Visitante
Cuidando de quem Cuida: Intervenções em Psiquiatria Ocupacional
Sobre a Proposta
Tipo de Edital: Pibex
Situação: Aprovado
Dados do Coordenador
camila de lima
20231012023332135
faculdade de medicina do mucuri - fammuc
Caracterização da Ação
ciências da saúde
saúde
trabalho
saúde e proteção no trabalho
municipal
Sim
Membros
danielle ivy de almeida pinheiro
Voluntário(a)
juliette azonyetin
Voluntário(a)
lúcia pedroso lucas
Voluntário(a)
lucas gouvea barroso
Voluntário(a)
caroline paiva farias
Voluntário(a)
amanda soares gama
Bolsista
marta pereira de almeida
Voluntário(a)
lorranna évellyn alves teixeira
Voluntário(a)
maria clara cerqueira chaves
Voluntário(a)
brendha sena costa
Voluntário(a)
marcos junior oliveira de souza
Voluntário(a)
beatriz petronilho toledo
Voluntário(a)
O presente projeto atua na área de psiquiatria ocupacional realizando intervenções terapêuticas com os funcionários do Hospital Santa Rosália, localizado em Teófilo Otoni - Minas Gerais. O objetivo das ações é promover saúde mental no ambiente de trabalho.
cuidado, psiquiatria ocupacional, saúde mental, psicoeducação, prevenção
Um dos grandes problemas trabalhistas atuais é o impacto do absenteísmo devido a doenças, sejam elas orgânicas ou psíquicas. Tal situação tem gerado custos elevados na área da previdência pública, no Brasil. Em 2011, foram gastos mais de R$ 2 bilhões com o pagamento de benefícios previdenciários para trabalhadores afastados por incapacidade de exercer sua função devido a problemas de saúde. De modo geral, a tendência mundial mostra que os transtornos mentais têm sido a principal causa de afastamentos do emprego por incapacidade laborativa, dentre eles destacam-se os quadros ansiosos e depressivos. No Brasil, a situação não difere da realidade internacional, sendo os transtornos mentais considerados a terceira causa principal de afastamentos; essa tendência de crescimento é apontada desde 2005, ao contrário das outras causas que tiveram um decréscimo em decorrência de melhorias na área da saúde. Essa relação entre saúde mental e trabalho abarca desde o mal-estar até o quadro psiquiátrico, englobando o sofrimento mental. De acordo com Dejours et. al (1994), esse sofrimento mental pode ser entendido como a experiência íntima que se coloca entre a doença mental descompensada e o bem-estar psíquico. Além das questões de custo para o Estado e para o empregador, a saída temporária ou permanente do empregado gera situações conflitantes para o próprio indivíduo adoecido. Isso ocorre devido a sua conjuntura influenciar diretamente nos aspectos econômicos individuais e familiares associados ao quadro psicossomático, o que realimenta um ciclo de sofrimentos, que impacta negativamente na melhora do trabalhador. Ao se tratar de trabalhadores da área da saúde, o problema é ainda mais complexo. Tal situação ocorre porque o ambiente hospitalar possui demandas, muitas vezes, imediatas e com contato constante com o sofrimento, a dor e a morte, além de tomada de decisões difíceis que podem trazer consequências éticas e morais. Associado a isso, há longas jornadas e condições inadequadas de trabalho, número insuficiente de trabalhadores e exposição recorrente a riscos biológicos, químicos e físicos. Diante disso, os profissionais de saúde sofrem um grande desgaste físico e emocional. Isso acarreta níveis de satisfação e motivação baixos em contraposição aos altos níveis de afastamentos e rotatividade. A pandemia da covid-19 soma-se a esse contexto, já desfavorável, e torna imperiosa a necessidade de se prestar atenção e assistência à saúde mental desses trabalhadores. Em uma recente revisão da literatura, Prado et al. (2020) aponta estudos que relatam a ocorrência de sintomas que exemplificam prejuízo na saúde mental dos trabalhadores da saúde, como sensação de alto risco de contaminação, efeito da doença na vida profissional e humor deprimido. Dessa forma, o projeto “Cuidando de quem Cuida - Intervenções em Psiquiatria Ocupacional”, em parceria com a Associação Hospitalar Santa Rosália, por intermédio do Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), visa realizar ações que possam contribuir para a redução dos afastamentos em decorrência de transtornos mentais. Tal projeto contará com produção e divulgação online de informativos sobre temas relacionados com possíveis estressores do ambiente de trabalho e suas consequências, além de grupos terapêuticos virtuais e intervenções presenciais de encerramento. Os temas serão definidos de acordo com a demanda.
O conceito de saúde mental abrange um significado bem mais amplo do que a simples “ausência de transtornos mentais”, envolve um nível de qualidade de vida emocional ou cognitiva que se encontra equilibrado entre os recursos internos do indivíduo e as exigências externas. Dessa forma, a saúde mental é diretamente afetada por condições e experiências do cotidiano que envolvem, muitas vezes, o ambiente de trabalho. O espaço hospitalar oferece aos trabalhadores diversos desafios, tais como: jornadas desgastantes, desconsideração dos ritmos biológicos normais, desrespeito aos horários alimentares, baixa remuneração, falta de materiais necessários, associados à grande fragilidade psicológica de pacientes e familiares, e assim, a área da saúde apresenta os índices mais altos de adoecimento do trabalhador. (SANGY, 2013). Nos serviços públicos a qualidade de vida no trabalho é ainda mais afetada, pois além dos fatores citados, o número de funcionários é insuficiente para as altas demandas, sobrecarregando os profissionais e trazendo consequências como insatisfação, dificuldade de substituição em escalas, baixa produção e má qualidade dos serviços prestados. (OLIVEIRA; MAIA, 2008). Com o advento da pandemia da covid-19, testemunhamos o maior desafio global em uma geração. A extensão total do impacto na saúde mental é, ainda, desconhecida, mas prevê-se que seja grave e duradouro. (GAVIN; LYNE; McNICHOLAS, 2020). Globalmente, as pessoas enfrentam enormes desafios de saúde mental, estejam ou não infectadas com a covid-19. Os desafios da saúde mental afetam grupos de pessoas de forma diferente em termos de sua natureza e gravidade (KAR; SINGH, 2020), podendo gerar, por exemplo, uma pressão sobre todos os profissionais de saúde devido ao aumento da carga de trabalho, ansiedade em adquirir infecção ou passá-la para um membro da família e medo da morte, o que também afeta sua atenção e capacidade de tomada de decisão e o seu bem-estar geral. (MANSOOR et al, 2020). Estes são alguns dos muitos fatores que contribuem para o aparecimento de problemas relacionados à saúde mental, dos quais podem se destacar um grupo de sintomas: insônia, ansiedade, depressão, irritabilidade, dificuldade de concentração, esquecimento, fadiga e queixas somáticas, que foram designados por Goldberg e Huxley como os transtornos mentais comuns (TMC), expressão que caracteriza um problema de saúde pública importante pois apresentam perturbações econômicas relevantes nos serviços de saúde além de ocasionar o absenteísmo no trabalho. (BRAGA; DE CARVALHO; BINDER, 2010). Uma estratégia para o enfrentamento do adoecimento mental no trabalho é a realização de grupos terapêuticos, pois tal abordagem auxilia e aumenta a troca de diálogo, o compartilhamento de vivências e traz a melhoria na adaptação ao modo de vida individual e coletivo. (BENEVIDES; PINTO; CAVALCANTE; JORGE, 2010). Sendo assim, considerando: a importância da saúde mental no trabalho; o contexto da pandemia da covid-19 e seus múltiplos impactos na saúde dos trabalhadores; os desafios que o ambiente hospitalar traz para seus profissionais no dia-a-dia; os relatos e dados descritivos sobre problemas relacionados à saúde mental nos trabalhadores do hospital Santa Rosália, e a possibilidade de promoção de saúde no trabalho por meio de grupos terapêuticos, torna-se pertinente prestar tais intervenções aos público alvo em questão, favorecendo a melhoria na qualidade de vida e laboral do mesmo.
Objetivo Geral: Promover a saúde mental no trabalho e prevenir afastamentos por causas psíquicas de trabalhadores do Hospital Santa Rosália de Teófilo Otoni- MG por meio de produção e divulgação de informativos e oferta de grupos terapêuticos. Objetivos específicos: 1. Promover educação em saúde mental (psicoeducação); 2. Melhorar a forma com que os trabalhadores se relacionam consigo mesmos e com o trabalho; 3. Motivar novos hábitos de vida que influenciam positivamente na saúde mental dos trabalhadores; 4. Estimular a troca de experiências entre os participantes do grupo; 5. Propiciar o estreitamento de laços entre os colegas do ambiente laboral; 6. Aconselhar e orientar o enfrentamento de situações difíceis comuns ao ambiente hospitalar; 7. Possibilitar o cuidado individual e coletivo; 8. Contribuir para a promoção da qualidade de vida; 9. Contribuir para a saúde biopsicossocial; 10. Proporcionar aos trabalhadores um espaço livre e aberto de discussão sobre um aspecto negligenciado nas condições de trabalho, a saúde mental; 11. Entender qual a percepção dos colaboradores acerca da importância e promoção da saúde mental; 12. Atuação prática dos acadêmicos de medicina membros ou não da Liga Acadêmica de Psiquiatria e Saúde Mental (Lapsam), permitindo-os vivenciarem e aplicarem conteúdos teóricos aprendidos no curso e na liga; 13. Aproximar a Universidade da comunidade e permitir que essa seja beneficiada com as atividades desenvolvidas pelos discentes.
Divulgação do Adoecimento Mental pelo Trabalho por meio de informativos e grupos terapêuticos; Aproximação, junto dos gestores do Hospital Santa Rosália, para discutir a situação do Transtorno Mental relacionado ao Trabalho, a fim de elaborar um plano conjunto que diminua futuros afastamentos e proporcione uma melhor relação saúde-trabalho; Reduzir afastamentos por causas psíquicas de trabalhadores do Hospital Santa Rosália de Teófilo Otoni- MG; Aproximar os trabalhadores do Hospital Santa Rosália do universo acadêmico da Fammuc e da UFVJM por meio do oferecimento de cuidado coletivo em grupos terapêuticos; Compreender o papel da psicologia, da psiquiatria e dos saberes correlacionados dentro do campo da Saúde Mental Relacionada ao Trabalho; Promover uma discussão sobre a psicofobia dentro do ambiente de trabalho, a fim de quebrar o estigma e agregar conhecimento de profissionais que lidam diariamente com esse preconceito; Agregar conhecimento acerca das doenças mentais que atingem profissionais no ambiente de trabalho; Promover discussões dentro do espaço acadêmico sobre o projeto, a fim de que mais projetos possam ser criados com o objetivo de reduzir a quantidade de pessoas afastadas por causas psíquicas.
O projeto de extensão proposto será realizado por meio de uma parceria/convênio já estabelecida com o Hospital Santa Rosália. A equipe que produzirá os informativos e promoverá os grupos terapêuticos contará com membros ou não da Liga Acadêmica de Psiquiatria e Saúde Mental (Lapsam), psicólogos e, quando necessário, outros profissionais da área poderão ser consultados ou estar presentes, de forma auxiliar. A seleção da equipe ocorrerá no primeiro mês de atuação. Os discentes serão orientados quanto ao aprimoramento da fala e comportamento ético para com os profissionais da instituição. Para selecionar os temas a serem abordados, será necessário levantar e analisar os dados presentes no setor de medicina do trabalho da AHSR referentes a afastamento do serviço para descobrir as principais enfermidades causadoras desses afastamentos bem como os possíveis motivos relacionados, como o excesso de trabalho e de cobrança e a convivência diária com o sofrimento e a morte. A partir disso, pode-se melhor direcionar a abordagem à enfermidade alvo da prevenção. Após essa seleção, a escolha dos temas se dará com base em um formulário passado no início do ano, o qual consultará, além dos temas mais relevantes para o público, opiniões e disponibilidade de dias e horários. Dessa forma, no primeiro mês da execução do "Cuidando de quem cuida: Intervenções em Psiquiatria Ocupacional”, a equipe do projeto analisará e organizará os dados fornecidos pelo setor de medicina do trabalho da AHSR para estabelecer os temas e em seguida passará o formulário para o público. Com os temas já estabelecidos, a equipe do projeto se capacitará - por meio do estudo de artigos e livros de psiquiatria e psicologia e do auxílio de profissionais da área - para produzir cada informativo e realizar cada encontro. Os encontros serão mensais e ocorrerão de acordo com grupos de trabalhadores do hospital selecionados por campo de atuação dentro do Hospital parceiro. Além disso, deve-se estabelecer o melhor formato para aquela reunião: rodas de conversa, palestras e esclarecimentos de mitos e verdades. Por exemplo, em assuntos que suscitam muitas dúvidas, pode-se utilizar a dinâmica "mitos e verdades”. Cada encontro terá duração de cerca de 60 minutos. Cada grupo conterá, no máximo, 100 pessoas (incluindo discentes, professores, técnicos e possíveis convidados). É importante ressaltar que, em cada encontro, haverá momentos que possibilitem aos participantes elucidar dúvidas e relatar experiências, permitindo, assim, um intercâmbio de saberes. No início e no fim de cada encontro, serão passados questionários de aproveitamento e satisfação, a fim de obter um feedback dinâmico do público e produzir dados quantitativos para o projeto. Serão produzidos informativos a respeito de temas relevantes em psiquiatria ocupacional e grupos terapêuticos presenciais voltados para a saúde mental com os trabalhadores do hospital que demonstrarem interesse em participar. O envio dos informativos aos funcionários ocorrerá por meio das mídias sociais internas da instituição (WhatsApp, Facebook) e em e- mail, visando, além da educação em saúde, um estímulo ao cuidado com a saúde mental. Também em parceria com o marketing do hospital, os discentes farão um convite virtual para a participação nos grupos terapêuticos. Mensalmente, as atividades realizadas serão registradas em forma de um relatório por um dos alunos participantes. No sexto mês de execução do projeto será realizado um relatório com resultados parciais. No último mês, não serão realizados os informativos nem os grupos terapêuticos virtuais. As atividades, neste mês, estarão voltadas para a parte burocrática, como a realização do relatório final - com exposição e análise dos resultados do projeto - e do documentário em vídeo, além de submissão a seminários.
ALVES, Marília; GODOY, Solange Cervinho Bicalho; SANTANA, Daniela Moreira. Motivos de licenças médicas em um hospital de urgência-emergência. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 59, n. 2, p. 195-200, 2006. BENEVIDES, Daisyanne Soares et al. Cuidado em saúde mental por meio de grupos terapêuticos de um hospital-dia: perspectivas dos trabalhadores de saúde. Interface-Comunicação, saúde, educação, v. 14, p. 127-138, 2010. BRAGA, Ludmila Candida de; CARVALHO, Lidia Raquel de; BINDER, Maria Cecília Pereira. Condições de trabalho e transtornos mentais comuns em trabalhadores da rede básica de saúde de Botucatu (SP). Ciência & Saúde Coletiva, v. 15, p. 1585-1596, 2010. BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares para o Curso de Graduação em Medicina. Diário Oficial da União, Brasília, 2014, p.1. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/Med.pdf CUNHA, Jane Bittencourt; BLANK, Vera Lúcia G.; BOING, Antonio Fernando. Tendência temporal de afastamento do trabalho em servidores públicos (1995-2005). Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 12, n. 2, p. 226-236, 2009. DEJOURS, C.; ABDOUCHELI, E.; JAYET, C. Psicodinâmica do Trabalho: contribuições da escola dejouriana à análise da relação prazer, sofrimento e trabalho. São Paulo: Atlas, 1994. GAVIN, B; LYNE, J; McNICHOLAS, F. Mental health and the COVID-19 pandemic. Irish Journal of Psychological Medicine, v. 37, n. 3, p. 156- 158, 2020. GLINA, Débora Miriam Raab et al. Saúde mental e trabalho: uma reflexão sobre o nexo com o trabalho e o diagnóstico, com base na prática. Cadernos de Saúde Pública, v. 17, n. 3, p. 607-616, 2001. KAR, SK; SINGH, A. Saúde mental de profissionais de saúde mental durante a pandemia de COVID-19: quem cuida dela? Jornal Asiático de Psiquiatria, v. 53, 2020. MANSOOR, M et al. Integrando a saúde mental na crise do COVID-19: Caminho de encaminhamento da equipe de saúde mental. Jornal Asiático de Psiquiatria, v. 54, 2020. OIT. Riesgos psicosociales, estrés y violencia en el mundo del trabajo. Boletín Internacional de Investigación Sindical, vol. 8, n. 1-2. Ginebra, Oficina Internacional del Trabajo, 2016. OLIVEIRA, L. C. B;MAIA,E.M.C. Saúde Psíquica dos Profissionais de Saúde em Hospitais públicos. Revista de saúde pública, v. 10, n. 3, p 405-413, 2008. PRADO, Amanda Dornelas et al. A saúde mental dos profissionais de saúde frente à pandemia do COVID-19: uma revisão integrativa. Revista Eletrônica Acervo Saúde, n. 46, p. e4128-e4128, 2020. ROSA, Cristiane da; CARLOTTO, Mary Sandra. Síndrome de Burnout e satisfação no trabalho em profissionais de uma instituição hospitalar. Revista da SBPH, v. 8, n. 2, p. 1-15, 2005. SANGY, Maísa. Saúde no Trabalho: intervenção psicossocial com trabalhadores de um hospital público. Faculdade de Estudos Administrativos de MG (FEAD), p. 1060-1076, 2017. SILVA-JUNIOR, João Silvestre; FISCHER, Frida Marina. Afastamento do trabalho por transtornos mentais e estressores psicossociais ocupacionais. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 18, p. 735-744, 2015. SILVA JÚNIOR, João Silvestre da. Retorno ao trabalho após afastamento de longa duração por transtornos mentais: um estudo longitudinal com trabalhadores do mercado formal. 2016. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.
A Faculdade de Medicina do Mucuri (Fammuc) funciona em período integral e apresenta um novo modelo de Projeto Pedagógico que busca formar um profissional com perfil adequado para atuar na região, em consonância com as Diretrizes Curriculares Nacionais. O projeto de curso tem como finalidade a formação integral e adequada dos estudantes através da articulação entre ensino, pesquisa, extensão e assistência. As ações integrativas contribuem para auxiliar os estudantes a construírem um quadro teórico-prático global mais significativo e mais próximo dos desafios que enfrentarão na realidade profissional dinâmica em que atuarão, concluída a graduação. O curso pretende formar um profissional com perfil “generalista, humanista, crítico e reflexivo; capacitado a atuar, pautado em princípios éticos, no processo de saúde-doença em seus diferentes níveis de atenção, com ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação à saúde, na perspectiva da integralidade da assistência, com senso de responsabilidade social e compromisso com a cidadania, como promotor da saúde integral do ser humano” (Diretrizes Curriculares Nacionais – DCN para o curso de Graduação em Medicina MEC, 2014). Em vista do exposto e em consonância com o projeto “Cuidando de quem cuida: Intervenções em Psiquiatria Ocupacional” apresentado, os estudantes poderão colocar em prática o projeto pedagógico do curso, visto que atuarão na prevenção em Saúde Mental juntamente da comunidade representada pelo corpo colaborativo da Associação Hospitalar Santa Rosália (AHSR) por meio da implementação de medidas terapêuticas. Tais medidas terapêuticas estarão embasadas pela docente coordenadora. Dessa forma, a atuação dos acadêmicos envolvidos é de suma importância para a capacitação profissional desses, uma vez que o conhecimento teórico obtido com a grade curricular do curso e com o estudo complementar adquirido através das reuniões científicas da Lapsam e da capacitação anterior à atuação no AHSR poderão ser efetivados na prática. Além disso, é preciso salientar a importância do projeto como instrumento transformador e promotor de qualidade de vida tanto a curto (aos colaboradores da instituição) como a longo prazo (aos pacientes futuramente atendidos pelos acadêmicos egressos da Fammuc). Portanto, caberão aos discentes envolvidos com o projeto: 1. Aplicar habilidades artísticas, de sumarização e de comunicação na elaboração de informativos, bem como convites virtuais das sessões e eventuais demandas que venham a surgir; 2. Escolher os temas que serão abordados nos informativos e nos grupos terapêuticos baseando-se nos dados do setor de medicina do trabalho do hospital; 3. Capacitar-se, por meio de embasamento teórico, para preparar os informativos com conteúdo científico, relevante e de forma acessível; 4. Conduzir o grupo terapêutico, levando em consideração a transmissão clara e objetiva do conhecimento a ser trabalhado, bem como a importância da participação dos integrantes para melhor benefício; 5. Apresentar à coordenadora e/ou ao colaborador propostas para a dinâmica do grupo terapêutico; 6. Reservar, caso haja possibilidade de realização de encontros presenciais nos meses finais do projeto, por intermédio do setor de medicina do trabalho, o espaço da AHSR a ser utilizado; As atividades serão assistidas pela coordenadora e/ou colaborador, que auxiliarão e avaliarão os alunos desde a preparação do conteúdo da sessão - sugerindo bibliografias a serem consultadas, por exemplo - à condução dos grupos.
Trata-se de um projeto pioneiro no município. A realização do projeto traz ganhos para os discentes, uma vez que se trata de um dos maiores hospitais da região, referência no polo da microrregional. Traz ganhos também para a instituição posto que a redução de faltas e afastamentos gera uma economia e maior eficiência na gestão dos funcionários. As ações realizadas nas versões anteriores do projeto sempre tiveram boa adesão dos funcionários do hospital e feedback muito positivo.
Público-alvo
O público alvo da intervenção será funcionários em atividade e afastados do Hospital Santa Rosália na cidade de Teófilo Otoni, Minas Gerais. O grupo abrangerá, então, trabalhadores do corpo clínico, enfermagem, administração e conservação da instituição.
Municípios Atendidos
Teófilo Otoni
Parcerias
A Associação Hospitalar Santa Rosália, por meio dos setores de Medicina do Trabalho e de Marketing e Comunicação, é parceira do projeto e atua na divulgação e apoio das ações, bem como no incentivo à participação de seus funcionários.
Cronograma de Atividades
No primeiro mês do projeto, a coordenadora dará orientações gerais aos discentes participantes em relação ao uso da plataforma, realizando testes e simulações antes de cada grupo terapêutico. Os discentes também serão orientados quanto ao aprimoramento da fala e comportamento ético para com os profissionais da instituição. Desse modo, uma vez que os alunos sejam instruídos, estarão aptos para realizar a etapa de grupos terapêuticos.
A equipe irá preparar um material virtual com as principais informações sobre o projeto e fará o convite para participação aos funcionários do hospital. Será disponibilizado um contato para tirar dúvidas e enviar sugestões.
Com os temas e grupos de pessoas já estabelecidos, a equipe do projeto se capacitará - por meio do estudo de artigos e livros de psiquiatria e psicologia e do auxílio de profissionais da área - para produzir cada informativo e realizar cada encontro. Além disso, deve-se estabelecer o melhor formato para aquela reunião: rodas de conversa, palestras e esclarecimentos de mitos e verdades. Por exemplo, em assuntos que suscitam muitas dúvidas, pode-se utilizar a dinâmica "mitos e verdades”.
A equipe irá elaborar os informativos referentes a cada tema abordado, a cada mês, bem como fará a divulgação, com o apoio do setor de Marketing do hospital. Além disso, serão realizados os grupos terapêuticos. Os encontros terão duração aproximada de 60 minutos.