Visitante
Garimpando o cotidiano: cultura, experiência e promoção da saúde mental
Sobre a Proposta
Tipo de Edital: Pibex
Situação: Aprovado
Dados do Coordenador
suzana esteves quadros
20231012023258115
faculdade de medicina de diamantina - famed
Caracterização da Ação
ciências humanas
saúde
cultura
saúde humana
regional
Não
Membros
roberta vasconcelos leite
Vice-coordenador(a)
matheus de bessas alves
Voluntário(a)
lázaro silva queiroz
Vice-coordenador(a)
yuri elias gaspar
Vice-coordenador(a)
vanessa herculano toledo
Bolsista
samara jorge martins
Bolsista
O projeto busca superar o modelo centrado no adoecimento por meio da valorização das experiências cotidianas que fortalecem e promovem a saúde mental. A previsão é que o público continue sendo composto por usuários e trabalhadores da saúde mental do município de Diamantina e região, além de familiares e quaisquer pessoas interessadas em cuidar da própria saúde mental, especialmente discentes, docentes, técnicos e demais trabalhadores da UFVJM.
humanização, grupos comunitários, promoção da saúde mental
A saúde mental, reconhecida como primordial para a realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), ainda é questão negligenciada e cercada de estigmas (ONU, 2018). Enquanto a desagregação das relações interpessoais e outros processos do mundo contemporâneo contribuem para o aparecimento de novas formas de sofrimento psíquico e somatização, tornam-se obsoletos os discursos que circunscrevem o adoecimento mental como problema de uma parcela restrita da população (BERGER; LUCKMANN, 2004; MENDES LEMOS; CELIO FREIRE, 2011). Concomitantemente, busca-se cada vez mais identificar fatores de proteção e difundir estratégias de promoção da saúde mental que contemplem as múltiplas dimensões imbricadas na questão, superando modelos de assistência centrados na doença e promotores de segregação da pessoa em sofrimento psíquico (ROCHA; CARDOSO, 2017; SANTOS et al., 2006). Neste cenário, o aprofundamento da discussão sobre saúde mental em âmbito universitário é pauta inadiável, especialmente tendo em vista o número crescente de casos de adoecimento mental e suicídios (DIAS, 2018; OLIVEIRA, 2018). Mostra-se premente a implementação de intervenções que promovam a qualidade de vida das comunidades universitária e externa num movimento aberto aos vários setores da sociedade e aos equipamentos da rede pública de atenção à saúde mental. Com este projeto, espera-se que reflexões desenvolvidas nos contextos de ensino e pesquisa embasem uma ação que incremente a resiliência tanto da comunidade universitária quanto dos usuários dos serviços de saúde mental e da população em geral de Diamantina, município onde a ação será desenvolvida. Ao articular ensino, pesquisa e intervenção, este projeto pretende colaborar para a formação humana e técnica de todos os participantes – particularmente dos estudantes – ao construir um serviço de promoção da saúde mental universitária e comunitária inspirado em metodologias de trabalho com grupos (BARRETO, 2008; ISHARA; CARDOSO; LOUREIRO, 2013). O caráter inovador da iniciativa revela-se na busca por superar o modelo centrado no adoecimento por meio da valorização das experiências cotidianas que fortalecem e promovem a saúde mental, de onde a proposta de que os grupos se intitulem “Garimpando o cotidiano”. A previsão é que o público seja composto por usuários e trabalhadores da saúde mental dos Centros de Atenção Psicossocial – CAPS AD e CAPS Renascer do município de Diamantina, além de discentes, docentes, técnicos, demais trabalhadores da universidade, bem como familiares e quaisquer pessoas interessadas em cuidar da própria saúde mental num processo grupal. Se as condições sanitárias o permitirem, continuaremos a realizar grupos presencialmente nos CAPS ou outras instituições da cidade, como escolas ou casas de saúde. Caso necessário, os grupos poderão ocorrer de forma remota via Google Meet. Como metas, espera-se a participação de ao menos 10 pessoas a cada encontro (virtual ou presencial), estimando-se um impacto indireto de melhoria dos indicadores de saúde mental registrados por serviços públicos de saúde mental de Diamantina e pela UFVJM. Nestes grupos, graduandos de medicina e demais cursos da área da saúde poderão implementar conhecimentos de técnicas grupais ao mesmo tempo em que desenvolvem habilidades interpessoais em um processo de formação humanística. Espera-se favorecer o intercâmbio de saberes com membros de outros setores da sociedade, num processo de valorização do potencial de todos sujeitos envolvidos para o enfrentamento de situações de sofrimento psíquico. A iniciativa pretende promover a interdisciplinaridade e a horizontalidade nas relações, abrindo espaço para que pessoas com diferentes formações acadêmicas e provenientes de vários setores da sociedade vivenciem encontros humanos e sejam cuidados e cuidadores uns dos outros.
Observando as diretrizes do Regulamento de Ações de Extensão da UFVJM, este projeto se insere na área temática 6 – Saúde, e na linha de extensão 46 – Saúde Humana, por ser voltado à promoção da saúde de pessoas, famílias e comunidades ao buscar contribuir para a humanização de serviços e formação de pessoas que atuam ou atuarão na área. O necessário movimento de democratização do acesso e promoção da saúde mental empreende árdua luta contra a realidade social de estigma do adoecimento mental associado à escassez de recursos para a saúde pública e à cada vez mais generalizada medicalização do sofrimento humano (MENDES LEMOS; CELIO FREIRE, 2011). Dado que a saída pela via da medicalização é incapaz de resolver efetivamente a questão – como sinaliza o aumento vertiginoso das taxas de suicídio no mundo, no Brasil, e particularmente em Minas Gerais (DIAS, 2018; OLIVEIRA, 2018) – atesta-se a urgência de tematizar e propor ações que agreguem diferentes campos do saber e contribuam para a resiliência e promoção da saúde mental do público em geral, numa perspectiva interdisciplinar que favoreça a humanização dos serviços ofertados. No caso de Diamantina, pode-se inferir que as dificuldades enfrentadas refletem os desafios nacionais: ainda são poucos equipamentos de saúde mental na rede pública, é precária a formação dos trabalhadores da atenção básica para o manejo dos casos de adoecimento mental, são grandes as filas de espera para acesso aos serviços existentes (GERBALDO et al., 2018). A importância de que a UFVJM contribua para a superação deste cenário é uma das justificativas do presente projeto. A realização dos grupos “Garimpando o cotidiano” almeja propiciar encontros da comunidade universitária com usuários da saúde mental, profissionais da saúde e membros de outros setores da sociedade, num processo de enfrentamento de estigmas ao mesmo tempo em que todos – particularmente estudantes e profissionais dos cursos da área da saúde – têm ocasião para aprimorar sua formação pessoal e interpessoal, além de serem capacitados para a utilização da metodologia em outros espaços da rede de atenção básica. Fundamentação Teórica Este projeto fundamenta-se nos aportes da Fenomenologia Clássica (Husserl, 2008; Stein, 2005). Perguntando sobre os processos constitutivos da pessoa a partir da atenção experiência, essa corrente chega a compreensões que se ancoram no empírico, porém não se limitam ao empiricismo, atestando a viabilidade de uma ciência aberta para a totalidade dos fatores em jogo quando se trata do ser humano. Ciência rigorosa que não se pretende exaustiva, posto que reconhece que a realidade é mais do que conseguimos pensar, o que não impede que busquemos compreendê-la, deixando-a viver (ALES BELLO, 2004). E para “deixar viver” as experiências das quais se aproxima, a Fenomenologia se ocupa das vivências buscando chegar a conhecimentos fundamentados tanto da estrutura da subjetividade, quanto do mundo por ela vivenciado. Este duplo olhar, para o interior e o exterior, permite o reconhecimento de que na experiência manifesta-se a mútua constituição pessoa-mundo (HUSERL, 2008). Pioneiro na identificação da crise vivenciada pela sociedade ocidental, Husserl (2008) abriu caminho para que outros fenomenólogos se debruçassem sobre as particularidades do momento histórico atual. Nessa esteira, Berger e Luckmann (2004) descrevem o processo de generalização de crises subjetivas e intersubjetivas de sentido como associado à quebra das tradições, à pluralidade de ordens de valores coexistindo numa mesma sociedade, à perda do lugar da autoridade na educação. Tais crises confluem para a desorientação do homem pós-moderno, perdido numa miríade de opções, sem critérios para escolher caminhos, empurrado para uma rotina alienante em que o excesso de atividades se soma à avalanche de opções de entretenimento. Concomitantemente, os espaços de elaboração da experiência e formação integral da pessoa se apresentam cada vez mais escassos. A população em geral tem cada vez mais dificuldade em reconhecer a importância e se dedicar ao cuidado pessoal e coletivo por meio de vivências culturais e da construção da vida comunitária (AMARAL, 2008). As investigações fenomenológicas fazem frente à desagregação das relações no mundo contemporâneo, demonstrando como a dimensão relacional é essencial no ser humano e como os vínculos comunitários são aqueles que melhor contemplam a totalidade da estrutura da pessoa (STEIN, 2005). Na mesma direção, movimentos brasileiros no campo da saúde mental têm explicitado a efetividade de propostas de intervenção por meio de grupos comunitários (ROCHA; CARDOSO, 2017). Articulando a provocação da fenomenologia para a atenção à experiência ao reconhecimento da fecundidade dos vínculos comunitários para a formação da pessoa, este projeto busca inspiração em grupos comunitários de saúde mental que fomentam a resiliência por meio da elaboração da experiência. A metodologia de grupos tem como marca distintiva a valorização e integração de diferentes saberes – acadêmicos e populares – e tem se mostrado particularmente propícia para a promoção de saúde mental e integração comunitária (BARRETO, 2008). Destacamos duas iniciativas em particular: os Grupos Comunitários de Saúde Mental e a Terapia Comunitária Integrativa. A primeira nasceu em Ribeirão Preto, em 1998, e hoje seu foco recai na atenção às experiências vividas no cotidiano, tendo como participantes usuários e profissionais da saúde mental, estudantes e comunidade em geral. Vinculado à USP e co-coordenado por um psiquiatra e duas professoras (de psicologia e enfermagem), este dispositivo articula cuidado, cultura e horizontalidade das relações ao fomentar encontros nos quais os participantes retomam elementos da cultura promotores de resiliência e compartilham entre si sua condição humana comum (ISHARA; CARDOSO; LOUREIRO, 2013). Já a Terapia Comunitária Integrativa foi criada em fins da década de 1980 pelo psiquiatra Adalberto de Paula Barreto em Fortaleza/CE (BARRETO, 2008). Inserida na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS desde 2008, é desenvolvida em vários municípios brasileiros dentro da Estratégia Saúde da Família. Baseia-se na troca de experiências e vivências da comunidade, por meio de encontros semanais em que, partindo da escuta das histórias de vida e de superação do sofrimento, estimula-se que todos sejam co-responsáveis na busca de soluções para os desafios do cotidiano. O presente projeto colhe as provocações dessas iniciativas, buscando constituir uma proposta que faça sentido para a região em que se insere a UFVJM ao articular saberes de diferentes áreas como psicologia, psiquiatria, educação popular e filosofia. Como dito, esta iniciativa se justifica em razão da escassez de ações gratuitas de promoção de saúde mental no município, que sejam abertas a toda a população. Além disso, a necessidade de que ações dessa natureza tenham caráter indisciplinar é ocasião propícia para consolidar e construir parcerias entre docentes e estudantes dos vários cursos da universidade, assim como os técnicos-administrativos, especialmente aqueles já envolvidos em ações de atenção à saúde da comunidade acadêmica. Neste processo, espera-se que as estratégias de articulação ensino-pesquisa-extensão (que serão descritas na Metodologia) contribuam tanto para a promoção da saúde mental dos participantes quanto para a troca de saberes entre membros da comunidade universitária e de outros setores da sociedade. Descrição das ações realizadas e justificativa para sua continuidade O projeto foi cadastrado na Proexc, em outubro de 2018 e contemplado nos editais Pibex 2019, 2020, 2021 e 2022. Desde seu início até o início de julho de 2022, foram realizados 110 grupos, com 2.142 participantes no total. Foram 55 encontros nos dois CAPS (892 participantes entre usuários, trabalhadores, familiares, graduandos em medicina e docentes da UFVJM); 22 na UFVJM (563 participantes entre discentes, docentes, técnicos-administrativos e profissionais da saúde de Diamantina); 7 grupos em outras unidades de saúde e de educação do município (118 participantes entre profissionais dessas instituições, discentes e docentes da UFVJM); 26 encontros virtuais (569 participantes entre discentes, docentes, técnicos-administrativos da UFVJM e profissionais da saúde, educação e segurança pública de Diamantina). Em geral há pedidos de continuidade e uso de termos como gratidão, reflexão, felicidade, leveza, alegria, amor, fé. As avaliações dos participantes regulares, em particular, têm indicado a pertinência da iniciativa em suscitar atenção aos processos pessoais e interpessoais. Além da ampliação de parcerias externas, a articulação com outras unidades acadêmicas além da Famed tem viabilizado grupos na UFVJM com ampla participação de discentes de ciências tecnológicas, ciências humanas, enfermagem, odontologia e química. Resultados parciais já foram organizados em 2 artigos submetidos a periódicos (um publicado e no prelo), bem como apresentados em eventos científicos e publicados em anais, dentre os quais destacamos eventos de projeção nacional e internacional como as edições 58 e 59 do Congresso Brasileiro de Educação Médica e o II Congresso Internacional de Fenomenologia. No 8º Congresso Mineiro de Educação Médica, no I Congresso de Ciências da Saúde da UFVJM e no II Congresso Acadêmico de Medicina de Teófilo Otoni, os trabalhos apresentados receberam menção honrosa por sua relevância. Em cada ano, os grupos realizados superaram em muito a proposta inicial, seja em quantidade de encontros, seja em público atendido. A supervisão e a avaliação têm ocorrido em encontros da equipe e também a cada grupo, recolhendo sugestões de melhorias e convidando os participantes a relatarem pontos positivos, negativos e palavras que sintetizam a experiência. Ao final dos encontros, pedimos que os participantes façam uma breve avaliação (oral ou escrita, dependendo do contexto) ou respondam ao questionário da pesquisa em curso sobre o projeto. O retorno dos participantes tem sido muito positivo, demostrado por pedidos de continuidade e pelo uso de termos como gratidão, reflexão, felicidade, leveza, alegria, amor, fé. Entendemos que os grupos têm se constituído como possibilidade efetiva de cuidado em saúde mental na cidade de Diamantina e por isso pleiteamos sua continuidade.
Objetivo Geral Realizar grupos de elaboração da experiência que promovam a saúde mental da população de Diamantina, abarcando as comunidades universitária e externa. Objetivos Específicos - Promover o acesso da população de Diamantina e região a uma ação de promoção da saúde mental; - Oferecer vivências de elaboração da experiência numa perspectiva interdisciplinar que contempla conhecimentos psicologia, psiquiatria, educação popular e filosofia; - Capacitar discentes, docentes, técnicos da UFVJM e profissionais da saúde envolvidos para o trabalho com grupos em saúde mental; - Colaborar para a formação humana de todos os participantes e para a constituição de vínculos comunitários; - Contribuir para a redução do estigma e inserção social de pessoas em sofrimento psíquico e usuários da saúde mental; - Fomentar a humanização dos serviços de atenção à saúde e à saúde mental.
Previsão de impacto direto - Promoção da saúde mental dos participantes; - Formação humana e interpessoal dos participantes, especialmente discentes; - Promoção da inserção social de pessoas em sofrimento psíquico e usuários da saúde mental; - Capacitação de discentes e profissionais da saúde para a coordenação de grupos comunitários de saúde mental em equipamentos da rede de atenção básica. Previsão de impacto indireto - Integração entre membros da comunidade universitária e externa; - Impacto nos indicadores de saúde mental registrados por serviços públicos de saúde mental de Diamantina e pela UFVJM; - Suporte para a criação de outros grupos comunitários de saúde mental nos equipamentos da rede de atenção à saúde mental do município de Diamantina; - Constituição e fortalecimento dos vínculos comunitários entre os participantes. Indicadores - 4 (quatro) encontros prévios para capacitação de discentes e co-coordenadores; - 1 (um) encontro mensal “Garimpando o cotidiano” conduzido por membros do projeto ao longo de 12 meses; - Participação de ao menos 10 (dez) pessoas a cada encontro; - 1 (um) encontro de supervisão mensal ao longo de 12 meses.
Desde seu início, os grupos “Garimpando o cotidiano” se articulam ao ensino por meio da proposição de que a participação em 2 encontros (1 na UFVJM e 1 no CAPS AD) seja atividade do módulo “Desenvolvimento Pessoal V: Saúde da Comunidade” do Curso de Medicina da FAMED. Caso seja possível o retorno às atividades presenciais em 2022, essa atividade voltará a ocorrer. Desde 2019, docentes de outros cursos abrem espaço em suas disciplinas para realização de grupos, reconhecendo a participação como momento de aprendizagem vinculado à graduação. Essa colaboração tem tido continuidade no período de ensino remoto, com grupos virtuais integrando discentes e comunidade externa. Buscar-se-á fortalecer e ampliar essas parcerias e também a articulação já existente com o “Grupo Vida-Suicidologia” e “GHUAPO - Geografia Humanista, Arte e Psicologia Fenomenológica”, ambos da UFVJM. Caso seja possível retornar a realização dos grupos em espaços dos Campi I e II da UFVJM, espera-se promover a integração da comunidade externa em geral a discentes, docentes, técnicos-administrativos, demais trabalhadores da UFVJM e de outras instituições de ensino superior sediadas em Diamantina. Externamente, foi estabelecida parceria com os Centros de Atenção Psicossocial - CAPS AD e CAPS Renascer de Diamantina (aprovada pela Comissão de Acompanhamento de Estágios em Saúde do município). Nestes equipamentos serão realizados grupos envolvendo usuários, familiares e funcionários, além de docentes e graduandos em Medicina da UFVJM. Tais grupos serão preferencialmente presenciais e, neste caso, realizados apenas quando as condições sanitárias o permitirem. Técnico-administrativos da UFVJM e outros profissionais que atuam na rede de atenção à saúde mental em Diamantina serão convidados a co-coordenar os grupos, de modo a estimular a participação dos demais trabalhadores da universidade, promover o alcance do público externo e fomentar a difusão da metodologia. Caso seja necessário realizar o projeto de forma totalmente remota em 2022, tal como está acontecendo desde agosto/2020, não serão necessárias mudanças significativas na metodologia proposta a seguir. Embora a adesão ocorra de formas diversas, os grupos continuarão sendo propostos para usuários e trabalhadores da saúde e saúde mental do município de Diamantina e região, discentes, docentes, técnicos-administrativos, demais trabalhadores da UFVJM, além de familiares e quaisquer pessoas interessadas em cuidar da própria saúde mental num processo grupal. Neste caso, a abrangência pode incluir participantes de outras cidades que manifestem interesse em participar dos encontros virtuais. Primeira etapa: Capacitação de discentes e co-coordenadores Serão realizados 4 encontros (2 horas cada) com discentes envolvidos no projeto e co-coordenadores, para a apresentação da proposta. Nestes encontros, sempre que possível, serão realizados “pilotos” dos grupos, de modo que a metodologia seja primeiro vivenciada e em seguida discutida. Serão apresentadas as duas iniciativas que inspiram a proposta, contando com leitura prévia de textos de referência. Considerando a realidade social do público da ação, serão delimitados ajustes necessários na metodologia, definidas estratégias de divulgação e cronograma de realização dos grupos. Segunda etapa: Divulgação Para que haja adesão, será necessário empenho na sensibilização tanto do público-alvo externo quanto da comunidade universitária. Será necessária divulgação permanente, particularmente na semana que anteceda cada encontro. Terceira etapa: realização dos grupos “Garimpando o cotidiano” Será realizado ao menos 1 grupo “Garimpando o cotidiano” por mês (1,5 horas cada), conduzido pelos membros do projeto. Inspirados em Ishara, Cardoso e Loureiro (2013), os grupos serão abertos, sem limite de participantes e sem compromisso de continuidade. Cada encontro terá quatro momentos: 1) Abertura: acolhimento dos participantes e apresentação da proposta do encontro. 2) Momento cultural “Reconhecendo joias”: participantes apresentam trechos de músicas, textos, filmes, programas de TV ou imagens que reconhecem como belos e lhes fortalecem para vivenciar desafios diários. Visa-se estimular e valorizar a apropriação artística e cultural como mecanismo de desenvolvimento da condição humana e promoção da resiliência. 3) Momento de troca de vivências “Garimpando e lapidando o dia a dia”: participantes compartilham relatos de acontecimentos cotidianos e suas reverberações na própria pessoa. Estimula-se a narração de fatos corriqueiros, que passam desapercebidos por sua simplicidade, mas que podem ter grande potencial de estruturar a pessoa. Trata-se de exercício de desenvolvimento da atenção e da capacidade de apropriação dos recursos contextuais e pessoais de enfrentamento dos desafios cotidianos. Como indicado por Barreto (2008), propõe-se que as falas sejam em primeira pessoa, para evitar julgamentos e aconselhamento, valorizando vivências, elaborações e posicionamentos. 4) Momento de partilha de repercussões “Compartilhando preciosidades”: participantes falam sobre como foram impactados durante o grupo. Estimulando que a reflexão acompanhe a vivência, fomenta-se o aprendizado sobre processos grupais, amadurecimento das relações inter-pessoais e consolidação das elaborações que emergiram no encontro. O participante pode descobrir que auxiliou um companheiro ao relatar suas vivências, contribuindo para a superação de estigmas, constituição da horizontalidade nas relações e descoberta de que todos podem ser cuidados e cuidadores uns dos outros. Ao final de cada encontro, os participantes são convidados a avalia-lo verbalmente ou por escrito. Os discentes da equipe farão breve relatório com descrição de vivências e articulação dos acontecimentos com os aprendizados teóricos. Quarta etapa: Supervisão e avaliação Pelo público: Ao final de cada encontro, os participantes são convidados a avaliá-lo verbalmente ou por escrito. Nos grupos realizados nos CAPS AD e CAPS Renascer há possibilidade que alguns participantes não sejam alfabetizados, por isso será solicitado que cada um sintetize sua avaliação por meio de uma palavra que leva do encontro. Nos grupos realizados na UFVJM, será solicitado que todos os participantes escrevam avaliação anônima com pontos positivos, negativos e sugestões para a metodologia. Os discentes da equipe farão breve relatório com descrição de vivências e articulação dos acontecimentos com os aprendizados teóricos. Pela equipe: Será realizado 1 encontro de supervisão mensal (1,5 horas cada) com membros da equipe para avaliar os grupos realizados, o processo de formação dos discentes e de promoção da saúde mental dos participantes. Como indicadores para esta avaliação contínua, serão considerados: comprometimento dos discentes; adesão do público-alvo; envolvimento e amadurecimento dos participantes; compreensão, por parte do público alvo, da divulgação e da metodologia; exequibilidade do cronograma. Quinta etapa: Avaliação de impactos Será realizado 1 encontro de supervisão final com toda a equipe para retomar e avaliar a realização dos grupos como um todo, considerar a pertinência de sua continuidade e refletir sobre possíveis desdobramentos. A eficácia da ação também poderá ser avaliada por meio de pesquisas qualitativas e quantitativas a serem desenvolvidas a partir do material produzido pelo projeto, especialmente a partir das avaliações por escrito dos participantes. Atualmente já se encontra em curso uma pesquisa sobre impactos da participação nos grupos na experiência universitária dos participantes que são vinculados à UFVJM. Questões éticas Em consonância com as diretrizes da Resolução n. 466/12 do CNS, este projeto reconhece o valor intrínseco e inalienável da pessoa, seus saberes e capacidade de enfrentamento de desafios cotidianos. Dada a importância da liberdade de participação, os grupos são abertos, sem exigência de continuidade. Para cuidar do sigilo, seguindo Barreto (2008), é proposto “não dizer segredos”: cada participante é ativo na escolha do que partilhar, de modo a construir um espaço coletivo (e não privado) de promoção da saúde mental. Desafiando a desatenção à experiência e a desagregação social que marcam o mundo contemporâneo, o projeto aposta na radicalidade ética da valorização do cotidiano e da abertura à alteridade como caminhos para o fortalecimento da capacidade de resiliência da pessoa e para o vislumbre de formas de relacionamento interpessoal marcadas pelo respeito, horizontalidade e cuidado mútuo.
ALES BELLO, A. Fenomenologia e Ciências Humanas: psicologia, história e religião. Trad. M. Mahfoud e M. Massimi. Bauru: Edusc, 2004. AMARAL, M. A inquietude diante do alastramento do deserto: breve reflexão sobre a atual crise na educação a partir de Hannah Arendt. Communio, Lisboa, v. 98, p. 441-449, 2008. BARRETO, Alberto. Terapia comunitária: passo a passo. 3ª. ed. Fortaleza: LCR, 2008. BERGER, Peter; LUCKMANN, Tomas. Modernidade, pluralismo e crise de sentido: a orientação do homem no mundo moderno. Trad. E. Orth. Petrópolis: Vozes. 2004. BRASIL. Resolução n.466, de 12 de dezembro de 2012. Aprova normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Diário Oficial da União, Brasília, jun. 2013. Seção 1, p. 59. DIAS, Marina. Suicídio entre adolescentes e jovens não para de crescer no Brasil e no mundo. Revista Encontro, Belo Horizonte, 17 jul. 2018. Disponível em: <https://www.revistaencontro.com.br/canal/revista/2018/07/suicidio-entre-adolescentes-e-jovens-nao-para-de-crescer-no-brasil-e-n.html>. Acesso em 13 ago. 2018. GERBALDO, Tiziana Bezerra et al. Avaliação da organização do cuidado em saúde mental na atenção básica à saúde do Brasil. Trabalho, Educação e Saúde, Rio de Janeiro, Epub August 02, 2018. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1981-77462018005005104&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 20 ago. 2018. HUSSERL, Edmund. A crise das ciências europeias e a fenomenologia transcendental: uma introdução à filosofia fenomenológica. Trad. D. F. Ferrer. Lisboa: Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, 2008. ISHARA, Sergio; CARDOSO, Carmen Lúcia; LOUREIRO, Sonia Regina. Grupo comunitário de saúde mental: conceito, delineamento metodológico e estudos. Ribeirão Preto: Nova Enfim, 2013. MENDES LEMOS, Patrícia; CELIO FREIRE, José. Os contornos tardo-modernos do sofrimento e do adoecimento psíquico: proposições éticas para o Centro de Atenção Psicossocial. Psicologia em revista, Belo Horizonte, v. 17, n. 2, p. 303-321, ago. 2011. OLIVEIRA, Rebeca. Depressão na universidade: como a pressão acadêmica afeta a saúde mental. GPS Lifetime, Brasília, 19 jun. 2018. Disponível em: <https://www.geledes.org.br/depressao-na-universidade-como-pressao-academica-afeta-saude-mental>. Acesso em 13 ago. 2018. ONU. Saúde mental é ‘questão negligenciada’, mas chave para alcançar objetivos globais. Nações Unidas no Brasil, Rio de Janeiro, 17 mai. 2018. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/saude-mental-e-questao-negligenciada-mas-chave-para-alcancar-objetivos-globais>. Acesso em 13 ago. 2018. ROCHA, Rita Martins Godoy; CARDOSO, Carmen Lucia. A experiência fenomenológica e o trabalho em grupo na saúde mental. Psicologia & Sociedade, Rio de Janeiro, vol. 29, e165053, 2017. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/1807-0310/2017v29165053>. Acesso em 23 jul. 2018. SANTOS, Luciane de Medeiros et al. Grupos de promoção à saúde no desenvolvimento da autonomia, condições de vida e saúde. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 40, n. 2, p. 346-352, abr. 2006. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102006000200024&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 08 de agosto, 2018. STEIN, Edith. Contribuiciones a la fundamentación filosófica de la psicología y de las ciencias del espíritu. In STEIN, Edith. Obras completas. v.II: escritos filosóficos (etapa fenomenológica: 1915-1920). Trad. F. J. Sancho e col. Burgos: Monte Carmelo, 2005, p. 207-520.
Nos grupos “Garimpando o cotidiano”, graduandos de medicina e demais cursos, especialmente da área da saúde, poderão implementar conhecimentos de técnicas grupais, de abordagem da população – particularmente dos usuários dos serviços de saúde mental – e de constituição de vínculos terapêuticos. Conhecimentos teóricos sobre processos de adoecimento psíquico e formas de promoção e cuidado da saúde mental também poderão favorecer a participação no projeto, embora não sejam pré-requisitos. A iniciativa pretende promover a interdisciplinaridade e a horizontalidade nas relações, abrindo espaço para que pessoas com diferentes formações acadêmicas e provenientes de vários setores da sociedade vivenciem encontros humanos e sejam cuidados e cuidadores uns dos outros. Particularmente com relação aos estudantes, espera-se favorecer a iniciativa de intercâmbio de saberes com membros de outros setores da sociedade, num processo de valorização do potencial de todas as pessoas envolvidas para o enfrentamento de situações de sofrimento psíquico. Ao participar de uma ação desta natureza, os graduandos terão oportunidade de vivenciar uma formação humanística e cidadã aliada à apropriação da técnica. Poderão superar concepções recorrentes que centram a leitura de mundo na carência ou no adoecimento, ao mesmo tempo em que aprofundam a reflexão crítica sobre os processos de desagregação social e sofrimento psíquico que se avolumam no momento histórico atual e no contexto sociocultural brasileiro e mineiro. Terão ocasião de desenvolver um modo pessoal e profissional de relacionamento pautado na ética; na valorização da alteridade; no reconhecimento de que toda pessoa possui habilidades, dificuldades, sofrimentos e capacidade de resiliência; na descoberta da condição humana comum. Além do aluno bolsista que participará de ao menos um grupo por mês, como indicado na metodologia, graduandos inscritos no módulo “Desenvolvimento Pessoal V: Saúde da Comunidade” do Curso de Medicina da FAMED – participarão de dois grupos, caso este módulo volte a ser ofertado presencialmente. Um grupo será “piloto” em sala de aula e um grupo no CAPS AD. Previamente, serão disponibilizados textos de referência sobre as duas iniciativas que inspiram o projeto: os Grupos Comunitários de Saúde Mental (ISHARA; CARDOSO; LOUREIRO, 2013) e a Terapia Comunitária Integrativa (BARRETO, 2008). No “piloto”, a metodologia será discutida e vivenciada. Os discentes serão estimulados a: refletir sobre a realidade social do público da ação; propor ajustes na metodologia; sugerir estratégias de divulgação. Em cada grupo “Garimpando o cotidiano”, os discentes envolvidos terão a tarefa de levar trechos de músicas, textos, filmes, programas de TV ou imagens que reconhecem como belos e lhes fortalecem para vivenciar desafios diários, de modo a dinamizar o Momento cultural “Reconhecendo joias”, caso seja necessário. A participação no Momento de troca de vivências “Garimpando e lapidando o dia a dia” será livre. Após os encontros, os discentes farão breve relatório com descrição de vivências e articulação dos acontecimentos com os aprendizados em sala de aula. Sempre que possível, os discentes receberão feedback individual sobre sua participação no grupo, com indicação dos pontos positivos, do que pode ser melhorado e como o aprofundamento em contribuições teóricas e/ou o exercício das habilidades práticas pode favorecer seu aprendizado e o desenvolvimento de suas habilidades. Os discentes envolvidos no projeto serão estimulados a divulgar resultados e suas experiências em eventos científicos e também convidados a participar dos encontros de supervisão, para retomar e avaliar a realização dos grupos como um todo e auto-avaliar a sua participação. Juntamente aos co-coordenadores dos grupos, serão estimulados a julgar a pertinência da continuidade do projeto, a refletir sobre possíveis desdobramentos e contribuir, quando for o caso, na criação de outros grupos comunitários de saúde mental nos equipamentos da rede de atenção à saúde mental do município de Diamantina.
Como indicado na justificativa, desde o início do projeto em outubro de 2018, até o início de julho de 2022, foram realizados 110 grupos, com 2.142 participantes no total. A primeira parceria externa foi o Centro de Atenção Psicossocial - CAPS Renascer, à qual logo se somaram parcerias com o CAPS Álcool e Drogas, CER (Centro Especializado em Reabilitação) e Santa Casa de Caridade de Diamantina. Além da ampliação de parcerias externas, a articulação com outras unidades acadêmicas além da Famed tem viabilizado grupos realizados na UFVJM, sempre abertos à comunidade em geral, com ampla participação de discentes de ciências tecnológicas, ciências humanas, enfermagem, odontologia e química. Resultados parciais já foram organizados em 2 artigos submetidos a periódicos (um publicado e no prelo), bem como apresentados em eventos científicos e publicados em anais, tendo recebido menção honrosa em 3 ocasiões. Em todos os encontros, o retorno do público-alvo foi positivo, demostrado por pedidos de continuidade e pelo uso de termos como gratidão, reflexão, felicidade, leveza, alegria, amor, fé. Entendemos que os grupos têm se constituído como possibilidade efetiva de cuidado em saúde mental na cidade de Diamantina e por isso pleiteamos sua continuidade.
Público-alvo
A iniciativa tem abrangência regional porque os CAPS recebem diariamente usuários provenientes de outras 13 cidades do entorno de Diamantina.
Todos os grupos virtuais ou realizados em ambiente vinculado à UFVJM são abertos a toda a comunidade universitária e externa.
Municípios Atendidos
Diamantina
Gouveia
Datas
Felício Dos Santos
Couto De Magalhães De Minas
Senador Modestino Gonçalves
São Gonçalo Do Rio Preto
Presidente Kubitschek
Rio Vermelho
Serra Azul De Minas
Carbonita
Itamarandiba
Serro
Capelinha
Parcerias
No CAPS AD serão realizados alguns dos grupos, envolvendo usuários do serviço, familiares e funcionários do CAPS, além de graduandos e docentes de Medicina da UFVJM. O CAPS AD é parceiro do projeto desde o primeiro semestre de 2019.
Cronograma de Atividades
Serão realizados encontros (2 horas cada) com discentes envolvidos no projeto e co-coordenadores, para a apresentação da proposta. Nestes encontros, sempre que possível, serão realizados “pilotos” dos grupos, de modo que a metodologia seja primeiro vivenciada e em seguida discutida. Serão apresentadas as duas iniciativas que inspiram a proposta, contando com leitura prévia de textos de referência. Considerando a realidade social do público da ação, serão delimitados ajustes necessários na metodologia, definidas estratégias de divulgação e cronograma de realização dos grupos
Para que haja adesão, será necessário empenho na sensibilização do público-alvo. Será necessária divulgação permanente, particularmente na semana que anteceda cada encontro. Serão elaborados e-flyers e releases para canais de divulgação institucionais e redes sociais. Como previsto no edital, as ações realizadas serão registradas com vistas a gerar material de divulgação a ser fornecido à Proexc, com as devidas autorizações de uso de imagem, quando for o caso.
Será realizado ao menos 1 grupo “Garimpando o cotidiano” por mês (1,5 horas cada), conduzidos pelos membros do projeto. Inspirados em Ishara, Cardoso e Loureiro (2013), os grupos serão abertos, sem limite de participantes e sem compromisso de continuidade. Cada encontro terá quatro momentos: 1) Abertura: acolhimento dos participantes e apresentação da proposta do encontro. 2) Momento cultural “Reconhecendo joias”: participantes apresentam trechos de músicas, textos, filmes, programas de TV ou imagens que reconhecem como belos e lhes fortalecem para vivenciar desafios diários. Visa-se estimular e valorizar a apropriação artística e cultural como mecanismo de desenvolvimento da condição humana e promoção da resiliência. 3) Momento de troca de vivências “Garimpando e lapidando o dia a dia”: participantes compartilham relatos de acontecimentos cotidianos e suas reverberações na própria pessoa. Estimula-se a narração de fatos corriqueiros, que passam desapercebidos por sua simplicidade, mas que podem ter grande potencial de estruturar a pessoa. Trata-se de exercício de desenvolvimento da atenção e da capacidade de apropriação dos recursos contextuais e pessoais de enfrentamento dos desafios cotidianos. Como indicado por Barreto (2008), propõe-se que as falas sejam em primeira pessoa, para evitar julgamentos e aconselhamento, valorizando vivências, elaborações e posicionamentos. 4) Momento de partilha de repercussões “Compartilhando preciosidades”: participantes falam sobre como foram impactados durante o grupo. Estimulando que a reflexão acompanhe a vivência, fomenta-se o aprendizado sobre processos grupais, amadurecimento das relações inter-pessoais e consolidação das elaborações que emergiram no encontro. O participante pode descobrir que auxiliou um companheiro ao relatar suas vivências, contribuindo para a superação de estigmas, constituição da horizontalidade nas relações e descoberta de que todos podem ser cuidados e cuidadores uns dos outros. Ao final de cada encontro, os participantes são convidados a avalia-lo verbalmente ou por escrito. Os discentes da equipe farão breve relatório com descrição de vivências e articulação dos acontecimentos com os aprendizados teóricos.
Será realizado 1 encontro de supervisão mensal (1,5 horas cada) com o bolsista e membros da equipe para avaliar os grupos realizados, o processo de formação dos discentes e de promoção da saúde mental dos participantes. Dentre as atividades de supervisão inclui-se acompanhamento da produção dos relatórios parcial e final, a serem redigidos pelo bolsista com auxílio do coordenador e demais colaboradores.
Os participantes do projeto reunirão os registros fotográficos de todas as ações e irão produzir o documentário em vídeo do projeto, de modo a gerar material de divulgação conforme previsto no edital. Além disso, buscar-se-á redigir trabalhos a serem apresentados em eventos científicos, como a Sintegra e outros que se mostrarem pertinentes.
Será realizado 1 encontro de supervisão final com os colaboradores e discentes envolvidos para retomar e avaliar a realização dos grupos como um todo, considerar a pertinência de sua continuidade e refletir sobre possíveis desdobramentos.