Detalhes da proposta

Vozes Femininas

Sobre a Proposta

Tipo de Edital: Pibex

Situação: Aprovado


Dados do Coordenador

    Nome do Coordenador

    fernanda valim côrtes miguel

    Número de inscrição:

    2021010120210355079

    Unidade de lotação:

    faculdade interdisciplinar em humanidades

Caracterização da Ação

    Área do Conhecimento:

    linguística, letras e artes

    Área temática principal:

    direitos humanos e justiça

    Área temática secundária:

    cultura

    Linha de extensão:

    jornalismo

    Abrangência:

    regional

    Vinculado a programa de extensão:

    não é vinculado a nenhum programa.

    Gera propriedade intelectual:

    Não

Membros

lucas dos santos sousa Bolsista

ana cristina pereira lage Voluntário(a)

gabriela de oliveira araújo Voluntário(a)

lara rodrigues pinheiro Voluntário(a)

ana clara de oliveira marques Voluntário(a)

Resumo

O projeto propõe dar sequência à criação e consolidação de um jornal impresso e virtual autônomo, semestral, independente e sem fins lucrativos que tem como principal propósito contribuir para a formação crítica e sensível da comunidade universitária da U


Palavras-chave

Jornal, gênero, feminismo, cultura, sociedade


Introdução

O projeto Vozes femininas propõe dar sequência a recente criação de um jornal impresso e virtual autônomo, independente e sem fins lucrativos que tem como principal propósito contribuir para a formação crítica e sensível da comunidade universitária da UFVJM, da população de Diamantina e de regiões do Vale do Jequitinhonha a partir da produção e da circulação de materiais ligados à literatura e à arte, em diálogo com outras práticas de leitura e escrita, especialmente aquelas produzidas por mulheres, não se limitando necessariamente apenas aos contextos locais e regionais. O objetivo do jornal é o de incentivar a informação, a sensibilidade estética e a educação para a equidade de gênero, dando visibilidade principal às produções literárias e escritas de autoria de mulheres, além da divulgação de temas ligados ao universo da mulher, com a proposta de usar a informação para combater diversos tipos de violência e opressão que atingem mulheres brasileiras e em toda parte, entendendo que os homens também podem propor suas contribuições ao projeto quando tornam sua a luta pela liberação e pela projeção das mulheres. A iniciativa para a criação do jornal “Vozes femininas” surgiu a partir das edições realizadas pelo projeto de extensão Literatura e Feminismos, e das permanentes reflexões surgidas entre o grupo expressivo de participantes, que incluía também mediadoras que apresentavam e discutiam obras literárias de autoria de mulheres e de escritoras, teóricas e críticas sobre o tema em questão. Reunindo pessoas interessadas nas discussões e provocações dos encontros, nasceu também o desejo de mobilizar outras vozes de mulheres que já pesquisavam e dialogavam com os temas do projeto, ampliando a rede de contatos, de engajamentos e de troca de conhecimentos entre e sobre as mulheres: suas trajetórias históricas e sociais, suas lutas e conquistas, suas práticas e trabalhos, seus dilemas e sentimentos, seus afetos e seus versos. O nome da publicação é uma homenagem ao primeiro jornal feminista da cidade de Diamantina, o "Voz Feminina", produzido na passagem do século XIX para o XX por duas irmãs e uma prima, Nícia, Clécia e Zélia Corrêa Rabello. Toda a proposta passa pelo desejo de fortalecer conexões, criar leitoras e escritoras em potencial, fomentar nosso protagonismo, desfazer apagamentos e expandir nossas redes de informação, lutando contra as opressões, valorizando as mulheres e seus diversos movimentos políticos, artísticos, históricos, culturais e sociais.


Justificativa

O Vozes Femininas surgiu da vontade de um grupo de pesquisadoras de fazer intercâmbio entre instituições, comunidades e grupos interessados na condição da mulher no mundo contemporâneo. O jornal é o primeiro resultado de uma bonita parceria na UFVJM e agrega um grupo grande de colaboradoras internas e externas à instituição. Ele ainda não possui financiamento de nenhuma natureza até o momento. No entanto, possui uma rede importante de apoio, inclusive de outros grupos de pesquisa e projetos, o que consolida seu caráter extensionista”. Com periodicidade semestral, o jornal teve seu número 1 publicado no último mês de setembro de 2020, em versão on-line. Em seu primeiro editorial, o Vozes Femininas apresentou-se com o objetivo de ser um espaço para pensar sobre as interseccionalidades e os desafios diante dos avanços e retrocessos nos direitos das mulheres. Em função da Pandemia, acabamos nos restringindo a uma veiculação exclusivamente digital, o que acabou sendo bastante interessante, pois ampliou o acesso a seu conteúdo. A proposta agora é a de dar sequência às edições e aos trabalhos de formação, desta vez com possibilidade de recurso e financiamento. O projeto se justifica em sua ação extensionista ao motivar reflexões sobre o jornalismo independente e a história da imprensa feminina, sobretudo no Brasil, divulgando esses conhecimentos para a sociedade em forma de matérias, entrevistas, ensaios críticos, divulgação e cobertura de eventos, além de fotos, ilustrações e afins. A proposta incentiva a formação qualificada de uma equipe de redatoras, editoras, revisoras, diagramadoras, produtoras gráficas e visuais, fotógrafas, ilustradoras, que poderão se inserir nas práticas jornalísticas comunitárias e em suas técnicas de produção e, a partir daí, encontrar perspectivas de trabalho, incentivos à leitura e à escrita, promoção da cultura e divulgação popular e científica sobre temáticas relacionadas ao tema do projeto. Atualmente, a cidade de Diamantina conta apenas com a existência de um único jornal periódico impresso, intitulado Voz de Diamantina, que tem como proposta realizar uma cobertura dos acontecimentos gerais da cidade para o público local. Além dele, poderíamos citar também a existência do Jornal da UFVJM, que já não é mais produzido desde 2015. O jornal em questão era uma publicação impressa da Universidade Federal do Vales do Jequitinhonha e Mucuri, com tiragem de 3.000 exemplares e com um perfil institucional, focalizado na divulgação dos acontecimentos ligados à comunidade universitária. Como se percebe, a proposta do Vozes femininas não se sobrepõe a nenhuma das já existentes, encontrando um espaço lacunar importante para projetar outras vozes e outras pautas na imprensa local e regional da atualidade. Para contextualizar brevemente o surgimento da imprensa no Brasil e seu envolvimento com a produção de mulheres, é interessante resgatarmos alguns acontecimentos históricos marcantes. Com a vinda da família real para o Brasil em 1808, foi criada a primeira Imprensa Régia e com ela surgiram os primeiros periódicos que possibilitaram a circulação de notícias agora no território de um país colonial. Esses periódicos eram dirigidos e produzidos em sua totalidade por homens que tinham um considerável público leitor feminino, a exemplo, inclusive, de escritores que publicavam seus folhetins literários no final do século XIX, como Machado de Assis. Interessante pensamos sobre quem eram as mulheres leitoras alfabetizadas nesta passagem do século, em um país ainda escravocrata. Na maioria dos periódicos escritos por homens, as colunas e artigos destinados ao público feminino possuíam colunas específicas e tematizavam assuntos como receitas, dicas de moda, costura, cozinha, literatura, família, casamento, mostrando uma divisão específica de papeis de gênero que reforçavam posições misóginas de uma sociedade centrada no patriarcalismo. A presença das mulheres na imprensa do país se deu tardiamente. Apenas ao final do século XIX é que elas começaram a criar os seus próprios jornais. Como afirma Zahidé Muzart (2003), uma das razões para a criação dos periódicos de mulheres no século XIX partiu da necessidade de conquistarem seus direitos civis, políticos e sociais. Os periódicos, de fato, ajudaram na luta pela emancipação das mulheres, que escreviam seus textos e reivindicações em folhas de papel, agora divulgados amplamente para toda a sociedade. O jornal Das Senhoras (1852), fundado por Juana Paula Manso, e o jornal A Família (1888), fundado em São Paulo por Josefina Álvares de Azevedo, foram os primeiros periódicos criados por mulheres, pioneiros no âmbito nacional. Outro exemplo foi o periódico Belona Irada, de Maria Josefa Barreto. Em Minas Gerais destaca-se a iniciativa de D. Francisca Senhorinha da Motta Diniz, que publicou o periódico O Sexo Feminino na cidade de Campanha em 1874. A criação desses periódicos incluía discussões voltadas para temas como política, religião, escravidão e a sociedade, em geral. O nordeste brasileiro tem um grande papel de destaque para essa emancipação das mulheres, como afirma Mozart: “As nordestinas escreveram muitos artigos, poemas, contos sobre a questão da abolição da escravatura, visando sempre a uma maior participação nas áreas da educação, da profissionalização e da política”. Nesse sentido, a partir das pioneiras, muitos foram os jornais criados por mulheres, como A Camélia, A Violeta, O Lírio, A Crisálida, A Borboleta, O Beija-Flor, A Esmeralda, A Grinalda, O Leque, O Espelho, Primavera, Jornal das Moças, Eco das Damas, e assim por diante. Esses periódicos fundados por mulheres passam a existir já no século XIX, embora seja no século XX que tenham ganhado uma maior expressão, especialmente a partir da década de 1970. Suas existências influenciaram muitas outras mulheres a lutarem por seus direitos, como a luta pelo direito ao voto, por exemplo, conquistado apenas em 1932. A histórias da imprensa feminina no Brasil demonstra que as mulheres lutaram por assumir um lugar de enunciação próprio em espaços antes ocupados exclusivamente pelos homens, repensando os temas convenientes a seus próprios interesses e, muitas vezes, rompendo silêncios e padrões estereotipados em relação ao que se consideravam os papeis femininos em cada época. É preciso também reconhecer que, ao longo dessa história em construção, em alguns casos, as mulheres também reforçaram posturas conservadoras e posições sociais machistas, o que nos aponta para o perigo de um essencialismo redutor para lidar com as discussões de gênero e também para a necessidade do incentivo das discussões críticas sobre o feminismo entre as mulheres e toda a sociedade. As ondas feministas dos séculos XIX e XX fundamentaram, de certa forma, a criação dos periódicos, inclusive no Brasil, motivando as lutas das mulheres por direitos iguais e por pautas relacionadas ao reconhecimento de seu trabalho, participação na política e na sociedade, e luta contra a violência e o sexismo.


Objetivos

O objetivo geral do projeto consiste na criação de um jornal impresso autônomo e sem fins lucrativos, de periodicidade mensal, destinado ao público da comunidade universitária e aos moradores de Diamantina e regiões do Vale do Jequitinhonha. O conteúdo principal do jornal focaliza-se nas temáticas da literatura em diálogo com as práticas de leitura e escrita das mulheres no contexto atual. Entre os objetivos específicos, estão os seguintes: 1. Fomentar a prática jornalística independente e sem fins lucrativos na UFVJM e em Diamantina, colaborando com a formação qualificada de redatoras, editoras de texto, revisoras, produtoras visuais, fotógrafas e pesquisadoras dos temas relevantes ao jornal. 2. Estabelecer diálogos entre literatura, imprensa feminina e feminista e produção cultural em Minas Gerais e no Brasil, promovendo amplo acesso às vozes de escritoras, leitoras e pesquisadoras dos temas em questão, através da divulgação de eventos, trabalhos e pesquisas e da publicação de ensaios, colunas, resenhas e entrevistas. 3. Criar espaços de produção e circulação de informações relevantes ao público sobre literatura e escrita de autoria de mulheres e que aproximem as pesquisas acadêmicas da sociedade. 4. Estabelecer interdisciplinaridade entre ensino, pesquisa e extensão, fomentando o estudo histórico e literário sobre a formação de leitoras e a imprensa feminina no Brasil, promovendo reflexões críticas sobre memória, escrita e poder e promovendo a circulação social desses saberes. 5. Estabelecer a integração entre a equipe de colaboradoras do projeto, que envolve professoras, estudantes e colaboração externa à universidade. 6. Incentivar a leitura e a formação crítica do público leitor da cidade de Diamantina e região.


Metas

A previsão de impactos, diretos e indiretos, relacionados ao projeto não podem ser mensuráveis em termos numéricos, uma vez que a principal proposta do jornal envolve a formação cultural, ética, estética e política de toda a comunidade de leitores evolvidos. Pensando sobre os impactos em termos qualitativos, podemos prever o incentivo à leitura; à cultura; à sensibilização histórica e literária, à circulação de informações e saberes importantes para o esclarecimento da população, especialmente em relação às mulheres; a produção qualificada de redatoras, revisoras e editoras na construção de um jornal; o fortalecimento dos cursos de licenciatura em Ciências Humanas da UFVJM; o envolvimento dos estudantes com os problemas da sociedade e com as dimensões éticas da produção de conhecimento. Cada edição pretende publicar um total de 416 jornais, o que garante o alcance mínimo a 416 pessoas, valor que pode duplicar, triplicar ou se replicar a um universo muito maior, se considerarmos que um único e mesmo jornal pode ser lido por várias pessoas diferentes, podendo ter um alcance médio de mais de duas mil pessoas.


Metodologia

A proposta inicial do projeto era a de que o periódico fosse produzido mensalmente. No entanto, a primeira experiência de criação e elaboração de nossa primeira edição demonstrou a inviabilidade desta periodicidade. Nesse sentido, a proposta agora é a de produzirmos o jornal semestralmente, com a viabilidade de recursos para impressão das edições, o que justifica a importância da aprovação da proposta no respectivo edital. Essas e outras decisões relativas aos assuntos de pauta, tiragem, cor e formatos, número de páginas e seções de composição das próximas edições deverão ser decididas em conjunto pelo grupo de colaboradas do projeto, incluindo possíveis voluntários e voluntárias. Para colocar em prática o projeto aqui previsto, a partir de sua segunda edição, as metodologias empregadas incluem as seguintes etapas, não necessariamente cronológicas: 1. Reuniões periódicas com o grupo de colaboradores; 2. Discussão sobre os objetivos, metas, expectativas e criação de pauta para cada edição; 3. Discussão sobre o formato da publicação; 4. Realização de oficinas periódicas de redação e diagramação; 5. Discussão sobre as seções que devem compor o jornal; 6. Distribuição de tarefas para a composição das seções; 7. Elaboração dos textos e revisões de cada edição; 8. Fechamento de cada edição; 9. Publicação e estratégias de divulgação de cada edição. As reuniões do jornal deverão ocorrer quinzenalmente, no caso de se manter a ideia de publicação semestral. Nelas, o grupo discutirá todas as questões relativas ao jornal e realizará também as discussões de pauta das edições, momento de definição sobre quais serão os temas da edição e as divisões dos trabalhos entre os membros da equipe para posterior divisão de tarefas, elaboração de convites, produção, correção e edição dos textos. Já a divisão das sessões que devem compor o jornal será definida em momento posterior à possível aprovação da proposta, junto a toda equipe editorial, que contará com um grupo interdisciplinar, formado por professoras e alunas de diferentes cursos, além de colaboradoras e colaboradores externos à universidade, de dentro e fora do país, com convites previstos para que enviem textos para publicação, garantindo uma pluralidade de vozes e olhares para as coberturas das edições. O projeto pretende realizar a confecção e publicação de um total de 2 edições em seu segundo ano de existência, além do pedido de ISSN da publicação, que só pode ser realizado após a publicação de nossa segunda edição. Sobre o formato do jornal, ele foi pensado inicialmente para corresponder ao tamanho próximo ao de um tablóide, ou seja, metade do tamanho de um jornal em formato standard, com uma mancha gráfica próxima ao valor de 30cm para cada página. Esse formato assume um aspecto cômodo, com manuseio bem mais fácil por parte dos leitores. Entre alguns de seus aspectos positivos está o fato da maior facilidade de produção da edição, em função dos textos mais curtos e da menor quantidade de argumentos visuais. Além disso, pode ser impresso em gráficas de pequeno ou de médio porte com valor acessível, considerando o volume de sua massa física, que é menor. Em um primeiro momento, a ideia seria mantermos a impressão colorida apenas na frente e no verso do jornal, mantendo as demais páginas com impressão em preto em branco. Essa sugestão garantiria uma redução nos custos das impressões individuais e da tiragem total de cada edição, ao mesmo tempo em que manteria a capa colorida como forma de maior atratividade da publicação. Após a publicação de nosso segundo número, será dada a entrada ao pedido de ISSN, Número Internacional Normalizado para Publicações Seriadas, usado para a identificação de produções em série. A importância do ISSN é a de validar as publicações autorais e assinadas como produções acadêmicas, ampliando as possibilidades de convites à correspondentes e, consequentemente, a circulação e a visibilidade do jornal. Alertamos para o fato de que, para que seja possível a realização do pedido, é necessário que tenhamos a segunda edição totalmente “fechada” e pronta para ser publicada. A primeira edição, já publicada, deverá ser enviada juntamente com a segunda, a ser construída, ao pedido de ISSN do jornal e, no caso de sua aprovação, o número deverá ser incluído retroativamente nesses números iniciais. Acreditamos que o investimento na formalização desse pedido contribui também com o fortalecimento da pesquisa na UFVJM. Assim que tivermos uma autorização nacional oficial sobre a possibilidade de retorno às atividades presenciais nas universidades, o local que sediará todas as reuniões do projeto e a produção de todo o conteúdo das edições do jornal será o Laboratório de Literatura, Arte e Cultura da UFVJM, localizado no primeiro andar do Prédio do Centro de Estudos em Humanidades, no campus JK, em Diamantina, Minas Gerais. O espaço é coordenado pelo curso de Letras da UFVJM e conta com infraestrutura apropriada para a realização da proposta, incluindo mesa de reunião, projetores e computadores. Todas as atividades relacionadas ao jornal estarão articuladas com as pesquisas desenvolvidas pelos grupos de pesquisas dos professores da instituição, fomentando o envolvimento dos estudantes em projetos de iniciação científica, monografias e dissertações. Além disso, o jornal conta com o apoio do Museu Tipografia Pão de Santo Antônio; Observatório dos Vales e do Semiárido Mineiro da UFVJM (Grupo Interdisciplinar de Pesquisa, Ensino e Extensão); do Observatório dos Direitos das Mulheres dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri; do Museu do Diamante/Ibram; do NEABI, Núcleo de Estudos Afro Brasileiros e Indígenas; e do NUPEDE, Núcleo de Pesquisa, Ensino, Extensão e Divulgação sobre Escravidão (CNPq/UFVJM).


Referências Bibliográficas

ABREU, Márcia (Orgs.). Leitura, história e história da leitura. Campinas: Mercado das Letras, 1999. ARAÚJO, José Carlos e GATTI JR, Décio (orgs.). Novos temas em história da educação. Instituições escolares e educação na imprensa. Uberlândia: EDUFU; Campinas: Autores Associados, 2002. CARDOSO, Elizabeth. Imprensa brasileira pós-1974. Estudos Feministas. Florianópolis: CFH/CCE/UFSC. V. 12, n. especial, 2004. p. 37-55. DUARTE, Constância Lima. Imprensa feminina e feminista no Brasil: século XIX. Dicionário Ilustrado. Belo Horizonte: Autêntica, 2016. FESTA, Regina. Comunicação popular e alternativa no Brasil. São Paulo: Paulinas, 1986. FOUCAULT, Michael. História de Sexualidade I: A vontade de saber. 14. ed. Rio de Janeiro: Edições Graal, 2001. 152 p. Tradução de Maria Thereza da Costa Albuquerque e J.A Guilhon Albuquerque. JAMESON, Frederic. A lógica cultural do capitalismo tardio. São Paulo: Ática, 1996. JINZENJI, Mônica Yumi. Cultura Impressa e Educação da Mulher no Século XIX. Belo Horizonte:Editora UFMG, 2010. KUCINSKI, Bernardo. Jornalistas e revolucionários: nos tempos da imprensa alternativa. 2 ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2003. MANGUEL, Alberto. Uma história da leitura. Trad. Pedro Maia Soares. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. MEDINA, Cremilda de Araújo. Entrevista: o diálogo possível. São Paulo: Ática, 1986. MELO, Jacira. Publicar é uma ação política. Revista Estudos Feministas. Florianópolis: CFH/CCE/UFSC, vol. 11. n. 1, 2003. p. 298-301. MIGUEL, Sônia Malheiros. Publicando nas ONGs feministas: entre a academia e a militância. Revista Estudos Feministas. Florianópolis: CFH/CCE/UFSC, vol. 11. n. 1, 2003. p. 271-283. MUZART, Zahidé L. Editora Mulheres: o que contar? In: FUNK, S. B. et al (orgs.). Linguagens e narrativas. Tubarão: Ed. Copiart, 2014. MUZART, Zahidé Lupinacci. A questão do cânone. In: SCHMIDT, Rita Terezinha. (Trans)formando identidades. Porto Alegre: PPGLetras, 1997. p. 79-89. MUZART, Z. L. (org.) Escritoras Brasileiras do Século XIX. Antologia. V. 2. Florianópolis: editora Mulheres; Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2004. NASCIMENTO, Cecília Vieira. O sexo feminino em Campanha pela emancipação da mulher (1873-74). Dissertação de mestrado. FAE. UFMG, 2004. PRIORE, Mary Del (org.). História das Mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 2004 ROMANCINI, Richard; LAGO, Cláudia. História do jornalismo no Brasil. Florianópolis: Insular, 2007. TELES, Maria Amélia de Almeida. Breve história do feminismo no Brasil. São Pau- lo: Brasiliense, 1999. VILLELA, Heloísa. Imprensa pedagógica e constituição da profissão docente. In: GONDRA, José (org.). Dos arquivos à escrita da história: a educação brasileira entre o Império e a República no século XIX. Bragança Paulista/SP: Editora da Universidade São Francisco, 2001.


Inserção do estudante

A formação do estudante será mais intensa nas áreas de Letras e História, o que favorece a sua participação no projeto, na medida em que ele será colocado em contato com a prática permanente de pesquisa, leitura, escrita e revisão de texto, qualificando seu trabalho formativo e profissional. O estudante, em parceria com a equipe de colaboradores, será capacitado permanentemente através de reuniões semanais nas quais procuraremos qualificar as discussões teóricas sobre a história da imprensa feminina, especialmente no Brasil, além de saberes específicos sobre a prática de elaboração de um jornal, através de oficinas permanentes sobre como realizar entrevistas, como trabalhar com programas de edição, como tratar fotos e selecionar imagens, quais são as técnicas jornalísticas apropriadas para cada gênero em questão, etc. A equipe será convidada a participar da produção de pauta do jornal, que inclui a seleção de temas a serem contemplados em cada edição, penando sobre seu alcance e relevância. O projeto contribui dialeticamente com a formação dos estudantes envolvidos, não unicamente do bolsista, na medida em que problematiza a relevância dos temas ligados ao universo da mulher, a história da imprensa feminina e feminista, das práticas jornalísticas e do envolvimento com a leitura, a escrita e suas dimensões ideológicas, éticas e políticas. Além disso, o projeto pretende promover um maior autoconhecimento por parte das participantes e da comunidade onde vivem, promovendo uma reflexão crítica sobre a sociedade, sobre Diamantina e locais que integram o Vale do Jequitinhonha. O estudante bolsista participará de todas as etapas de produção do jornal, realizando atividades supervisionadas, como as seguintes: participação em reuniões semanais; elaboração das pautas de cada edição; produzindo fotos e outras criações; realizando convites para produção dos textos; realizando entrevistas com escritoras; produzindo e revisando os textos do jornal; contribuindo com a construção de cada projeto gráfico de edição; auxiliando a coordenação do projeto em suas atividades administrativas; elaborando relatórios sobre o projeto e fazendo sua divulgação, através da participação em eventos científicos. O projeto é ambicioso, na medida em que demanda um trabalho qualificado, de formação de toda a equipe em relação aos conhecimentos teóricos e práticos sobre como se produz um jornal. Nesse sentido, a proposta também qualifica uma equipe a atuar socialmente e profissionalmente no campo da prática jornalística na cidade e na região do Vale do Jequitinhonha. O jornal pretende ampliar suas parcerias interinstitucionais, apoiando projetos afins e ampliando o alcance de todos eles para a população de Diamantina e dos Vales do Jequitinhonha, mobilizando toda a potencialidade do que acreditamos ser o papel da extensão universitária. Por fim, o projeto pretende promover a interdisciplinaridade, reunindo professores, alunos e colaboradores de cursos e universos distintos, fomentando o encontro de grupos de pesquisa, ensino e extensão.


Observações

A relevância da presente proposta é a de encontrar um acolhimento coletivo para suportar este longo processo de retrocessos democráticos. A idealização do jornal surgiu da vontade de realizarmos um intercâmbio entre instituições, comunidades e grupos interessados na condição da mulher no mundo contemporâneo, interessados em discutir pautas relacionadas à emancipação de todas as mulheres, na denúncia do patriarca como sistema de dominação e o fim de todas as formas de violência, exploração e hierarquias. O compromisso, portanto, está necessariamente articulado às lutas contra o racismo estrutural, o preconceito de gênero, o elitismo e o imperialismo. Acreditamos na possibilidade de reunirmos pessoas para lutas e ações concretas, processos educativos e formas de criarmos possibilidades de futuro, reafirmando nossa existência e gestando nossas próprias resistências, fortalecendo laços e sensibilizando imaginários. A primeira edição do jornal pode ser acessada através do seguinte link: https://drive.google.com/file/d/1_YgEAVMI2G73ygjIhtdgbMvsOOvCYAa-/view?usp=sharing


Público-alvo

Descrição

Estudantes, técnicos administrativos, professoras e professores interessados nas discussões e nas matérias veiculadas pelo jornal.

Descrição

O jornal é destinado principalmente ao público de moradores de Diamantina e de regiões do Vale do Jequitinhonha. O conteúdo principal do jornal focaliza-se nas temáticas da literatura em diálogo com as práticas de leitura e escrita das mulheres no context

Descrição

O jornal é destinado principalmente ao público de moradores de Diamantina e de regiões do Vale do Jequitinhonha, mas terá colaborações locais, regionais, nacionais e internacionais. O interesse é em ampliarmos os diálogos e parcerias e possibilidade de le

Municípios Atendidos

Município

Diamantina-mg

Município

Cidades Do Vale Do Jequitinhonha

Município

Belo Horizonte-mg

Parcerias

Participação da Instituição Parceira

A parceria se constituirá através do diálogo entre as colaboradoras, os temas e a participação nas ações do projeto, troca de experiências, fortalecimento de pesquisas e divulgação.

Participação da Instituição Parceira

A importância da parceria com o NUPEDE se dá em função da aproximação das discussões sobre feminismo e interseccionalidades de raça, classe e gênero. A parceria se constituirá na troca de experiências, fortalecimento de pesquisas e divulgação.

Participação da Instituição Parceira

A importância da parceria com o NEABI se dá em função da aproximação das discussões sobre feminismo e interseccionalidades de raça, classe e gênero. A parceria se constituirá na troca de experiências, fortalecimento de pesquisas e divulgação.

Participação da Instituição Parceira

A parceria constituirá na forma de oficinas, junto ao grupo de colaboradores do projeto, sobre a prática jornalística, editorial e tipográfica em Diamantina-MG. O Museu disponibiliza acervos documentais e impressos e sediará parte das reuniões do projeto.

Participação da Instituição Parceira

A parceria incentiva a produção de conhecimentos científicos, culturais e populares sobre a região, auxiliando no processo de análise da sociedade, no desenvolvimento regional a partir da emancipação, da soberania e em defesa dos territórios de vida.

Participação da Instituição Parceira

O apoio do Museu do Diamante/Ibram, de Diamantina-MG, se dará através do diálogo entre suas colaboradoras, possível participação nas ações do projetos, troca de experiências, fortalecimento de pesquisa e divulgação das edições.

Cronograma de Atividades

Periodicidade Quinzenalmente
Descrição da Atividade

As reuniões do jornal deverão ocorrer quinzenalmente, no caso de se manter a ideia de publicação semestral. Nelas, o grupo discutirá todas as questões relativas ao jornal e realizará também as discussões de pauta das edições, momento de definição sobre quais serão os temas da edição e as divisões dos trabalhos entre os membros da equipe para posterior divisão de tarefas, elaboração de convites, produção, correção e edição dos textos. Ao longo dos encontros, a proposta é acompanharmos coletivamente o trabalho de elaboração dos textos; revisões detalhadas de cada edição; e fechamento de cada edição. Também discutiremos as formas de publicação e estratégias de divulgação em cada caso. Já a divisão das sessões que devem compor o jornal será definida em momento posterior à possível aprovação da proposta, junto a toda equipe editorial, que contará com um grupo interdisciplinar, formado por professoras e alunas de diferentes cursos, além de colaboradoras e colaboradores externos à universidade, de dentro e fora do país, com convites previstos para que enviem textos para publicação, garantindo uma pluralidade de vozes e olhares para as coberturas das edições.

Periodicidade Mensalmente
Descrição da Atividade

As oficinas de redação, diagramação e fotografia serão ofertadas aos integrantes da equipe de colaboradores, com revezamento entre possíveis convidados a ministrarem cada encontro. O objetivo das oficinas será o de qualificar e capacitar a equipe no trabalho de composição, edição e diagramação do jornal, no uso de ferramentas e programas específicos, e de produção, edição e revisão de texto. Parte das oficinas possuem a previsão de acontecerem no Museu da Tipografia de Diamantina, com a possibilidade de estudarmos sobre a história da imprensa, e da imprensa feminina e feminista, no Brasil, em Minas Gerais e em Diamantina, através de consulta e acervo histórico. Esses encontros serão intercalados aos encontros periódicos do grupo, incorporando discussão sobre o formato da publicação; sobre as seções que devem compor cada edição; sobre a criação de arte da diagramação e técnicas jornalísticas importantes para a criação das matérias, entrevistas e eventuais reportagens ou textos de opinião. Não teremos atividade no mês de janeiro, fevereiro e julho, em função do período de recesso escolar e férias acadêmicas. No entanto, o bolsista poderá desenvolver outras atividades durante esses meses.

Periodicidade Anualmente
Descrição da Atividade

Após a publicação de nossa segunda edição, será dada a entrada ao pedido de ISSN, Número Internacional Normalizado para Publicações Seriadas, usado para a identificação de produções em série. A importância do ISSN é a de validar as publicações autorais e assinadas como produções acadêmicas, ampliando as possibilidades de convites à correspondentes e, consequentemente, a circulação e a visibilidade do jornal. Para que seja possível a realização do pedido, é necessário que tenhamos a segunda edição totalmente “fechada” e pronta para ser publicada. A primeira edição, já publicada, deverá ser enviada juntamente com a segunda, a ser construída, ao pedido de ISSN do jornal e, no caso de sua aprovação, o número deverá ser incluído retroativamente nesses números iniciais. Acreditamos que o investimento na formalização desse pedido contribui também com o fortalecimento da pesquisa na UFVJM.

Periodicidade Anualmente
Descrição da Atividade

O grupo fará dois encontros pontuais, ao longo do ano de 2021 (possivelmente em junho e em dezembro), para avaliar coletivamente os resultados conquistados após a publicação da segunda e da terceira edição do jornal. Os encontros deverão ser incorporados nas datas de duas das reuniões mensais já previstas ao longo do ano, a depender da data de publicação das edições. O objetivo dos encontros será o de analisar as qualidades das publicações, em cada caso, e estudar possibilidades de mudanças, aprimoramentos e sugestões para dar sequência aos trabalhos.

Periodicidade Anualmente
Descrição da Atividade

O bolsista será responsável por participar e elaborar todas as atas das reuniões e oficinas realizadas ao longo do desenvolvimento do projeto, assim como acompanhar todas as etapas de desenvolvimento das edições do jornal de maneira colaborativa. O bolsista ficará responsável pela escrita do relatório final do projeto, pela escrita de resumo, produção de painel e participação em eventos acadêmicos, como forma de dar visibilidade ao projeto e à instituição.

Periodicidade Semanalmente
Descrição da Atividade

A bolsista deverá cumprir com uma carga total de trabalho de 12 horas semanais, que incluem reuniões periódicas semanais com a coordenação e colaboradores do projeto; o levantamento de leituras significativas ao tema e de nomes de possíveis convidadas a serem entrevistadas ou que possam colaborar, através da escrita de ensaios e resenhas, para cada edição; o auxílio na construção de pauta para as edições; a escrita de pequenas notas, matérias e estruturação de entrevistas com a supervisão da coordenação; participação em oficinas de redação, edição de textos e de imagem e colaboração na edição do projeto editorial do jornal. Além disso, a bolsista terá uma série de atividades regulares, relacionadas à checagem de e-mail do jornal; à divulgação do projeto em redes sociais e institucionais; a distribuição da tiragem dos jornais na cidade. A bolsista também ficará responsável pela escrita de um relatório parcial, um relatório final e da apresentação dos resultados finais do projeto em eventos científicos da área. Reuniões periódicas semanais com a coordenação do projeto/ todos os meses. Sugestão de obras, leituras e temas para as edições /todos os meses. Criação de planilha de convidadas a colaborarem com as edições /janeiro e julho Criação de endereço eletrônico, página em redes sociais e checagem de mensagens e afins / todos os meses. Participação na produção dos jornais: redação de notícias, notas, entrevistas e afins, revisão de texto Participação em oficinas de edição, criação, montagem, escrita e revisão de texto / todos os meses (exceção de janeiro e julho de 2021). Divulgação do projeto em redes sociais e institucionais na UFVJM, como rádio e portal / todos os meses. Elaboração de relatório final do projeto / dezembro Elaboração de resumo e painel para divulgação dos resultados em evento científico / julho ou dezembro