Visitante
Medicamentos para Todos
Sobre a Proposta
Tipo de Edital: Pibex
Situação: Aprovado
Dados do Coordenador
janaina martins andrade
202310120232161107
faculdade de medicina de diamantina - famed
Caracterização da Ação
ciências da saúde
saúde
direitos humanos e justiça
fármacos e medicamentos
regional
Não
Membros
henrique assis oliveira
Bolsista
lorena ulhoa araujo
Voluntário(a)
kelly cristina kato
Voluntário(a)
marco antonio fernandes de souza sobrinho
Voluntário(a)
igor valente almeida
Voluntário(a)
marcelo augusto de oliveira
Voluntário(a)
beatriz cruz de paula
Voluntário(a)
sabrine cristine matos de paula
Voluntário(a)
hyagor amador dos santos
Voluntário(a)
fernanda ferreira dos anjos
Voluntário(a)
ana júlia assis rodrigues
Voluntário(a)
lariene pires de souza rocha santos
Voluntário(a)
gabriela suss velho
Voluntário(a)
andré dellacqua araújo
Voluntário(a)
maycow godinho lima frança
Voluntário(a)
gabriel viana figueiredo
Voluntário(a)
O Projeto intitulado “Medicamentos para Todos” é uma proposta que visa arrecadar doações de medicamentos na comunidade de Diamantina-MG, por meio de parceria com a Farmácia Básica, que irá realizar a triagem dos fármacos, por profissionais farmacêuticos, para avaliar sua viabilidade de uso, de acordo com suas propriedades organolépticas e, posteriormente, fazer a dispensação destes à população. Com isso, objetiva-se que indivíduos menos favorecidos economicamente do Vale do Jequitinhonha, tenham mais uma forma de acesso a medicamentos. Ademais, além desse lado altruísta, o projeto também tem a intenção de informar a população sobre os malefícios do desperdício, do uso indiscriminado e do descarte incorreto desses medicamentos, objetivando incentivar a população a doar e a evitar o desperdício de forma inconsciente destes. Dessa forma, além desses benefícios gerados à população do Vale do Jequitinhonha, o projeto também irá gerar benefícios ao meio ambiente, visto que, os medicamentos arrecadados que seriam inviáveis para consumo ou vencidos, serão descartados de acordo com a política de descarte nacional de medicamentos, que será feita pela Farmácia Básica de Diamantina, evitando os diversos problemas ambientais causados pelo lixo farmacêutico.
medicamentos, SUS, farmácia
O uso de fármacos, proposto para minimizar diferentes graus de afecções em saúde, é preponderante para manter um organismo livre de doenças. No entanto, apesar de sua relevância, o acesso a medicamentos no Brasil, especialmente para populações carentes, é deficiente e muito dependente, ainda, de políticas públicas (BOING et al, 2013). Esse fato, somado ao custo dos medicamentos, que, para muitas famílias, é oneroso, contribui significativamente para fragilizar a adesão a tratamentos farmacológicos, o que, consequentemente, promove a progressão e cronificação de doenças que poderiam ser passíveis de cura se fossem tratadas adequadamente. Diante desse cenário e com intuito de promover mudanças em relação à acessibilidade a medicamentos, o Governo Federal colocou em vigor a lei dos Genéricos e da Farmácia Popular (PORTELA et al, 2010). Apesar da maior acessibilidade à aquisição de fármacos proporcionada por esses programas, muitos medicamentos ainda apresentam custo elevado. Alinhado a esse fato, a situação econômica e de desigualdade social no país contribui para que um número crescente de indivíduos não consiga viabilizar alguns tratamentos propostos pelos médicos (OLIVEIRA et al., 2006). Diante dessa realidade, uma forma sustentável de reduzir esse impacto, capaz de garantir o tratamento quimioterapêutico a esses indivíduos, minimizando o impacto da quebra do processo saúde/doença, seria por meio de políticas de doações. Embora a escassez de recursos financeiros proporcione impactos negativos na saúde, tem sido identificado um crescente desperdício de fármacos pela população geral, pelo acúmulo destes nas residências. Isso ocorre, principalmente, devido à prescrição em quantidades além das necessárias para os tratamentos e pela aquisição indiscriminada de fármacos, reflexo de propagandas da indústria farmacêutica e da distribuição de amostras-grátis de medicamentos aos profissionais médicos como forma de reforçar a aquisição desses produtos, problemas que levam à automedicação por parte da população (EICKHOFF et al., 2009, OLIVEIRA et al., 2006). Consequências diretas, tanto da aquisição, quanto do acúmulo excessivo de fármacos nas residências, são os diversos tipos de impactos ambientais que isso pode causar, relativos ao descarte indiscriminado e não consciente desses medicamentos (EICKHOFF et al., 2009). Nesse sentido, a campanha de doação e reutilização de fármacos consiste em uma maneira racional de reduzir tais impactos. Essa estratégia, além de desenvolver uma política ambiental de descarte no caso de medicamentos com prazo de validade expirados, evita que os fármacos percam o prazo de validade ao serem doados e reutilizados, e, assim, impede que eles sejam descartados de forma incorreta no ambiente, ao mesmo tempo em que ela beneficia indivíduos que não têm recursos para adquiri-los. Embasado nessa temática, a presente proposta do projeto de extensão intitulado “Medicamentos para todos” prevê a realização de uma campanha consciente para doação, análise de viabilidade e redistribuição de medicamentos para populações carentes, mediante receituário médico, que usam os serviços de saúde pública do município de Diamantina, como forma de viabilizar o tratamento e manutenção da saúde desses indivíduos. Além disso, o projeto visa conscientizar a população sobre o uso racional de medicamentos, riscos da automedicação e fortalecer uma cultura de descarte consciente dos mesmos.
Segundo o Conselho Federal de Farmácia, o Brasil ocupava a sexta colocação no ranking de consumo de medicamentos mundial ao final do ano de 2018. Ressalta-se ainda que, além do alto consumo de fármacos, o Brasil é um dos países que mais desperdiça medicamentos no mundo (JUNIOR, ZANCARANO, 2013). Dentre os motivos causadores desse desperdício, destaca-se o consumo exagerado pela população, a prescrição de medicamentos, muitas vezes, além do necessário aos tratamentos e os abusos dos meios de propaganda e das amostras-grátis. Nesse contexto, é importante considerar que a automedicação é uma prática corriqueira entre a população brasileira, e está principalmente relacionada à medicamentos isentos de prescrição. Isso impacta diretamente na forma de consumo da sociedade, que, cada vez mais, consome fármacos de forma excessiva (ARRAIS et al., 2016). Assim, é comum que esses medicamentos acabem não sendo utilizados ou que remanesçam nas residências da população até que percam a data de validade, o que contribui, de forma muito importante, para desperdício de medicamentos. De acordo com o Conselho Federal de Farmácia (CFF), por ano, uma família de quatro pessoas, pertencente à classe média, produz cerca de sessenta reais em lixo farmacêutico (TESSARO, VANCARANO, 2013). Esse dado justifica que boa parte dos medicamentos adquiridos, principalmente pela classe média do país, resta nas residências enquanto perdem o prazo de validade, situação problemática quando reflete-se sobre a possibilidade desses medicamentos servirem a outras pessoas que não têm condições de obtê-los. Além disso, há, muitas vezes, uma prescrição de fármacos, por parte dos profissionais médicos, superior ao que preconiza o tratamento de uma determinada doença, contribuindo para o desperdício. Ademais, a falta de conferência da prescrição no momento da dispensação, por parte do farmacêutico, e a impossibilidade de fracionamento de algumas medicações também contribuem, associados ao primeiro problema, para que o desperdício seja perpetuado (JOÃO, 2011). Ademais, existe também uma grande quantidade de Lixo Farmacêutico gerado por meio das amostras grátis utilizadas pelos laboratórios como forma de propaganda. O que acontece é que essas amostras podem tornar-se medicamentos em desuso com grande facilidade, visto que eles não são distribuídos pelos laboratórios com nenhuma finalidade de tratamento, somente publicidade. Com isso, é comum que esses medicamentos percam o prazo de validade nas mãos dos médicos, que nem sempre têm uma função bem estabelecida para esses fármacos. Isso ocorre até mesmo nas mãos dos pacientes, já que as quantidades de medicamentos presentes nessas amostras nem sempre condizem com as posologias terapêuticas indicadas (JOÃO, 2011). Outro lado problemático relacionado ao desperdício de medicamentos são os diversos problemas ambientais que o descarte mal feito desses fármacos podem trazer ao meio ambiente. Já foram identificados a presença de Lixo Farmacêutico contaminando tanto a água, quanto o solo (ALENCAR, 2014). A quantidade de medicamentos envolvida na contaminação do meio ambiente, tanto por via direta, quanto por consumo/excreção é difícil de se ter uma noção. Entretanto, sabe-se que o descarte direto desses medicamentos no lixo comum ou esgoto é mais prejudicial do que a excreção corporal, por esses medicamentos terem ainda a sua atividade farmacológica ativa (PROENÇA, 2011). Dentre os problemas ambientais já identificados, relacionados a esse descarte mal feito, destaca-se a seleção de bactérias resistentes à determinados antimicrobianos pelo contato não controlado desses fármacos com a natureza, as influências estrogênicas no sexo de algumas espécies de peixes e outros animais aquáticos, além dos efeitos mutagênicos de alguns medicamentos, principalmente quimioterápicos (EICKHOFF, HEINECK, SEIXAS, 2009). Isso tudo nos mostra o quanto é importante a valorização do descarte correto desses resíduos, e o quanto isso pode evitar diversas atrocidades ambientais que ocorrem por meio da contaminação da natureza. Em um estudo transversal realizado por CRUZ et al, onde 555 pessoas foram entrevistadas no Vale do Jequitinhonha, 46,7% dos entrevistados armazenam as sobras de medicamentos em casa para uma posterior utilização e 26,3% dos entrevistados afirmaram descartar no ambiente essas sobras. Esses dados mostram o quanto o trabalho desempenhado pela presente proposta de Extensão pode ser importante para a população da cidade de Diamantina, visto que, se as proporções se manterem, o projeto pode dar fim a cerca de 73% dos medicamentos que a população tem remanescente nas residências. Nesse contexto de desperdício, salienta-se o importante papel que o acesso a medicamentos tem sobre a saúde de uma população. Sabe-se que, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), esse acesso a fármacos pertencentes a lista de medicamentos essenciais é validado como um dos cinco indicadores relacionados a avanços na garantia do direito à saúde. Por isso, é importante garantir esse direito com o intuito de assegurar a minimização dos impactos do processo saúde/doença na população, melhorando, dessa forma, a saúde desses indivíduos (BOING et al). Entretanto, pode existir uma dificuldade das classes mais pobres da população em ter acesso à medicamentos, relacionados à falta dessas medicações pelo SUS. Essa carência pode ocorrer como efeito de recessos econômicos vividos pelo país, que resultam na falta de investimentos na saúde pública, e também na dificuldade econômica da própria população para comprar algumas dessas medicações (OLIVEIRA et al., 2006). Por isso, espera-se que o repasse dos fármacos arrecadados pelo projeto à população possa reduzir os impactos que os problemas de abastecimento de medicamentos na esfera pública trazem, beneficiando os indivíduos que dependem desse serviço. Dando ainda mais relevância à realização desse projeto em Diamantina-MG, destaca-se que a cidade é referência em saúde para o Vale do Jequitinhonha, macrorregião muito pobre do Estado de Minas Gerais, na qual ela está situada. Por isso, essa estratégia pode garantir tratamento e higidez dessa população, proporcionando melhora da qualidade de vida dos moradores do Vale, por meio da conscientização da população sobre os benefícios desse processo de doação. Com essas medidas, consegue-se diminuir a produção de lixo farmacêutico e favorecer a população que necessita desses tratamentos, recolhendo medicamentos que não serão utilizados pelas pessoas e promovendo a doação destes para indivíduos que usam os serviços do SUS e da Farmácia Básica de Diamantina. O projeto atualmente encontra-se em funcionamento há cerca de três anos, pelos editais 2019/01, 2020/01, 2021/01 e 2022/01. Na primeira fase do projeto, houve uma estruturação da equipe e dos materiais que seriam utilizados no recolhimento e na dispensação dos medicamentos. Nessa fase de estruturação, não houve uma expressiva dispensação de medicamentos, visto que as doações só começaram a ser significativas após os primeiros seis meses de consolidação da equipe e do próprio projeto dentro da comunidade. Posteriormente, foi notável o quanto o projeto foi apoiado tanto no meio acadêmico, quanto pela população externa à universidade. De acordo com o levantamento realizado na planilha de estoque do projeto, até o dia 29/09/2019, haviam sido arrecadados cerca de 4.034 medicamentos, em número total de comprimidos. Muitas dessas doações correspondem a medicamentos não encontrados no SUS, como a Venlafaxina, amplamente utilizada no tratamento de transtornos de humor e dor crônica (FERNANDES, 2009). Ademais, também foram arrecadados medicamentos extremamente caros que também não são ofertados pelo SUS, como Sirolimo, utilizados no tratamento de indivíduos transplantados (OLIVEIRA, 2009). Por meio dessa análise de arrecadações, também foi possível perceber um número importante de fármacos arrecadados utilizados no tratamento de algumas das doenças crônicas mais prevalentes na sociedade, como a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) (PASSOS, ASSIS, BARRETO, 2006). Por exemplo, somente de anti-hipertensivos, foram arrecadados 584 comprimidos, o que corresponde a 14,47% do total de medicamentos recebidos. Apesar desse número de doações ainda não ser tão expressivo, esse levantamento mostra sinais de que o projeto já possui relevância para a população. Outro fator relevante do projeto foi a contribuição em aprendizado e atividades extracurriculares aos membros da equipe. Através das práticas realizadas por todos os integrantes, o projeto estimulou a busca por conhecimento e a geração de vínculos entre os membros da equipe e também com a população beneficiada. Por meio de tudo o que foi exposto, o projeto “Medicamentos para Todos” mostra toda sua relevância e também o seu potencial de retorno à comunidade e aos extensionistas. No período pandêmico foram realizadas ações de informação e divulgação acerca do funcionamento do projeto na Farmácia Básica, convidando a população para depositar suas doações no local. Isto se deu por meio das redes sociais, onde também ocorreu a divulgação de textos e vídeos para informar os leitores sobre temas médicos e farmacêuticos, totalizando mais de 30 postagens. Estas ações possibilitaram, de maneira satisfatória, a perpetuação da doação de medicamentos, mesmo durante o período da pandemia.
Objetivo Geral Realizar campanhas de arrecadação de medicamentos para redistribui-los à população de baixa renda, usuária dos serviços de saúde pública do município de Diamantina, MG, além de conscientizar a população sobre os riscos do consumo abusivo e da autoprescrição de medicamentos, desenvolvendo, secundariamente, uma política ambiental de descarte de fármacos vencidos. Objetivos Específicos • Promover uma campanha de conscientização da relevância da doação de medicamentos, em desuso no domicílio e dentro do prazo de validade, que possa favorecer o tratamento médico a indivíduos de baixa renda; • Estabelecer como ponto estratégico para viabilizar a coletas dos medicamentos doados pela comunidade a Farmácia Básica de Diamantina; • Auxiliar na adesão do tratamento farmacológico pelos usuários dos serviços de saúde pública do município e especialmente do Ambulatório Escola da Faculdade de Medicina da UFVJM; • Promover o descarte adequado dos medicamentos arrecadados fora do prazo de validade ou sem condições de dispensação; • Evitar problemas socioambientais relacionados à produção de lixo farmacêutico, por meio da coleta de fármacos ainda dentro do prazo de validade; • Realizar campanhas para conscientização da população sobre os riscos do consumo abusivo e da automedicação, bem como do uso de medicamentos fora da validade. . Aplicar atividades de extensão à comunidade em unidades básicas de saúde (UBS) da cidade de Diamantina - MG, promovendo atividades de divulgação do projeto e de educação da população acerca da automedicação e do uso e descarte correto de medicamentos.
Previsão de impacto direto: Esse projeto impactará diretamente na manutenção do estado de saúde de muitos indivíduos carentes que utilizam os serviços prestados pelo SUS, contribuindo para que os mesmos possam aderir ao tratamento farmacológico prescrito pelo médico, de acordo com as doações recebidas e repassadas. Além disso, a manutenção de um estado de higidez contribui diretamente para promoção em saúde e consequentemente melhora da qualidade de vida desses indivíduos. Previsão de impacto indireto: de maneira indireta tanto os estudantes de medicina e de outras áreas da saúde quanto a população em geral, que se dispuser a realizar doações, serão beneficiados. Em relação aos estudantes, que compõem a equipe desse projeto, essa proposta impactará no aprimoramento da sua formação acadêmica e profissional com uma abordagem integradora e humanizada revertidos para as reais necessidades da população. Espera-se ainda que os mesmos se tornem propagadores de ações envolvendo o ensino com o serviço e a comunidade, o que é fundamental para a prevenção e promoção da saúde, uma vez que, um profissional humanizado transmite o conhecimento adquirido à equipe interdisciplinar e multidisciplinar em seu ambiente de trabalho de forma a favorecer uma ação conjunta e direcionada às necessidades de saúde da população em geral. Outro benefício relevante é para a população, que além de doar os medicamentos, poderá despertar para um processo de conscientização a respeito do uso abusivo de fármacos, além de ser orientada sobre a importância do descarte correto de medicamentos vencidos, minimizando o impacto ao meio ambiente causada pelo lixo farmacêutico produzido nas residências tornando-se indivíduos ativos no processo de educação em saúde. Indicadores numéricos: apesar dos benefícios imensuráveis à saúde da população de baixa renda, acredita-se que esse projeto poderá alcançar inúmeros indivíduos do Vale do Jequitinhonha que são usuários dos serviços de saúde oferecidos no município de Diamantina, MG. Além disso, tomando como base o número de pacientes assistidos pelos acadêmicos de medicina no ambulatório escola da Famed/UFVJM, nas diversas especialidades médicas destacados no Quadro 1 abaixo, esse número de pacientes terá um peso significativo, caso a grande maioria possa ser beneficiada com o tratamento. Ressalta-se que essa previsibilidade estará diretamente condicionada a quantidade e as diferentes classes de medicamentos recebidos por meio das doações e do estoque disponível na Farmácia Básica de Diamantina. Quadro 1: Quantitativo de atendimentos do Ambulatório Escola da Faculdade de Medicina da UFVJM, por município dentre as diversas especialidades médicas prestadas. ATENDIMENTO NO AMBULATÓRIO DA FACULDADE DE MEDICINA DE DIAMANTINA (FAMED) POR MUNICÍPIO Período entre 05/06/2017 a 28/09/2017 Especialidades Médicas Atendidas: Pediatria Clínica Médica Dermatologia Ginecologia/Obstetrícia Reumatologia Geriatria Endocrinologia Infectologia Neurologia MUNICÍPIO ATENDIMENTOS: Alvorada de Minas - 3 Capelinha - 9 Carbonita - 19 Coluna - 6 Congonhas do Norte - 15 Coronel Murta - 1 Couto de Magalhães de Minas - 12 Datas - 12 Diamantina - 632 Felício dos Santos - 11 Francisco Badaró - 2 Gouveia - 8 Itamarandiba - 2 José Gonçalves de Minas - 8 Leme do Prado - 5 Minas Novas - 1 Presidente Kubitschek - 1 Rio Vermelho - 2 Santo Antônio do Itambé - 4 São Gonçalo do Rio Preto - 10 Senador Modestino Gonçalves - 5 Serro - 3 Turmalina - 3 TOTAL 774 Fonte: Dados cedidos pela Famed.
A estratégia metodológica delineada para o cumprimento dos objetivos propostos será dividida em quatro etapas: marketing, que irá promover a disseminação de informações sobre o uso correto de medicamentos e a divulgação do projeto. Coleta, com a arrecadação de doações. Triagem e dispensação dos medicamentos. E, por fim, o descarte daqueles que não estiverem em condições de uso. Etapa 1: Marketing Essa etapa consistirá na manutenção da campanha direcionada a conscientizar a comunidade a respeito da importância da doação dos medicamentos que estão em desuso, ao projeto. Além disso, também está previsto a produção de conteúdo voltado para informar a população sobre os riscos do consumo abusivo e da auto prescrição de medicamentos para a saúde, e também dos riscos ambientais relacionados ao descarte incorreto de medicamentos. No período pré-pandemia, esse processo acontecia por meio da elaboração de panfletos e cartazes, colocados nos pontos de coleta e nas ESF’s da cidade e posts em redes sociais, sendo esses conteúdos produzidos pela equipe do projeto. Atualmente, o Marketing do projeto tem focado na produção de conteúdo virtual. Serão realizados posts semanais no Instagram e Facebook e também lives com extensionistas e professores convidados da Universidade com o intuito de levar informação à população sobre os temas supracitados. Essa abordagem continuará tendo uma linguagem informal, com objetivo de facilitar o entendimento, abrangendo o maior número possível de indivíduos da comunidade. Ademais, a elaboração de mídias também envolve a confecção de um banner no formato 1,00 x 1,20m, com todas as características descritas no edital PIBEX 2023/1, o qual ficará exposto na Farmácia Básica e também será utilizado em todas as ações do projeto, para que sejam feitos registros fotográficos para a apresentação no Relatório Final. O projeto também irá manter suas ações de extensão à comunidade, caracterizadas pela visita de membros da equipe às Unidades Básicas de Saúde (UBS) da cidade de Diamantina. Nessas ações ocorrerão a exposição de temas relacionados à divulgação do projeto, à automedicação e ao uso consciente de fármacos. Haverá projeção de slides, exposição do banner do projeto e realização de perguntas norteadoras para interação com a população convidada e também pessoas que estiverem aguardando seus atendimentos. As UBS’s serão selecionadas por meio de reuniões entre os membros do projeto, sendo montado um cronograma dessas visitas. A equipe entrará em contato com o( a) enfermeiro(a) responsável previamente e agendará a ação, que será realizada mensalmente. Assim, no período de vigência anual do projeto cerca de 12 unidades serão contempladas, atingindo um número satisfatórios de abrangência. Etapa 2: Coleta e Arrecadação. Essa etapa será destinada ao reforço e estabelecimento do único ponto de coleta de medicamentos do projeto, que hoje está na Farmácia Básica de Diamantina. O ponto foi pensado para funcionar dessa forma, pois torna o processo de doação mais seguro, por ser supervisionado pelos funcionários da instituição. Além disso, o projeto garante que esse processo seja supervisionado por um profissional farmacêutico, que está presente na Unidade. Esse ponto de coleta, atualmente, possui uma caixa fechada destinada ao depósito dos fármacos. A caixa possui apenas um orifício em sua exterioridade, com espaço suficiente para a passagem de uma caixa de medicamentos padrão grande, o que evita a exposição das embalagens do fármaco à população e às pessoas que manipularem a caixa. Também está anexado à caixa um questionário anônimo que contém perguntas sobre a doação, como a quantidade de medicamentos doados e as condições em que estes eram armazenados. Os membros da equipe irão se revezar para visitar a Farmácia Básica quinzenalmente com o objetivo de conversar com o Farmacêutico responsável e saber como andam as doações e a dispensação dos medicamentos. Esses membros também serão responsáveis por recolher os questionários anexados na caixa para posterior análise de dados. Toda essa logística está garantida pela Farmácia Básica por meio do termo de anuência assinado pela Diretoria da Unidade, que está anexado ao projeto. Haverá, também, um foco na procura de doações de medicamentos por médicos e farmácias da cidade, tentando conseguir o máximo possível de medicamentos, já que esses locais contam com grande circulação de remédios, muitas vezes não utilizados. Etapa 3: Triagem e Dispensação. Posteriormente, esses fármacos serão agrupados e armazenados na Farmácia Básica, passando por uma triagem. Este órgão possui competência sanitária e técnica para realizar uma análise de viabilidade pelos seus profissionais farmacêuticos e se comprometeu a isso também por meio do termo de anuência anexado à esta proposta. Essa etapa consiste na conferência da data de validade dos fármacos e uma análise geral para verificar se os medicamentos estão com umidade, se possuem coloração alterada e se existem comprimidos abertos ou fracionados. Outras propriedades organolépticas também são analisadas, de acordo com o livro "FARMACOPÉIA", para que haja uma padronização da triagem pelos dois farmacêuticos habilitados para avaliar a qualidade desses medicamentos recebidos. Após a triagem, os fármacos são direcionados para dispensação à população que frequenta a farmácia básica, tornando possível o acesso desses itens pela população. Dessa forma, a dispensação será realizada com mais segurança sanitária e técnica. Durante o período da pandemia, o Ambulatório Escola da FAMED, local onde antes eram dispensados os fármacos arrecadados pelo projeto, não funcionou. Por isso, neste cenário, não foi possível haver dispensação de medicamentos pelo projeto. Entretanto, essa etapa foi realizada pela Farmácia Básica, por meio da parceria firmada para que a instituição recebesse como forma de doação e repassasse à população todos os fármacos viáveis arrecadados pela equipe. Com isso, o projeto manteve um dos seus objetivos principais, que é beneficiar a população com essas medicações. Com o restabelecimento das atividades acadêmicas no Ambulatório Escola da FAMED e o fim da pandemia, o projeto pretende resgatar parte da função do Ambulatório na proposta. Desta vez, por meio da informação e da educação dos pacientes atendidos, passadas pelos extensionistas que farão os atendimentos. Os usuários, que antes recebiam os medicamentos diretamente no ambulatório, serão orientados a procurarem a Farmácia Básica para solicitarem os fármacos prescritos e os recebam, caso estejam disponíveis. Etapa 4: Descarte. Os fármacos que passam pela triagem e não são aprovados para reutilização pela população deverão receber o devido descarte. Para tal, os funcionários da Farmácia Básica irão separar os rejeitos e descartá-los da maneira adequada. Esta instituição se comprometeu, por meio do termo de anuência, a receber esse lixo farmacêutico. Isso evitará os problemas socioambientais que esses fármacos poderiam causar, caso tivessem sido descartados incorretamente pela população.
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Já no primeiro ano de curso, os acadêmicos de medicina são inseridos nos programas de Estratégias de Saúde da Família (ESF), como parte integrante do currículo. Estes são peça chave para execução da presente proposta, uma vez que o seu processo de formação acadêmica/profissional favorece a integração do ensino ao serviço prestado à comunidade, dentro de seu cenário de prática. A execução desse projeto contribuirá para aprimorar os conhecimentos desses acadêmicos em relação ao processo de saúde e doença, ao mesmo tempo em que contribui diretamente para uma formação consciente e humanizada direcionadas às reais necessidades de saúde da população. Os acadêmicos, ao atuarem junto com as professoras do projeto, serão beneficiados recebendo orientações, uma vez que participarão de várias etapas de execução. Por meio da elaboração de ferramentas de mídia para divulgar o projeto e conscientizar a população sobre a importância das doações, esses alunos serão estimulados a agir proativamente, ser criativos, desenvolver habilidades de comunicação (escuta, fala e escrita) e trabalhar em equipe, uma vez que eles serão responsáveis diretamente pela divulgação do projeto bem como pela interação da equipe. Além disso, esses alunos terão sua curiosidade aguçada para conhecer mais sobre os diferentes tipos de fármacos, visto que ajudarão nas etapas de coleta e produção de conteúdo informativo acerca desses medicamentos. Todas as atividades executadas pelos alunos, serão avaliadas por meio de observação direta, uma vez que em todas as atividades serão acompanhados pelos docentes e/ou técnicos, que fornecerão o feedback semanalmente a respeito das atividades executadas. Com isso, haverá uma maior interação de todos os membros da equipe e uma maior contribuição, por parte dos profissionais da saúde integrantes, para a formação desses acadêmicos.
O Brasil é um dos países que mais consome medicamentos no mundo. Essa marca está intimamente ligada com o alto índice de desperdício, automedicação e publicidade excessiva, além de muitas vezes a quantidade de medicamentos que contém em uma embalagem ser muito superior ao necessário pelo usuário. Esse cenário se torna contraditório quando percebe-se a quantidade de pessoas carentes e a desigualdade social do país, o que inviabiliza grande parte da população a ter acesso a medicamentos básicos, mesmo em um país marcado pelo desperdício. Nesse aspecto o projeto Medicamentos possui grande relevância para a comunidade no que tange o melhor aproveitamento desses fármacos, por intermédio da captação das sobras e redistribuição aos que mais necessitam, trazendo melhoria dos índices salutares da macrorregião de Diamantina. Além disso, o descarte inadequado dessas drogas provoca poluição da água e do solo, devida a suas substâncias ativas. Logo, o projeto consegue atingir outro ponto de relevância ao proporcionar o descarte correto daqueles produtos que não tem mais condições de uso ou estão vencidos. O retorno para os extensionistas também caracteriza uma justificativa relevante para o funcionamento do projeto Medicamentos para Todos. O contato com o meio médico farmacêutico, a produção de materiais educativos e a realização de palestras a respeito da automedicação, do armazenamento e descarte correto de fármacos pelos membros do projeto, agrega conhecimento técnico-científico a esses alunos, gerando complementariedade das matérias ensinadas em seus respectivos cursos. Por fim, o projeto Medicamento para Todos possui relevância em diversos âmbitos (social, técnico, ambiental e universitário) justificando seu funcionamento no meio acadêmico e comunitário.
Público-alvo
Acredita-se que as ações pretendidas com a execução dessa proposta, ao favorecer a complementação da assistência à saúde, especialmente aos indivíduos de baixa renda, possam alcançar um número expressivo de pessoas. Dessa maneira, todos os usuários dos serviços de saúde pública prestados pela secretaria de saúde de Diamantina, somado aos pacientes dos 23 municípios, que também são assistidos diariamente pelos estudantes de medicina e profissionais médicos do ambulatório escola da FAMED, possam ser diretamente beneficiados com a doação dos fármacos. Essas ações refletem em impactos positivos para a manutenção da saúde do Vale do Jequitinhonha, uma vez que será capaz de garantir muitos dos tratamentos prescritos pelos médicos e estudantes a esses pacientes. Além dos ganhos com a saúde, os beneficiados diretos com a execução dessa proposta são: 1 - Acadêmicos de medicina que aprendem, desde o primeiro contato com os pacientes, o valor do tratamento humanizado, atendendo a integralidade das necessidades de saúde dessas pessoas no nível de atendimento que conseguem prestar. 2 - A população em geral que, ao doar os medicamentos, tem a oportunidade de ajudar a complementar o tratamento de populações menos favorecidas. 3 - Os indivíduos que frequentam as UBS de Diamantina, que além de serem doadores, podem receber outros medicamentos, dicas de saúde e se conscientizarem sobre os risco do consumo abusivo e da auto prescrição de fármacos, abordado nas mídias informativas produzidas pela equipe. Além disso, favorece a preservação do meio ambiente por meio do descarte adequado dos fármacos vencidos e ou inviáveis para o consumo.
Municípios Atendidos
Diamantina
Alvorada De Minas
Capelinha
Carbonita
Coluna
Congonhas Do Norte
Coronel Murta
Couto De Magalhães De Minas
Datas
Diamantina
Felício Dos Santos
Gouveia
Itamarandiba
José Gonçalves De Minas
Leme Do Prado
Minas Novas
Presidente Kubitschek
Santo Antônio Do Itambé
São Gonçalo Do Rio Preto
Senador Modestino Gonçalves
Serro
Turmalina
Parcerias
O Projeto Medicamentos para Todos possui parceria firmada com a Farmácia Básica de Diamantina por meio do termo de anuência assinado pelo farmacêutico chefe da instituição. Objetiva-se com essa proposta incentivar a comunidade a doar medicamentos em desuso, com o propósito de repassá-los à indivíduos carentes. O apoio dessa instituição de saúde consiste em receber como doação os fármacos arrecadados, realizar uma análise prévia dos medicamentos, com o propósito de confirmar a viabilidade destes por meio de uma triagem realizada por um profissional competente da área e dispensá-los à comunidade. Também consistirá no recebimento de fármacos arrecadados no projeto que não poderão ser reutilizados, dando a eles o descarte adequado.
Cronograma de Atividades
Reunião inicial da equipe para apresentação do projeto, apresentação do cronograma e alinhamento da proposta.
Proposta de divisão de cargos e funções dentro da equipe.
Escolha e produção dos meios de promoção e divulgação do projeto.
Atividades de divulgação do projeto e suas formas de trabalhar.
Confecção e desenvolvimento das caixas de Coleta que receberão os medicamentos doados e entrega desse material no ponto de coleta.
Convocação de reuniões da equipe para repasse das atividades, alinhamento de ideias e planejamento de atividades futuras.
Ida de integrantes do projeto até o ponto de coleta para conferência das doações, da caixa e do banner do projeto. Se há necessidade de manutenção nos itens e se estão funcionais.
Realização de palestras nas UBS's de Diamantina para informação da população usuária do SUS a respeito de temas médicos/farmacológicos, como a automedicação e armazenagem e descarte correto de medicamentos. Além disso, realizar o convite de todos a doarem os medicamentos guardados em casa e que estão sem utilização.
Elaboração e apresentação de trabalho no Sintegra para apresentar os resultados e a relevância do projeto para a comunidade.
Elaboração de relatório final para balanço de metas e objetivos do projeto ao final do ano de trabalho.