Detalhes da proposta

Ateliê do conhecimento matemático na pós pandemia

Sobre a Proposta

Tipo de Edital: Pibex

Situação: Aprovado


Dados do Coordenador

    Nome do Coordenador

    tula maria rocha morais

    Número de inscrição:

    202310120234081120

    Unidade de lotação:

    departamento de ciências exatas

Caracterização da Ação

    Área do Conhecimento:

    ciências exatas e da terra

    Área temática principal:

    educação

    Área temática secundária:

    0

    Linha de extensão:

    metodologias e estratégias de ensino/aprendizagem

    Abrangência:

    municipal

    Gera propriedade intelectual:

    Não

Membros

samuel carlos teles Voluntário(a)

raniele alves coelho Voluntário(a)

flavia gomes soares Voluntário(a)

isys alves barbosa Voluntário(a)

vinicius felicio da silva Voluntário(a)

álvaro ferreira baffi Voluntário(a)

sirleia de almeida Bolsista

thales alves de matos Voluntário(a)

Resumo

O projeto Ateliê do conhecimento matemático na pós pandemia tem por objetivo contribuir para minimizar o impacto da pandemia ocasionada pelo Corona Vírus referente a aprendizagem matemática na Educação Básica. Com o isolamento social, às escolas da Educação Básica de todo mundo que trabalhavam exclusivamente com a modalidade de ensino presencial, tiveram de se (re)inventar. Contexto em que o ensino remoto entra em cena como alternativa utilizada pelo sistema educacional, de modo a prosseguir com as atividades de ensino. No entanto, inúmeras foram as adversidades encontradas para que o ensino remoto ocorresse. A falta de infraestrutura dos alunos que não tinham computadores, internet disponível, aliada a mudança de metodologia adaptada na urgência pelos professores. Algumas escolas da rede pública brasileira tiveram que imprimir material que era entregue às famílias, os Planos de Ensino Tutorado (Pets). Após receber o material, os alunos resolviam sem acompanhamento os exercícios propostos, devolvendo às respectivas escolas quando terminassem. Tais exercícios se corrigidos não eram devolvidos ao aluno. Este cenário não foi nada satisfatório para o processo de ensino e de aprendizagem no país. A Matemática enquanto área de conhecimento fundamental para a vida em sociedade foi uma das mais prejudicadas com o isolamento social e com o ensino ofertado neste período. Dados divulgados pelo Inep em 2020, revelam no estudo "Perda de Aprendizagem na pandemia" que no Brasil, o ensino remoto ofertado aos estudantes promoveu aprendizagem média de apenas 17% do conteúdo de matemática e 38% do de língua portuguesa, em comparação com o que ocorreria nas aulas presenciais. Considerando o cenário descrito, pensou-se em um projeto que contribuísse para minimizar os impactos provocados pela pandemia do Corona Vírus e consequente isolamento social. O projeto Ateliê do conhecimento matemático pós pandemia, possibilitará um trabalho junto às escolas de Educação Básica desenvolvendo o pensamento básico matemático, por meio da alfabetização matemática. Trabalharemos por um período de 12 meses, dos quais 09 serão na escola campo promovendo vivências em cenários inclusivos para aprendizagem matemática mediados pela música.


Palavras-chave

alfabetização matemática; cenários inclusivos; ambiente musical; metodologias ativas


Introdução

A pandemia da Covid-19 envolveu-nos em tempos de mudança e (re)significação de costumes e atitudes em que a já fragilizada educação precisa ser reinventada. Ao mesmo tempo em que são exigidas novas habilidades e competências, continuamos imersos em desafios contínuos e promissores, de modo a se alcançar uma Educação Matemática Inclusiva sustentável e de qualidade. Considerando o retorno às atividades presenciais após quase dois anos de isolamento social, impacto provocado pela pandemia do Corona Vírus, pensou-se em um projeto piloto de apoio à Educação Básica promovendo a alfabetização matemática de alunos de duas escolas públicas da cidade de Teófilo Otoni que não alcançaram-na no período pandêmico. A escolha por esta temática se deve as primeiras avaliações diagnósticas realizadas em diferentes escolas do país pelo Censo Escolar de 2021, revelando que alunos do ensino fundamental apresentaram dificuldades com operações básicas. Fato divulgado em 20 de maio de 2022 pelos veículos de massa como o Jornal O Globo. A proposta do Ateliê do conhecimento matemático visa contribuir para minimizar os efeitos da pandemia no contexto educacional, especialmente na cidade de Teófilo Otoni, onde muitos alunos da Educação Básica não tiveram acesso ao ensino remoto e nem mesmo as atividades impressas disponibilizadas pelas escolas durante o isolamento. Razão pela qual pensou-se em um trabalho envolvendo oficinas interativas embasadas nas Metodologias Ativas e nos estudos da Neurociência cognitiva, de modo a proporcionar a aprendizagem dos conceitos básicos matemáticos numa perspectiva inclusiva. Este projeto terá duração de um ano, sendo realizado na modalidade presencial nas escolas selecionadas, ocorrendo em dois dias semanais com uma média diária de duas horas. Desta forma, o projeto Ateliê do conhecimento matemático vem com o desafio de promover o desenvolvimento de habilidades e competências essenciais a formação do pensamento matemático. As oficinas serão idealizadas de modo a contemplar conhecimentos geométricos, aritméticos, algébricos e estocásticos segundo estudos de Lorenzato (2017). Inicialmente o projeto piloto atenderá duas escolas, primeiramente porque com o retorno às atividades presenciais, já forma identificados problemas de ordem emocional, psicológica e de aprendizagem nos alunos, conforme reportagem do Estadão publicada em 04 de outubro de 2021. A reportagem indica que os alunos voltaram com algumas “dificuldades” e precisarão de tempo extra para conseguirem se readaptar ao ambiente escolar e retornar a rotina. Há relatos sobre a necessidade de utilizar demasiadamente o celular, apatia, dificuldade de acompanhar as atividades propostas, ansiedade diante de avaliações dentre outras. Motivos que sugerem cautela nos acompanhamentos e propostas implantadas no período pós pandêmico. A intenção é que posteriormente ele seja estendido as demais escolas da região, servindo de modelo para outras localidades atendidas pela universidade, após conclusão desta primeira experiência.


Justificativa

Dados da Unesco (2021) afirmam que no final de 2021, vinte e dois meses após o início da pandemia ocasionada pelo Corona vírus, milhões de estudantes foram afetados pelo fechamento parcial ou total das escolas. Contexto que mobilizou autoridades, conforme destacado na reunião ministerial de alto nível, definindo prioridades referentes à recuperação da educação, de modo a se evitar uma catástrofe geracional em todo mundo. O relatório The State of the Global Education Crisis: A Path to Recovery, apresentado em 2021, com dados sobre a quantidade de crianças que vivem em Pobreza de Aprendizagem (Learning Poverty) para habitantes dos países de rendas baixa e média, revelou o agravamento da atual situação vivenciada em diversos países. Os resultados indicam que antes da pandemia, 53% das crianças viviam em Pobreza de Aprendizagem e após este advento, estima-se que o quantitativo possa chegar a 70%, tendo em vista o extenso período de fechamento das escolas, bem como a ineficácia do ensino à distância durante o isolamento social. O Word Inequality Lab (Laboratório das Desigualdades Mundiais) lançou também em 2021, um estudo considerando o Brasil, o país com maior desigualdade social e de renda do mundo. Realidade com indicativos suficientes de que parte da população brasileira se enquadra nas condições mencionadas por eles, para os países considerados de baixa renda, ou seja, com crianças vivendo em Pobreza de Aprendizagem. Se por um lado em nosso país estamos diante de um cenário desafiador, por outro, deparamo-nos com ações extensionistas que aproximam universidades e escolas da Educação Básica com condições de contribuir para melhoria da qualidade de ensino do país. No entanto, o contexto atual tem revelado uma crescente demanda em função dos impactos provocados pelo ensino remoto, modalidade que predominou no isolamento social. Em 2022, com o retorno das atividades presenciais, a alfabetização matemática terá a possibilidade de contribuir para minimizar a desigualdade educacional instaurada no país e consequentemente a pobreza de aprendizagem prevista para este período. Municípios mineiros como aqueles situados no Vale do Mucuri, região nordeste do estado apresentam um dos índices mais baixos de desenvolvimento humano do país, como é o caso das cidades de Ladainha e Catuji com 0,541 e 0,540 respectivamente, que poderão ser beneficiadas com o curso Alfabetização matemática inclusiva na pós pandemia. Isto porque a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri- UFVJM campus Mucuri, localizada em Teófilo Otoni atende graduandos provenientes de vários municípios vizinhos, dentre eles, Ladainha, Catiji, Pavão, Poté, além de outros estados, devido ao ingresso pelo Exame Nacional do Ensino Médio-ENEM além dos 1500 professores da Educação Básica do município que poderão ser contemplados com o curso. Destaca-se que atualmente em Teófilo Otoni existem 80 escolas que atendem o Ensino Fundamental e 27 o Ensino Médio, entre escolas públicas e privadas. Estão registrados 1571 professores atuando na Educação Básica para um total de 21.931 alunos regularmente matriculados neste segmento de ensino. Segundo dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica- IDEB da cidade, para o ano de 2019, o parâmetro chegou a 5,9, valor 0,3 abaixo da meta estabelecida para o mesmo período, considerando todos os anos escolares da Educação Básica. Complementa-se a este cenário, o fato da Matemática ser uma área de conhecimento que ao longo do tempo tem apresentado defasagens consideráveis na formação de crianças e adolescentes. Prova disto são os resultados obtidos em avaliações nacionais como é o caso da antiga e extinta Avaliação Nacional de Alfabetização- AVA, mensurando o desempenho em Matemática, revelando em 2016 que 54, 4% dos alunos encontravam-se nos níveis mais básicos do conhecimento (MORAIS, 2022). O Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), que veio substituir o AVA, apresenta em 2019 uma discreta melhora nestes índices, mostrando que 44,51% dos alunos do 5º ano encontram-se nos níveis elementares do conhecimento matemático. Dados que poderão ser agravados com o isolamento provocado pela pandemia do Corona vírus, conforme previsão do The State of the Global Education Crisis. Diante deste contexto, acredita-se que o projeto Ateliê do conhecimento matemático será de grande valia para licenciandos de matemática da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, docentes e alunos da Educação Básica do município de Teófilo Otoni.


Objetivos

A intenção ao promover o Ateliê do conhecimento matemático é possibilitar aos alunos da Educação Básica, bem como os licenciandos de matemática do curso de Licenciatura da UFVJM desenvolver competências e habilidades descritas na BNCC. Desta forma, pensou-se em objetivos que contribuirão para tal desenvolvimento, tais como: • Promover oficinas pedagógicas em que os participantes possam raciocinar, analisar, argumentar criticamente, posicionar-se e expressar-se com clareza; • Propiciar a vivência e análise de situações-problema; • Possibilitar a elaboração de estratégias eficazes na resolução de situações-problema; • Despertar a cooperação diante de situações-problema; • Estimular a tomada de decisões; • Estimular o trabalho de equipe, com definições de papéis; • Desenvolver a atenção, criatividade na resolução de problemas; • Propiciar a resolução de problemas que exigem o uso do raciocínio lógico e do conhecimento cientifico. • Desenvolver conceitos envolvendo a alfabetização matemática; • Promover aos licenciando vivenciar a relação teoria e prática vivenciada no curso de licenciatura em Matemática da UFVJM.


Metas

Com o projeto Ateliê do conhecimento matemático espera-se: • Proporcionar diferentes experiências para alunos da Educação Básica e licenciandos de Matemática da UFVJM por meio de oficinas pedagógicas; • Contribuir para minimizar os impactos na formação do pensamento matemático provocados pelo distanciamento social em decorrência da pandemia ocasionada pelo Corona Vírus; • Articular ensino, pesquisa e extensão coletando dados nas escola para serem analisados e tratados, constituindo pesquisas na UFVJM voltadas ao processo de ensino e de aprendizagem da matemática, no período pós pandemia; • Elaborar/adaptar instrumentos diagnóstico e avaliativo, de modo a identificar as lacunas e dificuldades conceituais apresentadas pelos alunos; • Promover reuniões pedagógicas mensais entre licenciandos e professores da Educação Básica voltadas a cenários inclusivos para aprendizagem matemática; • Promover reuniões semanais com os licenciandos envolvidos no projeto; • Monitorar a participação dos licenciandos e alunos da Educação Básica no Ateliê do conhecimento, por meio de lista de presença; • Promover encontros frequentes com os licenciandos que atuam na escola, de modo a conhecer as necessidades e potencialidades dos alunos; • Desenvolver material didático para as oficinas pedagógicas, respeitando a diversidade dos alunos; • Elaborar coletivamente relatórios parciais e finais do projeto; • Estimular a produção da pesquisa por meio dos dados coletados e das experiências vivenciadas nas escolas; Estima-se com este projeto piloto atender suas escolas públicas da cidade de Teófilo Otoni, atendendo turmas de grupos de alunos constituídas por no máximo 20 alunos. A cada 20 alunos uma turma será formada, sendo permitido no máximo 03 turmas em cada escola. Desta forma, o projeto pretende atender 120 alunos da Educação Básica que apresentem dificuldades com conceitos básicos matemáticos.


Metodologia

O Ateliê do conhecimento matemático foi estruturado para ser desenvolvido presencialmente em duas escolas da rede pública da cidade de Teófilo Otoni, com início previsto para o mês de março de 2023, com duração de 60 horas mensais distribuídas em 3 módulos de 20 horas, para cada turma formada. Estima-se atender 120 alunos em turmas de 20 alunos cada. Nos módulos propostos, os componentes serão organizados e articulados entre si, ocorrendo em dois dias da semana, com duração média de 02 horas diárias por turma, sendo suas atividades distribuídas nos turnos da manhã (de 08 às 12h) e tarde (de 13 às 17h) nas dependências das escolas selecionadas, conforme cronograma. Módulo Carga Horária Presencial Total 1 Pensamento aritmético 10 10 2 Pensamento geométrico 10 10 3 Pensamento algébrico 10 10 4 Pensamento estocástico 10 10 5 Gincana Pedagógica 10 10 6 Mural do conhecimento 10 10 TOTAL 60 60 Em cada módulo serão desenvolvidas oficinas pedagógicas e construídos cenários inclusivos para aprendizagem explorando cada pensamento matemático atendendo aos pressupostos das Metodologias Ativas e das Neurociências Cognitivas. Para o presente estudo, serão construídos cenários inclusivos para aprendizagem, mediados por ferramentas multissensoriais. A compreensão sobre cenários para aprendizagem segue as premissas propostas por Laborde (2002) e por Fernandes e Healy (2015, 2019). Laborde (2002), reconhece cenários para aprendizagem como: “um ‘cenário’ completo que consiste em uma combinação de tarefas inter-relacionadas, bem como as fases coletivas em que o professor faz definições e teoremas explícitos” (LABORDE, 2002, p. 286). Fernandes e Healy (2015) corroboram essa ideia, afirmando que cenários representam: um conjunto de elementos constituído por tarefas específicas ou por uma sequência de tarefas interrelacionadas, por ferramentas mediadoras (materiais, tecnológicas e/ou semióticas) a serem empregadas na execução da tarefa, e por interações entre os diferentes atores que tomam parte da cena (que podem incluir diferentes combinações de alunos, professores e pesquisadores) (FERNANDES; HEALY, 2015, p. 02-03). E ainda que, “são espaços nos quais a mediação e a interação dão vida aos elementos de cena” (FERNANDES; HEALY, 2015, p. 03). Nessa perspectiva, um cenário é composto pela tríade: tarefas, ferramentas (internas e externas), que nos permitem acessá-las, assim como pelos agentes que, diante de determinadas tarefas, farão uso das ferramentas disponíveis, de modo a mediar o processo de ensino e de aprendizagem. No entanto, Fernandes e Healy vão além de expressar sua compreensão sobre cenários para aprendizagem, ampliando tal contexto para cenários de aprendizagem inclusivos, quando se referem àqueles momentos que possibilitam o acesso ao “suporte de palco” (FERNANDES; HEALY, 2019). Ou seja, as ferramentas que permitem oportunidades diversificadas, equipando o aluno para interação com o objeto matemático, em conformidade com a maneira pela qual ele vivencia o mundo. Na perspectiva neurocientífica, Guerra (2015) assegura que a aprendizagem envolve aquisição de atitudes, habilidades, conhecimentos, competências para se adaptar a novas situações, resolver problemas, realizar tarefas diárias importantes para sobrevivência, implementar estratégias na busca pela saúde, realização pessoal e social, melhorar a qualidade de vida, enfim, viver bem e em paz (GUERRA, 2015). Segundo a autora, isto ocorre, porque tais conhecimentos estão diretamente relacionados ao funcionamento cerebral. Desta forma, o cérebro dispensa energia para o que é útil a nossa sobrevivência e/ou o que nos proporciona prazer. Sob esse ponto de vista, a aprendizagem requer o envolvimento de várias funções mentais como atenção, memória, emoção, função executiva, entre outras. Ambas dependentes do cérebro. Considerando os apontamentos de Guerra e os estudos propostos pela neurociência cognitiva, o projeto explorará o ambiente musical como ferramenta mediadora do processo de ensino e de aprendizagem dos alunos, de modo a estimular a memória e atenção, processos fundamentais para a aprendizagem, conforme destaca MORAIS (2022). O desenvolvimento das oficinas e dos cenários por sua vez, contará com a utilização de metodologias ativas. Para Bacich e Moran (2018), “Metodologias Ativas são estratégias de ensino centradas na participação efetiva dos estudantes na construção do processo de aprendizagem, de forma flexível, interligada e híbrida”. Além de possibilitar um papel ativo dos alunos em seu processo de aprendizagem, os autores defendem que ela ocorra de forma flexível, interligada e híbrida. Sobre o ensino híbrido, Horn e Staker (2015), concebem-no como um programa educacional formal, “que permite ao aluno estudar pelo menos em parte, por meio do ensino on-line, tendo algum controle sobre o tempo, ou o lugar, ou o caminho e/ou ritmo” (HORN, STALKER, 2015, p. 34). Pelo exposto ressalta-se que as metodologias ativas permitem uma atuação ativa do aluno, nos momentos presenciais realizados na escola, bem como naqueles à distância. Além disto, pela própria concepção de ensino híbrido, a atribuição de algum controle do aluno no processo, corrobora os estudos promovidos pelas neurociências, indicando tempos e ritmos de aprendizagem diferentes e próprios de cada sujeito. Ressalta-se que a avaliação será formativa e durante todo o processo. No entanto, pretende-se no final de cada módulo, aplicar avaliações diagnósticas que permitirão o (re)direcionamento das ações propostas.


Referências Bibliográficas

BRASIL. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Avaliação Nacional de Alfabetização. INEP, Brasília, DF, 2016. Disponível em: https://tinyurl.com/2nep9ae5. Acesso em: 05 out. 2020. BRASIL. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Censo Escolar da Educação Básica 2020: resumo técnico. INEP, p. 70, Brasília, DF, 2020. Disponível em: https://download.inep.gov.br/publicacoes/institucionais/estatisticas_e_indicadores/resumo_tecnico_censo_escolar_2020.pdf. Acesso em: 12 ago. 2020. BRASIL. Ministério da Educação. Relatório do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB) - 2019. INEP, Brasília, DF, 2021. Disponível em: https://download.inep.gov.br/educacao_basica/saeb/2019/resultados/relatorio_de_resultados_do_saeb_2019_volume_1.pdf. Acesso em: 17 dez. 2021. DELBONI, C. Carga emocional e dispersão marcam a volta dos alunos ao ensino presencial. Estadão, 2021. Disponível em https://emais.estadao.com.br/blogs/kids/carga-emocional-e-dispersao-marcam-a-volta-dos-alunos-ao-ensino-presencial/. Acesso em 20 julh. 2022. GARCIA, M.F. Relatório mostra que o Brasil é um dos países mais desiguais do mundo. Observatório Terceiro Setor, 2021. Disponível em https://observatorio3setor.org.br/noticias/relatorio-mostra-que-o-brasil-e-um-dos-paises-mais-desiguais-do-mundo/. Acesso em 20 julh. 2022. Indice de desenvolvimento da Educação Básica-IDEB, Teófilo Otoni. EDU, 2022. Disponível em https://novo.qedu.org.br/municipio/3168606-teofilo-otoni/ideb. Acesso em 23 de julh. de 2022. LORENZATO, S. Educação Infantil e Percepção Matemática. 1. ed. Campinas: Autores Associados, Coleção Formação de Professores, 2017. Livro eletrônico. MORAIS, T.M.R. Cenários inclusivos para alfabetização matemática de alunos diferentemente diferentes mediados por ambiente musical e jogos. 2022. Tese de doutorado. Universidade Anhanguera de São Paulo, S.P. SAAVEDRA, J.; GIANNINI, S.; JENKINS, R. O estado da crise global da educação: um caminho para recuperação. UNESCO, 2021. Disponível em https://en.unesco.org/news/state-global-education-crisis-path-recovery. Acesso em 18 de julh. de 2022.


Inserção do estudante

O Ateliê do conhecimento matemático contribuirá para enriquecer a formação inicial de alunos do curso de licenciatura em matemática da UFVJM, ao possibilitar a participação efetiva em um projeto de intervenção, que, além de respeitar a diversidade, promoverá um ambiente de aprendizagem matemática, voltado ao uso de metodologias ativas e a formação inicial do pensamento matemático. Ressalta-se que não é objeto de estudo do curso de licenciatura, a alfabetização matemática, uma vez que em tempos antigos esta era desenvolvida no Ensino Fundamental I, ou seja, nos seis primeiros anos escolares. Segmento não contemplado nos currículos de licenciatura. No entanto, com a situação agravada pela pandemia, tais conhecimentos básicos podem não ter sido trabalhados ou foram minimamente abordados por meio do ensino remoto ou dos Pets, o que certamente comprometerá os anos escolares subsequentes. Pesquisadores em Educação Matemática como Van Hiele, Parsys, Caraça e outros apresentam estudos indicando que o conhecimento matemático é hierárquico, o que significa dizer que ele é construído a partir de conhecimentos básicos como um elo que une um elemento ao outro subsequente. Assim, comprometimentos encontrados na alfabetização matemática constituirão sérios obstáculos ao desenvolvimento do pensamento avançado, aumentando expressivamente os índices de defasagem matemática, já assinalados pelos órgãos mundiais como UNESCO. Por outro lado, pensando na contribuição do Ateliê do conhecimento matemático na formação de alunos da Educação Básica no período pós pandemia, os licenciandos terão oportunidade de conhecer teorias didáticas e cognitivistas que auxiliam na formação básica do pensamento matemático. Eles terão participação ativa durante todas as fases do projeto com reuniões semanais para preparação e elaboração do instrumento diagnóstico, contato inicial com as escolas selecionadas, na construção dos cenários inclusivos para aprendizagem e das oficinas pedagógicas, nas pesquisas decorrentes dos dados coletados em campo, no desenvolvimento do projeto junto aos alunos da Educação Básica, na construção, aplicação e análise da avaliação e finalmente, na produção dos relatórios parciais e final. Ressalta-se que este projeto diferencia-se do projeto Residência Pedagógica, uma vez que trabalhará exclusivamente com alunos com aprendizagem comprometida devido ao isolamento social, enquanto o Residência propõe um trabalho maior envolvendo o maior número de alunos das escolas participantes. Desta forma, professores e futuros professores terão novos desafios pela frente, dentre eles trabalhar com conceitos essenciais que, não foram devidamente construídos pelos alunos da Educação Básica. Oportunidade que será viabilizada pela participação neste projeto.


Observações

O impacto provocado pelo isolamento social decorrente da pandemia do Corona Vírus trouxe à tona uma desigualdade social e educacional sem precedentes. A universidade com o curso de licenciatura tem a missão de atender as necessidades da sociedade, visando melhor qualidade de vida a todos. A extensão universitária por sua vez pode viabilizar ações diretas com tal finalidade. Sendo assim, no sentido de contribuir para minimizar os resultados do ensino remoto vivenciado por alunos da Educação Básica no município de Teófilo Otoni, pensou-se no projeto Ateliê do conhecimento. O trabalho proposto rompe com modelo tradicional de ensino pautado em aulas expositivas, em que o aluno é agente passivo do seu processo de aprendizagem. Adotaremos as metodologias ativas, com a sala de aula invertida, aprendizagem por pares, ensino híbrido, gamificação e estudo de caso para promover espaços interativos onde o aluno será ativo e centro do processo de aprendizagem. Utilizaremos a música para estimular mais a memória e atenção, seguindo pressupostos neurocientíficos. Esperamos desta forma, idealizar um projeto que poderá ser expandido às demais escolas da região, na continuidade deste projeto piloto.


Público-alvo

Descrição

Alunos da Educação Básica das escolas públicas do município de Teófilo Otoni com dificuldades nos conhecimentos matemáticos básicos. Alunos devidamente matriculados no curso de Licenciatura em Matemática da UFVJM participantes deste projeto.

Municípios Atendidos

Município

Teófilo Otoni

Parcerias

Participação da Instituição Parceira

A escola campo é fundamental para a execução do projeto, tendo em vista que lá se encontram matriculados os alunos, público alvo do projeto. Além disto, será a sede para realização do projeto.

Cronograma de Atividades

Periodicidade Semanalmente
Descrição da Atividade

Elaboração do instrumento diagnóstico que será aplicado nas escolas selecionadas, a fim de identificar os alunos com dificuldade na alfabetização matemática. Após elaboração, aplicaremos o instrumento nas escola campo.

Periodicidade Semanalmente
Descrição da Atividade

Faremos a correção e análise das respostas dadas pelos alunos no instrumento diagnóstico. de modo a selecionar aqueles com perfil para o projeto.

Periodicidade Semanalmente
Descrição da Atividade

Realização das oficinas pedagógicas para alfabetização matemática.

Periodicidade Anualmente
Descrição da Atividade

Aplicação do instrumento avaliativo junto aos alunos participantes, de modo a coletar dados sobre a contribuição do projeto na aprendizagem matemática.

Periodicidade Mensalmente
Descrição da Atividade

Produção e envio dos relatórios parciais e final do projeto.

Periodicidade Anualmente
Descrição da Atividade

Produção e entrega do retorno às escolas participantes de um relatório sobre o projeto.

Periodicidade Anualmente
Descrição da Atividade

Contato e conversa com a direção e supervisão da escola, apresentando o projeto e conhecendo às necessidades da escola referentes à alfabetização matemática dos alunos da Educação Básica.

Periodicidade Anualmente
Descrição da Atividade

Elaboração e aplicação do instrumento diagnóstico nas escolas campo selecionadas, para selecionar os alunos participantes do projeto, bem como as necessidades dos mesmos.

Periodicidade Semanalmente
Descrição da Atividade

Produção dos cenários inclusivos para aprendizagem, selecionando as ferramentas multissensoriais sejam tecnológicas, semióticas ou materiais que subsidiarão as oficinas pedagógicas ofertadas. Os cenários serão inicialmente produzidos, mas adaptações e alterações farão parte de nossas ações, de modo a atender a diversidade e potencialidade dos alunos participantes.