Visitante
Exames Endoscópicos na Comunidade: prevenindo o câncer do aparelho digestivo em Teófilo Otoni-MG
Sobre a Proposta
Tipo de Edital: Pibex
Situação: Aprovado
Dados do Coordenador
nasser amaral eller
202310120231211084
faculdade de medicina do mucuri - fammuc
Caracterização da Ação
ciências da saúde
saúde
saúde
saúde humana
municipal
Não
Membros
gustavo da mata oliveira rezende
Bolsista
laryssa reis coelho
Voluntário(a)
guilherme augusto torres dalcol
Voluntário(a)
daniel vieira fernandes
Voluntário(a)
mateus celso fernandes monteiro
Voluntário(a)
alícia caroline cardoso ferreira
Voluntário(a)
laura luísa de oliveira elias
Voluntário(a)
larissa pereira amorim
Voluntário(a)
túlio vieira moreira
Voluntário(a)
marília pereira de souza
Voluntário(a)
bianca cristina silva jorge
Voluntário(a)
luan araújo pirchiner
Voluntário(a)
vinicius nathan pitta rodriguez
Voluntário(a)
lucas bernardi lopes
Voluntário(a)
julia avancini viguini
Voluntário(a)
roberta maria abrão
Voluntário(a)
marcos rafael costa ruas
Voluntário(a)
O câncer do trato gastrointestinal tem sua importância no perfil de mortalidade do Brasil, estando entre os dez mais incidentes do país. A detecção precoce garante uma melhor qualidade de vida para os doentes. O diagnóstico do câncer deve constar de exames específicos endoscópios, como a endoscopia digestiva alta e a colonoscopia. Esse projeto, pretende identificar a população com forte suspeita e/ou com elevados fatores de risco para câncer do aparelho digestivo e realizar exames endoscópicos nestas pessoas, com intuito de criar um mecanismo efetivo de prevenção de câncer gastrointestinal na cidade de Teófilo Otoni por meio de um conjunto abrangente de ações integradas, envolvendo tanto a conscientização da população como o diagnóstico precoce.
Câncer do trato gastrointestinal, Endoscopia, Colonoscopia, SUS
O câncer é o principal problema de saúde pública no mundo e já está entre as quatro principais causas de morte prematura (antes dos 70 anos de idade) na maioria dos países. A incidência e a mortalidade por câncer vêm aumentando no mundo, em parte pelo envelhecimento, pelo crescimento populacional, como também pela mudança na distribuição e na prevalência dos fatores de risco de câncer, especialmente aos associados ao desenvolvimento socioeconômico. O câncer do trato gastrointestinal tem sua importância no perfil de mortalidade do Brasil, estando entre os dez mais incidentes do país. A detecção precoce garante uma melhor qualidade de vida para os doentes oncológicos, porém frequentemente estes chegam aos centros de tratamento em fase avançada da doença. O diagnóstico do câncer deve constar de história clínica e exame físico detalhado, além de exames específicos endoscópios quando disponíveis, como broncoscopia, endoscopia digestiva alta, retosigmoidoscopia, colonoscopia, laringoscopia, colposcopia, laparoscopia e outros. Nas áreas alteradas, uma amostra do tecido deverá ser biopsiada e encaminhada para estudo histopatológico e confirmação do diagnóstico. Conhecer as formas de prevenção e tratamento é primordial para lidar com patologias que acometem a saúde da comunidade, como as neoplasias do aparelho digestivo. O intercâmbio de conhecimentos entre instituições de ensino superior e sociedade facilita esse processo. As universidades possuem a responsabilidade social de implementar ações que possibilitem um efetivo compartilhamento do conhecimento além de suas fronteiras. Esse projeto representa o compromisso da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), representada neste caso pela Faculdade de Medicina do Mucuri (Fammuc), com a comunidade, assim como um mecanismo integrado ao processo de ensino e aprendizagem, oportunizando aos estudantes de medicina vivenciarem os conhecimentos aprendidos em sala de aula sendo aplicados na prática. O presente projeto tem como propósito identificar, no município de Teófilo Otoni-MG, pacientes com sinais e sintomas clássicos e/ou do grupo de risco para câncer do aparelho digestivo, nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) em que a Fammuc estiver presente, para encaminhá-los ao Hospital Bom Samaritano (HBS) de Teófilo Otoni - local em que serão realizadas, por meio do projeto, exames de endoscopia e colonoscopia. Além disso, serão fornecidas orientações de acompanhamento acerca dos achados no exame de imagem, bem como dinâmicas de conscientização dos pacientes sobre a prevenção do câncer gastrointestinal (prevenção primária), capacitação das equipes das UBS, construção de materiais educativos/cartilhas e realização uma oficina de orientação da população acerca do Março Azul Marinho – mês destinado à prevenção do câncer colorretal.
Os procedimentos endoscópicos com fins diagnósticos e de tratamento fazem parte da realidade dos serviços de saúde já há muitas décadas. A necessidade de um meio que iluminasse o interior dos órgãos intestinais para a avaliação de doenças do trato gastrointestinal remonta desde o tempo de Hipócrates. Assim, surgiu a endoscopia que consiste em um procedimento para inspeção de órgãos e cavidades do corpo, com o uso de um instrumento chamado endoscópio. Nos últimos 20 anos o endoscópio tornou-se um instrumento essencial no exame para fins diagnósticos e terapêuticos. Os novos aparelhos surgiram com magnificação de imagens e ultrassonografia, que possibilitaram a realização de diagnósticos diferenciais e precisos. De modo geral, a endoscopia digestiva é classificada quanto à finalidade, em diagnóstica e terapêutica. Quando a finalidade é diagnóstica, sua função é avaliar, entre diversos sintomas, dor abdominal, náusea, vômito e dificuldade de engolir, dentre outros. Ela é mais precisa do que o Raio-X para detectar inflamações, úlceras, tumores ou a presença da bactéria Helicobacter Pylori, através da retirada de material para a realização de biópsia. Também é eficiente para descobrir a causa de sangramentos do trato gastrointestinal alto. A finalidade terapêutica é amplamente utilizada para o tratamento de diversas doenças, como por exemplo, a dilatação de áreas estreitadas, interrupção de sangramento de úlceras (esclerose), oclusão de varizes no esôfago (ligadura) e a retirada de tumores benignos e malignos, com pouco ou nenhum desconforto para o paciente. A colonoscopia é um exame por meio do qual o revestimento interno do intestino grosso é visualizado diretamente e em tempo real. Este procedimento permite a coleta de material para estudo da estrutura microscópica, composição e função dos tecidos vivos, estudo histológico, bem como a remoção de lesões pré-malignas sem a necessidade de intervenção cirúrgica. É um exame indicado na prevenção do câncer do intestino grosso (colorretal) e sua eficiência pode ser bem compreendida porque os tumores malignos do intestino grosso são causados, em sua grande maioria, pela progressão de lesões benignas e diminutas que ao longo de 5 a 7 anos sofrem modificações que resultam em crescimento e transformação maligna. Se a remoção destes pólipos (polipectomia), por exemplo, for realizada antes que ocorram estas modificações, então o procedimento é capaz de prevenir a ocorrência do câncer do intestino grosso. O diagnóstico por meio de exames de imagem é uma das bases para o estudo das doenças e uma ferramenta indispensável para o desenvolvimento discente, promovendo o conhecimento científico, e principalmente propiciando benefícios para a comunidade pública, sendo auxílio diagnóstico, prognóstico e monitoramento das doenças, como as neoplasias. Segundo o documento “Estimativas de Incidência: incidência de câncer no Brasil”, elaborado em 2019 pelo Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), para o Brasil, a estimativa para cada ano do triênio 2020-2022 aponta que ocorrerão 625 mil casos novos de câncer (450 mil, excluindo os casos de câncer de pele não melanoma). Os tipos de câncer mais frequentes em homens, à exceção do câncer de pele não melanoma, serão próstata (29,2%), cólon e reto (9,1%), pulmão (7,9%), estômago (5,9%) e cavidade oral (5,0%). Nas mulheres, exceto o câncer de pele não melanoma, os cânceres de mama (29,7%), cólon e reto (9,2%), colo do útero (7,4%), pulmão (5,6%) e tireoide (5,4%) figurarão entre os principais. O diagnóstico do câncer gastrointestinal deve constar de história clínica e exame físico detalhado, além de exames específicos endoscópios. A solicitação de exames vem com a finalidade de diagnóstico e são organizados em todas as unidades de saúde do município, independente da origem do encaminhamento do usuário, podendo ser gerado na própria unidade, ou vindo de outras unidades públicas. O primeiro exame tem o objetivo de fazer um diagnóstico e se for confirmado à necessidade terapêutica pelo endoscopista, o usuário entra no programa específico para cada problema. Contudo, atualmente, para ser realizado uma endoscopia digestiva alta pelo Sistema Único de Saúde (SUS) o paciente aguarda cerca de 6 meses até 12 meses em uma fila de espera. Para colonoscopia esse tempo se alarga para 24 meses de espera pelo exame. Com o advento da pandemia da Covid-19 alargou-se ainda mais esse vale de acesso a esses exames. Dessa maneira, os pacientes têm chegado aos serviços com diagnóstico tardio, com o câncer já bem desenvolvido e praticamente sem condições de serem operados no único hospital oncológico da região de Teófilo Otoni – Hospital Bom Samaritano -, restando, apenas, o tratamento paliativo. Tendo em vista que um dos caminhos que a Universidade deve seguir é a aproximação com a sociedade, dado seu caráter fundamental que é o Ensino, a Pesquisa e a Extensão, o presente projeto tem como finalidade identificar e captar os pacientes com sinais e sintomas clássicos e/ou do grupo de risco para câncer do aparelho digestivo nas UBS, para serem realizadas endoscopias e colonoscopias no HBS e fornecidas orientações acerca do acompanhamento, com base nos resultados do exame de imagem. Ademais, por meio dessa iniciativa será possível fazer um levantamento de dados para identificar o perfil do usuário de saúde que será submetido à endoscopia digestiva alta e/ou colonoscopia, a característica das doenças diagnosticadas e o impacto da prevenção e do tratamento precoce dos pacientes, com intuito de publicar tais informações em revistas científicas da área. Com isso, propõe-se promover a interação da comunidade universitária com a comunidade externa na abordagem da investigação de câncer gastrointestinal, superação da extensa fila de espera pelo exame de imagem, intercâmbio de conhecimentos, saberes e serviços. Outrossim, contribui-se com a formação dos discentes a partir da interação com a realidade da população brasileira - em especial, a das regiões de abrangência da UFVJM-, qualificando-os para os desafios enfrentados no mundo atual em relação à prevenção e identificação precoce na atenção primária dos cânceres, em especial, os do aparelho gastrointestinal.
Geral: - Identificar a população com forte suspeita e/ou com elevados fatores de risco para câncer do aparelho digestivo e realizar exames endoscópicos nestas pessoas, com intuito de fazer o diagnóstico precoce dos cânceres do aparelho digestivo. Específicos: - Identificar o perfil do usuário de saúde, que será submetido à endoscopia digestiva alta e colonoscopia. - Criar um protocolo de atendimento dos pacientes no serviço de endoscopia e colonoscopia. - Realizar encontros da equipe do projeto com a secretaria de saúde do município para aprimorar o fluxo de atendimento dos exames de endoscopia e colonoscopia em Teófilo Otoni. - Encaminhar e orientar os pacientes diagnosticados para tratamento precoce das neoplasias. - Criar um manual de orientação para os(as) médicos(as) das UBS fazerem o seguimento dos pacientes, com base no resultado do exame. - Descrever o fluxo dos procedimentos endoscópicos em Teófilo Otoni, desde a entrada até a saída dos usuários de saúde. - Conscientizar a população acerca dos cânceres gastrointestinais por meio de materiais educativos/cartilhas (prevenção primária). - Realizar uma oficina do Março Azul Marinho: mês de prevenção do câncer colorretal (prevenção primária). - Realizar 6 exames endoscópicos por semana durante a execução do projeto. - Reduzir a fila de espera de exames endoscópicos no município de Teófilo Otoni. - Divulgar a Fammuc e a Liga Acadêmica de Cirurgia Geral (Lacig). - Manter estreita relação com o Ensino e a Pesquisa. Ao final do projeto objetiva-se a construção de um relato de experiência, na forma de artigo científico, que será submetido a eventos científicos e revistas especializadas da área.
A pandemia de covid-19 fez diminuir, em quase 1 milhão, o número de exames usados para detectar o câncer colorretal. De acordo com os dados, deixaram de ser feitos 263,8 mil exames de colonoscopia, o que significa que esses pacientes não estão sendo diagnosticados precocemente e conduzidos ao tratamento. Segundo um relatório emitido pelo INCA em 2022, estimativas apontam que, entre 2020 e 2040, devido ao crescimento e envelhecimento populacional, haverá um aumento de 66% no número de novos casos e 81% nas mortes por câncer no Brasil. Em 2018, o governo federal gastou R$ 3,50 bilhões de reais (sendo R$159,14 milhões só com o câncer colorretal) com procedimentos hospitalares e ambulatoriais no SUS em pacientes oncológicos com 30 anos ou mais de idade. Em 2040, se nada for feito, projeta-se um gasto de R$ 7,84 bilhões de reais. No entanto, sabe-se que entre 80% e 90% dos casos de câncer estão associados a causas externas, isto é, são, em princípio, preveníveis. Entre as estratégias de controle da doença, a prevenção primária, que é um dos focos deste projeto, é a única capaz de diminuir tanto os casos novos como as mortes por câncer, sendo a com melhor custo-benefício para o longo prazo. Isso inclui a adoção de um modo de vida saudável e evitar a exposição às substâncias causadoras de câncer. Tudo isso pode ser alcançado por meio da conscientização da população, utilizando a educação em saúde. Assim como os cuidados preventivos têm grande importância para se evitar o câncer, o diagnóstico precoce traz muito mais chances de recuperação e de expectativa de vida. Para tanto, a realização frequente de exames é fundamental. Quando o caso envolve o aparelho digestivo, o exame de endoscopia digestiva alta e/ou colonoscopia são os procedimentos mais adequados para rastreamento e diagnóstico das lesões pré-malignas e tumores do tubo digestivo. Já está comprovado que o rastreamento de lesões pré-malignas ou de tumores intramucosos (em fase inicial) por métodos endoscópicos pode reduzir o risco de evolução para um câncer. Esses achados reforçam que estratégias de prevenção primária e secundária podem evitar os casos da doença, bem como reduzir os gastos com câncer no Brasil. Ações conjuntas têm maior potencial de promover hábitos e escolhas saudáveis, e contribuir com a redução da incidência e mortalidade por câncer no Brasil, bem como com os gastos associados. Por isso, esse projeto, pretende criar um mecanismo efetivo de prevenção de câncer gastrointestinal na cidade de Teófilo Otoni por meio de um conjunto abrangente de ações integradas. A proposta inicial é de serem realizados 5 (cinco) exames de endoscopia digestiva alta e 1 (uma) colonoscopia por semana para possibilitar maior oferta de acesso e obter diagnóstico precoce de tumores do aparelho digestivo. Desta forma, pretende-se dar celeridade ao diagnóstico e, consequentemente, tratamento. Ao longo das 52 semanas do ano de 2023, pretende-se fazer cerca de 300 exames, reduzindo a fila de espera do município em 10%. Além disso, por meio das ações de educação em saúde pretende-se transformar inúmeras vidas e proporcionar a essa cidade uma chance de estar contida na porcentagem de redução de 80-90% dos casos por meio da orientação da população, como demonstram os dados do relatório do INCA.
Para garantir uma boa aplicabilidade do projeto, pretende-se construir um fluxo de atendimentos para triagem e seleção dos pacientes que realmente possuem critérios para realização desses exames. Sendo assim, inicialmente, os alunos da Lacig, devidamente capacitados por meio de oficinas de treinamento mensais com o coordenador dessa iniciativa, farão a orientação das UBS do município em que a Fammuc estiver presente, para explicar à equipe os possíveis sinais e sintomas que classificam o paciente como de risco (idade >40, perda de mais de 10 kg nos últimos 3 meses, hemorragia digestiva, disfagia, história familiar positiva, ingestão de cáusticos, bebidas quentes e/ou álcool, histórico de gastrite atrófica ou metaplasia intestinal, Barrett confirmado por biópsia e que teve melhora dos sintomas, histórico de câncer pessoal prévio ou outro critério de gravidade). A partir dessa capacitação, o(a) médico(a) e/ou a enfermagem (ambos da UBS), caso identifiquem algum sinal/sintoma que inclui o paciente como de risco, solicitam o exame e encaminham o paciente com o pedido devidamente justificado para o HBS. Os alunos do projeto “Exames Endoscópicos na Comunidade: prevenindo o câncer do aparelho digestivo em Teófilo Otoni-MG” avaliarão esses pacientes, por meio de anamnese e exame físico, se realmente há os fatores de risco e a necessidade do exame complementar. Caso o indivíduo realmente possua as indicações, os acadêmicos emitirão uma guia de autorização para inclusão destes pacientes em uma agenda de exames do projeto para a semana seguinte do atendimento, além de solicitarem aos pacientes para assinarem o termo de cessão de imagem e termo de consentimento livre esclarecido (TCLE). Com isso, essas pessoas terão acesso ao exame de maneira mais ágil e a possibilidade de identificar precocemente possíveis neoplasias, sem prejudicar a fila do SUS e com maior possibilidade de tratamento. Toda orientação sobre a realização do exame será fornecida ao paciente, levando-se em consideração o que já é preconizado pelas sociedades médicas. Para realizar a endoscopia, os pacientes serão orientados quanto à alimentação e sobre os documentos necessários para levar no dia da avaliação. Em relação à colonoscopia, todo o preparo do exame é fornecido pela UBS, porém os acadêmicos do projeto também reforçarão a necessidade de fazer o correto preparo para o exame, haja vista que, caso tenha alguma inadequação, isto levará ao cancelamento do exame e retorno para o final da fila de exames. No dia da realização dos exames, os pacientes serão recebidos e conduzidos pelos acadêmicos por meio de um protocolo de atendimento que será construído junto com o coordenador. Os pacientes deverão estar com acompanhante, terão os documentos verificados, assinarão o termo para realização do exame e responderão algumas perguntas-chave importantes para que o médico (coordenador do projeto que fará os exames endoscópicos) possa correlacionar os achados de imagem com a história clínica. Além disso, será fornecida orientação sobre a sedo analgesia do exame e sempre será verificado se há alguma dúvida quanto às explicações fornecidas. Posteriormente, com base no resultado do exame as pessoas serão orientadas sobre o seguimento. Ademais, o projeto fará a elaboração de uma cartilha a ser deixada em cada UBS assistida pelo projeto para que os profissionais de saúde possam ter ciência de como orientar os pacientes quanto ao seguimento e encaminhá-los após a emissão do resultado dos exames. O ambiente da sala de espera será propício para que seja realizada dinâmicas sobre a prevenção dos cânceres do aparelho digestivo (mitos e verdades, dúvidas frequentes, fatores de risco, entre outras) e distribuição de folhetins acerca da temática. Outrossim, no mês de março será feita uma oficina no HBS sobre a prevenção do câncer colorretal (março azul marinho). Todos os dados obtidos da entrevista clínica e do exame físico do paciente, bem como o resultado do exame de imagem serão armazenados em uma tabela do projeto, com acesso único e exclusivo dos membros integrantes dessa iniciativa, para que possam servir como acervo para a equipe elaborar um relato de experiência a ser publicado em revistas cientificas da área ao final da iniciativa. Mantem-se, pois, a estreita relação com o ensino e a pesquisa, podendo ser experimentado a troca de saberes e a construção de possibilidades de desenvolvimento na busca conjunta por novos caminhos. Por fim, a cada dois meses os membros da equipe do projeto se reunirão para realizar um feedback acerca das ações, discutir o que pode ser melhorado/ajustado e fazer análise da quantidade de exames realizados nas semanas e do perfil dos pacientes avaliados. Nesse sentido, o projeto visa a realização de pelo menos 4 exames por semana, com taxa mínima de eficiência de 66% e o atendimento de pelo menos 5% dos encaminhamentos de cada UBS assistida pelo projeto, para que dessa forma possa ser construída uma sistemática de avaliação dos indicadores almejados para o término da intervenção.
1. Brasil. Ministério da Saúde. Proctologia [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Sul – 1. ed. rev. – Brasília: Ministério da Saúde, 2016. 16 p.: il. (Protocolos de encaminhamento da atenção básica para a atenção especializada; v. 7) 2. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Estimativa 2020: incidência de câncer no Brasil / Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. – Rio de Janeiro : INCA, 2019. 3. Instituto Nacional de Câncer. Gastos federais atuais e futuros com os cânceres atribuíveis aos fatores de risco relacionados à alimentação, nutrição e atividade física no Brasil / Instituto Nacional de Câncer. – Rio de Janeiro: INCA, 2022. 4. NAKAIDARA, A.; ZATERK, S. História da Endoscopia moderna no Brasil. In: A gastroenterologia no Brasil. Rio de Janeiro: Revinter, 2001. 5. Projeto Pedagógico do Curso de Graduação em Medicina, da Faculdade de Medicina do Mucuri – FAMMUC – 2018. 6. SILVA, M. G. et al. Enfermagem em endoscopia digestiva e respiratória. São Paulo: Atheneu, 2010.
Os estudantes de medicina membros da Lacig participarão do projeto realizando a triagem dos pacientes, por meio de entrevista clínica e exame físico, daqueles que foram encaminhados pelas UBS para a agenda da intervenção, sempre com a supervisão do coordenador. Ademais, farão a marcação das pessoas que tiverem critérios para realização do exame endoscópico e preencherão os documentos necessários. Além disso, acompanharão o coordenador do projeto durante a execução dos exames endoscópicos, para que haja, dessa maneira, a consolidação da teoria dada em sala de aula com a prática clínica, além do aprimoramento do raciocínio clínico. Será de responsabilidade dos acadêmicos a elaboração, em conjunto com o coordenador, do protocolo de atendimento dos pacientes e da cartilha de orientação sobre o seguimento dos exames, que será deixada nas UBS. Os discentes farão, juntamente com os docentes e técnicos-administrativos, uma oficina para orientação e conscientização da população acerca do mês de prevenção do câncer colorretal (março azul marinho) no HBS, bem como as dinâmicas de prevenção primária a serem realizadas e os folhetins que serão distribuídos na sala de espera. Outrossim, participarão do levantamento dos dados do projeto para confecção de uma publicação cientifica após encerramento dos trabalhos. Ao longo de toda duração do projeto, os estudantes participarão de reuniões de feedback da equipe a cada dois meses, coordenadas pelo docente responsável pelo projeto, para que haja o aperfeiçoamento das ações, revisão de conteúdos teóricos, análise dos indicadores de eficiência e avaliação conjunta das atuações de cada um. As situações de feedback são primordiais para o desempenho e aprimoramento das habilidades de cada pessoa pois, por meio dele, o indivíduo ou o grupo podem melhorar seu desempenho e assim alcançar seus objetivos. Tendo em vista esses aspectos, essa iniciativa entra em consonância com o atual Projeto Pedagógico do Curso de Medicina da Fammuc, haja vista que o estudante dessa unidade acadêmica é capacitado para ser um agente transformador e de produção de conhecimentos; para ter a capacidade crítica e reflexiva para avaliação de suas necessidades de conhecimento e, por meio da educação permanente, manter-se atualizado e transformar continuamente sua prática com base em novos conhecimentos, contribuindo para o mesmo processo dos seus pares e demais profissionais de saúde; e, finalmente, para a incorporação em sua prática os conhecimentos novos baseadas em evidências científicas, transformando, pois, a realidade local.
O câncer se configura um dos principais problemas de saúde pública em todo o mundo, sendo o câncer gastrointestinal um dos mais prevalentes entre as populações. Sendo assim, os esforços para melhoria dos indicadores do câncer do aparelho digestivo devem ser canalizados para medidas que antecipem seu diagnóstico, minimizando a agressividade do tratamento administrado, reduzindo as taxas de mortalidade, repercussões físicas, psíquicas e sociais. Acreditamos que um diagnóstico preciso é a chave para o sucesso do tratamento. Por isso, o projeto "Exames Endoscópicos na Comunidade: prevenindo o câncer do aparelho digestivo em Teófilo Otoni-MG" surge como uma ação inovadora na cidade de Teófilo Otoni e que, decerto, cooperará para reduzir a fila de espera para os exames endoscópicos, impactando diretamente no diagnostico precoce, prevenção e tratamento das neoplasias. É válido destacar que a execução dos exames e procedimentos será feita pelo coordenador do projeto. Ademais, o público-alvo do projeto que será beneficiado diretamente pelas ações é a população do SUS com forte suspeita e/ou com elevados fatores de risco para câncer do aparelho digestivo e, indiretamente, o projeto também beneficiará os profissionais de saúde, como enfermeiros, médicos e técnicos de enfermagem, que trabalham na atenção primária de Teófilo Otoni, acadêmicos de medicina, técnicos administrativos e docentes da Fammuc. Tendo em vista todos eses aspectos, acreditamos que o câncer só pode ser vencido se formos mais ágeis no combate à desinformação, no diagnóstico precoce e no uso de inovações. Por isso, tona-se necessário projetos de extensão como este para que a realidade local posso começar a ser transformada por ação da Universidade.
Público-alvo
O público-alvo do projeto que será beneficiado diretamente pelas ações é a população do SUS com forte suspeita e/ou com elevados fatores de risco para câncer do aparelho digestivo. Portanto, são os pacientes de ambos os sexos, na faixa etária de 40 anos ou mais e menores de 40 anos se houver sinais de alarme (sangramento digestivo, perda de peso, emagrecimento). Além disso, contemplar-se-á os indivíduos com história clínica, histórico familiar positiva para câncer gastrointestinal, que fazem uso crônico de medicações, que possuem algum câncer prévio, que são etilistas, tabagistas e consumidores de bebidas quentes e/ou cáusticas.
Indiretamente, o projeto também beneficiará os profissionais de saúde, como enfermeiros, médicos e técnicos de enfermagem, que trabalham na atenção primária de Teófilo Otoni, acadêmicos de medicina, técnicos administrativos e docentes da Fammuc.
Municípios Atendidos
Teófilo Otoni
Parcerias
O presente projeto conta com a parceria do HBS - único hospital oncológico do município - que cederá a sala e materiais para realização da triagem dos pacientes, bem como o local para realização dos exames endoscópicos. É válido destacar que a execução dos exames e procedimentos será feita pelo coordenador do projeto, que já possui vínculo bem definido com as instituições.
Outra colaboradora do projeto é a prefeitura municipal de Teófilo Otoni, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, de modo a pactuar a realização desses exames, o estudo anatomopatológico por meio do laboratório do município e, com isso, reduzir a lista de espera dos pacientes. É válido destacar que a execução dos exames e procedimentos será feita pelo coordenador do projeto, que já possui vínculo bem definido com as instituições.
Essa empresa será colaboradora do projeto por meio do oferecimento de materiais para biópsias endoscópicas (como as pinças). É válido destacar que a execução dos exames e procedimentos será feita pelo coordenador do projeto, que já possui vínculo bem definido com as instituições.
Cronograma de Atividades
- Capacitação dos discentes e treinamento da equipe. - Reunião com as UBS, HBS e secretaria municipal de saúde.
- Confecção dos materiais a serem utilizados ao longo dos meses (janeiro a novembro 2023). - Entrega nas UBS da cartilha de seguimento do paciente, com base no resultado do exame (fevereiro 2023).
- Captação dos pacientes e agendamento dos exames. - Realização de exames endoscópicos. - Coleta de dados dos pacientes para confecção de artigo cientifico após encerramento da ação. - Agrupamento de dados para confecção de projeto de pesquisa (dezembro 2023).
- Reunião feedback da equipe para aprimoramento das ações. - Reunião de encerramento do projeto (dezembro 2023).
- Reunião com as UBS para acompanhamento das ações, feedbacks e orientações.
- Realização de uma oficina do Março Azul Marinho para conscientização da população.
- Apresentação do projeto de extensão em um evento acadêmico.