Visitante
Jiu Jitsu: Arte Marcial Nipo-Brasileira no Campus JK em Diamantina-MG.
Sobre a Proposta
Tipo de Edital: Pibex
Situação: Aprovado
Dados do Coordenador
gilbert de oliveira santos
20241012024121202
fcbs
Caracterização da Ação
ciências da saúde
saúde
cultura
esporte e lazer
municipal
Não
Membros
geraldo ferreira de freitas neto
Voluntário(a)
melissa monteiro guimaraes
Vice-coordenador(a)
pamela cristina lourenco siqueira
Bolsista
hericles amantino santos
Voluntário(a)
O Jiu-Jitsu brasileiro é uma arte marcial trazida do Japão, mas forjada aqui no Brasil, como uma nova modalidade de combate. Elaborada por Hélio Gracie, considerando princípios biomecânicos e torções, sobretudo, das articulações, incidindo em projeções, chaves, imobilizações e estrangulamentos, utilizando para isso, o menor esforço possível (Gracie, 2010). O Jiu-Jitsu brasileiro propõe-se a ser uma forma eficiente de combate, pois desde os seus primórdios até a atualidade, suas técnicas e princípios visam preparar da melhor maneira possível, o lutador para vencer uma luta. Jiu-Jitsu pode ser traduzido por arte suave, o que reflete aspectos importantes da cultura oriental, tais como o princípio de que a suavidade vence a rigidez, a adaptação é melhor que o enfrentamento direto. No Jiu-Jitsu, tanto o tempo como a dedicação a prática simbolizam o processo de transformação e amadurecimento do indivíduo, tendo em vista o próprio aperfeiçoamento. Nesse sentido, esse projeto propõe-se a abrir um espaço de estudo e prática dessa arte marcial nipo-brasileira. As aulas de Jiu-Jitsu ocorrerão duas vezes por semana no Departamento de Educação Física no Campus JK em Diamantina-MG. Almeja-se atingir um grande quantitativo de praticantes e o foco da proposta não será a formação de lutadores profissionais ou competidores, mas sim, o incremento de aspectos associados a saúde e ao bem estar dos participantes. O Vale do Jequitinhonha é uma das regiões mais pobres e menos desenvolvida de Minas Gerais, onde aflora um forte e permanente apelo socioeconômico, a redução das desigualdades regionais, a formação e consolidação de centros de referência em saúde, grupos de pesquisa, a expansão e fortalecimento da extensão universitária, bem como a indução da formação de pessoal de alto nível de capacitação. Nesse contexto, o projeto Jiu Jitsu: Arte Marcial Nipo-Brasileira no Campus JK em Diamantina-MG assume grande importância, uma vez que afeta positivamente a qualidade de vida da população local e da região. O projeto apresenta-se como campo de aprendizagem aos acadêmicos dos cursos pertencentes a área da saúde da UFVJM. As ações do projeto irão correlacionar-se com o conteúdo de diversas disciplinas que compõem os cursos de saúde, tais como: fisiologia humana, testes e avaliação física, artes marciais, recreação e lazer, atividades científicos-culturais etc., proporcionando a vinculação com o ensino, a pesquisa e a extensão universitária aos acadêmicos integrantes do projeto. Para o público atingido da ação, espera-se alcançar um alto quantitativo de estudantes, funcionários, professores e membros externos da Universidade, proporcionado a criação de um tempo-espaço de prática de movimentos com fins de melhoria da condição de vida e da saúde humana na região de Diamantina-MG.
Jiu-Jitsu Brasileiro; Saúde; Práticas de Movimento;
Uma das premissas contemporâneas é a necessidade de realizar atividade física para benefício da saúde, uma vez que o corpo já não é suficientemente ‘usado’ em muitas funções cotidianas, haja vista a quantidade de recursos tecnológicos que substituem o trabalho corporal. Além disso, o estilo de vida moderno potencializou o estresse causado por ansiedade ou depressão, aumentando a possibilidade de vir ocorrer doenças, especialmente as cardiovasculares (MATSUDO; MATSUDO; NETO, 2001). Assim, é imprescindível a prática de movimentos para fins de conquista e melhoria da saúde, sendo esta relação uma das preocupações dos pesquisadores e estudiosos do corpo, suas técnicas e também dos profissionais que atuam junto a saúde da população. O Jiu-Jitsu brasileiro é uma arte marcial de origem nipo-brasileira que possui como base o domínio e a movimentação do corpo no nível baixo de altura. Trata-se de uma técnica corporal eficaz do ponto de vista marcial e que também pode ser utilizada para outros fins, tais como saúde, lazer, socialização etc. Muitos estudos relatam à eficiência do Jiu-Jitsu no âmbito da saúde e, por isso, a técnica tem sido cada vez mais utilizada para fins de saúde e qualidade de vida (SILVA; SILVA; ESPÍNDOLA, 2015). Este projeto visa contribuir para concretização e ampliação de ações de extensão e pesquisa a respeito de técnicas corporais no contexto do Campus JK em Diamantina-MG, com fins de possibilitar uma prática corporal de prevenção e manutenção da saúde da comunidade acadêmica e membros externos da universidade. Para isto, prevê a ampliação de um espaço/tempo de realização de técnicas corporais no departamento de Educação Física da UFVJM, desenvolvendo ações de saúde e de educação em saúde e possibilitando aos estudantes envolvidos um espaço de integração entre a pesquisa acadêmica e a práxis profissional através do ensino das técnicas corporais do Jiu-Jitsu brasileiro. O projeto Jiu Jitsu: Arte Marcial Nipo-Brasileira no Campus JK em Diamantina-MG é uma ação do Grupo de Pesquisa em Técnicas Corporais Artísticas, Marciais e Terapêuticas (CNPq/UFVJM) que desde 2016 vem fomentando apresentações de trabalhos acadêmicos, ações e projetos no âmbito das técnicas corporais no campus de Diamantina-MG. Além disso, conta com o apoio do Departamento de Educação Física da UFVJM e da Liga Acadêmica de Fisioterapia Esportiva, o que favorece não apenas a divulgação da proposta como também o acompanhamento das ações de ensino, pesquisa e extensão.
Evidências científicas comprovam que a prática de movimentos regular e bem orientada tem grande importância na melhora da qualidade de vida da população (COQUEIRO; NERY; CRUZ, 2006), podendo verificar essas relações com o sedentarismo, que é um fator de risco para doenças metabólicas e coronarianas, e o estilo de vida ativo como prevenção, sendo estes uma grande preocupação mundial para a saúde pública (ACMS, 2003). O presente projeto contribui no âmbito da prevenção de males psicofísicos, pois fomenta a concretização de um espaço/tempo de estudo e prática de movimentos no campus JK em Diamantina-MG. O projeto Jiu Jitsu: Arte Marcial Nipo-Brasileira no Campus JK em Diamantina-MG já desenvolve atividades no contexto do curso de graduação em Educação Física e conta com um grupo de 20 pessoas interessadas na prática entre membros da comunidade de Diamantina e também da UFVJM. Se contemplado no edital Pibex 01/2024, o projeto poderá ampliar suas ações e também aprofundar mais na pesquisa e produção científica em técnicas corporais com vistas à saúde e qualidade de vida, além de possibilitar o aprofundamento na arte corporal do Jiu-Jitsu brasileiro por aqueles que já estão integrando o projeto. A preservação da saúde na visão oriental está diretamente relacionada com o cuidado do corpo e com a prática regular de movimentos. O Jiu-Jitsu ancora-se em um pensamento que pressupõe a interdependência entre diferentes aspectos do humano, atuando de maneira conjunta tanto no nível físico como emocional, por isso, sua repercussão na conquista do equilíbrio psicofísico é tão eficiente (SILVA; SILVA; ESPÍNDOLA, 2015). O Jiu-Jitsu brasileiro é uma arte marcial de raiz japonesa que se utiliza essencialmente de golpes de alavancas, torções e pressões para levar um oponente ao chão e dominá-lo. Literalmente, Jiu significa “suavidade”, “brandura”, e Jutsu “arte”, “técnica”. Daí a sua tradução por “arte suave”. Sua origem secular, como sucede com quase todas as artes marciais ancestrais, não pode ser apontada com precisão. Estilos de luta parecidos foram verificados em diversos povos, da Índia à China, em períodos remotos. O que se sabe é que seu ambiente de desenvolvimento e refinamento foram as escolas de samurais, a casta guerreira do Japão feudal. O Jiu-Jitsu pode ser praticado por qualquer pessoa em diferentes níveis de intensidade e também com diferentes objetivos, entretanto, dado a tonicidade e a cadência rítmica das técnicas de movimento, sua prática bem conduzida não promove o esgotamento físico, pelo contrário, uma prática consciente de seus gestos favorecerá a sensação de renovação e de vigor físico e frescor mental. Além disso, é próprio que no decorrer de sua execução, os movimentos sejam realizados com a mente tranquila, pois assim é possível conectar corpo, respiração e emoção, promovendo um efeito relaxante no pós prática. Esse esforço de concentrar-se nas técnicas e nos movimentos obriga o praticante a focar a atenção em si, o que contribui para que a prática torne-se uma espécie de meditação em movimento. Este modo de entendimento nos ajuda a pensar que as práticas de movimento que visam promover um bom estado de saúde devem contribuir para que haja equilíbrio entre o preservar e o gastar, administrando o princípio de consumo e manutenção do vigor físico e mental (SANTOS, 2022). Quando corretamente praticadas, as técnicas do Jiu-Jitsu potencializam a conservação, circulação e ampliação do Chi (Energia Vital). Segundo CHENG (2008), o refinamento do Chi pode ocorrer através do domínio da respiração, de técnicas do corpo, meditação etc., e associa-se ao aspecto conhecido como Kung Fu, termo que foi popularizado e reduzido pelo gênero cinematográfico dos filmes produzidos na região de Hong-Kong, mas que na verdade, se refere a toda prática que requer tempo e energia para aperfeiçoar. Muitas práticas de movimento de origem japonesa são terapêuticas e sua prática é desenvolvida por grande parte da população (não para efeitos estéticos, como ocorre no Brasil, mas para manter um bom estado de saúde). Durante séculos estas práticas marciais foram desenvolvidas e difundidas, apresentando na atualidade diversos tipos, cada qual com finalidades específicas. Nessas práticas, é preciso aprender a cair ou a se movimentar no chão combinando suavidade e firmeza (suavidade não significa ‘moleza’ e firmeza não significa ‘rigidez’) o que ocorre em artes corporais tais como o Jiu-Jitsu, o Judô ou o Aikido. Essas qualidades de movimento permitem que o praticante não se machuque ao realizar a prática e consiga mobilizar sua força interna em conquista do equilíbrio e da saúde. Além disso, muitas técnicas corporais baseiam-se na mimetização dos animais. Nesse caso, o ato de imitar um animal amplia e estabelece um espaço do mover-se e do brincar, valendo-se da interpretação e das faculdades de imitação e imaginativas inerentes ao ser humano. Experimentando estas potencialidades do corpo, tomamos maior consciência de si, de nossa personalidade, pensamentos, sentimentos, possibilidades e limitações. Ao conquistar um conhecimento de si próprio, tornamo-nos mais seguros para trocar experiências com as pessoas e a realidade a nossa volta. O projeto Jiu Jitsu: Arte Marcial Nipo-Brasileira no Campus JK em Diamantina-MG procurará se adaptar às possibilidades através da interação dialógica e do reconhecimento dos limites e possibilidades que o grupo de participantes vir a apresentar, por isso, algumas estratégias do projeto estão estreitamente relacionadas com as demandas dos participantes. Neste sentido, o estabelecimento do horário entre o fim da tarde e o início da noite, para facilitar a participação de um maior contingente de pessoas, pois se trata do horário entre o período vespertino e noturno, no qual há maior circulação de indivíduos entre o campus JK e a cidade de Diamantina-MG. Portanto, um dos desafios a serem enfrentados pelo projeto, é estabelecer com o grupo de participantes um conjunto de ações que possa minimizar as dificuldades para uma efetiva participação e frequência nos encontros. Ensinar práticas de movimento é promover o desenvolvimento cultural de uma sociedade, é cultivar nos indivíduos o desejo de uma melhor qualidade de vida. Trata-se também de alinhar-se com o plano nacional de extensão (PNE) que propõe a extensão universitária como processo educativo, cultural e científico que articula o ensino e a pesquisa, e viabiliza a relação transformadora entre universidade e sociedade. Este projeto, além de ser um espaço de integração entre a pesquisa e a extensão, entre a produção intelectual e a práxis profissional, também se alinha com as metas das políticas públicas em saúde e também com a política de extensão da UFVJM, uma vez que amplia e aprofunda a relação da UFVJM com a sociedade diamantinense, potencializando a transformação da realidade, no sentido da melhoria das condições de vida e fortalecimento da cidadania em Diamantina-MG. O projeto proporcionará aos acadêmicos envolvidos um espaço interdisciplinar de vinculação entre o ensino de técnicas corporais (fundamentais para um profissional de saúde) e também de experimentação do exercício profissionalizante, já que estarão aprendendo a desenvolver competências e habilidades típicas do trabalho docente, além de desenvolver habilidades científicas no lidar com a pesquisa em técnicas de movimento na promoção da saúde. Este projeto está vinculado ao Grupo de Pesquisa em Técnicas Corporais Artísticas, Marciais e Terapêuticas do Departamento de Educação Física (CNPq/UFVJM) e é uma continuidade de projetos anteriormente desenvolvidos através do apoio conquistado através de editais Pibex, tais como Chi Kung no programa saúde da família em Diamantina-MG; Metodologia de ensino de técnicas corporais marciais no programa saúde da família em Diamantina-MG e Técnicas Corporais Marciais na VEM (Vila Educacional das Meninas em Diamantina-MG).
Objetivo Geral: Ampliar, sistematizar e pesquisar ações e métodos de ensino do Jiu-Jitsu para concretizar um espaço/tempo de realização de prática de movimentos dentro do departamento de Educação Física da UFVJM, possibilitando um espaço de integração entre a pesquisa e a extensão universitária; Objetivos Específicos 1. Proporcionar a equipe de estudantes, o desenvolvimento de habilidades e competências para atuar no contexto do ensino do Jiu-Jitsu; 2. Veicular informações que visam à prevenção, a minimização dos riscos e à proteção da saúde, buscando a produção do autocuidado, sobretudo ao que tange a relação prática de movimentos/saúde; 3. Identificar participantes com potencial para o desenvolvimento do trabalho em práticas corporais e incentivá-los no estudo e na pesquisa do corpo e suas técnicas; 4. Possibilitar aos participantes, um espaço de estudo e reflexão a respeito do desenvolvimento de práticas de movimentos e suas imbricações com a saúde; 5. Proporcionar aos alunos a reflexão sobre a saúde, analisando os pressupostos teóricos estudados e sua prática, assumindo uma postura crítica aliada à competência técnica e compromisso político do seu papel na sociedade; 7. Ampliar a produção científica a respeito dos limites e possibilidades das técnicas corporais no âmbito da saúde; 8. Proporcionar aos participantes o estudo e o entendimento dos fundamentos que alicerçam os movimentos do Jiu-Jitsu, colaborando para que os mesmos possam assumir o gerenciamento de seus estudos e práticas corporais dentro dos princípios do Jiu-Jitsu e de uma melhora na saúde psicofísica;
• Elaboração de (01) um artigo científico sobre a experiência extensionista e envio para publicação em periódico indexado; • Veiculações e divulgações do projeto via portal da UFVJM e na cidade de Diamantina-MG (Sempre no início do semestre letivo ou quando houver abertura de novas vagas); • Criação de material didático e vídeos sobre o projeto; • Criação de (01) um pôster sobre a experiência do projeto (objetivos, metodologia e resultados) a ser apresentado em eventos científicos realizados na UFVJM e, possivelmente, em outros congressos; • Vincular o projeto desenvolvido aos trabalhos de conclusão de curso (TCC) dos acadêmicos envolvidos no processo e também possibilitar um espaço de ensino, pesquisa e extensão para os acadêmicos que vierem a se interessar pelo estudo de técnicas corporais marciais e terapêuticas; • Proporcionar aos participantes o aprendizado das principais técnicas do Jiu-Jitsu e também a compreensão dos princípios básicos dessa arte marcial nipo-brasileira; • Concretizar a formação de um grupo de estudo e prática do Jiu-Jitsu na UFVJM. Almeja-se um grupo de 30 pessoas que poderão atingir indiretamente outras 60 através dos seus conhecimentos e técnicas; • Possibilitar um espaço que possa oferecer a comunidade de Diamantina-MG e região, a prática de movimentos corporais com fins de benefícios físicos, psicológicos e intelectuais;
Esse projeto conta com o apoio do Departamento de Educação Física da UFVJM, com o Grupo de Pesquisa em Técnicas Corporais Artísticas, Marciais e Terapêuticas da UFVJM/CNPq e a Liga de Fisioterapia Esportiva. Trata-se de um projeto de extensão que não pressupõe um acúmulo de informações generalizáveis advindos de métodos científicos aceitos. Portanto, mesmo sendo uma atividade que envolve seres humanos, não é o caso de submeter este projeto ao Comitê de Ética da UFVJM. Entretanto, caso ocorra à necessidade de desenvolver atividades que necessitem da aprovação do Comitê de Ética da UFVJM, o mesmo será submetido para avaliação. Entretanto, todos os participantes serão orientados a responder o PAR-Q (Physical Activity Readiness Questionnarie) que é um questionário de auto-avaliação física com validade de (01) um ano, além de uma ficha de cadastro do projeto. As aulas serão ministradas pelo coordenador da ação até que os estudantes envolvidos sintam-se aptos a realizar a regência das aulas. A turma será comporta em média por 30 integrantes e as aulas durarão cerca de duas horas, duas vezes por semana. O programa de ensino desenvolvido na proposta será organizado a partir dos seguintes eixos norteadores organicamente interligados: • Preparação e harmonização psicofísica: Inicialmente, realiza-se um breve trabalho de preparação e harmonização psicofísica com a realização de movimentos que visam ampliar a mobilidade das articulações e desenvolver capacidades físicas tais como equilíbrio, resistência, flexibilidade e força, além do intuito de atuar sobre o estado de atenção e foco dos participantes. Por isso, além da observação dos detalhes anatômicos e biomecânicos do movimento, é imprescindível chamar a atenção dos participantes para a condição de foco e atenção em si e na técnica. • Chi kung: O Chi kung é uma técnica corporal de cultivo da saúde reconhecido e adotado dentro do sistema medicinal chinês e algumas técnicas remetem-se a mais de mil anos de existência (LAZZARI, 2009). Normalmente, o Chi kung é realizado em posturas de sustentação e sem muitos deslocamentos, o que facilita a sua execução, potencializa o foco e ajuda a preparar e fortalecer o corpo para exercícios físicos mais vigorosos. Trata-se, portanto, de uma ginástica de conscientização e preparação física, ainda que em algumas técnicas, o componente marcial esteja visivelmente presente. No Chi kung, quando são realizados movimentos, eles ocorrem de forma contínua e lenta, combinando suavidade e firmeza, permitindo que o praticante não se machuque e consiga mobilizar sua disposição corporal. • Asanas: Os asanas do yoga são posturas psicofísicas que visam possibilitar maior consciência corporal, fortalecendo o corpo físico e sutil. O yoga é um dos seis sistemas ortodoxos da filosofia hindu. O termo deriva da raiz em sânscrito yuj que significa atar, reunir, ligar, focar e concentrar a atenção em algo. Os asanas potencializam qualidades físicas e possibilitam um funcionamento mais dinâmico do corpo, pois mobilizam grandes grupos musculares, além de promover o trabalho corporal em posições de equilíbrio, torção, flexão e extensão, utilizando todos os segmentos do corpo ou partes isoladas (IYENGAR, 2016). Muitos asanas ocorrem no solo, o que possibilita aprimorar o uso do corpo em situações próximas das técnicas marciais que são executadas no nível baixo de altura. Um asana que possui íntima relação com a arte marcial é a postura do guerreiro ou virabhadrasana. Trata-se de uma prática em que o olhar e os braços dirigem-se para cima, como se estivesse abraçando uma grande bola, os pés se afastam produzindo flexão no joelho e quadril da perna da frente, e realiza-se a extensão da perna de trás. A base ampla dos pés e a busca do equilíbrio na posição auxiliam no entendimento de como organizar uma postura marcial, que deve ser firme e possuir boa base de sustentação para realização de golpes e também para a defesa. • Transição de Níveis: Trata-se do domínio do corpo na transição segura e confortável dos níveis de altura. Da postura em pé para o solo e vice-versa, desenvolvendo o uso correto das articulações para amortecer o corpo no chão ou elevar-se para a posição vertical com o menor esforço possível. O objetivo é transitar entre o nível alto e o nível baixo da maneira mais orgânica e confortável possível. Para isso, é importante que o praticante coordene o corpo de modo que cada movimento seja acompanhado pelo seguinte, numa sequência espiralar contínua. A tentativa é se aproximar das qualidades físicas e dinâmicas da esfera, que não possui pontas e nem ângulos, além de poder tangenciar ou rolar em outras superfícies de forma dinâmica. Busca-se encontrar a organização corporal que possibilite o conforto na transição de níveis de altura, movendo-se do alto para o baixo e vice-versa. Após desenvolver esta organização em si, os praticantes podem executar a projeção ou ajudar o outro a vir para a posição vertical. Isso pode ser feito utilizando-se de ações corporais, tais como: empurrar, puxar ou deslocar a base de apoio do outro. É importante destacar que o objetivo não é impedir a projeção ou elevar-se o mais rapidamente possível, mas possibilitar que tanto a projeção como a elevação ocorram suavemente, e de modo organizado e controlado (FREITAS NETO; SANTOS, 2023). • Domínio do Corpo no Solo: Neste tópico, é preciso aprender a movimentar o corpo no chão harmonicamente. Exploram-se diferentes posições em decúbito dorsal ou ventral e a investigação das possibilidades articulares de movimento, desde o isolamento das articulações e suas possibilidades de ação até o uso de todo o corpo em movimento contínuo. Este processo é ampliado na medida em que os praticantes se familiarizam a posição e também ao princípio do deslocamento espiralar contínuo, que facilita o deslocamento e o conforto de movimento. A ideia é deslocar-se continuamente até a conquista do ritmo e da mobilidade que possibilite ao praticante locomover-se da maneira mais espontânea possível no chão, podendo incorporar diferentes formas de giros e rolamentos durante a execução desta prática. Assim, ocorre uma espécie de pesquisa gestual com base nas capacidades individuais, afim de encontrar a maneira mais orgânica de se movimentar no nível baixo de altura. O domínio e o deslocamento do corpo no solo preparam o praticante para desenvolver as técnicas marciais no nível baixo, além de ampliar o repertório gestual e possibilitar maior conforto de movimento no chão (FREITAS NETO; SANTOS, 2023). • Técnicas Marciais no Solo: Explora-se a ideia de dominar o outro no solo através da contenção ou imobilização. Os praticantes podem investigar diferentes formas de inversão da posição superior e inferior na posição horizontal e o estudo do domínio das articulações. Nessa etapa, ocorre o estudo das técnicas marciais e a conscientização da movimentação do corpo no chão sobre ou sob o outro, o que amplia o repertório gestual e ensina a trabalhar o corpo como uma unidade, pois o correto posicionamento irá facilitar a aplicação das técnicas e inibir o excessivo uso de força (FREITAS NETO; SANTOS, 2023). Exemplos de técnicas específicas no solo: Rolamentos; Queda; Guarda; Montada Frontal; Montada Lateral; Norte Sul; Raspagem; Chaves e Finalizações. • Jogo Marcial: Os princípios e aplicações marciais em associação num contexto de jogo. No entanto, o jogo não pode ser entendido apenas como uma etapa distinta das demais aqui apresentadas, pois ele pode ser uma ferramenta que perpassa todo o processo de ensino. A ludicidade no contexto marcial pode contribuir na experiência combativa do gesto, pois através do jogo, ritualiza-se o aspecto bélico inerente ao gesto marcial (HUIZINGA, 2010). O jogo potencializa a dimensão lúdica em detrimento da dimensão prática de preparação para o combate, pois “situa-se fora da sensatez da vida prática, nada tem a ver com a necessidade ou a utilidade, com o dever ou com a verdade” (HUIZINGA, 2010, p. 177). No Jiu-Jitsu brasileiro, os jogos do tipo competitivo se fazem mais presentes, pois há a expectativa de um praticante triunfar sobre o outro pelo uso eficiente de técnicas marciais. Mas é possível transformar e direcionar esse desejo de sobrepujar o outro para uma brincadeira em que prevaleça muito mais o desenvolvimento das qualidades de movimento em interação com o companheiro do que a necessidade de vencer fisicamente o outro. O ensino por jogos marciais é mais significativo quando os mesmos são desenvolvidos intimamente relacionados aos aspectos estruturais da arte marcial, realizando alterações que visam potencializar o vetor lúdico, mas sem perder de vista por completo o vetor marcial (SANTOS, 2022). No caso do Jiu-Jitsu brasileiro, tomaremos como referência quatro aspectos estruturais que serão utilizados para categorizar os jogos que serão utilizados: a pegada, a transição de nível, a movimentação no solo e a imobilização. Dessa forma, exalta-se o aspecto do prazer e da diversidade de movimentos, mas sem perder por completo as especificidades das técnicas marciais que compõem o Jiu-Jitsu brasileiro. • Automassagem: Será utilizado a automassagem como técnica de estímulo e relaxamento corporal no início e final das aulas. Serão empregadas técnicas de deslizamento suave das mãos sobre os membros ou costas, compressão das mãos ou dedos na região do pescoço e orelhas, deslizamento com a palma das mãos no rosto, dedilhamento na cabeça e tapotagem no tronco e membros. A massagem quando é feita de forma rápida e leve é estimulante e quando é feita de forma lenta e firme é calmante. A massagem é uma técnica terapêutica que visa o relaxamento, alongamento e estímulo das estruturas corporais, de forma a estabelecer maior mobilidade e equilíbrio psicofísico, além de potencializar a consciência do corpo (CONTATORE; TESSER, 2010). As atividades serão desenvolvidas no Laboratório de Artes Marciais do Departamento de Educação Física da UFVJM que possui toda a infraestrutura necessária para o desenvolvimento das atividades, como piso de madeira flutuante, tatame e equipamento de som. O laboratório também possui alguns kimonos que poderão ser emprestados para os participantes mais assíduos e que possuem dificuldades financeiras para adquirir uma vestimenta própria para esta prática marcial. O estágio supervisionado do curso de Bacharelado em Educação Física ocorre nas dependências físicas do Departamento de Educação Física e também poderá se beneficiar das atividades do projeto através da participação do público que frequenta as atividades do estágio curricular. Além das sessões de prática de movimentos, também serão realizadas a apresentação teórica dos conceitos-chave da prática e será enviado por e-mail ou WhatsApp, material de estudo para que os participantes possam estudar a técnica e seus princípios em horários extras do projeto. Por fim, também é preciso apontar que será feita discussão preliminar com os participantes e apresentação dos objetivos e metas do projeto além de, em períodos determinados, análise e discussão do andamento do projeto junto com toda a equipe executora e também com os participantes. O projeto conta com apoio do ex-aluno Geraldo Ferreira de Freitas que é faixa preta de Jiu-Jitsu e se comprometeu a comparecer duas vezes no ano, afim de desenvolver atividade formativa com os integrantes do projeto. É importante sinalizar que esse ex-aluno desenvolveu Trabalho de Conclusão de Curso sobre a temática do Jiu-Jitsu e também possui vasta experiência com o ensino e o desenvolvimento dessa arte marcial. No Grupo de Pesquisa em Técnicas Corporais Artísticas, Marciais e Terapêuticas (CNPq/UFVJM) faremos avaliações a respeito do acompanhamento dos participantes e do processo de desenvolvimento do projeto com o intuito de atender as dificuldades dos participantes e conduzir com mais qualidade o processo de ensino e aprendizagem do Jiu-Jitsu Brasileiro. O apoio da Liga Acadêmica de Fisioterapia Esportiva/UFVJM será importante não apenas para divulgação da proposta, mas também para organização de atividades formativas durante o transcorrer do desenvolvimento do projeto. O Programa Multiprofissional de Assessoria Esportiva da UFVJM PRO+ auxiliará no acompanhamento e avaliação dos praticantes que possuírem algum tipo de restrição ou necessitem de algum acompanhamento fisioterapêutico mais especializado.
AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE - ACMS. Diretrizes do ACMS para os testes de esforço e sua prescrição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. CHENG, Anne. História do pensamento chinês. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008. COQUEIRO, Raildo da Silva; NERY, Adriana Alves; CRUZ, Zoraide Vieira. Inserção do Professor de Educação Física no Programa de Saúde da Família: discussões preliminares. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires. ano 11. nº 103. dez 2006. CONTATORE, Octávio Augusto; TESSER, Charles Dalcanale. Medicina tradicional chinesa/acupuntura. In: TESSER, Charles Dalcanale. (Org.). Medicinas complementares: o que é necessário saber (homeopatia e medicina tradicional chinesa/acupuntura). São Paulo: Editora UNESP, 2010. FREITAS NETO, Geraldo Ferreira; SANTOS, Gilbert de Oliveira. Aspectos físico-técnicos, espirituais e lúdicos no contexto do Jiu-Jitsu brasileiro. Arquivos em Movimento, v. 19, n. 01, p. 348-370, 2023. GRACIE, Helio. Gracie Jiu-Jitsu. São Paulo: Saraiva, 2010. HUIZINGA, Johan. Homo Ludens: o jogo como elemento da cultura. São Paulo: Perspectiva, 2010. IYENGAR, Bellur Krishnamachar Sundararaja. Luz sobre o yoga: yoga dipika. São Paulo: Pensamento, 2016. LAZZARI, Fernando. Tai Chi Chuan: saúde e equilíbrio. Ribeirão Preto, SP: Editora e Gráfica São Gabriel Ltda, 2009. MATSUDO, Sandra Mahecha; MATSUDO, Victor Keihan Rodrigues; NETO, Turíbio Leite Barros. Atividade física e envelhecimento: aspectos epidemiológicos. Revista Brasileira de Medicina Esportiva, p. 01-13, volume 7, número 1, jan-fev 2001. SANTOS, Gilbert de Oliveira. Artes Marciais: Temas para estudo, prática e reflexão. Curitiba: CRV, 2022. SILVA, Thiago Eduardo Limeira; SILVA, Maria Gilvanira Gomes; ESPÍNDOLA, Wilma Cléa Ferreira. Os benefícios do Jiu-Jitsu para a saúde: um incentivo para a prática esportiva. Revista Científica da FASETE, v. 09, n. 09, p. 186-192, 2015.
Os estudantes participarão ativamente de todas as etapas descritas no cronograma de execução, ou seja, estarão presentes nos encontros de estudo e planejamento, na jornada de estudos e palestras promovidas pelo Grupo de Estudos em Técnicas Corporais Artísticas, Marciais e Terapêuticas (CNPq/UFVJM), na captação e edição das imagens, nos encontros de prática de movimentos, na elaboração e confecção de um pôster a ser apresentado em evento científico, além de colaborarem na elaboração dos relatórios e nas produções didáticas. Este projeto será conduzido e supervisionado pelo coordenador com a participação da equipe já formada e por outros que desejem participar da proposta. As atividades serão discutidas e elaboradas sob a orientação do coordenador, através de encontros quinzenais de estudo e planejamento com momentos específicos para realização de avaliações processuais, individuais e coletivas. Os estudantes estarão se capacitando no projeto para lidar com a dimensão terapêutica e marcial das técnicas corporais, tendo a importante missão de se prepararem para veicular e potencializar a realização da prática de movimentos em benefício da saúde da população. Para isso, serão promovidos encontros de estudos e planejamento, nos quais serão discutidos os referenciais pedagógicos que balizam o processo de ensino de técnicas corporais marciais e terapêuticas. Em períodos determinados, serão realizados relatórios e trabalhos acadêmicos para acompanhamento do desenvolvimento e aprendizagem dos acadêmicos. Também serão feitas indicações bibliográficas a respeito de estudos sobre o corpo, prática corporal e saúde. Os acadêmicos envolvidos no projeto estão se preparando para tornarem-se especialistas em técnicas corporais e profissionais da saúde. Assim, o projeto será uma oportunidade para que os mesmos possam utilizar dos conhecimentos aprendidos no contexto dos seus cursos de formação em ambiente real de atuação, possibilitando o aprimoramento de aspectos da formação e atuação profissional em saúde e práticas corporais. Estratégias de avaliação: 1. Indicação de leituras de referência e elaboração de relatórios sobre as leituras e atividades realizadas; 2. Encontros quinzenais com o grupo de estudantes e discussão sobre o andamento do projeto; 3. Análise e discussão das produções realizadas. Espera-se assim, que os estudantes envolvidos tornem-se capazes de conduzir aulas com as técnicas do Jiu-Jitsu brasileiro, adquirir conhecimentos a respeito da relação entre prática corporal e saúde, tornarem-se aptos na captação, edição e criação de imagens, adquirirem conhecimentos a respeito da elaboração de textos e trabalhos acadêmicos utilizando para isso, conhecimentos sobre prática corporal e saúde e adquirirem conhecimentos a respeito das particularidades do Jiu-Jitsu e suas imbricações na saúde psicofísica da população de Diamantina-MG e região.
Este projeto nasce do desejo de divulgar a experiência adquirida com o ensino, a extensão e a pesquisa a respeito de práticas e técnicas corporais marciais no contexto universitário. É um projeto com o corpo e para o corpo. Uma proposta de trabalho corporal de diferentes aspectos que abordam as relações entre o movimento e a saúde humana. Serão abordados temas, tais como a arte e a técnica de movimento; o autoconhecimento através do gesto; a justa medida de esforço físico; a importância da plena presença durante a prática de movimentos; a pessoalidade no movimentar-se; a arte marcial do Jiu-Jitsu brasileiro; os asanas do yoga; a ginástica terapêutica chinesa chi kung; os benefícios da Meditação; o auto aperfeiçoamento através de uma prática corporal; a saúde humana e o ensino de práticas e técnicas corporais marciais. O objetivo é cultivar uma prática corporal que possa valorar positivamente o corpo, a saúde e a vida, apresentando durante o projeto, tópicos que dialogam com as técnicas e as práticas corporais marciais no contexto do estudo, da prática e da reflexão filosófica. Os participantes encontrarão suporte para pensar a respeito de diversos temas acadêmicos, além de desfrutarem de momentos de lazer e diversão, o que pode ser considerado muito importante, haja visto as dificuldades e questões inerentes a vida acadêmica e também pessoal. Esse projeto pretende cativar os praticantes com o intuito de contribuir para elaboração de novas sínteses e reflexões a respeito do ensino das práticas e das técnicas corporais no contexto da saúde humana além de possibilitar momentos de prazer e alegria através do movimento.
Público-alvo
Estudantes de graduação e pós-graduação que frequentam o Campus JK em Diamantina-MG.
Funcionários efetivos e terceirizados que frequentam o Campus JK em Diamantina-MG.
Docentes dos cursos de graduação e pós-graduação que frequentam o Campus JK em Diamantina-MG.
Cidadãos da cidade de Diamantina-MG e região.
Municípios Atendidos
Diamantina
Couto De Magalhães De Minas
Datas
Curvelo
Senador Modestino Gonçalves
Senador Mourão
Gouveia
Parcerias
Apoio Técnico e Logístico nas ações do projeto.
Apoio técnico e acadêmico nas ações de pesquisa e avaliação do projeto.
Apoio na divulgação e também no acolhimento dos participantes
Apoio e acompanhamento técnico especializado em fisioterapia esportiva
Cronograma de Atividades
Planejamento e avaliação das ações do projeto.
Formação continuada dos estudantes no trato com as técnicas de movimento.
Elaboração do Relatório Parcial de Atividades.
Prática de movimentos com os participantes do projeto.
Registro em imagens e vídeos das ações do projeto.
Elaboração do Relatório Final de Atividades do Projeto.
Confecção de trabalhos acadêmico e científicos.
Encontro com Faixa preta de Jiu-Jitsu e ex-aluno da UFVJM.
Encontro com Faixa-preta de Jiu-Jitsu e ex-aluno da UFVJM