Detalhes da proposta

Medicamentos para Todos

Sobre a Proposta

Tipo de Edital: Pibex

Situação: Aprovado


Dados do Coordenador

    Nome do Coordenador

    marcio ferreira aguiar júnior

    Número de inscrição:

    202210120228687

    Unidade de lotação:

    universidade federal dos vales do jequitinhonha

Caracterização da Ação

    Área do Conhecimento:

    ciências da saúde

    Área temática principal:

    saúde

    Área temática secundária:

    direitos humanos e justiça

    Linha de extensão:

    fármacos e medicamentos

    Abrangência:

    regional

    Gera propriedade intelectual:

    Não

Membros

joao carlos de carvalho paiva Bolsista

Resumo

O Projeto intitulado “Medicamentos para Todos” é uma proposta que visa arrecadar doações de medicamentos na comunidade de Diamantina-MG, passa-los por uma triagem, feita por profissionais farmacêuticos, para avaliar sua viabilidade de uso, de acordo com suas propriedades organolépticas, e, posteriormente, fazer a dispensação destes à população. Com isso, objetiva-se que indivíduos menos favorecidos economicamente do Vale do Jequitinhonha, que utilizam os serviços prestados pela Farmácia Básica e pela FAMED no Ambulatório Escola, tenham mais uma forma de acesso a medicamentos. Ademais, além desse lado altruísta, o projeto também tem a intenção de informar a população sobre os malefícios do desperdício, do uso indiscriminado e do descarte incorreto desses medicamentos, objetivando incentivar a população a doar e a evitar o desperdício de forma inconsciente destes. Dessa forma, além desses benefícios gerados à população do Vale do Jequitinhonha, o projeto também irá gerar benefícios ao meio ambiente, visto que, os medicamentos arrecadados que seriam inviáveis para consumo ou vencidos, serão descartados de acordo com a política de descarte nacional de medicamentos, que será feita pela Farmácia Básica de Diamantina, evitando os diversos problemas ambientais causados pelo lixo farmacêutico.


Palavras-chave

medicamentos, SUS, farmácia


Introdução

O uso de fármacos, proposto para minimizar diferentes graus de afecções em saúde, é preponderante para manter um organismo livre de doenças. No entanto, apesar de sua relevância, o acesso a medicamentos no Brasil, especialmente para populações carentes, é deficiente e muito dependente, ainda, de políticas públicas (BOING et al, 2013). Esse fato, somado ao custo dos medicamentos, que, para muitas famílias, é oneroso, contribui significativamente para fragilizar a adesão a tratamentos farmacológicos, o que, consequentemente, promove a progressão e cronificação de doenças que poderiam ser passíveis de cura se fossem tratadas adequadamente. Diante desse cenário e com intuito de promover mudanças em relação à acessibilidade a medicamentos, o Governo Federal colocou em vigor a lei dos Genéricos e da Farmácia Popular (PORTELA et al, 2010). Apesar da maior acessibilidade à aquisição de fármacos proporcionada por esses programas, muitos medicamentos ainda apresentam custo elevado. Alinhado a esse fato, a situação econômica e de desigualdade social no país contribui para que um número crescente de indivíduos não consiga viabilizar alguns tratamentos propostos pelos médicos (OLIVEIRA et al., 2006). Diante dessa realidade, uma forma sustentável de reduzir esse impacto, capaz de garantir o tratamento quimioterapêutico a esses indivíduos, minimizando o impacto da quebra do processo saúde/doença, seria por meio de políticas de doações. Embora a escassez de recursos financeiros proporcione impactos negativos na saúde, tem sido identificado um crescente desperdício de fármacos pela população geral, pelo acúmulo destes nas residências. Isso ocorre, principalmente, devido à prescrição em quantidades além das necessárias para os tratamentos e pela aquisição indiscriminada de fármacos, reflexo de propagandas da indústria farmacêutica e da distribuição de amostras-grátis de medicamentos aos profissionais médicos como forma de reforçar a aquisição desses produtos, problemas que levam à automedicação por parte da população (EICKHOFF et al., 2009, OLIVEIRA et al., 2006). Consequências diretas, tanto da aquisição, quanto do acumulo excessivo de fármacos nas residências, são os diversos tipos de impactos ambientais que isso pode causar, relativos ao descarte indiscriminado e não consciente desses medicamentos (EICKHOFF et al., 2009). Nesse sentido, a campanha de doação e reutilização de fármacos consiste em uma maneira racional de reduzir tais impactos. Essa estratégia, além de desenvolver uma política ambiental de descarte no caso de medicamentos com prazo de validade expirados, evita que os fármacos percam o prazo de validade ao serem doados e reutilizados, e, assim, impede que eles sejam descartados de forma incorreta no ambiente, ao mesmo tempo em que ela beneficia indivíduos que não têm recursos para adquiri-los. Embasado nessa temática, a presente proposta do projeto de extensão intitulado “Medicamentos para todos” prevê a realização de uma campanha consciente para doação, análise de viabilidade e redistribuição de medicamentos para populações carentes, mediante receituário médico, que usam os serviços de saúde pública do município de Diamantina, como forma de viabilizar o tratamento e manutenção da saúde desses indivíduos. Além disso, o projeto visa conscientizar a população sobre o uso racional de medicamentos, riscos da automedicação e fortalecer uma cultura de descarte consciente dos mesmos.


Justificativa

O Brasil é um dos maiores consumidores de medicamentos do mundo. Segundo o Conselho Federal de Farmácia, o país ocupava a sexta colocação no ranking de consumo de medicamentos mundial ao final do ano de 2018. Alinhado a essa estimativa, ressalta-se ainda que, além do alto consumo de fármacos, o Brasil é um dos países que mais desperdiça medicamentos no mundo (JUNIOR, ZANCARANO, 2013). Dentre os motivos causadores desse desperdício, destaca-se o consumo exagerado pela população, a prescrição de medicamentos, muitas vezes, além do necessário aos tratamentos e os abusos dos meios de propaganda e das amostra-grátis. Nesse contexto, é importante considerar que a automedicação é uma prática corriqueira entre a população brasileira, e está principalmente relacionada à medicamentos isentos de prescrição. Isso impacta diretamente na forma de consumo da sociedade, que, cada vez mais, consome fármacos de forma excessiva (ARRAIS et al., 2016). Num âmbito de excessos, é comum que esses medicamentos acabem não sendo utilizados ou que remanesçam nas residências da população até que percam a data de validade, o que contribui, de forma muito importante, para desperdício de medicamentos. De acordo com o Conselho Federal de Farmácia (CRF), por ano, uma família de quatro pessoas, pertencente à classe média, produz cerca de sessenta reais em lixo farmacêutico (TESSARO, VANCARANO, 2013). Esse dado justifica que boa parte dos medicamentos adquiridos, principalmente pela classe média do país, resta nas residências enquanto perdem o prazo de validade, situação problemática quando reflete-se sobre a possibilidade desses medicamentos servirem à outras pessoas que não têm condições de obtê-los. Além disso há, muitas vezes, uma prescrição de fármacos, por parte dos profissionais médicos, superior ao que preconiza o tratamento de uma determinada doença, sendo esse fator também um dos principais contribuintes para o desperdício. Ademais, a falta de conferência da prescrição no momento da dispensação, por parte do profissional farmacêutico, e a impossibilidade de fracionamento de algumas medicações também contribuem, associados ao primeiro problema, para que o desperdício seja perpetuado (JOÃO, 2011). Ademais, existe também uma grande quantidade de Lixo Farmacêutico gerado por meio das amostras grátis utilizadas pelos laboratórios como forma de propaganda. O que acontece é que essas amostras podem tornar-se medicamentos em desuso com grande facilidade, visto que eles não são distribuídos pelos laboratórios com nenhuma finalidade de tratamento, somente publicidade. Com isso, é comum que esses medicamentos percam o prazo de validade nas mãos dos médicos, que nem sempre têm uma função bem estabelecida para esses fármacos. Isso ocorre até mesmo nas mãos dos pacientes, já que as quantidades de medicamentos presentes nessas amostras nem sempre condizem com as posologias terapêuticas indicadas (JOÃO, 2011). Outro lado problemático relacionado ao desperdício de medicamentos, já evidenciado em alguns estudos, são os diversos problemas ambientais que o descarte mal feito desses fármacos podem trazer ao meio ambiente. Nesses estudos, já foram identificados a presença de Lixo Farmacêutico contaminando tanto a água, quanto o solo (ALENCAR, 2014). De um modo geral, a quantidade de medicamentos envolvida na contaminação do meio ambiente, tanto por via direta, quanto por consumo/excreção é difícil de se ter uma noção. Entretanto, sabe-se que o descarte direto desses medicamentos no lixo comum ou esgoto é mais prejudicial do que a excreção corporal, por esses medicamentos terem ainda a sua atividade farmacológica ativa (PROENÇA, 2011). Dentre os problemas ambientais já identificados, relacionados a esse descarte mal feito, destaca-se a seleção de bactérias resistentes à determinados antimicrobianos pelo contato não controlado desses fármacos com a natureza, as influências estrogênicas no sexo de algumas espécies de peixes e outros animais aquáticos, além dos efeitos mutagênicos de alguns medicamentos, principalmente quimioterápicos (EICKHOFF, HEINECK, SEIXAS, 2009). Isso tudo nos mostra o quanto é importante a valorização do descarte correto desses resíduos, e o quanto isso pode evitar diversas atrocidades ambientais que ocorrem por meio da contaminação da natureza. Em um estudo transversal realizado por CRUZ et al, onde 555 pessoas foram entrevistadas no Vale do Jequitinhonha, 46,7% dos entrevistados armazenam as sobras de medicamentos em casa para uma posterior utilização e 26,3% dos entrevistados afirmaram descartar no ambiente essas sobras. Esses dados mostram o quanto o trabalho desempenhado pela presente proposta de Extensão pode ser importante para a população da cidade de Diamantina, visto que, se as proporções se manterem, o projeto pode dar fim a cerca de 73% dos medicamentos que a população tem remanescente nas residências. Nesse contexto de desperdício, salienta-se o importante papel que o acesso a medicamentos tem sobre a saúde de uma população. Sabe-se que, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), esse acesso a fármacos pertencentes a lista de medicamentos essenciais é validado como um dos cinco indicadores relacionados a avanços na garantia do direito à saúde. Por isso, é importante garantir esse direito com o intuito de assegurar a minimização dos impactos do processo saúde/doença na população, melhorando, dessa forma, a saúde desses indivíduos (BOING et al). Entretanto, pode existir uma dificuldade das classes mais pobres da população em ter acesso à medicamentos, relacionados na falta dessas medicações pelo SUS. Essa carência pode ocorrer como efeito de recessos econômicos vividos pelo país, que resulta na falta de investimentos na saúde pública, e também na dificuldade econômica da própria população para comprar algumas dessas medicações (OLIVEIRA et al., 2006). Por isso, espera-se que o repasse dos fármacos arrecadados pelo projeto à população possa reduzir os impactos que os problemas de abastecimento de medicamentos na esfera pública trazem, beneficiando os indivíduos que dependem desse serviço. Dando ainda mais relevância à realização desse projeto em Diamantina-MG, destaca-se que a cidade é referência em saúde para o Vale do Jequitinhonha, macrorregião muito pobre do Estado de Minas Gerais, na qual ela está situada. Por isso, essa estratégia pode garantir tratamento e higidez dessa população, proporcionando melhora da qualidade de vida dos moradores do Vale, por meio da conscientização da população sobre os benefícios desse processo de doação. Com essas medidas, consegue-se diminuir a produção de lixo farmacêutico e favorecer a população que necessita desses tratamentos, recolhendo medicamentos que não serão utilizados pelas pessoas e promovendo a doação destes para indivíduos que usam os serviços do SUS e da Faculdade de Medicina de Diamantina (FAMED). O projeto atualmente encontra-se em funcionamento há cerca de dois anos, pelos editais 2019/01, 2020/01 e 2021/01. Na primeira fase do projeto, houve uma estruturação da equipe e dos materiais que seriam utilizados no recolhimento e na dispensação dos medicamentos. A FAMED disponibilizou armários, e o espaço físico para que ocorresse a triagem e a dispensação, e a SCCD também vem cumprindo o seu papel, auxiliando no descarte dos medicamentos inviáveis. Além disso, todo o material de papelaria que foi utilizado para confecção das caixas de coleta foi encontrado no SIGA e foi possível contar com o orçamento fornecido pela PROEXC para a confecção desses materiais. Nessa fase de estruturação, não houve uma expressiva dispensação de medicamentos, visto que as doações só começaram a ser significativas após os primeiros seis meses de consolidação da equipe e do próprio projeto dentro da comunidade. Hoje, é notável o quanto o projeto tem sido apoiado tanto no meio acadêmico, quanto pela população externa à universidade. Foi recebido um grande volume de doações de professores médicos, da população que frequenta o Ambulatório da FAMED e também da comunidade acadêmica por meio dos pontos de coleta espalhados pelos campus. De acordo com o levantamento realizado na planilha de estoque do projeto, até o dia 29/09/2019, haviam sido arrecadados cerca de 4.034 medicamentos, em número total de comprimidos. Entretanto, a relevância do projeto não se encontra somente no número em si de medicamentos arrecadados, mas também nos tipos de fármacos. Muitas dessas doações correspondem a medicamentos não encontrados no SUS, como a Venlafaxina, amplamente utilizada no tratamento de transtornos de humor e dor crônica (FERNANDES, 2009). Ademais, também foram arrecadados medicamentos extremamente caros que também não são ofertados pelo SUS, como Sirolimo, utilizados no tratamento de indivíduos transplantados (OLIVEIRA, 2009). Por meio dessa análise de arrecadações, também foi possível perceber um número importante de fármacos arrecadados utilizados no tratamento de algumas das doenças crônicas mais prevalentes na sociedade, como a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) (PASSOS, ASSIS, BARRETO, 2006). Por exemplo, somente de anti-hipertensivos, foram arrecadados 584 comprimidos, o que corresponde a 14,47% do total de medicamentos recebidos. Além disso, a análise da tabela também evidenciou que 7,31% do total corresponde a medicamentos antidepressivos, 1,8% a anti-inflamatórios e 11,25% a anticoncepcionais, medicamentos também amplamente utilizados na prática clínica. Nesse contexto, observa-se que até o dia 29/09/2019, houve uma doação de 443 medicamentos, cerca de 11% do total arrecadado. Apesar desse número de doações ainda não ser tão expressivo, visto que a dispensação iniciou-se no período letivo correspondente a 2019/2, esse levantamento mostra sinais de que o projeto já possui relevância para a população. Outro fator relevante do projeto foi a contribuição em aprendizado e atividades extracurriculares aos membros da equipe. Através das práticas realizadas por todos os integrantes, o projeto estimulou a busca por conhecimento e a geração de vínculos entre os membros da equipe e também com a população beneficiada. Por meio de tudo o que foi exposto, o projeto “Medicamentos para Todos” mostra toda sua relevância e também o seu potencial de retorno à comunidade e aos extensionistas. Por conta da Pandemia do COVID-19, o projeto teve que paralisar suas ações por conta do distanciamento social imposto pela pandemia, e também porque o Ambulatório Escola da FAMED está desativado no momento, sendo este o espaço físico onde ocorria a dispensação dos medicamentos. Foi firmada uma parceria com a Farmácia Básica da cidade de Diamantina para que eles recebessem todos os medicamentos arrecadados até que as atividades do ambulatório sejam reestabelecidas. Atualmente, algumas mudanças metodológicas estão sendo feitas para que o projeto possa continuar suas ações e consiga desempenhar seu importante papel de transformação social.


Objetivos

Objetivo Geral Realizar campanhas de arrecadação de medicamentos para redistribui-los à população de baixa renda, usuária dos serviços de saúde pública do município de Diamantina, MG, além de conscientizar a população sobre os riscos do consumo abusivo e da autoprescrição de medicamentos, desenvolvendo, secundariamente, uma política ambiental de descarte de fármacos vencidos. Objetivos Específicos • Promover uma campanha de conscientização da relevância da doação de medicamentos, em desuso no domicílio e dentro do prazo de validade, que possa favorecer o tratamento médico a indivíduos de baixa renda; • Instalar pontos estratégicos para viabilizar a coletas dos medicamentos doados pela comunidade; • Realizar uma análise criteriosa das propriedades organolépticas para garantir a viabilidade dos fármacos arrecadados previamente a dispensação dos mesmos; • Auxiliar na adesão do tratamento farmacológico pelos usuários dos serviços de saúde pública do município e especialmente do Ambulatório Escola da Faculdade de Medicina da UFVJM; • Promover o descarte adequado dos medicamentos arrecadados fora do prazo de validade ou sem condições de dispensação; • Evitar problemas socioambientais relacionados à produção de lixo farmacêutico, por meio da coleta de fármacos ainda dentro do prazo de validade; • Realizar campanhas para conscientização da população sobre os riscos do consumo abusivo e da automedicação, bem como do uso de medicamentos fora da validade.


Metas

Previsão de impacto direto: Esse projeto impactará diretamente na manutenção do estado de saúde de muitos indivíduos carentes que utilizam os serviços prestados pelo SUS, contribuindo para que os mesmos possam aderir ao tratamento farmacológico prescrito pelo médico, de acordo com as doações recebidas e repassadas. Além disso, a manutenção de um estado de higidez contribui diretamente para promoção em saúde e consequentemente melhora da qualidade de vida desses indivíduos. Previsão de impacto indireto: de maneira indireta tanto os estudantes de medicina e de outras áreas da saúde quanto a população em geral, que se dispuser a realizar doações, serão beneficiados. Em relação aos estudantes, que compõem a equipe desse projeto, essa proposta impactará no aprimoramento da sua formação acadêmica e profissional com uma abordagem integradora e humanizada revertidos para as reais necessidades da população. Espera-se ainda que os mesmos se tornem propagadores de ações envolvendo o ensino com o serviço e a comunidade, o que é fundamental para a prevenção e promoção da saúde, uma vez que, um profissional humanizado transmite o conhecimento adquirido à equipe interdisciplinar e multidisciplinar em seu ambiente de trabalho de forma a favorecer uma ação conjunta e direcionada as necessidades de saúde da população em geral. Outro benefício relevante é para a população, que além de doar os medicamentos, poderá despertar para um processo de conscientização a respeito do uso abusivo de fármacos, além de ser orientada sobre a importância do descarte correto de medicamentos vencidos, minimizando o impacto ao meio ambiente causada pelo lixo farmacêutico produzido nas residências tornando-se indivíduos ativos no processo de educação em saúde. Indicadores numéricos: apesar dos benefícios imensuráveis à saúde da população de baixa renda, acredita-se que esse projeto poderá alcançar inúmeros indivíduos do Vale do Jequitinhonha que são usuários dos serviços de saúde oferecidos no município de Diamantina, MG. Além disso, tomando como base o número de pacientes assistidos pelos acadêmicos de medicina no ambulatório escola da Famed/UFVJM, nas diversas especialidades médicas destacados no Quadro 1 abaixo, esse número de pacientes terá um peso significativo, caso a grande maioria possa ser beneficiado com o tratamento. Ressalta-se que essa previsibilidade estará diretamente condicionada a quantidade e as diferentes classes de medicamentos recebidos por meio das doações. Quadro 1: Quantitativo de atendimentos do Ambulatório Escola da Faculdade de Medicina da UFVJM, por município dentre as diversas especialidades médicas prestadas. ATENDIMENTO NO AMBULATÓRIO DA FACULDADE DE MEDICINA DE DIAMANTINA (FAMED) POR MUNICÍPIO Período entre 05/06/2017 a 28/09/2017 Especialidades Médicas Atendidas: • Pediatria • Clínica Médica • Dermatologia • Ginecologia/Obstetrícia • Reumatologia • Geriatria • Endocrinologia • Infectologia • Neurologia MUNICÍPIO ATENDIMENTOS Alvorada de Minas 3 Capelinha 9 Carbonita 19 Coluna 6 Congonhas do Norte 15 Coronel Murta 1 Couto de Magalhães de Minas 12 Datas 12 Diamantina 632 Felício dos Santos 11 Francisco Badaró 2 Gouveia 8 Itamarandiba 2 José Gonçalves de Minas 8 Leme do Prado 5 Minas Novas 1 Presidente Kubitschek 1 Rio Vermelho 2 Santo Antônio do Itambé 4 São Gonçalo do Rio Preto 10 Senador Modestino Gonçalves 5 Serro 3 Turmalina 3 TOTAL 774 Fonte: Dados cedidos pela Famed - UFVJM.


Metodologia

A estratégia metodológica delineada para o cumprimento dos objetivos propostos será dividida em duas etapas: durante o período de pandemia e pós pandemia. Caso haja um retorno das atividades acadêmicas normalmente, o projeto voltará a funcionar da forma como funcionava nos editais 2019/01 e 2020/01. Etapa 1: Marketing Essa etapa consistirá na manutenção e reforço da campanha direcionada a conscientizar a comunidade a respeito da importância da doação dos medicamentos que estão armazenados nas residências, em desuso ao projeto. Além disso, também está previsto a produção de conteúdo voltado para informar a população sobre os riscos do consumo abusivo e da auto prescrição de medicamentos para a saúde, além dos riscos ambientais relacionados ao descarte incorreto de medicamentos. No período pré-pandemia, esse processo acontecia por meio da elaboração de panfletos e cartazes, que eram colocados nos pontos de coleta e nas ESF’s da cidade e posts em redes sociais, sendo esses conteúdos produzidos pela equipe do projeto. Durante a Pandemia, o Marketing do projeto focará mais na produção de conteúdo virtual. Serão feitos posts semanais no Instagram e Facebook do projeto e também serão programadas lives com membros do projeto e professores convidados da Universidade com o intuito de levar informação à população sobre os temas supracitados. Estão planejadas reuniões periódicas da equipe, juntamente ao coordenador do projeto, visando organizar as estratégias de divulgação e elaborar novos materiais para essa divulgação. A equipe também conta com a ajuda de um técnico da FAMED, que é farmacêutico, para auxiliar nessa produção desses conteúdos. Essa abordagem continuará tendo uma linguagem informal, com objetivo de facilitar o entendimento, abrangendo a maior número possível de indivíduos da comunidade. Ademais, a elaboração de mídias também envolve a confecção de um banner no formato 1,00x1,20m, com todas as características descritas no edital PIBEX 2021/1, o qual ficará disposto no Ambulatório da FAMED e também será utilizado em todas as ações do projeto, para que sejam feitos registros fotográficos para a apresentação no Relatório Final. Etapa 2: Coleta e Arrecadação. Essa etapa será destinada ao reestabelecimento dos pontos de coleta já existentes hoje no projeto, analisando possíveis reestruturações e/ou expansões desses pontos. Durante as reuniões iniciais da equipe, que acontecerão de forma online, serão discutidas as possibilidades de serem estabelecidos novos pontos de coleta dentro da cidade, visando expandir o público doador de medicamentos do projeto, que hoje abrange a população que frequenta o Campus JK, Campus I e Ambulatório Escola da FAMED. Todos os pontos de coleta possuem, atualmente, uma caixa fechada destinada ao depósito dos fármacos. Essa caixa possui apenas um orifício em sua exterioridade, com espaço suficiente para a passagem de uma caixa de medicamentos padrão grande, o que evita a exposição das embalagens do fármaco à população e às pessoas que manipularem a caixa. Os membros da equipe irão se revezar para visitar os locais de coleta quinzenalmente e recolher as doações, que, subsequentemente, são entregues aos farmacêuticos da equipe no prédio da FAMED. Com a pandemia, haverá um foco também na procura de doações de medicamentos por médicos e farmácias da cidade, tentando conseguir o máximo possível de medicamentos, já que os pontos de coleta dos Campus estarão prejudicados pela falta de público dentro da Universidade. Etapa 3: Triagem e Dispensação. Posteriormente, esses fármacos passam por uma análise de viabilidade pelos profissionais farmacêuticos que integram a equipe do projeto. Essa etapa consiste na conferência da data de validade dos fármacos e uma análise geral para verificar se a caixa está com umidade, se a coloração dos medicamentos estão alteradas e se existem comprimidos fracionados. Outras propriedades organolépticas também são analisadas, de acordo com o livro “FARMACOPEIA”, para que haja uma padronização da triagem pelos dois farmacêuticos habilitados para avaliar a qualidade desses medicamentos recebidos. Após a realização dessa análise, os farmacêuticos da equipe classificam esses medicamentos e os colocam em uma tabela online, estruturada em ordem alfabética de medicamentos, para que a população tenha acesso ao estoque de medicamentos do projeto. O link de acesso fica disponível para a população em todas as redes sociais do projeto. Após esse registro, os fármacos são direcionados ao ponto de dispensação, tornando possível o acesso desses itens pela população. Essa triagem está sendo realizada em um espaço cedido pela FAMED e poderá ser auxiliado pelos outros integrantes da equipe, caso haja alguma demanda por parte dos técnicos de ajuda, mas jamais será executado somente por qualquer outro membro do projeto. Durante o período da pandemia, o Ambulatório Escola da FAMED, local onde antes eram dispensados os fármacos arrecadados pelo projeto, não se encontra em funcionamento. Por isso, enquanto durar a pandemia, não será possível que haja dispensação de medicamentos pelo projeto. Entretanto, foi firmada uma parceria com a Farmácia Básica de Saúde do município de Diamantina para que eles recebam como forma de doação e repassem à população todos os fármacos viáveis e triados arrecadados pela equipe. Com isso, o projeto manterá um dos seus objetivos principais, que é beneficiar a população com essas medicações. Portanto, também durante esse período, a tabela de medicamentos disponíveis não estará em funcionamento. Por outro lado, com o reestabelecimento das atividades acadêmicas no ambulatório e o fim da pandemia, o projeto pretende voltar a exercer suas funções de dispensação no Ambulatório Escola da FAMED. Isso será possível pois a equipe já conta com armários para o armazenamento desses fármacos e com o apoio da FAMED para que o projeto volte a funcionar nas dependências do Ambulatório. Dessa forma, há uma previsão de que, com a retomada das atividades normais do Ambulatório, a dispensação volte a funcionar como funcionada nos editais 2019/01 e 2020/01. Essa distribuição é de responsabilidade do farmacêutico da Faculdade de Medicina, sendo a dispensação feita tanto por ele, quanto pelas técnicas e funcionárias do Ambulatório da FAMED, já que para a dispensação não há necessidade exclusiva de um farmacêutico. Isso ocorrerá mediante xérox do receituário médico e marcação da receita original com um carimbo para controle. Etapa 4: Descarte. Os fármacos que passam pela triagem e não são aprovados para reutilização pela população deverão receber o devido descarte. Para tal, um dos discentes integrantes da equipe é responsável por recolher esse lixo farmacêutico na FAMED e entrega-lo a um responsável, funcionário da Farmácia Básica de Diamantina, instituição que se comprometeu, também por meio do termo de anuência, a receber esse lixo farmacêutico. Isso evitará os problemas socioambientais que esses fármacos poderiam causar, caso tivessem sido descartados incorretamente pela população.


Referências Bibliográficas

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Inserção do estudante

Já no primeiro ano de curso, os acadêmicos de medicina são inseridos nos programas de Estratégias de Saúde de Família (ESF), como parte integrante do currículo. Estes são peça chave para execução da presente proposta, uma vez que o seu processo de formação acadêmica/profissional favorece a integração do ensino ao serviço prestado à comunidade, dentro de seu cenário de prática. A execução desse projeto contribuirá para aprimorar os conhecimentos desses acadêmicos em relação ao processo de saúde e doença, ao mesmo tempo em que contribui diretamente para uma formação consciente e humanizada direcionadas às reais necessidades de saúde da população. Os acadêmicos, ao atuarem junto com a equipe do projeto, serão beneficiados recebendo orientação dos demais membros da equipe, uma vez que participarão de todas as etapas de execução. Por meio da elaboração de ferramentas de mídia para divulgar o projeto e conscientizar a população sobre a importância das doações, esses alunos serão estimulados a agir proativamente, ser criativos, desenvolver habilidades de comunicação (escuta, fala e escrita) e trabalhar em equipe, uma vez que eles serão responsáveis diretamente pela divulgação do projeto bem como pela interação da equipe. Além do beneficiamento pessoal desses alunos, por meio da coleta dos fármacos doados e do auxílio nas etapas de análise de viabilidade dos medicamentos, esses alunos terão sua curiosidade aguçada para conhecer mais sobre os diferentes tipos de fármacos, visto que ajudarão nas etapas de coleta e triagem desses medicamentos. Além disso, os alunos que forem auxiliar nas etapas de triagem serão capacitados pelos farmacêuticos responsáveis, contribuindo assim, para um melhor conhecimento dos medicamentos os quais eles estarão manipulando. Todas as atividades executadas pelos alunos, serão avaliadas por meio de observação direta, uma vez que em todas as atividades serão acompanhados pelos docentes e/ou técnicos, que fornecerão o feedback semanalmente a respeito das atividades executadas. Com isso, haverá uma maior interação de todos os membros da equipe e uma maior contribuição, por parte dos profissionais da saúde integrantes, para a formação desses acadêmicos.


Observações

Acredita-se que as ações pretendidas com a execução dessa proposta, ao favorecer a complementação da assistência à saúde, especialmente aos indivíduos de baixa renda, possa alcançar um número expressivo de pessoas. Dessa maneira, todos os usuários dos serviços de saúde pública prestados pela secretaria de saúde de Diamantina, somado aos pacientes dos 23 municípios, que também são assistidos diariamente pelos estudantes de medicina e profissionais médicos do ambulatório escola da FAMED, possam ser diretamente beneficiados com a doação dos fármacos. Essas ações refletem em impactos positivos para manutenção da saúde do Vale do Jequitinhonha, uma vez que será capaz de garantir muitos dos tratamentos prescritos pelos médicos e estudantes a esses pacientes. Além dos ganhos com a saúde, os beneficiados diretos com a execução dessa proposta são: 1. Acadêmicos de medicina que aprendem, desde o primeiro contato com os pacientes, o valor do tratamento humanizado, atendendo a integralidade das necessidades de saúde dessas pessoas no nível de atendimento que conseguem prestar. 2. A população em geral que, ao doar os medicamentos, tem a oportunidade de ajudar a complementar o tratamento de populações menos favorecidas. 3. Os indivíduos que frequentam as UBS de Diamantina, que além de serem doadores, podem receber outros medicamentos, dicas de saúde e se conscientizarem sobre os risco do consumo abusivo e da auto prescrição de fármacos, abordado nas mídias informativas produzidas pela equipe. Além disso, favorece a preservação do meio ambiente por meio do descarte adequado dos fármacos vencidos e ou inviáveis para o consumo.


Público-alvo

Descrição

Todos os usuários dos serviços de saúde pública prestados pela secretaria de saúde de Diamantina, somado aos pacientes dos 23 municípios, que também são assistidos diariamente pelos estudantes de medicina e profissionais médicos do ambulatório escola da FAMED.

Municípios Atendidos

Município

Diamantina

Município

Couto De Magalhães De Minas

Município

Alvorada De Minas

Município

Capelinha

Município

Carbonita

Município

Congonhas Do Norte

Município

Coluna

Município

Coronel Murta

Município

Datas

Município

Felício Dos Santos

Município

Francisco Badaró

Município

Gouveia

Município

Itamarandiba

Município

José Gonçalves De Minas

Município

Leme Do Prado

Município

Minas Novas

Município

Presidente Kubitschek

Município

Rio Vermelho

Município

Santo Antônio Do Itambé

Município

Serro

Município

Senador Modestino Gonçalves

Município

São Gonçalo Do Rio Preto

Município

Turmalina

Parcerias

Participação da Instituição Parceira

Os fármacos que passam pela triagem e não são aprovados para reutilização pela população deverão receber o devido descarte. Para tal, um dos discentes integrantes da equipe é responsável por recolher esse lixo farmacêutico na FAMED e entrega-lo a um responsável, funcionário da Farmácia Básica de Diamantina, instituição que se comprometeu, também por meio do termo de anuência, a receber esse lixo farmacêutico. Isso evitará os problemas socioambientais que esses fármacos poderiam causar, caso tivessem sido descartados incorretamente pela população.

Cronograma de Atividades

Periodicidade Mensalmente
Descrição da Atividade

Reunião da equipe para nivelamento, apresentação e discussão das atividades propostas

Periodicidade Anualmente
Descrição da Atividade

divisão de tarefas entre os membros

Periodicidade Mensalmente
Descrição da Atividade

Recolhimento, triagem e distribuição das medicações destinadas ao projeto.

Periodicidade Quinzenalmente
Descrição da Atividade

Divulgação do projeto nas redes sociais, nos ambientes de coleta e distribuição de medicação, bem como no ambiente acadêmico.

Periodicidade Anualmente
Descrição da Atividade

Proposição de relatório sobre as atividades do projeto.