Detalhes da proposta

Projeto Criança Feliz: ação de promoção à saúde das crianças da Casa-Lar de Diamantina

Sobre a Proposta

Tipo de Edital: Pibex

Situação: Aprovado


Dados do Coordenador

    Nome do Coordenador

    ana luiza dayrell gomes da costa sousa

    Número de inscrição:

    20221012022287604

    Unidade de lotação:

    faculdade de medicina de diamantina - famed

Caracterização da Ação

    Área do Conhecimento:

    ciências da saúde

    Área temática principal:

    saúde

    Área temática secundária:

    educação

    Linha de extensão:

    grupos sociais vulneráveis

    Abrangência:

    local

    Gera propriedade intelectual:

    Não

Membros

letícia campêlo costa Bolsista

lívia dos santos nunes ferreira Voluntário(a)

roberta valverde barbosa Voluntário(a)

luísa figueiredo moreira gomes Voluntário(a)

maria luiza antunes de figueiredo Voluntário(a)

gisele araújo gandra Vice-coordenador(a)

ariel benicio cotta Voluntário(a)

Resumo

O projeto ocorrerá na Casa-Lar de Diamantina com promoção de saúde em pediatria através de consultas de puericultura, atividades de estímulo ao desenvolvimento neuropsicomotor, capacitação das funcionárias e orientação dos responsáveis legais.


Palavras-chave

Pediatria, Promoção da Saúde, Cuidado da Criança, Instituições de Caridade


Introdução

A Casa-Lar é uma modalidade de acolhimento institucional em que as crianças são afastadas provisoriamente do âmbito familiar, sendo esta uma unidade residencial constituída por cuidadores e educadores que prestam os cuidados necessários e são os responsáveis por estabelecer o vínculo com as crianças. Com base no Estatuto da Criança e do Adolescente, a Casa-Lar tem o intuito de proteger as crianças, visto que muitas delas já tiveram os seus direitos infringidos, fazendo, portanto, o papel de um local acolhedor, familiar e que garante a conexão das crianças com a comunidade e com os serviços disponíveis para a localidade que a residência está inserida. Em situação de vulnerabilidade social, essas crianças podem sofrer com impactos negativos sobre o bem-estar físico, cognitivo e psicossocial. É comum que as crianças direcionadas para as instituições de acolhimento e com um histórico de risco pessoal e social não apresentem um adequado acompanhamento médico prévio desde o período antenatal e neonatal até o momento em que chegam na instituição. Dessa forma, patologias decorrentes dessa falta de um acompanhamento médico, bem como resultantes de um suporte familiar insuficiente, são comuns e, como exemplo disso, têm-se os atrasos no desenvolvimento neuropsicomotor frequentemente encontrados nessas crianças. Nesse contexto, a Casa-Lar de Diamantina é uma entidade filantrópica que acolhe temporariamente crianças de ambos os sexos entre 0 e 12 anos em situação de vulnerabilidade social até que elas possam retornar para o convívio familiar. Com diferentes particularidades médicas, como déficit de atenção e hiperatividade, atraso da fala e linguagem, histórico de drogadição materna durante a gestação, entre outros, as crianças residentes na instituição precisam de acompanhamento médico contínuo e adequado. Por isso, torna-se necessário medidas que tenham como objetivo a promoção à saúde dessas crianças. Diante disso, o Projeto Criança Feliz: ação de promoção à saúde das crianças da Casa-Lar de Diamantina tem como objetivo atuar na instituição a partir de consultas médicas de puericultura e acompanhamento, de atividades de estímulo ao desenvolvimento neuropsicomotor, da capacitação dos educadores/cuidadores da instituição e de orientações aos responsáveis legais no momento em que as crianças possam retornar para o âmbito familiar. Seguindo o princípio da indissociabilidade entre: ensino-pesquisa-extensão. O projeto contará com uma pesquisa sobre o impacto da capacitação das funcionárias da Casa-Lar durante a intervenção da equipe na instituição. Além disso, ações de ensino serão exercidas durante todo o projeto visando a capacitação dos estudantes por meio de aulas teóricas ministradas por docente ou discente acerca de temas médicos que sejam importantes para um melhor desenvolvimento do projeto, bem como discussões clínicas a fim de avaliar de maneira mais individualizada as particularidades médicas apresentadas por cada criança residente na instituição.


Justificativa

O Estatuto da Criança e Adolescente (ECA, 1990) estipula que a criança deve ser protegida pela família, sociedade e Estado. Contudo, muitas vezes a família viola direitos fundamentais da criança. Com isso, em determinadas situações, o Estado passa a assumir os cuidados dessas crianças por meio de instituições de acolhimento. De acordo com o Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA), existem 29.076 crianças acolhidas em abrigos no Brasil (SNA, 2021). Os serviços de acolhimento são divididos em instituições e famílias acolhedoras. No Brasil existem 5.048 serviços de acolhimento, sendo 27,6% famílias acolhedoras e 72% instituições (SNA, 2021). Com isso, é nítido que o principal instrumento de acolhimento de crianças são as instituições, o que demonstra a importância de projetos voltados para a capacitação dos profissionais desses lugares e para o atendimento das crianças institucionalizadas. Ainda de acordo com o SNA, 3,7% das crianças acolhidas são portadoras de deficiência, 0,4% tem doença infectocontagiosa e 6,2% tem algum problema de saúde. Contudo, esses dados são referentes apenas às condições conhecidas, levando em consideração que muitas vezes as crianças em abrigos não passam por uma puericultura adequada, surgem condições médicas que não são diagnosticadas e, consequentemente, não entram para as estatísticas. Um estudo realizado com crianças em uma instituição do Ceará identificou que 65,9% das crianças não alcançaram pelo menos um dos marcos do desenvolvimento propostos pelo Ministério da Saúde para a idade (CHAVES et al, 2013). Esse resultado pode estar relacionado a diversos fatores: exposição intrauterina a fatores nocivos para o desenvolvimento fetal (drogas lícitas ou ilícitas, desnutrição materna, doenças psiquiátricas), situações prejudiciais ao desenvolvimento e crescimento (miséria, violência, negligência), falta de estímulos favoráveis ao desenvolvimento e crescimento, falta de acesso a cuidados profissionais em saúde, entre outros. Realidade essa que pode estar presente na Casa-Lar de Diamantina, visto que as crianças apresentam um histórico de vulnerabilidade social e, por vezes, inadequado acompanhamento médico. Os primeiros abrigos para crianças entre 24 e 72 meses visavam institucionalizar indígenas ou filhos ilegítimos de homens brancos com escravas negras (DINIZ; ASSIS; DE SOUZA, 2018). Ao longo dos anos essas instituições abrigaram crianças em diversas circunstâncias: órfãs, não desejadas pelas famílias, vivendo em situação de rua, com pais doentes, vindas de famílias que não conseguiam prover alimentação, em delinquência, entre outras. Nesse longo percurso, os abrigos foram instrumentos de ações assistencialistas, filantrópicas, repressivas e discriminatórias até o estabelecimento de uma sólida política pública visando a proteção das crianças e jovens (JULIÃO, 2017). Com a criação do ECA, os abrigos passaram a ser instrumentos de acolhimento de crianças afastadas do contexto familiar por estarem submetidas a violações de direitos. Os abrigos devem fornecer um ambiente acolhedor, mas nem sempre isso acontece. Em um estudo realizado em uma instituição do interior de São Paulo foi demonstrado que os cuidadores privavam crianças de circular pelo ambiente, de dialogar entre si, de brincar, não demonstravam afeto, além de não estarem preparados para lidar com deficiências (ANDRADE,2018). Essa é a realidade de vários abrigos em todo o Brasil e isso demonstra a necessidade de projetos para instruir e preparar os cuidadores destas instituições. Nesse contexto, a institucionalização pode repercutir de forma positiva ou negativa no desenvolvimento da criança. Em muitos casos, o contexto da instituição inclui profissionais pouco preparados, lotação acima do limite e sem estimulação adequada para o desenvolvimento (DINIZ; ASSIS; DE SOUZA, 2018), repercutindo negativamente na vivência da criança. Por outro lado, há situações em que o cuidado recebido na instituição é mais adequado em relação ao que a criança vinha recebendo e, diante disso, o presente projeto surge como uma oportunidade de contribuir para a vivência positiva da criança durante a sua institucionalização na Casa-Lar de Diamantina. De acordo com a teoria psicanalítica de Winnicott, as crianças necessitam de pais capazes de suprir suas demandas afetivas. Caso isso não ocorra, as crianças vão experienciar sentimentos de desamparo e rejeição. Assim, a remoção da criança do contexto familiar apresenta-se como fator de risco para depressão, problemas no estabelecimento de vínculos e afeto, propensão à delinquência, transtornos mentais e ansiedade , afetando o desenvolvimento e crescimento da criança.(Silva et al, 2021). Essas particularidades fazem com que as crianças que residem em abrigos estejam em situação de vulnerabilidade emocional e psicológica, tornando necessário o suporte adequado para que os impactos negativos da institucionalização sejam minimizados. Nesse sentido, esse projeto pretende intervir no contexto familiar e institucional das crianças que residem na Casa-Lar de forma a promover a saúde das crianças, principalmente no que diz respeito ao crescimento e desenvolvimento, bem como atuar na recuperação de condições de saúde existentes. A experiência desse projeto gerará relatos e artigos que servirão para possíveis futuros projetos com fins parecidos, bem como para a ampliação do conhecimento da comunidade científica sobre a atuação em instituições que abrigam crianças, uma vez que a tríade ensino-pesquisa-extensão é indissociável.


Objetivos

Objetivos gerais: Atuar na Casa-Lar de Diamantina por meio da capacitação da equipe sobre a saúde e os cuidados na faixa etária pediátrica, promover atividades de estímulo ao desenvolvimento neuropsicomotor, realizar acompanhamento médico por meio de consultas de puericultura e orientar os responsáveis legais no momento de retorno da criança ao âmbito familiar. Objetivos específicos: Fornecer acompanhamento médico às crianças residentes na Casa-Lar de Diamantina por meio de consultas de puericultura e sob demanda; Aplicar ferramentas de estímulo ao desenvolvimento neuropsicomotor de acordo com a faixa etária de cada criança; Capacitar a equipe da instituição para a aplicação de tais ferramentas; Capacitar a equipe quanto aos cuidados com a criança, como: cuidados com o recém-nascido, higiene bucal, transição alimentar, prevenção de acidentes, entre outros tópicos relevantes para um crescimento e desenvolvimento saudáveis durante a infância; Aplicar questionários acerca de tais temas para os cuidadores/educadores, a fim de orientar as discussões; Orientar os responsáveis legais quanto às particularidades médicas e aos cuidados com a criança no momento de retorno ao âmbito familiar; Orientar os responsáveis quanto às ferramentas de estímulo ao desenvolvimento neuropsicomotor gerar produção acadêmica para possíveis publicações de artigos em revistas médicas apresentar o presente projeto em eventos médicos; Fortalecer o vínculo: criança-instituição-família; Aprimorar o conhecimento dos participantes acerca da área pediátrica; Promover aulas teóricas e discussões clínicas; Promover troca de experiências entre os funcionários da instituição, os discentes e os docentes; Promover um olhar biopsicossocial sobre a saúde da criança; Promover a interdisciplinaridade através da participação de colaboradores de outras áreas da saúde, como fisioterapia e odontologia, nas intervenções a serem realizadas na instituição.


Metas

Este projeto tem como meta aprimorar, de forma direta, a capacitação dos funcionários da Casa-Lar de Diamantina. Essa capacitação visa aumentar o conhecimento desses profissionais em relação aos cuidados com as crianças, principalmente no que diz respeito ao crescimento e desenvolvimento infantil. Esse aprimoramento será quantificado por meio de questionários aplicados, que pretendem avaliar a eficácia das intervenções realizadas pelos acadêmicos e tem-se como meta a eficácia estatisticamente significante à análise dos resultados. As crianças serão impactadas indiretamente por essa capacitação, pois, ao final do projeto, elas estarão sendo assistidas por cuidadores mais qualificados em relação aos saberes teóricos do cuidado pediátrico. Com isso, temos como meta que os profissionais se tornem mais preparados para promover uma melhor infância para esses indivíduos. Esperamos também realizar o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento das 10 crianças que atualmente encontram-se na residência, além de estimular o desenvolvimento dessas por meio das atividades que serão realizadas. Por meio dos atendimentos médicos, pretendemos realizar consultas de puericultura, identificando e intervindo em possíveis atrasos do crescimento e desenvolvimento e demais condições clínicas. Tendo como meta a melhora dos parâmetros médicos desses pacientes, bem como um melhor desenvolvimento neuropsicomotor. Além disso, os discentes envolvidos na execução das atividades terão impacto direto no que diz respeito aos seus conhecimentos em pediatria e intervenções junto à comunidade. O projeto também será importante no que se refere ao desenvolvimento de habilidades de trabalho multidisciplinar, a medida em que haverá colaboração entre profissionais de outras áreas da saúde, como fisioterapia, nutrição e odontologia. Com os questionários aplicados, as observações realizadas pelos discentes na vivência do projeto, o impacto do projeto, bem como resultados apresentados, há como meta a colaboração do presente projeto para a construção de literatura nacional acerca de intervenções na infância, especialmente de crianças que vivem em instituições filantrópicas, e a divulgação do projeto em eventos médicos, para inspirar ações como essa em outros locais. A sociedade também sofrerá impacto indireto, pois um bom crescimento e desenvolvimento implica na formação de indivíduos que são capazes de desempenhar diferentes tarefas em suas comunidades de forma efetiva. Dessa forma, o projeto tem como meta intervir em diversas dimensões para que as realidades dessas crianças sejam ressignificadas de maneira que elas se tornem adultos saudáveis e capazes de vivenciar um futuro melhor do que o seu passado.


Metodologia

O projeto será presencial com as intervenções ocorrendo na Casa-Lar. A fim de preservar a saúde de todos os participantes do projeto (discentes, docente, funcionárias e crianças da Casa-Lar), as ações ocorrerão com poucos estudantes: apenas três participantes, as quais já estão vacinadas pelo menos com a 1ª dose da vacina contra SARS-CoV-2 na presente data da escrita do projeto e com previsão de imunização completa até o início das atividades, tornando-se necessária a apresentação do cartão vacinal completo no início do projeto. Além disso, todos os participantes e colaboradores deverão estar plenamente imunizados (com exceção das crianças) e sem sinais e sintomas gripais no momento das intervenções, sendo a atividade passível de adiamento caso não atenda às precauções previstas. Durante a intervenção haverá a limpeza ativa e periódica do material com álcool líquido 70%, haverá álcool 70% em gel disponível para toda a equipe, sendo obrigatório o uso de máscaras faciais e a aferição da temperatura de todos os participantes. Segundo recomendação do Ministério da Saúde, são preconizadas consultas de puericultura mensais até o sexto mês de vida; trimestralmente até os 18 meses; dos 18 meses até os dois anos, semestralmente; e então, anuais, até o final da adolescência. Diante disso, serão realizadas consultas de puericultura com a frequência acima citada, bem como consultas sob demanda, ou seja, caso as crianças apresentem alguma queixa ou intercorrência que possa ser resolvida na atenção primária à saúde ou que necessite de avaliação para encaminhamento. Durante o atendimento de puericultura, se forem notadas alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, como retardo na apresentação dos marcos do desenvolvimento, serão realizadas orientações para o desenvolvimento da criança. Elas poderão ocorrer por meio de grupos de discussão com os funcionários da Casa Lar, ou de forma individual, a depender da particularidade de cada criança. Junto a isso, as atividades para o estímulo do desenvolvimento ocorrerão em grupos ou individualmente com as crianças, a depender da faixa etária, do exercício e da frequência necessária para cada caso. As ações serão coordenadas por discentes, docentes, residentes e acadêmicos convidados da fisioterapia e/ou educação física. A intervenção ocorrerá com atividades lúdicas, mecânicas e intelectuais de forma que promovam a participação ativa da criança. Para alcançarmos os objetivos elencados, a capacitação das funcionárias da Casa-Lar ocorrerá mensalmente de fevereiro a agosto de 2022 e contará com um feedback ao final das atividades. Os questionários de capacitação serão aplicados antes e após a intervenção, havendo um tema específico por vez e sendo aplicados presencialmente, com o intuito de preservar a confiabilidade das respostas e o desempenho das participantes. Cada bloco conterá 10 questões fechadas com 5 alternativas cada e deverá ser respondido dentro de 60 minutos, nele serão trabalhados os principais pontos do tema elencado. Diante disso, os tópicos abordados serão: cuidados com o recém nascido: questionário pré-intervenção e intervenção realizados em fevereiro e questionário pós-intervenção em março de 2022 imunização: questionário pré-intervenção e intervenção realizados em março e questionário pós-intervenção em abril de 2022 prevenção de acidentes: questionário pré-intervenção e intervenção realizados em abril e questionário pós-intervenção em maio de 2022 transição de dieta e alimentação saudável: questionário pré-intervenção e intervenção realizados em maio e questionário pós-intervenção em junho de 2022. No momento da intervenção a equipe contará com colaboradores do curso de nutrição da UFVJM a fim de agregarem à discussão o caráter interdisciplinar proposto pelo projeto. higiene bucal: questionário pré-intervenção e intervenção realizados em junho e questionário pós-intervenção em julho de 2022. No momento da intervenção a equipe contará com colaboradores do curso de odontologia da UFVJM a fim de agregarem à discussão o caráter interdisciplinar proposto pelo projeto. marcos do desenvolvimento: questionário pré-intervenção e intervenção realizados em julho e questionário pós-intervenção em agosto de 2022. A intervenção ocorrerá mensalmente - após a aplicação do questionário sobre o tema - por meio de reuniões de 45 a 60 minutos através de dinâmica e/ou aula expositiva. A capacitação terá como base o conteúdo dos questionários e as dúvidas das participantes, podendo contar com a colaboração de profissionais de outras áreas a fim promover a interdisciplinaridade durante a intervenção, como nas oficinas sobre alimentação saudável e higiene bucal. Os formulários aplicados às funcionárias da instituição serão utilizados como instrumento de avaliação do progresso delas ao final da capacitação. Diante disso, os dados serão coletados e analisados por métodos estatísticos e tomados com base para a conclusão se este objetivo específico foi alcançado. Dessa maneira, o teste T-Student será utilizado nos resultados dos questionários para se obter o valor p (probabilidade significativa) da amostra. Nesse contexto, diante de um valor p significante, ou seja, p < 5%, será possível obter 95% de certeza de que os resultados após as aulas de capacitação serão estatisticamente diferentes dos resultados antes das intervenções. Dessa maneira é possível verificar se a intervenção provocou aprendizado e ganhos para os participantes e utilizar tais dados para a publicação de artigos científicos e apresentações em eventos médicos. A capacitação dos discentes ocorrerá através de aulas teóricas e discussões clínicas acerca das particularidades médicas apresentadas pelas crianças. As aulas teóricas serão ministradas por docente, residente ou discente, tendo duração de 45 a 60 minutos em reuniões online por meio da plataforma do Google Meet. A escolha dos temas será baseada na prática clínica e na experiência vivenciada na Casa-Lar, para que assim os temas mais relevantes sejam abordados e, consequentemente, haja um melhor desempenho durante o projeto. Além disso, a discussão clínica sobre as particularidades médicas das crianças serão discutidas em conjunto a fim de adequar o atendimento para melhor atendê-las. Ponto relevante desse processo, é que o docente coordenador contará com o auxílio de médicos residentes de pediatria da UFVJM. Esses profissionais estarão colaborando ao longo de todo o projeto de maneira ativa promovendo suporte aos acadêmicos e auxiliando o coordenador nas práticas realizadas na Casa-Lar de Diamantina. E por fim, a orientação dos pais se dará presencialmente por meio de conversa e entrega de material impresso, ressaltando os cuidados necessários com a criança e as suas particularidades médicas que deverão ser acompanhadas.


Referências Bibliográficas

ANDRADE, A. D. F. (2018). O sofrimento psíquico de crianças abrigadas e o despreparo dos cuidadores. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.Saúde da criança : crescimento e desenvolvimento / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Brasília : Ministério da Saúde, 2012. CHAVES, Caroline Magna Pessoa; LIMA, Francisca Elisângela Teixeira; MENDONÇA, Larissa Bento de Araújo; CUSTÓDIO, Ires Lopes; MATIAS, Érica Oliveira. Avaliação do crescimento e desenvolvimento de crianças institucionalizadas. Revista Brasileira de Enfermagem, [S.L.], v. 66, n. 5, p. 668-674, out. 2013. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s0034-71672013000500005. CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento(SNA) Crianças Acolhidas. 2021. Disponível em <https://paineisanalytics.cnj.jus.br/single/?appid=ccd72056-8999-4434-b913-f74b5b5b31a2&sheet=e78bd80b-d486-4c4e-ad8a-736269930c6b&lang=pt-BR&opt=ctxmenu,currsel&select=clearall>. DINIZ, I. A.; ASSIS, M. O.; SOUZA, M. F. S.. Crianças Institucionalizadas: Um Olhar Para o Desenvolvimento Socioafetivo. Revista da Graduação em Psicologia da PUC Minasv. 3, n. 5, jan./jun. 2018 Julião, C. H. A promoção da saúde em instituições de acolhimento para crianças e adolescentes: reflexões preliminares. Orientações técnicas: serviços de acolhimento para crianças e adolescentes - 2ª edição, Brasília - junho de 2009. SILVA, R. C. R., SANTOS, C. T. O., SANTOS, M. A. S., LÚCIO, I. M. L.; FERREIRA, A. L. C.; MOREIRA, R. T. F.. Desenvolvimento Infantil da Criança Institucionalizada. 1º edição. São Paulo: Revista Ibero- Americana de Humanidades, Ciências e Educação. 2021. SOUZA, Larissa Barros de; PANðNCIO-PINTO, Maria Paula; FIORATI, Regina Célia. Crianças e adolescentes em vulnerabilidade social: bem-estar, saúde mental e participação em educação. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, [S.L.], v. 27, n. 2, p. 251-269, 2019. Editora Cubo. http://dx.doi.org/10.4322/2526-8910.ctoao1812. SIQUEIRA, Aline Cardoso; DELL'AGLIO, Débora Dalbosco. O impacto da institucionalização na infância e na adolescência: uma revisão de literatura. Psicologia & Sociedade, [S.L.], v. 18, n. 1, p. 71-80, abr. 2006. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s0102-71822006000100010. Conselho Nacional do Ministério Público. Relatório da Infância e Juventude – Resolução nº 71/2011: Um olhar mais atento aos serviços de acolhimento de crianças e adolescentes no País . Brasília: Conselho Nacional do Ministério Público, 2013. https://cdn.publisher.gn1.link/reme.org.br/pdf/v13n3a06.pdf Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Instituições Públicas de Educação Superior Brasileiras. Comissão Permanente de Avaliação da Extensão. Avaliação da Extensão Universitária: práticas e discussões da Comissão Permanente de Avaliação da Extensão / Organização: Maria das Dores Pimentel Nogueira; textos: Sonia Regina Mendes dos Santos ... [et al.] – Belo Horizonte: FORPROEX/CPAE; PROEX/UFMG, 2013.


Inserção do estudante

Estudos mostram que o projeto de extensão durante a graduação surge como uma oportunidade de contato horizontal entre discentes, docentes e comunidade, sendo estes peças importantes para a construção da atividade proposta. Nesse sentido, a inserção do discente no presente projeto será ativa em todas as etapas de execução das atividades, o intuito é que, a partir disso, os benefícios sejam potencializados, possibilitando que o acadêmico aproveite ao máximo todas as atividades que serão realizadas ao longo do processo. Durante as consultas de puericultura, o estudante estará inserido na consulta, tendo a oportunidade de fazer a anamnese e o exame físico, sempre acompanhado pelo preceptor, visando aprimorar tais habilidades médicas. Na etapa de orientação dos responsáveis legais, o discente deverá fazer uma compilação das particularidades médicas da criança que irá retornar para o âmbito familiar. Nesse contexto, a partir de tais dados o discente será capaz de identificar os pontos chaves que deverão ser orientados aos responsáveis legais, bem como preparar o material impresso que será entregue às famílias. Quanto aos questionários que serão aplicados com a equipe da Casa-Lar, o discente terá como responsabilidade preparar o material, sendo ele 6 questionários com 10 questões cada, aplicar tais atividades e, em seguida, a partir das respostas, planejar e realizar a capacitação dos funcionários junto ao professor orientador. Uma vez finalizado o processo, o discente ainda terá como responsabilidade a compilação dos dados adquiridos, bem como a sua análise e, em seguida, deverá apresentar ao professor orientador tais resultados, para que, por fim, ocorra a escrita do artigo sobre a intervenção. As atividades de estímulo ao desenvolvimento neuropsicomotor das crianças também contarão com a ajuda do discente e um ponto relevante dessa participação será capacitar as funcionárias para que elas também possam colocar em prática tais atividades. A interdisciplinaridade do projeto abarcará a inserção dos estudantes de outros cursos da área da saúde da UFVJM por meio da participação da Liga Acadêmica de Fisioterapia em Neonatologia e Pediatria e a Liga Acadêmica de Odontopediatria.


Observações

A Casa-Lar de Diamantina é uma instituição filantrópica que acolhe provisoriamente crianças em situações de vulnerabilidade social com risco pessoal e social, fazendo-se necessário que sejam afastadas do âmbito familiar. Tais crianças ficam institucionalizadas por tempo variável a depender de cada caso, até que se julgue seguro que ela retorne para o ambiente familiar ou inicie um processo de adoção. Durante a permanência das crianças na Casa-Lar, tornam-se necessárias medidas que visam a promoção à saúde e a amenização dos impactos da institucionalização na saúde física e mental dessas crianças. Diante disso, o Projeto Criança Feliz: ação de promoção à saúde das crianças da Casa-Lar de Diamantina surge como uma oportunidade de garantir acesso médico a essas crianças, as quais por vezes não possuem um histórico de acompanhamento médico adequado. Junto a isso, também cabe ao projeto promover ações de estímulo ao desempenho neuropsicomotor, capacitação das funcionárias da instituição para melhor lida diária com as crianças e orientação dos responsáveis legais no momento de retorno da criança ao âmbito familiar. Atuando seguindo a indissociabilidade entre ensino-pesquisa-extensão, bem como garantindo o caráter interdisciplinar das atividades, o projeto apresenta-se como uma excelente oportunidade para os participantes, visto que a partir dele será possível aprimorar os conhecimentos acerca da área pediátrica, desenvolver habilidades médicas e sociais necessárias para o cuidado com o paciente, bem como desempenhar um olhar biopsicossocial diante da institucionalização de crianças durante a infância. Ponto relevante do projeto é o seu compromisso com a saúde dos participantes, a partir da seleção de apenas três pessoas como membros discentes da equipe, os quais estarão devidamente vacinados para COVID-19, seguindo as recomendações do Ministério da Saúde, no momento de início das atividades propostas. Além disso, tanto os membros das equipes, quanto os colaboradores do projeto, deverão apresentar o cartão de vacinação completo antes de participarem das ações. As ações ocorrerão de maneira segura, com aferição da temperatura corporal bem como indagação sobre sinais e sintomas de síndrome gripal, sendo a atividade passível de adiamento diante da suspeita de COVID de qualquer um dos participantes do projeto (crianças, funcionários, discentes e docente). Durante a intervenção é preciso que toda a equipe utilize jaleco e máscara cirúrgica, o cabelo deverá permanecer preso durante toda a ação e o uso de álcool gel 70% deverá ser rigorosamente utilizado, bem como a lavagem com água e sabão para a adequada higienização das mãos. O material a ser utilizado pelas crianças será higienizado com álcool 70% líquido e preferencialmente não será compartilhado entre as crianças, sendo que a limpeza deles ocorrerá antes, durante e após a intervenção.


Público-alvo

Descrição

O principal público alvo do projeto são as crianças residentes na Casa-Lar de Diamantina e, consequentemente, elas serão as maiores beneficiadas com as ações que serão exercidas na instituição, visto que haverá intervenções tanto para elas quanto para o meio em que elas estão inseridas, seja na instituição ou no momento de retorno para o âmbito familiar.

Descrição

Os funcionários da Casa-Lar e a própria instituição em si também serão beneficiados, pois a capacitação destes trará um melhor preparo profissional para lidar com as crianças. Além disso, esse conhecimento pode ser aplicado também na vida pessoal dos participantes, já que são conhecimentos básicos que podem ser aplicados no próprio âmbito familiar e são de extrema importância para a saúde da criança, influenciando no seu adequado crescimento e desenvolvimento.

Descrição

O retorno da criança para o âmbito familiar é um momento delicado e de estresse, visto que ela mais uma vez passará por novas mudanças, portanto, é importante que o responsável tenha as devidas orientações sobre os cuidados com a criança, a fim de amenizar esses impactos. Com isso o presente projeto surge como um meio de fazer com que tais informações cheguem às famílias e, consequentemente, possam ser colocadas em prática nos cuidados com as crianças.

Descrição

Os discentes se beneficiarão com tais ações, visto que será um momento de aprimorar os conhecimentos na área de pediatria, bem como de adquirir novos saberes. Além disso, pode-se destacar que são importantes habilidades médicas: saber cultivar uma boa relação médico-paciente, ter empatia, reconhecer o meio em que o paciente está inserido e, assim, fornecer a melhor prevenção, promoção a saúde e cuidados médicos com as ferramentas que a ele estão disponíveis. Nesse contexto, o projeto permite que os discentes exerçam tais habilidades e, portanto, contribui positivamente para a formação médica e pessoal dos participantes.

Descrição

O docente orientador, bem como os demais colaboradores, também se beneficiarão , pois os conhecimentos ali adquiridos contribuem para a formação de um melhor profissional, tanto na área médica quanto no âmbito acadêmico. Junto a isso, pode-se ressaltar, que o docente e colaboradores, também serão favorecidos com o projeto, visto que além da experiência da extensão, o presente projeto também abarcará ações de ensino e pesquisa, amplificando o ganho acadêmico e enriquecendo o conhecimento e a experiência de tais participantes.

Municípios Atendidos

Município

Diamantina

Parcerias

Participação da Instituição Parceira

Casa-Lar de Diamantina localizada na rua Dom Geraldo de Proença Sigaud, 115 - Serrano - Diamantina/MG CEP 39100000 local em que será realizada a intervenção. A gestão da instituição já está ciente do presente projeto e autoriza que as práticas sejam realizadas no espaço, sendo disponibilizada toda a estrutura para que as ações ocorram, como salas para consultas, espaço externo para atividades com as crianças e materiais como mesas e cadeiras para a aplicação dos questionários.

Participação da Instituição Parceira

Liga Acadêmica de Odontopediatria participará das atividades propostas pelo projeto por meio de ações de extensão, sendo esta colaboração muito enriquecedora para o projeto.

Participação da Instituição Parceira

A liga acadêmica de Fisioterapia em Neonatologia e Pediatria participará das atividades propostas pelo projeto por meio de ações de extensão, sendo esta colaboração muito enriquecedora para o projeto.

Participação da Instituição Parceira

O suporte dos médicos residentes de pediatria da UFVJM, os quais estarão presentes nas diversas etapas da intervenção, auxiliando o docente orientador e orientando os discentes ao longo das práticas.

Cronograma de Atividades

Periodicidade Mensalmente
Descrição da Atividade

Ocorrerá consultas mensais na Casa Lar para avaliação do crescimento, desenvolvimento e realização de intervenções necessárias.

Periodicidade Quinzenalmente
Descrição da Atividade

Serão realizadas atividades específicas para estímulo do desenvolvimento. Essas atividades serão desenvolvidas de acordo com a idade de cada criança.

Periodicidade Mensalmente
Descrição da Atividade

Serão ministrados cursos mensalmente para os funcionários da casa lar visando a capacitação dos mesmos nos cuidados das crianças. Serão 6 cursos no total.

Periodicidade Mensalmente
Descrição da Atividade

As orientações aos responsáveis legais ocorrerá sempre que uma criança sair da casa lar para retornar ao ambiente familiar.

Periodicidade Mensalmente
Descrição da Atividade

A capacitação dos discentes ocorrerá através de aulas teóricas e discussões clínicas acerca das particularidades médicas apresentadas pelas crianças. As aulas teóricas serão ministradas por docente, residente ou discente, tendo duração de 45 a 60 minutos em reuniões online por meio da plataforma do Google Meet. A escolha dos temas será baseada na prática clínica e na experiência vivenciada na Casa-Lar, para que assim os temas mais relevantes sejam abordados e, consequentemente, haja um melhor desempenho durante o projeto.

Periodicidade Mensalmente
Descrição da Atividade

Diiscussão clínica sobre as particularidades médicas das crianças com o objetivo de adequar o atendimento e realizar intervenções necessárias.

Periodicidade Anualmente
Descrição da Atividade

Formulação de todos os questionários que serão aplicados durante a intervenção.

Periodicidade Anualmente
Descrição da Atividade

Compilação dos dados dos questionários pré e pós intervenção aplicados com as funcionárias

Periodicidade Mensalmente
Descrição da Atividade

Análise dos dados dos questionários pré e pós intervenção aplicados com as funcionárias e escrita de artigo para publicação. Produção do material para publicação no Proexc