino, Prevenção de Violência


Introdução

A problemática da violência doméstica contra mulheres encontra-se no rol das questões sociais de raízes mais antigas do mundo. Nas últimas décadas, em todos os contextos, tem sido um dos fenômenos mais denunciados e de maior visibilidade na sociedade. Considerando que a violência é múltipla e aquela perpetrada contra mulheres é um fenômeno multifacetado, os esforços de setores e instituições distintas para fazer frente às demandas das mulheres é uma exigência. Na família patriarcal, fundada sob a autoridade absoluta do patriarca ou chefe de família, a figura do homem representava poder e a este eram concedidos todos os tipos de permissões, em nome de uma masculinidade hegemônica que impunha opressão e colocava o homem no topo hierárquico da estrutura de poder das relações sociais (ALMEIDA, 2008). O modelo de sociedade patriarcal exerce forte influência nas relações sociais modernas. Apesar das grandes conquistas e derrubada de mitos absurdos e até da revogação de leis que tutelavam a mulher ao marido, há ainda um vasto caminho a percorrer (CRUZ e SANTOS, 2018). O “poder” é considerado uma relação de força, e encontra-se em torno desta capacidade de “silenciar”, que se traduz no denominado “poder simbólico”, Bourdieu (1989, p.76) [...] um estado do campo em que se vê o poder por toda a parte como em outros termos não se queria reconhecê-lo nas situações em que ele entrava pelos olhos dentro, não é inútil lembrar que – sem nunca fazer dele, numa outra maneira de o dissolver, uma espécie de “círculo cujo centro está em toda a parte e em parte alguma – é necessário saber descobri-lo onde ele se deixa ver menos, onde ele é mais completamente ignorado, portanto, reconhecido: o poder simbólico é, com efeito, esse poder invisível o qual só pode ser exercido com a cumplicidade daqueles que não querem saber que lhe estão sujeitos ou mesmo que o exercem. Esta questão simbólica representa analogia ao medo que as mulheres sentem, principalmente as rurais, o que ainda se encontra negligenciado no campo das políticas públicas voltadas para mulheres. “O medo muitas vezes motiva o pedido de medida protetiva e a visão burocrática tanto das Delegacias Especializadas de Atendimento às Mulheres – DEAMs, quanto do judiciário, aumentam a possibilidade de risco para as mulheres” (CARVALHO, 2016). O presente proposta visa subsidiar a continuação do projeto Mulher Livre de Violência, integrado ao programa inscrito na PROEXC sob nº 01.1.008-2011, intitulado: Território do Mucuri: estudos, assessoria e apoio às comunidades de agricultura familiar e povos tradicionais do Vale do Mucuri (MG) - Período: Agosto de 2011 – continuado. O referido projeto tem por objetivo difundir informações e multiplicar iniciativas sustentáveis com foco na prevenção criminal e enfrentamento da violência doméstica contra mulheres rurais pela via do empoderamento feminino e autonomia econômica. Por isso, pretende-se a utilização de instrumentos e metodologias participativas que permitam abarcar as particularidades locais, propondo desmistificar coletivamente estereótipos de gênero, posturas que tendem à invisibilização das mulheres e a reprodução de violências. Os sujeitos envolvidos são meninas e mulheres em situação de violência doméstica, mulheres que não reconhecem tal situação no contexto em que moram e pertencentes ao grupo Mulheres do Cedro, da Comunidade Barra do Cedro, zona rural de Teófilo Otoni - MG, além de estudantes de distintos cursos da UFVJM.


Justificativa

A violência contra mulheres engloba distintas facetas: violência doméstica, que tem como sua referência a Lei Maria da Penha; a violência ocorrida em comunidade por qualquer pessoa; a violência institucional, perpetrada ou tolerada pelo Estado ou seus agentes; o tráfico de mulheres; a exploração sexual comercial de mulheres e/ou adolescentes; assédio sexual e moral; o cárcere privado, dentre outros. Todas estas modalidades são permeadas pela dimensão de gênero, que trata da construção social, política e cultural das masculinidades e feminilidades, bem como, das relações sociais que os envolvem (BRASIL, 2011). Safiotti (1987) aborda a questão do gênero baseada em três vertentes, que, segundo ela, estão interligadas de tal forma que na realidade concreta é impossível separá-las, o que ela denomina de “patriarcado – racismo – capitalismo”. Três sistemas que teriam se fundido com o advento do capitalismo tornando-se um único sistema de dominação-exploração que caracteriza as relações de gênero. “Estes três sistemas fundiram-se de tal maneira que será impossível transformar um deles, deixando intactos os demais”. As políticas públicas de enfrentamento à violência contra mulheres tomaram forma à partir da criação da Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM), no ano de 2003, pelo governo federal. Desde então, os esforços são norteados para o incentivo à interligação intersertorial e interinstitucional dos serviços disponibilizados às mulheres. Em 2006 foi promulgada a lei nº 11.340 pelo Congresso Nacional. A conhecida Lei “Maria da Penha” foi um passo importante para o cumprimento das determinações da Convenção de Belém do Pará e da CEDAW, e do art 226 §8º da CF/88. A lei altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal. O protagonismo do movimento feminista e de mulheres foi o diferencial no processo de construção da Lei Maria da Penha, propondo tratamento aplicado à demanda e uma legislação que apontasse a violência doméstica como questão complexa e carente de abordagem integral. Esta modalidade criminosa viola o direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à individualidade, defendidos pela Constituição Federal do Brasil de 1988. Nesse sentido, a referida lei prevê que a elaboração de políticas públicas que visem coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, deverão ser implementadas por meio de um conjunto articulado de ações da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, e de ações não governamentais, com integração do Ministério Público, Poder Judiciário e defensoria Pública, juntamente com as áreas de segurança pública, assistência social, saúde, educação, trabalho e habitação (BRASIL, 2006). Nesse sentido, o Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência contra as mulheres (2007), instituído entre governo federal, estados e municípios, prevê as ações e metas a serem implementadas no âmbito da Política Nacional e acompanha seus quatro eixos estruturantes: 1) enfrentamento e combate; 2) prevenção; 3) assistência; e 4) acesso e garantia de diretos das mulheres. A partir de tais bases, o referido Pacto inscreve-se sob as seguintes áreas estruturantes seguidas por planos de ação articulados: I) garantia da aplicabilidade da Lei Maria da Penha; II) ampliação e fortalecimento da rede de serviços para mulheres em situação de violência; III) garantia da segurança cidadã e acesso à justiça; IV) garantia dos direitos sexuais, enfrentamento à exploração sexual e ao tráfico de mulheres; V) garantia da autonomia das mulheres em situação de violência e ampliação de seus direitos (BRASIL, 2011, p.38). Para fazer frente à fragmentação dos serviços aliada às dificuldades de diálogo entre setores, instituições governamentais, não governamentais e sociedade civil é que a ideia de trabalho em rede ganhou força, buscando dar conta da complexidade do fenômeno da violência contra as mulheres. No Vale do Mucuri, baixo e médio Jequitinhonha tem-se equipamentos públicos que se esforçam na tentativa de otimizar os serviços prestados às mulheres em situação de violência, no entanto ainda limitados quanto à sua articulação. Um mecanismo que se destaca é a Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica. A PPVD faz parte do Portfólio de serviços da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais. Em Teófilo Otoni, município sede do 19º Batalhão e da 15ª Região de Polícia Militar, as atividades iniciaram-se no ano de 2013. Atualmente, o serviço da PPVD é ofertado em doze regiões das dezenove regiões de Minas, compreendendo 23 municípios, geralmente de médio e grande porte. A equipe atendeu, apenas em Teófilo Otoni, entre os anos de 2013 e 2016, cerca de 1.400 casos, dentre atendimentos a mulheres vítimas com registro de situações reincidentes e de casos com primeiro registro. Registra-se, diariamente em Teófilo Otoni, de 3 a 4 ocorrências de violência doméstica contra mulheres. Os dados regionais apontam incidência mais expressiva dos registros de violência física e psicológica. A primeira, via de regra, é decorrente da segunda. Conforme Saffioti, “Partindo da premissa, verdadeira em qualquer parte do mundo em maior ou menor grau, de que uma pequena fração da violência cometida por homens contra mulheres chega as autoridades policiais, esta cifra é extraordinariamente alta”. Isso indica que a demanda real dessas violências pode ser significativamente superior aos números relacionados acima. Segundo CRUZ e SANTOS (2017), dos 62 municípios do Baixo Vale Jequitinhonha, Médio Vale do Jequitinhonha e Vale do Mucuri, apenas o município de Teófilo Otoni possui Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM) e Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica (PPVD); 15 municípios possuem Delegacia de Polícia Civil durante o dia; e 4 municípios possuem Delegacia de Polícia Civil durante o período noturno. Os apontamentos acima refletem a dimensão da lacuna que separa os serviços da rede, da usuária dos mesmos. Dentre as dificuldades do efetivo funcionamento do fluxo de atendimento, há limitações que permeiam deficiências dos recursos humano, material e estrutural. Quanto ao contexto de realização do projeto, trata-se de região historicamente marcada pelo coronelismo, com forte influência do patriarcado. Tais bases se somam às lacunas existentes quanto às políticas públicas voltadas para as mulheres. Dentre elas, a violência doméstica e familiar contra as mulheres, que não raro, sofrem sozinhas, na cidade ou em lugarejos distantes, e sem perspectiva de mudança. Por tais motivações, foi escolhido o grupo Mulheres do Cedro, da zona rural do município de Teófilo Otoni para execução das atividades, além das ações para as mulheres rurais de 5 dos 10 municípios com menor Índice de Desenvolvimento Humano do estado, a saber: Crisólita, Bertópolis, Novo Oriente de Minas, Monte Formoso e Setubinha, os quais já são envolvidos em trabalhos da UFVJM atinentes às tecnologias sociais. Criado no ano de 2016 para fazer frente à violência doméstica contra mulheres no território, o projeto Mulher Livre de Violência, buscou levar informações, mobilizar mulheres e gestores públicos, mapear a rede acolhedora e apoiar no enfrentamento da violência. Angariou parcerias intersetoriais e interinstitucionais de vários municípios, pois preza pela responsabilidade compartilhada. Prioriza a prevenção, buscando ampliar linhas de atuação que favoreçam o empoderamento feminino e a mudança da realidade violenta em âmbito rural. Em parceria com inúmeros atores sociais, o projeto foi reinscrito em 2018 para atender à demanda das Mulheres do Cedro. Desde o mês de abril, já incorporado a um programa inscrito no PROEXC/UFVJM, a citada iniciativa tem realizado oficinas temáticas junto a 44 (quarenta e quatro) mulheres rurais cadastradas, além de cerca de 250 pessoas mensalmente por meio de palestras, rodas de conversa sobre temas diversos e atividades expositivas. Desde julho/2018 as Mulheres do Cedro desenvolvem trabalhos artesanais utilizando algodão cru e retalhos de tecido doados, moldados sob a técnica de bordado Chilena “Arpillera”, onde materializam através das imagens as realidades das mulheres rurais daquela comunidade, expressando através dos trabalhos, muitas vezes, “gritos” de socorro pelas violências sofridas. O projeto teve apoio da Associação Feminina de Assistência social e Cultura – AFAS, mediante doação de equipamentos audiovisuais, máquinas de costura, insumos para análise da água dessas comunidades, para fomento às tecnologias sociais, além de tecidos para início dos trabalhos manuais. Atualmente, essas mulheres contam com o apoio de policiais militares que doam suas fardas usadas para serem reutilizadas na confecção de bolsas nécessaire ilustradas em tecido para venda. Da arrecadação, 70% é destinado à mulher artesã e 30%, à manutenção do projeto. No entanto, as atividades precisam de ajuda dos parceiros, pois a arrecadação ainda não sustenta a ampliação do projeto. Assim, esta proposta visa o fortalecimento dos vínculos entre universidade e comunidades rurais também pelo recorde de gênero baseada em dados empíricos e secundários disponibilizados pelos parceiros da rede. Por este viés, atende a Política de Extensão da UFVJM que prima pela indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, fator que permite continuidade das ações previstas e produção acadêmica acerca dos achados da experiência. 1.6.2 Fundamentação Teórica A problemática da violência doméstica contra mulheres encontra-se no rol das questões sociais de raízes mais antigas do mundo. Nas últimas décadas, em todos os contextos, tem sido um dos fenômenos mais denunciados e de maior visibilidade na sociedade. Considerando que a violência é múltipla e aquela perpetrada contra mulheres é um fenômeno multifacetado, os esforços de setores e instituições distintas para fazer frente às demandas das mulheres é uma exigência. Na família patriarcal, fundada sob a autoridade absoluta do patriarca ou chefe de família, a figura do homem representava poder e a este eram concedidos todos os tipos de permissões, em nome de uma masculinidade hegemônica que impunha opressão e colocava o homem no topo hierárquico da estrutura de poder das relações sociais (ALMEIDA, 2008). O modelo de sociedade patriarcal exerce forte influência nas relações sociais modernas. Apesar das grandes conquistas e derrubada de mitos absurdos e até da revogação de leis que tutelavam a mulher ao marido, há ainda um vasto caminho a percorrer (CRUZ e SANTOS, 2018). O “poder” é considerado uma relação de força, e encontra-se em torno desta capacidade de “silenciar”, que se traduz no denominado “poder simbólico”, Bourdieu (1989, p.76) [...] um estado do campo em que se vê o poder por toda a parte como em outros termos não se queria reconhecê-lo nas situações em que ele entrava pelos olhos dentro, não é inútil lembrar que – sem nunca fazer dele, numa outra maneira de o dissolver, uma espécie de “círculo cujo centro está em toda a parte e em parte alguma – é necessário saber descobri-lo onde ele se deixa ver menos, onde ele é mais completamente ignorado, portanto, reconhecido: o poder simbólico é, com efeito, esse poder invisível o qual só pode ser exercido com a cumplicidade daqueles que não querem saber que lhe estão sujeitos ou mesmo que o exercem. Esta questão simbólica representa analogia ao medo que as mulheres sentem, principalmente as rurais, o que ainda se encontra negligenciado no campo das políticas públicas voltadas para mulheres. “O medo muitas vezes motiva o pedido de medida protetiva e a visão burocrática tanto das Delegacias Especializadas de Atendimento às Mulheres – DEAMs, quanto do judiciário, aumentam a possibilidade de risco para as mulheres” (CARVALHO, 2016). O presente proposta visa subsidiar a continuação do projeto Mulher Livre de Violência, integrado ao programa inscrito na PROEXC sob nº 01.1.008-2011, intitulado: Território do Mucuri: estudos, assessoria e apoio às comunidades de agricultura familiar e povos tradicionais do Vale do Mucuri (MG) - Período: Agosto de 2011 – continuado. O referido projeto tem por objetivo difundir informações e multiplicar iniciativas sustentáveis com foco na prevenção criminal e enfrentamento da violência doméstica contra mulheres rurais pela via do empoderamento feminino e autonomia econômica. Por isso, pretende-se a utilização de instrumentos e metodologias participativas que permitam abarcar as particularidades locais, propondo desmistificar coletivamente estereótipos de gênero, posturas que tendem à invisibilização das mulheres e a reprodução de violências. Os sujeitos envolvidos são meninas e mulheres em situação de violência doméstica, mulheres que não reconhecem tal situação no contexto em que moram e pertencentes ao grupo Mulheres do Cedro, da Comunidade Barra do Cedro, zona rural de Teófilo Otoni - MG, além de estudantes de distintos cursos da UFVJM.


Objetivos

Geral: Difundir informações e multiplicar iniciativas sustentáveis com foco na prevenção criminal e enfrentamento da violência doméstica contra mulheres rurais pela via do empoderamento feminino e fortalecimento ao protagonismo das Mulheres do Cedro. Específicos: - Conscientização transformadora sobre prevenção à violência doméstica às mulheres rurais e formas para enfrentamento através de vídeos e palestras - Promover o fortalecimento do protagonismo das Mulheres do Cedro através do incentivo à autonomia econômica, por meio de vídeos e palestras; - Incentivar a multiplicação das iniciativas sustentáveis ao fortalecimento da rede de apoio às mulheres rurais de municípios do território do Vale do Mucuri e Baixo Jequitinhonha com Baixos Índices de Desenvolvimento Humano; - Divulgar o projeto e seus resultados.


Metas

Metas Previsão de impacto direto: Diretamente, por meio dos vídeos e palestras, serão beneficiadas 50 mulheres da comunidade rural Barra do Cedro (Mulheres do Cedro) e 150 mulheres das comunidades rurais dos municípios de Crisólita, Bertópolis, Setubinha, Novo Oriente de Minas e Monte Formoso. Previsão de impacto indireto: Indiretamente poderão ser beneficiadas os familiares das mulheres envolvidas, uma vez que as temáticas abrangidas influencia diretamente o contexto doméstico, promovendo mudança de hábitos e entendimento de mundo. Além deste universo, poderão se beneficiar outras pessoas, que tiverem contato com as participantes das atividades que atuarão como difusoras das informações compartilhadas. Indicadores numéricos. - Realização de 10 palestas sobre empoderamento feminino e geração de renda; - Criação de rede de contatos de WhatsApp para mobilização de mulheres em 06 municípios; - Produção e divulgação de 10 vídeos curtos e 01 e-book com os conteúdos dos vídeos destinados às mulheres; - 36 publicações em redes sociais do projeto - 02 divulgações em jornais - Realizar reuniões mensais de planejamento, acompanhamento e avaliação das atividades; - Produção de vídeo informativo sobre a experiência; - Produção de uma comunicação científica


Metodologia

A orientação metodológica de todas as etapas do projeto baseia-se na pedagogia “Freireana” de educação e de extensão rural partindo do saber dos educandos em ambientes de troca e construção de conhecimento. É priorizada a construção de conhecimento coletivo com a participação de professores, estudantes, técnicos e agricultores em contraposição ao difusionismo tecnológico que já se mostrou um método inadequado de educação para o desenvolvimento do campo. Parte da concepção construtivista crítica de Paulo Freire que, segundo Gadotti (1997) vai além da pesquisa e da tematização e supõe a ação transformadora através da terceira etapa do seu método - a problematização. Assim as ações de ensino, pesquisa e extensão terão como objetivo maior a “transformação da realidade” das mulheres rurais, promovendo o fortalecimento do protagonismo feminino, bem como o fomento ao diálogo sobre temáticas tão atuais e caras à sociedade, em alta na produção do conhecimento nas academias. O desafio será a transposição do referido conhecimento à viável aplicabilidade no campo empírico, junto às comunidades, e no caso em pauta, junto às mulheres rurais. No primeiro momento, serão realizados levantamentos bibliográficos atinentes aos temas propostos nas ações, a saber: relações de gênero e violência, prevenção à violência doméstica contra mulheres, empoderamento e protagonismo feminino, mulheres rurais e agroecologia, saúde da mulher, relações interpessoais, direitos e rede de enfrentamento à violência contra mulheres. As atividades previstas são: 1 - Palestras virrtuais temáticas para as mulheres rurais sobre empoderamento feminino e geração de renda Serão realizadas 10 palestras para a comunidades de Cedro (Teófilo Otoni – MG) e para as mulheres rurais dos municípios de Bertópolis, Crisólita, Novo Oriente de Minas, Monte Formoso e Setubinha, através de lives no Youtube, mediadas por parceiros do projeto e os temas dessas lives serão empoderamento feminino (Saneamento e gênero; Saúde da mulher; Legislação sobre proteção da mulher com foco na Lei Maria da Penha; Políticas públicas para as mulheres; Empoderamento feminino) e geração de renda (Empreendedorismo; Precificação dos produtos; Noções de finanças domiciliares; Previdência rural; regras do INSS, sindicato rural; Caderneta Agroecológica e Agroecologia). As palestras para os municípios de Bertópolis, Crisólita, Novo Oriente de Minas, Monte Formoso e Setubinha serão articuladas através com lideranças locais e setores da assistência social, saúde e segurança pública. Essas palestras terão duração de 1 hora e pretende-se realiza uma palestra por mês. 2 – Produção de vídeos de curta duração Será construída uma rede de contatos de WhatsApp para mobilização de mulheres do 06 municípios, e esse contato já exite na Comunidade Rural do Cedro. Produzido e disponibilazado via rede de contatos 10 vídeos curtos (01 vídeo por mês) e 01 e-book com os conteúdos dos vídeos destinados às mulheres. Os temas desses vídeos serão os mesmos temas das palestras e terão duração em torno de 2 minutos. Além de disponibilizados para as mulheres através do WhatsApp, também serão publicados no Instagram e Facebook do projeto Mulher Livre de Violência. 3 – Divulgação das ações em mídias locais (jornais) Será realizado, pela equipe técnica, a divulgação das ações em jornais locais, semestralmente. 4 – Produção de conteúdo audiovisual Será produzido, pela equipe técnica, 01 vídeo com o objetivo de disseminar o projeto Mulher Livre de Violência, além de conteúdos audiovisuais a serem publicados nas redes sociais do projeto, semanalmente. 5 – Produção de comunicação científica com os resultados do projeto Será produzida, pela equipe técnica, 1 comunicação científica com a divulgação dos resultados do projeto. 6 – Produção de relatórios Serão produzidos, pela equipe técnica, 2 relatórios de atividades, sendo um parcial e um final contendo todas as informações levantadas e a análise da metodologia implementada no projeto.


Referências Bibliográficas

ALMEIDA. Suely Souza de. Violência doméstica de Gênero e Políticas Públicas. Rio de Janeiro: UFRJ, 2008. 262p. BOURDIEU P. A dominação masculina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999. BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. / Fernando Thomaz (Tradutor). Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1989. BRASIL. II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres. Brasília. Secretaria de Política para as Mulheres, 2011 BRASIL. Lei 11340, de 7 de agosto de 2006. Brasília, 2006 BRASIL. Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres. Brasília. Secretaria de Política para as Mulheres, 2011. CARVALHO, José Raimundo; OLIVEIRA, Victor Hugo de. Pesquisa de Condições Socioeconômicas e Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. Instituto Maria da Penha, 2016. CRUZ, Juliana L; SANTOS, Joseli L. Violência doméstica contra mulheres: da realidade silenciada à costura da rede. In: Mulheres na sociedade: desafios para a visibilidade feminina. CARVALHO, Daniela T.P; SILVA, Elisa T; SANTOS, Polianna.P. [Orgs.] – Belo Horizonte: Editora D’Plácido, 2018, p.241 - 269. FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 23ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999. FREIRE, Paulo. Extensão ou comunicação? Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1983. 93 p. GADOTTI, Moacir. Lições de Freire. Revista da Faculdade de Educação. v.23 n.1-2. São Paulo. 1997


Inserção do estudante

A dinâmica de participação de estudantes no referido projeto, passa pela concepção de Paulo Freire, que diz, “Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo” , ou seja, o estudante terá a oportunidade de contribuir com os seus conhecimentos, conciliando-os com os conhecimentos dos demais e a partir da realidade vivenciada poder contribuir para a transformação da realidade. Ainda referenciado por Paulo Freire, onde o mesmo diz, “Conhecer é tarefa de sujeitos, não de objetos. E é como sujeito e somente enquanto sujeito, que o homem pode realmente conhecer”, é imperativo que os estudantes sejam de fatos sujeitos no processo. Abaixo apresentamos os momentos e as formas de contribuição dos estudantes no projeto: - Contribuir com sugestões e análises em todas as reuniões de planejamento e avaliação, realizadas pela equipe de coordenação do projeto; - Participar nas fases de preparação, execução e avaliação das palestras e vídeos, assim como executar a relatoria das mesmas; - Participar das elaborações dos relatórios parcial, final e fotográfico. Desta forma, trabalhando em equipe, conhecendo a realidade dos municípios do Vale do Mucuri, conhecendo os desafios e potencialidade da dinâmica de participação popular, assim como os processos de fomento ao empoderamento feminino, bem como, adquirir habilidade para tratar de temáticas caras às realidades rurais, principalmente às mulheres, pretendendo-se que o projeto possa contribuir com a formação pessoal e profissional do estudante e com a atuação do mesmo dentro do ambiente acadêmico, nas esferas do ensino, da extensão e da pesquisa, pois o projeto não pretende ser uma ferramenta de “levar e trazer” conhecimentos, mas sim construindo juntos a partir da vivência de cada participante. O projeto por ser interdisciplinar, pois envolve participantes/setores dos mais diferentes segmentos da sociedade (agricultura, saúde, segurança pública, ATER educação, infraestrutura urbana e rural, saneamento básico, entre outros), permite que estudantes das diversas áreas do conhecimento participem.


Observações

Serão realizadas 10 palestras para a comunidades de Cedro (Teófilo Otoni – MG) e para as mulheres rurais dos municípios de Bertópolis, Crisólita, Novo Oriente de Minas, Monte Formoso e Setubinha, através de lives no Youtube, mediadas por parceiros do projeto e os temas dessas lives serão empoderamento feminino (Saneamento e gênero; Saúde da mulher; Legislação sobre proteção da mulher com foco na Lei Maria da Penha; Políticas públicas para as mulheres; Empoderamento feminino) e geração de renda (Empreendedorismo; Precificação dos produtos; Noções de finanças domiciliares; Previdência rural; regras do INSS, sindicato rural; Caderneta Agroecológica e Agroecologia). As palestras para os municípios de Bertópolis, Crisólita, Novo Oriente de Minas, Monte Formoso e Setubinha serão articuladas através com lideranças locais e setores da assistência social, saúde e segurança pública. Além disso, serão produzidos 10 vídeos de curta duração e 36 postagens em redes sociais. O projeto vinculado ao Programa de Extensão Território do Mucuri: estudos, assessoria e apoio às comunidades de agricultura familiar e povos tradicionais do Vale do Mucuri (MG) (Registro 051.1.008-2011)


Público-alvo

Descrição

Diretamente:200 mulheres de comunidades rurais dos municípios de Bertópolis, Crisólita, Monte Formoso, Novo Oriente de Minas, Setubinha e Teófilo Otoni, Minas Gerias, que participarão das oficinas e seminários realizados durante o projeto

Descrição

Indiretamente: participantes poderão ser promotores de conhecimento para outras pessoas na comunidade em que vivem. Também de forma indireta serão beneficiados estudantes dos cursos de graduação da UVFJM, bem como professores e técnicos

Municípios Atendidos

Município

Bertópolis - Mg

Município

Crisólita - Mg

Município

Monte Formoso - Mg

Município

Novo Oriente De Minas - Mg

Município

Setubinha - Mg

Município

Teófilo Otoni - Mg

Parcerias

Participação da Instituição Parceira

Disponibilização de espaço físico para o desenvolvimento das atividades previstas e também mesas e cadeiras. A colaboração também engloba as etapas de planejamento das atividades do projeto, bem como, apoio à execução das etapas elencadas.

Participação da Instituição Parceira

Coordenação e atividades de campo.

Participação da Instituição Parceira

Coordenação e atividades de campo.

Participação da Instituição Parceira

Planejamento das atividades do projeto, bem como, apoio à execução das etapas elencadas e fará oficinas relacionadas à saúde da mulher.

Cronograma de Atividades

Periodicidade Semanalmente
Descrição da Atividade

Realização de pesquisa bibliográficas que fundamentem a execução do projeto

Periodicidade Semanalmente
Descrição da Atividade

Reuniões de planejamento, monitoramento e avaliação

Periodicidade Anualmente
Descrição da Atividade

Seleção de bolsista

Periodicidade Mensalmente
Descrição da Atividade

Preparação, mobilização e realização de palestras mensais.

Periodicidade Mensalmente
Descrição da Atividade

Preparação de vídeos de curta duração mensalmente.

Periodicidade Semanalmente
Descrição da Atividade

Publicação em redes sociais.

Periodicidade Anualmente
Descrição da Atividade

Elaboração do relatório parcial do bolsista PIBEX

Periodicidade Anualmente
Descrição da Atividade

Publicação em jornal local

Periodicidade Anualmente
Descrição da Atividade

Elaboração do relatório final do bolsista do projeto PIBEX

Periodicidade Anualmente
Descrição da Atividade

Elaboração do relatório final do coordenador do projeto PIBEX

Periodicidade Anualmente
Descrição da Atividade

Elaboração de documentário para divulgação do projeto

Periodicidade Anualmente
Descrição da Atividade

Apresentação de trabalhos com os resultados do projeto em eventos institucional e externo