Visitante
Manejo sustentável de microbacias hidrográficas: Instrumento de recuperação e proteção de nascentes
Sobre a Proposta
Tipo de Edital: Pibex
Situação: Aprovado
Dados do Coordenador
denis leocadio teixeira
2023101202349717
instituto de ciências agrárias
Caracterização da Ação
engenharias
meio ambiente
educação
recursos hídricos
regional
fazenda escola do instituto de ciências agrárias
Não
Membros
hermes soares da rocha
Voluntário(a)
fabrício da silva terra
Vice-coordenador(a)
paulo sérgio cardoso batista
Voluntário(a)
álvaro
Voluntário(a)
ana luíza freitas santos
Bolsista
Este projeto tem como objetivo promover a integração entre ensino, pesquisa e extensão, subsidiando o desenvolvimento territorial sustentável por meio da melhoraria da gestão e do manejo das microbacias hidrográficas como prática integrada para a revitalização de nascentes. O projeto se destina as comunidades rurais da região Noroeste de Minas Gerais, sendo diretamente beneficiados os moradores da zona rural e de pequenos povoados que captam água de nascentes para o consumo humano. Estas pessoas, na maioria das vezes, não possuem outra fonte de água para abastecimento, portanto, necessitam de maior segurança referente a manutenção da vazão captada ao longo do ano, e em relação a qualidade físico-química e biológica da água. Como resultado das ações desenvolvidas neste projeto, espera-se uma melhoria da qualidade de vida da população residente na microbacia hidrográfica, em consequência do aumento da segurança hídrica. A comunidade acadêmica também será beneficiada indiretamente, por meio de trocas de experiências e saberes, promovendo a interação transformadora entre universidade e sociedade.
práticas conservacionistas, recurso hídrico, qualidade da água, segurança hídrica, conservação de solo e água
O manejo e a gestão de bacias hidrográficas tem sido implementados em diversas regiões do Brasil com o objetivo de aumentar a disponibilidade hídrica superficial e subterrânea de uma localidade. Dentre as diversas ações desenvolvidas, destaca-se a revitalização de nascentes, prática aplicada localmente, muitas vezes de forma isolada, com o objetivo de promover a melhoria na quantidade e qualidade da água em uma bacia hidrográfica. As nascentes são formadas pela afloração das águas subterrâneas, tecnicamente do lençol freático, deste modo, quanto mais próximo o lençol estiver da superfície, maior a possibilidade de surgência das nascentes. Logo, uma das primeiras ações a se propor para a recuperação de uma nascente é a avaliação da bacia hidrográfica na qual está inserida, juntamente com a adoção das práticas locais de recuperação de nascentes. Dentre as principais práticas utilizadas para recuperação de nascentes, destaca-se o seu isolamento para evitar o acesso do gado e, consequentemente, a compactação do solo; a regeneração da vegetação nativa, seja por processos naturais ou por meio do plantio de mudas; e a implementação de técnicas de proteção de nascentes para evitar a contaminação da água. Apesar dessas práticas serem essenciais no processo de revitalização de uma nascente, quando aplicadas de forma localizada e isolada sem a avaliação da área de recarga da nascente, podem não ser suficientes para alcance do objetivo proposto. A revitalização das nascentes, portanto, deve ser realizada considerando ações locais como o cercamento da nascente, o plantio de árvores nativas no seu entorno, a proteção do afloramento da água para evitar a contaminação logo na sua origem, além da adoção de práticas conservacionistas na microbacia hidrográfica, as quais podem ser subdivididas em práticas edáficas, vegetativas e mecânicas de conservação dos solos. Essas práticas têm como objetivo aumentar a capacidade de infiltração de água no solo e, consequentemente, reduzir o escoamento superficial, contribuindo para o abastecimento do lençol freático com posterior elevação do nível da água e, finalmente, aumento da vazão das nascentes. Um problema recorrente quando se trata de práticas conservacionistas é a adoção isolada das práticas mecânicas de conservação dos solos, como a construção de terraços e barraginhas, para reduzir problemas associados ao escoamento superficial. Todavia, essa prática deve ser aplicada justamente para minimizar o problema, o qual já foi gerado. As práticas edáficas e vegetativas devem ser priorizadas em relação as mecânicas, de modo a melhorar a qualidade do solo, por meio de modificações no sistema de cultivo, proporcionando maior índice de cobertura vegetal e aumento da proteção do solo contra a erosão. Porém, quando essas práticas não forem suficientes para evitar o escoamento superficial, as práticas mecânicas devem ser empregadas, de modo a reduzir o transporte de sedimentos e favorecer a infiltração da água no solo. A região Noroeste de Minas é composta por áreas planas ocupadas com agricultura altamente tecnificada e áreas com relevo irregular com altos índices de degradação. Apesar disso, estas áreas possuem um elevado número de nascentes, as quais secam em boa parte do ano devido à baixa capacidade de infiltração de água no solo. A irregularidade das vazões nas nascentes afeta, principalmente, o pequeno produtor rural, o qual depende dessa fonte de água para abastecimento domiciliar, dessedentação de animais e irrigação de culturas destinadas ao consumo da família.
A utilização de nascentes para o abastecimento humano no meio rural, constitui na maioria das vezes, a única opção para pequenas comunidades e famílias isoladas. Deste modo, esta fonte natural de água possui grande importância no desenvolvimento das atividades socioeconômicas e ambientais de uma comunidade, principalmente, pela ausência de serviços de saneamento básico nesses locais (BRAGA, 2011). Nascente pode ser definida como um local onde a água aflora à superfície do solo, também conhecida como mina d’água, olho d’água ou fonte, podendo resultar na formação de córregos, são classificadas em perenes, intermitentes e temporárias (VALENTE et. al., 2005). As nascentes são enquadradas tecnicamente como área de preservação permanente e são áreas protegidas pelo Código Florestal, Lei nº 12.651/2012 (BRASIL, 2012). Uma das principais deficiências em alguns projetos de revitalização de nascentes é a adoção de técnicas isoladas e localizadas apenas nas proximidades das nascentes. Ações como isolamento do local, plantio de árvores nativas e trabalhos de proteção do afloramento da água na nascente, sem dúvida, são de extrema importância. Entretanto, podem não ser suficientes caso a microbacia de captação apresente problemas em relação ao correto uso e manejo do solo, comprometendo a quantidade e a qualidade da água na nascente. Deste modo, verifica-se a importância da microbacia hidrográfica, responsável pelo recebimento das águas das chuvas, armazenamento, recarga e disponibilização através de nascentes ou de lençóis freáticos e artesianos (VALENTE et. al., 2005). Algumas ações praticadas dentro da microbacia podem ter impactos relacionados à poluição hídrica, enquanto que a impermeabilização e a compactação do solo acarretam uma diminuição da infiltração de água no solo e, por consequência, alteração na vazão das nascentes. (LEAL et al., 2016). O uso e manejo adequado do solo melhoram as suas características físicas, reduzindo o risco de erosão, por outro lado, quando há o preparo intensivo do solo pode ocorrer a destruição dos agregados tornando a superfície mais propensa ao selamento superficial, favorecendo o escoamento superficial e a perda de solo (BERTONI e LOMBARDI NETO, 1999). De acordo com PRUSKI (2008), a presença do selamento superficial, causado pelo impacto das gotas de chuva, reduz, acentuadamente, a capacidade de infiltração de água no solo. Ainda de acordo com o autor, uma das principais medidas para contornar esse problema é favorecer a presença da cobertura vegetal sobre o terreno, o qual minimiza os efeitos do impacto das gotas de chuva sobre a superfície. A cobertura do solo proporcionada pela vegetação natural, culturas e restos culturais é muito importante na redução da erosão, pois além de aumentar a quantidade de água interceptada, dissipa a energia de impacto das gotas de chuva, reduz a superfície exposta à ação dos agentes erosivos, incrementa a taxa de infiltração de água no solo devido à redução do selamento superficial, e reduz a velocidade do escoamento superficial devido à maior rugosidade hidráulica da superfície do solo (BERTONI e LOMBARDI NETO, 1999). Em relação ao aumento da quantidade de água em uma nascente, a recomposição da vegetação apenas na sua proximidade pode não ser suficiente para promover o aumento da vazão de contribuição, devido a pequena área de infiltração. O manejo adequado da água na microbacia de recarga, buscando reduzir o escoamento superficial por meio do aumento da infiltração de água no solo, e consequente, o reabastecimento do lençol freático, representa uma prática fundamental para melhorar o aproveitamento das chuvas, minimizando os picos de vazões, aumentando o escoamento de base e reduzindo o déficit de água nos períodos de estiagem (PRUSKI et al., 2004; BRANDÃO et al., 2006). A utilização de práticas conservacionistas na bacia hidrográfica não somente reduz a erosão do solo, como contribui para o reabastecimento do lençol freático e a redução da contaminação das águas superficiais. Segundo Bertoni e Lombardi Neto (1999), essas práticas podem ser divididas em práticas de caráter edáfico, vegetativo e mecânico. As práticas de caráter edáfico são aquelas em que se procura adequar o sistema de cultivo, de modo a manter ou melhorar a fertilidade do solo e, consequentemente, manter sua superfície com maior cobertura. Dentre elas, podem-se citar: controle das queimadas, adubação adequada (verde, química e orgânica) e calagem do solo. As práticas de caráter vegetativo são aquelas em que se utiliza a vegetação para proteger o solo contra a erosão, uma vez que essa utilização racional é um dos princípios básicos da conservação do solo. São práticas de caráter vegetativo: florestamento e reflorestamento da área, cobertura do solo com pastagem, cultivo em contorno, cultivo em faixas, cordões de vegetação permanente, faixas de retenção, uso de cobertura morta, rotação de culturas e cultivo mínimo do solo. As práticas de caráter mecânico são aquelas em que se utilizam estruturas artificiais, visando a interceptação e condução do escoamento superficial, sendo a mais importante o terraceamento de terras agrícolas. Em termos de qualidade da água de uma nascente, muitas vezes problemas de contaminação não estão associados ao local de afloramento da água, mas devido a fontes de poluição local ou difusa na microbacia que acabam por contaminar o solo e a água subterrânea (BRAGA, 2011). Deste modo, estruturas de proteção local da nascente podem não ser suficientes para evitar sua contaminação, caso exista problemas na área de recarga da nascente, como por exemplo, intensa exploração agrícola e utilização de agrotóxicos em níveis acima das recomendações, criatórios de animais com disposição inadequada dos resíduos no meio ambiente, utilização de fossas negras nas residências localizadas a montante da nascente, entre outros problemas que caracterizam fontes de poluição pontual ou difusa. Este projeto de extensão justifica-se pela necessidade de maior interação entre a comunidade e a UFVJM, fazendo com que a instituição de ensino cumpra o seu papel perante a sociedade. Deste modo, buscar-se-á a difusão do conhecimento adquirido na universidade para a comunidade, o qual dever ser praticado de forma contínua visando a melhoria da condição de vida da comunidade e a vivencia dos discentes, docentes e técnicos como agentes ativos no processo de disseminação do conhecimento. O projeto será desenvolvido por meio de ações de caráter educativo, científico e tecnológico, com objetivo específico e prazo determinado. Em relação a área temática, o mesmo se enquadra na área de Meio Ambiente, pois trata-se de ações que buscam o desenvolvimento sustentável na microbacia hidrográfica, educação ambiental e gestão de recursos hídricos e ambientais. A linha de extensão do projeto é a de Recursos Hídricos, uma vez que propõem ações voltadas para o planejamento de microbacias hidrográficas, preservação de matas ciliares e dos recursos hídricos, manejo integrado de bacias hidrográficas e prevenção e controle da poluição.
Objetivos Gerais Promover a interação transformadora entre universidade e sociedade através do ensino, pesquisa e extensão, de modo que os discentes possam aplicar na prática o conhecimento teórico e técnico obtido em sala de aula, subsidiando o desenvolvimento territorial sustentável por meio da melhoraria da gestão e do manejo das microbacias hidrográficas como ação integrada para a revitalização de nascentes. Objetivos Específicos Ampliar a comunicação entre os produtores rurais e a instituição de ensino, além de ampliar o conhecimento da população sobre seu papel para melhoria do meio ambiente, especificadamente, dos recursos hídricos; Despertar nas comunidades atendidas pelo projeto a necessidade de adoção de práticas conservacionistas nas microbacias em que estão inseridas; Fornecer à comunidade conhecimento técnico e científico a respeito das principais práticas de uso e manejo do solo e da água de modo a promover a revitalização das nascentes; Fomentar a interdisciplinaridade e interprofissionalidade entre os discentes envolvidos no projeto.
A principal meta prevista será a melhoria da qualidade de vida da população atendida diretamente pela revitalização das nascentes, ou seja, as pessoas que utilizam a água para consumo terão mais confiança, em termos quantitativos e qualitativos em relação à fonte de abastecimento. Ainda podem ser citados todos os usuários de água presentes na microbacia hidrográficas em que será implementado o projeto. Ainda em relação às metas previstas com a execução do projeto, pode-se citar: - Realizar 1 palestra a cada bimestre com o intuito de instruir a população quanto as principais práticas de uso e manejo do solo e da água de modo a promover a revitalização das nascentes; - Promover 1 treinamento/capacitação a cada trimestre capacitando os produtores rurais para utilização de técnicas conservacionistas de uso e manejo do solo, com o objetivo de aumentar a capacidade de infiltração de água no solo. - Ofertar 1 treinamento/capacitação a cada trimestre capacitando a população em relação as técnicas de proteção e recuperação de nascentes. - Monitorar a produtividade das nascentes, por meio da vazão, e utilizá-la como instrumento de avaliação da eficiência das práticas conservacionistas implantadas na microbacia de recarga; - Realizar análises químicas, físicas e bacteriológicas das águas das nascentes utilizadas para abastecimento humano; - Impactar a formação discente, promovendo maior engajamento nas disciplinas e redução dos índices de retenção e evasão.
As ações desse projeto serão estruturadas a partir de uma visão multidisciplinar e interdisciplinar, articulando teoria e prática, enfatizando as inter-relações estabelecidas entre os diferentes saberes, entre o contexto acadêmico e a realidade social. Para que haja uma participação efetiva de todos os cidadãos, o projeto de extensão deve fazer sentido para o cotidiano dessas pessoas, por isso é imprescindível a conscientização da população da necessidade da revitalização de nascentes e uso e manejo correto dos solos. Durante o primeiro encontro será aplicado um questionário, na qual os moradores irão avaliar as condições da microbacia hidrográfica e das nascentes utilizando conhecimento prévio, em termos de conservação e manejo sustentável do solo. Inicialmente serão levantadas informações junto à comunidade de todas as nascentes que apresentam necessidade de serem revitalizadas na microbacia hidrográfica. A partir de informações como, número de famílias abastecidas pela nascente, localização e estrutura, produtividade hídrica, risco de contaminação, qualidade da água, uso e manejo do solo na microbacia de captação e processos erosivos presentes, serão definidas as nascentes prioritárias no processo de revitalização. A seguir serão apresentados os principais aspectos utilizado para a avaliação do nível de prioridade. Número de famílias abastecidas – nascentes que abastecem maior número de pessoas terão prioridade no processo de revitalização, pois a redução da vazão disponível ou a contaminação dessas águas poderá causar prejuízos sociais, econômicos e de saúde pública em maior proporção. Localização e estrutura da nascente – será realizada uma avaliação ao entorno da nascente com intuito de identificar possíveis focos de contaminação local, como a presença de fossas negras, direcionamento do escoamento superficial para dentro da nascente, e se a nascente apresenta estruturas para proteção contra a contaminação da água na origem. Produtividade hídrica – a partir de informações dos moradores serão detectadas as nascentes que vêm apresentando redução na vazão ao longo do tempo, e os principais motivos levantados pela comunidade, que serão avaliados posteriormente pela equipe técnica do projeto. Risco de contaminação – nascentes localizadas em microbacias que apresentam atividades agropecuárias a montante da mesma, deverá ter prioridade nos projetos de revitalização, uma vez que a água subterrânea pode vir a ser contaminada com agrotóxicos e resíduos da pecuária. Qualidade da água – as águas das nascentes serão analisadas em laboratório para determinação das variáveis físico, químicas e biológicas, que posteriormente serão utilizadas para avaliação de sua potabilidade, segundo os padrões do Ministério da Saúde - Portaria nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011 (BRASIL, 2011). Uso e manejo do solo – levantamento dos fatores intervenientes no processo de infiltração de água no solo e, consequentemente, o abastecimento do lençol freático. A ocupação das áreas agrícolas a montante das nascentes será avaliada segundo a sua capacidade de uso. Processos erosivos – nascentes podem ser contaminadas e assoreadas pelo direcionamento do escoamento superficial para o seu interior, além disso, a concentração do escoamento pode contribuir para processos erosivos a jusante da nascente. Estradas rurais quando mau geridas, acabam potencializando esse problema, logo, a presença de estradas a montante das nascentes deverá ser critério de avaliação para definição de prioridades. Após a seleção das nascentes que apresentam condições mais críticas, a comunidade será mobilizada para participar das palestras, treinamento e capacitações a serem oferecidos pelos docentes e discentes, para que a população entenda as ações desenvolvidas durante o projeto. Deste modo, a população terá um papel fundamental no processo de revitalização das nascentes, pois são na verdade, os principais interessados nas ações e resultados obtidos. A comunidade e os respectivos proprietários das terras serão responsáveis pelo plantio de árvores nativas, irrigação das mesmas, controle de formigas e adoção das práticas conservacionistas na microbacia por meio do plantio direto, cultivo mínimo, adubação vede e orgânica, calagem do solo, rotação de culturas, cultivo em faixas, cultivo em contorno, implantação de barraginhas, terraços e manutenção dessas estruturas. Também será de responsabilidade da comunidade o monitoramento da disponibilidade hídrica da nascente, a qual deverá ser obtida semanalmente por meio da medição direta da vazão. Ressalta-se que mesmo após a finalização do projeto as ações implementadas terão continuidade, por meio do apoio técnico da EMATER, assim dados referentes a vazão das microbacias atendidas pelo projeto poderão ser acompanhadas por vários anos, verificando a eficácia do adequado manejo e gestão aplicados. Os alunos matriculados nas disciplinas de Gestão e Manejo de Bacias Hidrográfica, Hidrologia e Drenagem, Conservação do Solo e da Água, e Saneamento Ambiental, estarão automaticamente inseridos neste projeto, de modo que o conhecimento adquirido em sala de aula seja repassado à comunidade por meio de seminários, palestras e treinamentos oferecidos pelos discentes. Além disso, aulas práticas serão realizadas nas microbacias em estudo, onde os estudantes poderão elaborar projetos de terraceamento, barraginhas e de conservação e manutenção de estradas rurais, aproveitamento agrícola de resíduos e águas residuárias, tratamento de água para abastecimento humano, gestão de recursos hídricos, qualidade das águas em bacias e os efeitos da vegetação na conservação do solo e da água. Ressalta-se que todas essas ações estão contempladas nas ementas das disciplinas acima citadas. O aluno bolsista além de participar de todas as ações mencionadas, será responsável pelas análises laboratoriais para avaliação da qualidade da água, aplicação de questionários à população e elaboração de materiais didáticos como apostilas, cartilhas e folders a serem utilizados durante as capacitações. Após o término das ações propostas, um novo questionário será aplicado a comunidade para saber a nova mentalidade da população, assim como as novas condições das nascentes e das microbacias hidrográficas as quais estão inseridas. Também serão coletados durante a realização do projeto informações referentes a comunidade, seu desenvolvimento e relacionamento com o meio ambiente. A avaliação dos resultados será realizada a partir da análise das metas e dos indicadores constituídos para este projeto, sendo realizada a análise de dados, de modo a permitir o exame do alcance dos indicadores e do sucesso das iniciativas empreendidas. As ações desenvolvidas no projeto serão avaliadas continuamente pelas comunidades atendidas, no que se refere ao que aprenderam, o que pode ser melhorado e o que foi satisfatório. Além disso, serão realizadas pesquisa de opinião com os participantes após as palestras, treinamentos e capacitações tendo em vista a avaliação do aprendizado sobre o conteúdo trabalhado.
BRANDÃO, V. S.; CECÍLIO, R.A.; PRUSKI, F.F. & SILVA, D.D. Infiltração da água no solo. Viçosa, MG, Universidade Federal de Viçosa, 2006. 120p. LEAL, M. S.; TONELLO, K. C.; DIAS, H. C. T.; MINGOTI, R. Caracterização hidroambiental de nascentes. Revista Ambiente & Água, Taubaté, v.12, n.1, p.146-155, 2017. BRAGA, R. A. P. As Nascentes como Fonte de Abastecimento de Populações Rurais Difusas. Revista Brasileira de Geografia Física, v.5, p.974-985, 2011. BERTONI, J.; LOMBARDI NETO, F. Conservação do solo. 4.ed, São Paulo: Ícone, 1999. PRUSKI, F. F. Conservação de solo e água: práticas mecânicas para o controle da erosão hídrica. 1ª reimp. Viçosa: UFV, 2008. 240p. PRUSKI, F. F.; BRANDÃO, V. S.; SILVA, D. D. Escoamento Superficial. 2ª Ed. Viçosa: UFV, 2004. 87 p. VALENTE, O. F.; GOMES, M. A. Conservação de nascentes: hidrologia e conservação de bacias hidrográficas de cabeceira. Viçosa: Aprenda Fácil, 2005. BRASIL, Código Florestal Federal. Lei nº 12.651, de 25 de março de 2012. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm. Acesso em: 04 nov. 2018. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria MS nº. 2914/2011. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/ saudelegis/gm/2011/prt2914_12_12_2011.html. Acesso em: 06 nov. 2018.
Os discentes da engenharia agrícola e ambiental e da agronomia possuem várias disciplinas que abrangem a área temática do projeto, como exemplo: EAA013 – Gestão e Manejo de Bacias Hidrográfica, EAA016 – Hidrologia e Drenagem, EAA030 Saneamento Ambiental, EAA018 – Poluição Ambiental e EAA024 – Manejo e Conservação do Solo e da Água. Desta forma, os estudantes poderão empregar na prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula, possibilitando a integração ensino-pesquisa-extensão. Os estagiários e os alunos matriculados nas disciplinas serão responsáveis pelos seminários, treinamentos e capacitações a serem oferecidos à comunidade atendida a cada semestre, sendo acompanhados pelo docente responsável pelo projeto e pelos docentes das disciplinas acima relatadas. A inter-relação estudante-comunidade colabora para a formação discente pois o mesmo consegue enxergar seu papel como agente ativo na melhoria socioeconômica e ambiental da sociedade, contribuindo para o seu crescimento profissional e pessoal. Além disso, o estimulo ao trabalho em equipe, possibilita uma visão interdisciplinar e interprofissional do aluno promovendo situações de aprendizagem que propiciem o desenvolvimento da cultura investigativa e a postura ativa que permita ao aluno avançar frente ao conhecimento. Os discentes participantes do projeto e, especificadamente, o aluno bolsista juntamente com os professores e técnicos da instituição e da EMATER irão compor o corpo técnico do projeto. Destarte, os discentes e os técnicos participarão de avaliações das condições de uso e manejo do solo na microbacia hidrográfica, da qualidade da água nas nascentes, assim como, da elaboração dos projetos de conservação do solo e da água conforme demanda da comunidade. Os técnicos de laborátórios devem dar suporte aos discentes e docentes para realização das análises de água das nascentes, além de levantamentos expeditos em campo para obtenção de dados. Os alunos serão avaliados por meio do acompanhamento do professor junto as ações desenvolvidas, seu nível de comprometimento com o projeto e com a comunidade. A própria comunidade também irá avaliar os estudantes por meio de fichas de avaliação a respeito das ações desenvolvidas no projeto e em relação a atuação profissional e pessoal dos discentes.
Este projeto foi elaborado tendo como premissas a indissociabilidade, interdisciplinaridade e interaçao social da comunidade acadêmica com a sociedade. Vale resaltar que a demanda partiu da própria comunidade, a patir da observação da sua vulnerabilidade em relação à segurança hídrica. O presente projeto também já teve seu reconhecimento de mérito ao ser aprovado e recomendado no Edital • Proexc 01/2020 - PIBEX, entretanto, com o advento da pandemia o mesmo teve de ser cancelado por não se enquadrar na metodologia remota. Deste modo, gostaríamos de retomar esse trabalho de grande importância para a sociedade e comunidade acadêmica.
Público-alvo
O projeto se destina principalmente às comunidades rurais do Noroeste de Minas Gerais. Como beneficiários diretos cita-se os moradores da zona rural e de pequenos povoados que captam a água proveniente de nascentes para uso doméstico e dessedentação de animais. Estas pessoas, na maioria das vezes, possuem apenas essa fonte de água para abastecimento humano, portanto, necessitam de maior segurança no que se refere à manutenção da vazão captada ao longo do ano e à qualidade físico-química e biológica que essas águas apresentam. Também pode-se citar os beneficiários indiretos do projeto, compostos pelos demais moradores da microbacia hidrográfica que não captam a água diretamente na nascente, mas que de alguma forma utilizam os recursos hídricos ao longo dos córregos e rios da região.
Discentes matriculados nas disciplinas específicas da área do projeto, juntamente com os estagiários e bolsista os quais terão a oportunidade da vivência prática do conhecimento adquirido em sala de aula, além de desenvolverem habilidades de comunicação e resolução de problemas práticos e técnicos relacionados a área do projeto.
Docentes do Instituto de Cièncias Agrárias que ministram as disciplinas correlatas ao projeto, além de outros docentes que possuem atividades de ensino, pequisa e extensão que possam contribuir com as atividades do projeto.
Técnicos de laborátorio e de campo os quais darão suporte para o levantamento de dados, análises laboratoriais e formação técnica da comunidade.
Técnicos da EMATER responsáveis pelo acompanhamento técnico das ações desenvolvidas no projeto, além da mediação entre produtores e instituição de ensino.
Líderes das comunidades rurais e povoados, os quais serão responsáveis pelos convites e mobilização da comunidade.
Municípios Atendidos
Unaí
Paracatu
Arinos
Cabeceira Grande
Uruana De Minas
Dom Bosco
Natalândia
Buritis
Parcerias
A partir das Associações Comunitárias, representadas pelas lideranças locais, o projeto será apresentado e executado com a contribuição desses atores. Estes serão responsáveis pela divulgação, convite e mobilização da comunidade para participarem do projeto. O conhecimento da microbacia hidrográfica por parte destes líderes, que também são moradores da região, será essencial no desenvolvimento e sucesso do projeto. Vale ressaltar que a região Noroeste, especificadamente o município de Unaí, possui diversos projetos de assentamentos rurais, cada qual com uma especificidade, o que torna o ambiente de trabalho rico e no mesmo tempo complexo.
Para desenvolvimento do projeto foi firmada parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais – EMATER Regional Noroeste de Minas. A EMATER será responsável pelo acompanhamento técnico das ações desenvolvidas no projeto, além da mediação entre as comunidades rurais e a instituição (docentes, discentes e técnicos), por meio do seu quadro de extensionistas. Os técnicos da empresa também irão colaborar no levantaemnto de dados em campo e na capacitação dos produtores rurais das microbacias hidrográficas. Após o período de execução do projeto, a EMATER também será responsável por dar proseguimento às ações estabelecidas junto aos produtores, não deixando com que os trabalhos iniciados nesse projeto se percam com o término do mesmo. Outras ações desenvolvidas pela EMATER dentro da mesma temática deste projeto poderão ser reunidas e aplicadas pelos discentes, aumentando ainda mais a aquisição de conhecimento e experiências dos alunos.
Cronograma de Atividades
Aplicação de questionário aos produtores para avaliar as condições da bacia hidrográfica e das nascentes utilizando conhecimento prévio, em termos de conservação e manejo sustentável do solo
Novo questionário aplicado aos participantes do projeto para saber a nova mentalidade da população, assim como as novas condições das nascentes e das microbacias hidrográficas as quais estão inseridas
Visita técnica às nascentes e microbacias hidrográficas da comunidade a qual participa do projeto e utiliza a água para fins de abastecimento humano e dessendentação de animais.
Análises químicas, físicas e bacteriológicas das águas provenientes das nascentes a serem recuperadas.
Definição das nascentes prioritárias para revitalização e das microbacias hidrográficas que apresentam maior vulnerabilidade
Elaboração de materiais didáticos
02/02/2023
02/04/2023
Elaboração de apostilas, banners, folders, circular técnica, entre outros, que contribuam para os cursos de formação
Palestras e oficinas para os produtores rurais residentes nas microbacias hidrográficas
Capacitação por meio de técnicas conservacionistas para os produtores rurais residentes nas microbacias hidrográficas
Capacitação por meio de revitalização de nascentes para os produtores rurais residentes nas microbacias hidrográficas
Implementação das técnicas conservacionistas - edáficas, vegetativas e mecânicas
Implementação das técnicas de revitalização de nascentes - proteção, cercamento e reflorestamento
Monitoramento da vazão das nascentes, disponibilidade hídrica e recarga do lençol freático
Elaboração de relatórios, artigos, análise de dados e publicação dos resultados