Visitante
MULIER nas escolas: saúde, proteção e empoderamento feminino
Sobre a Proposta
Tipo de Edital: Pibex
Situação: Aprovado
Dados do Coordenador
roberta vasconcelos leite
2022101202233868
faculdade de medicina de diamantina - famed
Caracterização da Ação
ciências da saúde
saúde
educação
infância e adolescência
municipal
Não
Membros
larissa paes toledo
Bolsista
barbara silva vicentini
Voluntário(a)
marcela cristyane de araújo
Voluntário(a)
fernanda fernandes teixeira
Voluntário(a)
íngrid velloso keppel
Voluntário(a)
samanta daiane pereira costa
Voluntário(a)
thamiris oliveira goncalves
Voluntário(a)
ana clara de mattos reis
Voluntário(a)
bethania de sousa gomes
Voluntário(a)
brenda dantas de andrade
Voluntário(a)
gabrielle francisca da silva
Voluntário(a)
izabela dos santos martins
Voluntário(a)
júlia campos da costa pereira
Voluntário(a)
júlia magalhães freitas
Voluntário(a)
maria isabel martins de castro
Voluntário(a)
roberta valverde barbosa
Voluntário(a)
samilla gomes alcântara
Voluntário(a)
O projeto objetiva promover aulas e grupos de discussão com a comunidade universitária e externa sobre empoderamento feminino na perspectiva de três eixos temáticos: “Saúde da Mulher”, ”Como me defender” e “Eu posso”. Tem-se como metas realizar, ao menos, 9 (nove) aulas ou palestras ministradas por profissionais convidados, com público de pelo menos 40 (quarenta) pessoas no total; e 9 (nove) encontros nas escolas e instituições parceiras conduzido pelas integrantes do projeto, com participação de ao menos 30 (trinta) alunas de cada instituição.
saúde feminina, proteção feminina, empoderamento feminino
Quando se observa a sociedade, percebe-se que nascer mulher é uma condição que por si só carrega inúmeras funções e significados. Historicamente, sua identidade foi construída pautada em uma perspectiva voltada aos cuidados domésticos e, apesar dos avanços, ainda hoje há discriminação quando a mesma ocupa outras esferas (COUTINHO; MENANDRO, 2015). Para Galetti (2013), estar inserida em outros espaços só é possível se ela exerce de forma plena a função de ser mãe e esposa. Considerando tais questões emerge a importância do empoderamento feminino que, em linhas gerais, seria a libertação das mulheres em todos os âmbitos, tanto individual quanto como instrumento de desmonte das estruturas patriarcais (SARDENBERG, 2019). Segundo Alves e Oliveira (2020), “mulheres empoderadas são sujeitos sociais emancipados, capazes de perceberem, refletirem e interpretarem sua realidade social”. Dada então a importância e o poder transformador que o tema guarda, a discussão em ambientes de ensino com mulheres ainda jovens é algo imprescindível, uma vez que ainda na infância os marcadores de gênero são incorporados à identidade das crianças (BOTTON; STREY, 2019), sendo necessário que essa reflexão ocorra o mais cedo possível. Diversas são as consequências desses marcadores sociais, principalmente para as mulheres, como por exemplo: gravidez precoce, abuso sexual de meninas e mulheres e outros tipos de violência de gênero (BOTTON; STREY, 2019). Ou seja, ofertar esse debate, no âmbito de instituições educacionais, além de urgente, oferece às mulheres envolvidas uma oportunidade de conhecer, interpretar e ter autonomia sobre a própria identidade, o que propicia meios de mudança para essa realidade social. Com esse projeto, espera-se que os conhecimentos adquiridos no contexto de ensino e pesquisa no âmbito universitário e consolidados por meio de diálogos com atores sociais da cidade que têm se debruçado sobre o tema, possam embasar intervenções dentro de instituições educativas, abarcando debates sobre saúde feminina, violência de gênero e suas derivações, além de empoderar as meninas participantes, evidenciando que todos os espaços e esferas sociais podem ser ocupados por elas. Baseado em alguns trabalhos que debatem sobre o influência dos espaços educacionais na construção da identidade (BOTTON; STREY, 2019; LOURO, 1997; POLLYANA; VANDERLEY, 2017), este projeto pretende explorar o potencial formador que essas instituições possuem, promovendo a discussão e reflexão de tais temas, para assim contribuir com a formação de meninas capazes de questionar as situações do cotidiano as quais serão expostas. Ao articular ensino, pesquisa e intervenção, o projeto pretende realizar palestras e aulas abertas ao público, que serão norteadoras para as integrantes do projeto posteriormente desenvolverem os temas trabalhados em forma de dinâmicas com alunas da educação básica do município de Diamantina. Pretende-se que tanto as palestras e aulas abertas quanto as rodas de conversa sejam ocasião de intercâmbio de saberes entre diferentes áreas da ciência, da sociedade e do Estado (saúde, educação, segurança pública, etc.), fomentando a interdisciplinaridade e interprofissionalidade. Os conteúdos abordados serão diversos, mas terão como base três eixos principais: “Saúde da mulher”, ”Como me defender” e “Eu posso”. É esperado que o público alcançado sejam meninas, crianças e adolescentes, que frequentam as escolas e instituições parceiras, bem como discentes, docentes, técnicos, familiares e quaisquer pessoas que se interessem pelo assunto em questão. Como metas, espera-se a participação de no mínimo 20 pessoas nas aulas abertas e ao menos 15 alunas durante as ações nas escolas, prevendo que haverá um impacto direto na minimização das consequências da desigualdade de gênero. Durante as aulas e grupos de discussão, será possível proporcionar um ambiente interdisciplinar e de troca de conhecimentos entre discentes e docentes de diversos cursos, técnicos-administrativos da UFVJM e membros da comunidade externa. Espera-se o desenvolvimento de habilidades interpessoais por meio da fala e da escuta de diferentes narrativas num processo de aprendizagem horizontal, onde todo saber é valorizado.
De acordo com as diretrizes do Regulamento de Ações de Extensão da UFVJM, este projeto se encaixa na área temática 6 - Saúde, e na linha de extensão 27 - Infância e Adolescência, tendo em vista que busca-se promover debates no intuito de incentivar, servir de apoio e fonte de conscientização para o empoderamento feminino de crianças e adolescentes, acreditando que esse se mostra como o melhor caminho para a alteração de estruturas sociais que subjugam as mulheres a uma posição de inferioridade, tornando-as vulneráveis a situações de violências físicas, psicológicas, verbais e materiais. O estado de subjugação e de submissão no qual as mulheres se encontram perante os homens tem raízes históricas e, mesmo considerando todos os avanços conquistados pelo movimento feminista, é ainda perpetuado na criação das meninas e respaldado nos contextos sociais que essas frequentam ao longo de suas vidas. Simone de Beauvoir (1970, p. 10) remete esse ideal de subjugação aos mais remotos escritos bíblicos “em que Eva aparece como extraída [...] de um ‘osso supranumerário’ de Adão.”. Esse ideário se propaga em uma noção de que o homem é um ser completo, ao passo que a mulher não existe por si própria, a subjuga em uma condição, definida pela autora, como um “segundo sexo”. Enquanto o homem se apresenta como o Sujeito, a mulher é o Outro. A recusa em permanecer nessa posição se mostra como um afronte aos seus “superiores”, o que pode implicar no empoderamento como uma tarefa difícil de ser concretizada sem apoio. Essa visão que se perpetua em nosso cotidiano possui reflexos em todas as áreas da sociedade. Dentre esses, a divisão sexual do trabalho, que encontra respaldo de perpetuação na emancipação feminina e possibilidade de sustento próprio, mas que submete a mulher a uma jornada dupla de trabalho, conferindo a ela toda a responsabilidade dos afazeres domésticos e familiares, para além do conquistado direito de ter um profissão. De acordo com o IBGE, em 2018 as mulheres dedicavam cerca de 21,6 horas por semana para a realização de tarefas domésticas, o dobro do tempo que os homens gastavam com as mesmas atividades (10,9 horas). A divisão sexual do trabalho, para além da obrigação de uma jornada dupla, divide as profissões entre aquelas “apropriadas” para mulheres e aquelas “apropriadas” para os homens, impondo, ainda, uma hierarquização entre elas, estigmatizando as mulheres como as mais fracas, menos capazes e biologicamente predestinadas a seguirem um determinado tipo específico de carreira (KERGOAT, 2009). A questão se afunila ainda mais quando é realizado um recorte de classe e raça, em que as análises nos mostram que as heranças sombrias de um Brasil escravocrata ainda cerceiam muito as potencialidades de meninas em todo o país. Como bem ressaltado por Cinzia Arruzza, Thiti Bhattacharya e Nancy Fraser (2020) em sua obra “O feminismo para as 99%”, tal legado é claro nos dias de hoje e não pode ser excluído das pautas de movimentos que lutam pelos direitos do ser mulher. Em suas palavras: No país que ainda tem “quartinho de empregada”, não é possível um feminismo que não enfrente radicalmente, frontalmente, a exploração daquelas, majoritariamente negras, que no silêncio dos lares ricos brasileiros experimentam no corpo uma nova forma de escravidão. (ARRUZZA; BHATTACHARYA; FRASER, 2020 p. 12) Contudo, essa divisão não é de todo imutável e, para reverter esse cenário, é necessário promover um debate que questione a sua própria existência. Debate esse que o presente projeto objetiva promover, buscando o ambiente potencialmente transformador que se apresenta nas instituições educacionais com o intuito de reverter o sentimento de predestinação previamente mencionado nas estudantes que farão parte das ações a serem implementadas. Nesse contexto, respaldado por uma estrutura social e política tem-se uma banalização da dominação masculina, que, como afirmado por Bourdieu (2002), desencadeia violências de tal forma legitimadas pela ordem social ao ponto de não possuir necessidade de serem enunciadas. Assim, soma-se às discussões já levantadas a problemática da violência contra mulher, que mesmo com estatísticas altas enfrenta o problema da subnotificação, tendo em vista que a denúncia nem sempre é realizada. Esse panorama se deve à vergonha e ao receio de denunciar, além do desconhecimento por parte das mulheres, em geral, de quais ações configuram violências, tendo em vista que a maioria das denúncias partem de agressões físicas, desconsiderando muitos momentos prévios de humilhações verbais, materiais e psicológicas. Levando em consideração o componente histórico e social que mantém em voga a naturalização da ocorrência de tais atos, é totalmente lógico que em situações de vulnerabilidade socioeconômica, como a realidade de grande parte do Vale do Jequitinhonha, essa situação se agrave. Essa relação surge principalmente nos menores índices de educação, que dificultam a promoção de discussões como a igualdade de gênero, o machismo e possibilidades de ocupação de posições que garantam independência social e financeira (HEMMI; MÁXIMO; BARROSO; TENUTA, 2020). No município de Diamantina, por exemplo, foram relatadas 422 ocorrências no ano de 2014, sendo 82,4% dessas ocorridas entre mulheres negras (RIBEIRO, 2016). Temos como um resultado de toda essa discussão o pouco conhecimento de meninas e mulheres a respeito de toda essa estrutura que as subjuga, de seus direitos e, até mesmo, de seu próprios corpos, o que implica em um cenário precário de saúde da mulher em tópicos básicos, como menstruação, gravidez, prevenção de infecções sexualmente transmissíveis, higiene pessoal, além do conhecimento de seus direitos enquanto cidadãs, entre outros tópicos que atuem no sentido de empoderar meninas, visando transformação social naqueles que serão o futuro da nossa sociedade. Sendo garantido pelo artigo 7° do Estatuto da Criança e do Adolescente o direito à proteção à vida e à saúde por meio de políticas sociais públicas, é crucial que projetos se voltem a essa realidade, promovendo um conhecimento que gera impactos positivos de curto prazo, para além das transformações que se perpetuam por toda a vida dessas crianças e adolescentes (BRASIL, 1990). Ambicionando a promoção de mudança nesse panorama, vê-se a necessidade de levar as discussões sobre promoção de saúde da mulher, autodefesa e oportunidades profissionais para instituições educacionais, sempre em diálogo com os saberes que já existem nessas instituições e que cada menina traz consigo. Assim, a extensão se articula pelas intervenções diretas na comunidade, por meio da promoção das discussões apresentadas, promovendo conscientização das estudantes. O ambiente educativo foi escolhido por se tratar de um locus propício para a promoção de programas de saúde e educação, acreditando na educação como instrumento transformador e visando um impacto positivo na percepção de crianças e adolescentes sobre si próprias, suas potencialidades para o futuro e sobre o panorama de violência que perpassa a vida de todas as mulheres. Busca-se ainda a articulação com o ensino universitário, pela promoção de capacitações prévias às intervenções promovidas dentro do mesmo eixo temático, expandindo o debate de forma a impactar positivamente sua abordagem pelos discentes, docentes e demais profissionais envolvidos. Por fim, espera-se, futuramente, utilizar-se de todo o potencial transformador do projeto no sentido de expandi-lo para o âmbito da pesquisa. Assim, é priorizada a indissociabilidade ensino-pesquisa-extensão, contribuindo para a expansão da promoção de benefícios a todos os envolvidos, comunidade universitária e demais setores da sociedade.
Objetivo geral: Promover aulas e grupos de discussão com a comunidade universitária e externa sobre empoderamento feminino na perspectiva de três eixos temáticos: “Saúde da Mulher”, ”Como me defender” e “Eu posso”. Objetivos específicos: - Realizar aulas e palestras abertas ao público sobre os três eixos temáticos; - Capacitar as integrantes do projeto para discutirem os temas dos três eixos temáticos nas rodas de conversa com a comunidade externa; - Contribuir com a formação da identidade de gênero de meninas em idade escolar; - Colaborar com a construção do pensamento crítico, político e social de todos os participantes; - Proporcionar visão mais ampla do futuro profissional de meninas em idade escolar.
Impacto direto: - Ampliar o conhecimento dos participantes acerca dos assuntos discutidos - Formação feminista e crítica dos participantes - Possibilitar à mulheres amparo e ciência de seus direitos e de suas possibilidades - Capacitar as discentes participantes do projeto sobre os temas para as ações nas instituições parceiras -Possibilitar às participantes uma visão do futuro profissional mais ampla Impacto indireto: - Integração das comunidades interna e externa na universidade - Melhoria nas habilidades de lidar com o público e de promover debates - Integração de discentes, docentes e técnicos-administrativos de diversos cursos da UFVJM - Ampliação das possibilidades futuras profissionais e humanas das participantes - Fomentar a visão crítica política e social acerca dos temas discutidos Indicadores numéricos: 9 (nove) aulas ou palestras ministradas por profissionais convidados, com público de pelo menos 40 (quarenta) pessoas no total; 9 (nove) encontros nas escolas e instituições parceiras conduzido pelas integrantes do projeto, com participação de ao menos 30 (trinta) alunas de cada instituição; 1 (um) encontro bimestral de supervisão, ao longo dos 12 meses;
O projeto irá trazer para discussão três grandes temas: “Saúde da Mulher”, “Como me defender” e “Eu posso”. Na temática “Saúde da mulher” serão trabalhadas questões sobre saúde íntima, prevenção de doenças e saúde mental entre as mulheres. Na temática “Como me defender”, serão abordados os tipos de violência contra a mulher, como identificar as diversas formas de violência e abuso, amparos legais da vítima – como denunciar e a quem recorrer – além de discussões sociais e políticas que levam à prevalência da violência de gênero na sociedade. Dentro do tema “Eu posso” será trabalhado o empoderamento feminino voltado à questão profissional, em que serão abordados pontos do futuro profissional, o machismo em diversas profissões e, também, o empreendedorismo em diversos meios. Tais temas serão abordados de duas formas diferentes: por meio de aulas e palestras, realizadas de forma virtual e abertas ao público em geral; e por meio de rodas de conversas, com meninas que frequentam as instituições parceiras. Para as aulas e palestras, serão convidados profissionais que tenham ampla experiência e conhecimento a respeito do tema a ser discutido, uma vez que tem como finalidade ensinar e proporcionar uma discussão mais profunda. Essas palestras e aulas serão no mínimo 9, abertas a toda comunidade e ocorrerão mensalmente, da seguinte maneira: primeiramente o profissional convidado irá expor os principais pontos sobre o tema e, ao final, será aberto um momento para questionamentos e discussão, com abertura de diversos pontos de vista. Esses momentos também servirão de capacitação para as discentes participantes do projeto, que irão abordar tais temáticas de maneira mais lúdica nas instituições parceiras. Com relação às ações promovidas nas instituições educativas, elas ocorrerão presencialmente, quando as condições sanitárias o permitirem e seguindo os protocolos de biossegurança vigentes. Será proposto o sentar em roda, que busca favorecer uma relação horizontal e igualitária, onde todos os presentes terão espaço de fala. Os temas e métodos de abordagem serão definidos de acordo com a demanda e conjuntamente com as instituições parceiras, dentro dos três eixos supracitados. Durante as rodas de conversas, o planejamento é que as discentes responsáveis irão abordar os temas, primeiramente, em forma de perguntas, para saber o conhecimento inicial das alunas e as principais dúvidas, sempre garantindo um espaço livre de julgamentos e acolhedor. Para isso, será necessário um roteiro com os principais pontos a serem abordados, entretanto a discussão será direcionada a partir dos questionamentos e conhecimento prévio das meninas participantes. Vale dizer que as rodas serão exclusivas para as meninas, visando propiciar um espaço de vivências comuns e evitar inibição de relatos pessoais. Primeira etapa: Revisão Bibliográfica para definição dos temas a serem abordados Serão realizadas buscas nas principais bases de dados, pelas discentes do projeto, de artigos e estudos que demonstrem as demandas de meninas em idade escolar que, se sanadas, contribuam para a mudança de realidades sociais postas. Seguindo os três eixos do projeto, o objetivo é trabalhar três temas dentro de saúde feminina, três temas que envolvam proteção aos diversos tipos de violência e três temas que trabalhem o empoderamento feminino. A partir disso, os assuntos a serem pleiteados serão definidos. Segunda etapa: Busca dos profissionais para as palestras e aulas abertas Com as temáticas definidas, começará uma busca ativa por profissionais capacitados a abordarem os temas de forma completa e aprofundada, sendo esses os responsáveis por ministrar as aulas e palestras. Essas aulas serão realizadas de forma remota, para facilitar a participação de palestrantes de outras cidades do país. Serão escolhidos nove profissionais, cada um responsável por um tema definido na primeira etapa. Terceira etapa: Aulas e palestras abertas / Capacitação das discentes participantes do projeto Serão realizadas nove aulas sobre os temas escolhidos na primeira etapa. Os encontros ocorrerão de forma remota e terão a duração de três horas. A primeira metade do encontro será destinada a uma explanação aprofundada do tema, em que serão discutidos os principais pontos que cercam a questão. Em um segundo momento, após intervalo de 15 minutos, a fala será aberta ao público, para que haja trocas, discussões e esclarecimentos. Essas aulas serão abertas a toda comunidade universitária e externa. Quarta etapa: Realização das rodas de conversa, a serem realizadas no âmbito das instituições parceiras Serão realizadas nove rodas de conversa em cada uma das instituições parceiras. Já temos parceria com uma escola da rede pública e pretendemos buscar firmar novas parcerias ao longo da realização do projeto. Idealmente, cada roda terá como temática principal os assuntos pré-definidos na primeira etapa, mas cada encontro será ajustado de acordo com as demandas da instituição. As rodas terão duração de uma hora e meia, sendo dividido em três momentos principais: Abertura: apresentação das coordenadoras presentes e pequena explanação sobre o tema. Momento “conhecendo o território”: as meninas participantes serão estimuladas a falar um pouco sobre o tema proposto, relatando o que entendem da questão, suas principais dúvidas, angústias e anseios. A proposta é entender o nível de conhecimento das participantes, para que seja delineado, neste momento, a profundidade que o tema será exposto, além de incluir na discussão os pontos levantados como questionamento. Momento “clareando o inexplorado”: as coordenadoras da roda, discentes da universidade, irão explicar o tema de forma clara e concisa, além de sanar as dúvidas expostas no momento dois. Momento “partilhando vivências e sensações”: as participantes serão convidadas a compartilhar vivências e acontecimentos que envolvam o tema, além de discorrerem sobre suas percepções e sensações sobre o exposto. Momento “que bom, que pena, que tal”: ao final de cada encontro, as participantes serão convidados a preencher breve instrumento de avaliação, em que serão convidadas a falar pontos positivos, negativos e sugestões. Quinta etapa: Avaliação A avaliação do projeto ocorrerá pelo público, por meio de feedback escrito e anônimo, que poderá ser preenchido por qualquer participante das aulas, palestras ou das rodas de conversa. Serão também realizados encontros de supervisão, com a presença do coordenador, para avaliar os grupos realizados. Como indicadores para esta avaliação serão considerados: adesão da comunidade universitária e externa, comprometimentos dos discentes e percepção dos participantes, que ocorrerá a partir de leitura dos feedbacks recolhidos ao final de cada ação. Questões éticas: Todos os participantes do projeto serão instruídos, no início dos encontros, a respeito das questões éticas e legais desse tipo de atividade, prezando-se sempre pelo sigilo das discussões feitas nos grupos. Acrescenta-se que participação neste projeto é de caráter voluntário, não havendo remuneração para nenhum participante e qualquer um poderá deixar o projeto em momento que desejar ou precisar. Os resultados obtidos poderão ser publicados na forma de relato de experiência, artigo, apresentação oral ou pôster em congressos, simpósios e similares, mantendo o sigilo pelas informações a respeito da identidade dos participantes.
ALVES, S. M. C. A.; OLIVERIA, G. B. As contribuições de Paulo Freire para o empoderamento feminino no campo. Paper Knowledge . Toward a Media History of Documents, v. 2020, p. 1–13, 2014. ALVES, Natália Christina de Moura; ALVES, Martha Lorena de Moura; TEIXEIRA, Flaviana Tavares Vieira. Empoderamento: o caminho para alcançar a igualdade de gênero. Raízes e Rumos, Rio de Janeiro, v. 6, n. 2, p. 111-126, jul. 2018. Disponível em: http://seer.unirio.br/raizeserumos/article/view/8271/8120. Acesso em: 04 set. 2021. ARRUZZA, Cinzia; BHATTACHARYA, Tithi; FRASER, Nancy. Feminismo para os 99%: um manifesto. [S.I.]: Boitempo, 2019. BEAUVOIR, Simone de. O segundo sexo. 4. ed. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1970. BRASIL. Lei Federal n. 8069, de 13 de julho de 1990. ECA _ Estatuto da Criança e do Adolescente BOTTON, A.; STREY, M. N. Educar para o empoderamento de meninas: apostas na infância para promover a igualdade de gênero. Pesquisa Brasileira em Ciência da Informação e Biblioteconomia, v. 14, n. 1, p. 54–66, 2019. BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002. COUTINHO, S. M. DOS S.; MENANDRO, P. R. M. Representações sociais do ser mulher no contexto familiar: um estudo intergeracional. Psicologia e Saber Social, v. 4, n. 1, p. 52–71, 2015. GALETTI, C. H. Empoderamento feminino e trajetória de vida: os modelos rígidos do “ser mulher”. Revista Vernáculo, n. 31, p. 69–87, 2013. HEMMI, Ana Paula; MÁXIMO, Geovane; BARROSO, Heloisa Helena; TENUTA, Natalia. Perspectivas da Saúde Coletiva no Vale do Jequitinhonha: temas, debates e reflexões. Curitiba: Brazil Publishing, 2020. 419 p. KERGOAT, Danièle. Divisão sexual do trabalho e relações sociais de sexo. In: HIRATA, Helena; LABORIE, Françoise; DOARÉ, Hélène Le; SENOTIER, Danièle (org.). Dicionário Crítico do Feminismo. São Paulo: Unesp, 2009. p. 67-76. LOURO, G. L. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista. [s.l: s.n.]. v. 148 RIBEIRO, Celina Neves. Violência Doméstica Contra a Mulher: caracterização do fenômeno a nível municipal. 2016. 58 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Saúde, Sociedade e Ambiente, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, 2016. Disponível em: http://acervo.ufvjm.edu.br/jspui/bitstream/1/1478/1/celina_neves_ribeiro.pdf. Acesso em: 4 set. 2021. POLLYANA, M.; VANDERLEY, G. AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E AS RELAÇÕES DE GÊNERO NA SALA DE AULA : ESTRATÉGIAS PARA A CONSTRUÇÃO E A. 2017. SARDENBERG, C. M. B. O pessoal é político: conscientização feminista e empoderamento de mulheres. Pesquisa Brasileira em Ciência da Informação e Biblioteconomia, v. 14, n. 1, p. 15–29, 2019.
A previsão inicial é que o projeto envolva estudantes do curso de medicina da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) - campus Diamantina. Além dos saberes já adquiridos ao longo da graduação sobre saúde feminina, determinantes sociais e proteção da mulher, as discentes participantes serão capacitadas durante as palestras e aulas abertas com o intuito de ampliar as discussões acerca das temáticas propostas de saúde da mulher, autodefesa e possíveis futuras carreiras profissionais para meninas e mulheres. Durante a execução do projeto, essa troca de informações e experiências com profissionais e estudantes de outras áreas do saber possibilitarão uma melhor efetivação das ações a serem realizadas com a comunidade Após os momentos de capacitação, as interações promovidas nas instituições educativas serão conduzidas pelas próprias discentes participantes do projeto por meio de rodas de conversa, como discutido na metodologia. Busca-se, nesse momento, o diálogo com o público-alvo objetivando, dentro das abordagens previstas e das capacitações oferecidas, direcionar a discussão para os principais problemas que afligem aquele grupo de crianças e adolescentes, auxiliando em seu processo de reconhecimento pessoal, social e profissional, promovendo uma rede de apoio e de conscientização em direção ao empoderamento feminino como ferramenta de promoção de saúde e de educação. Ao longo de todo processo, as discentes serão acompanhadas, orientadas e capacitadas por professores e técnicos da UFVJM e profissionais das instituições parceiras. Há o intuito de promover a interdisciplinaridade das discussões e a horizontalidade das relações durante os momentos de troca e aprendizado, buscando diálogo com outras áreas para além da medicina. A avaliação das discentes se dará ao longo de todo o processo, sendo observados a participação efetiva nos momentos de capacitação e nas rodas de conversa, o amadurecimento pessoal e acadêmico, bem como o empenho na produção de textos com reflexões sobre o projeto. Estes textos poderão fundamentar tanto a avaliação das discentes quanto futuras publicações de relato da experiência extensionista.
O projeto objetiva promover aulas e grupos de discussão com a comunidade universitária e externa sobre empoderamento feminino na perspectiva de três eixos temáticos: “Saúde da Mulher”, ”Como me defender” e “Eu posso”. Ambicionando a promoção de mudança no panorama de exclusão e violência contra mulheres e meninas, vê-se a necessidade de levar as discussões sobre promoção de saúde da mulher, autodefesa e oportunidades profissionais para instituições educacionais, sempre em diálogo com os saberes que já existem nessas instituições e que cada menina traz consigo. Assim, a extensão se articula pelas intervenções diretas na comunidade, por meio da promoção das discussões apresentadas, promovendo conscientização das estudantes.
Público-alvo
Crianças e adolescentes do sexo feminino da cidade de Diamantina (MG), matriculadas nas instituições educativas parceiras, serão convidadas a participarem das rodas em horários em que já se encontram na instituição. As ações promovidas nas instituições educativas parceiras ocorrerão em horários indicados pelas instituições, com recortes temáticos definidos conjuntamente com a equipe do projeto e a participação das estudantes será livre.
As ações promovidas no ambiente universitário serão divulgadas para toda a comunidade acadêmica e externa, esperando-se a participação de interessados nos assuntos supracitados, voltados para o empoderamento feminino.
Municípios Atendidos
Diamantina
Parcerias
A parceria com a Escola Professora Isabel Motta proporcionará o acesso às alunas que irão participar das rodas de conversa e o local onde ocorrerão essas rodas de conversa, além de agir como mediadora para a organização dessas dinâmicas.
A parceria com o Centra Acadêmico Livre de Medicina Doutor Juscelino Kubitschek (CALMED-JK) se mostra importante, uma vez que o Centro Acadêmico auxiliará como mediador para o contato com discentes de outros cursos da UFVJM, para que o projeto alcance um público maior e mais diverso dentro da Universidade.
Cronograma de Atividades
Serão realizadas buscas nas principais bases de dados, pelas discentes do projeto, de artigos e estudos que demonstrem as demandas de meninas em idade escolar que, se sanadas, contribuam para a mudança de realidades sociais postas. Seguindo os três eixos do projeto, o objetivo é trabalhar três temas dentro de saúde feminina, três temas que envolvam proteção aos diversos tipos de violência e três temas que trabalhem o empoderamento feminino. A partir disso, os assuntos a serem pleiteados serão definidos.
Com as temáticas definidas, começará uma busca ativa por profissionais capacitados a abordarem os temas de forma completa e aprofundada, sendo esses os responsáveis por ministrar as aulas e palestras. Essas aulas serão realizadas de forma remota, para facilitar a participação de palestrantes de outras cidades do país. Serão escolhidos nove profissionais, cada um responsável por um tema definido na primeira etapa.
Serão realizadas nove aulas sobre os temas escolhidos na primeira etapa. Os encontros ocorrerão de forma remota e terão a duração de três horas. A primeira metade do encontro será destinada a uma explanação aprofundada do tema, em que serão discutidos os principais pontos que cercam a questão. Em um segundo momento, após intervalo de 15 minutos, a fala será aberta ao público, para que haja trocas, discussões e esclarecimentos. Essas aulas serão abertas a toda comunidade universitária e externa.
Serão realizadas nove rodas de conversa em cada uma das instituições parceiras. Idealmente, cada roda terá como temática principal os assuntos pré-definidos na primeira etapa, mas cada encontro será ajustado de acordo com as demandas da instituição. As rodas terão duração de uma hora e meia, sendo dividido em três momentos principais: Abertura: apresentação das coordenadoras presentes e pequena explanação sobre o tema. Momento “conhecendo o território”: as meninas participantes serão estimuladas a falar um pouco sobre o tema proposto, relatando o que entendem da questão, suas principais dúvidas, angústias e anseios. A proposta é entender o nível de conhecimento das participantes, para que seja delineado, neste momento, a profundidade que o tema será exposto, além de incluir na discussão os pontos levantados como questionamento. Momento “clareando o inexplorado”: as coordenadoras da roda, discentes da universidade, irão explicar o tema de forma clara e concisa, além de sanar as dúvidas expostas no momento dois. Momento “partilhando vivências e sensações”: as participantes serão convidadas a compartilhar vivências e acontecimentos que envolvam o tema, além de discorrerem sobre suas percepções e sensações sobre o exposto. Momento “que bom, que pena, que tal”: ao final de cada encontro, as participantes serão convidados a preencher breve instrumento de avaliação, em que serão convidadas a falar pontos positivos, negativos e sugestões.
A avaliação do projeto ocorrerá pelo público, por meio de feedback escrito e anônimo, que poderá ser preenchido por qualquer participante das aulas, palestras ou das rodas de conversa. Serão também realizados encontros de supervisão, com a presença do coordenador, para avaliar os grupos realizados. Como indicadores para esta avaliação serão considerados: adesão da comunidade universitária e externa, comprometimentos dos discentes e percepção dos participantes, que ocorrerá a partir de leitura dos feedbacks recolhidos ao final de cada ação.