Visitante
Grupo de Ginástica de Diamantina
Sobre a Proposta
Tipo de Edital: Procarte
Situação: Aprovado
Dados do Coordenador
priscila regina lopes
2024102202415724
departamento de educação física
Caracterização da Ação
ciências da saúde
cultura
educação
artes integradas
regional
Sim
Membros
claudia mara niquini
Vice-coordenador(a)
juliana helena gomes leal
Voluntário(a)
thyago thacyano de souza dos santos
Voluntário(a)
luisa aguiar lopes cordeiro
Voluntário(a)
cleber miranda pereira
Bolsista
andressa de souza
Voluntário(a)
O Grupo de Ginástica de Diamantina (GGD) trata-se de um projeto de extensão, ativo de forma ininterrupta desde 2011, destinado a adultos acima de 18 anos de idade, membros internos e externos à UFVJM. Pautado na pedagogia freiriana, o projeto aborda a Ginástica Para Todos (GPT), uma vertente do amplo universo das ginásticas que tem como principal característica a integração entre as práticas gímnicas e as demais manifestações da cultura corporal, artística e popular, potencializando a formação humanizadora dos sujeitos envolvidos na ação. As inscrições para participar do projeto acontecem semestralmente e a partir das especificidades do grupo formado, são realizados encontros semanais com o objetivo de desenvolver habilidades corporais e estimular o fazer gímnico-artístico-cultural baseado nas experiências de vida dos participantes. Compreendida como linguagem corporal, a GPT se apresenta como um veículo e objeto de comunicação. Dessa forma, o “GGD” tem como uma de suas metas principais produzir coreografias originais inspiradas em diversos temas, dentre os quais destacamos as manifestações artísticas e populares da região de abrangência da UFVJM. Pretendemos com isso, fomentar a ampliação da formação cultural e crítica de sujeitos que produzem e apreciam as manifestações regionais, para que as compreendam, valorizem e respeitem em suas múltiplas funções. As coreografias produzidas pelo “GGD” são apresentadas nos próprios encontros do projeto ou em eventos científicos, artísticos e culturais por todo o país.
Formação humanizadora; Ginástica para Todos; Composição coreográfica; Arte regional; Cultura popular regional.
O Grupo de Ginástica de Diamantina (GGD) aborda como conteúdo principal, a Ginástica Para Todos (GPT) de forma articulada com manifestações corporais, artísticas e culturais, em especial, as que estão presentes na região de abrangência da UFVJM. A GPT surge de um movimento contra competição, em prol de uma prática para todas as habilidades, com o intuito de promover um intercâmbio entre as diferentes formas de praticar ginástica. O adjetivo “para todos” demarca o entendimento imediato de que a prática se destina a todas as idades, gêneros e culturas (LOPES; CARBINATTO, 2021). Tem como base os movimentos característicos dos diferentes tipos de ginásticas, os quais são realizados de forma livre e criativa, pois não existem regras pré-estabelecidas que determinem a prática. O diálogo com outras manifestações culturais é possível e desejável, favorecendo a construção de gestos expressivos que ampliam o modelo codificado evidente nas ginásticas esportivizadas. Nessa dinâmica, privilegia-se a participação irrestrita, o divertimento, o prazer pela prática e a formação humanizadora dos praticantes (AYOUB, 2007; TOLEDO; TSUKAMOTO; CARBINATTO, 2016). A apresentação de coreografias é a principal forma de manifestação da GPT, podendo ocorrer no próprio ambiente de prática ou em festivais externos. No contexto educativo, a construção coreográfica é o eixo central da prática, a partir do qual os demais fundamentos que a caracterizam podem ser articulados, devendo ser mais valorizado que o produto final – a coreografia pronta (TOLEDO; TSUKAMOTO; CARBINATTO, 2016). Diferentes propostas de trabalho com a GPT evidenciam a formação humana como principal aspecto presente nessa prática (GRANER, PAOLIELLO; BORTOLETO, 2017; MARCASSA, 2004; LOPES, 2020; TOLEDO; TSUKAMOTO; CARBINATTO, 2016). E dentre as orientações para seu trato no âmbito educacional, o “GGD” opta pela perspectiva pedagógica de Paulo Freire (LOPES, 2020), a qual compreende que educação e humanização são processos indissociáveis (FREIRE, 1994). A humanização se refere ao esforço contínuo do ser humano para seu aprimoramento e se configura no processo de transformação de si mesmo, em busca da autorrealização e crescimento pessoal. Por se reconhecer como um ser de relações, o homem se questiona sobre sua vida no e com o mundo, fazendo com que o processo de humanização englobe também a reflexão e a busca pela transformação da realidade que o cerca (FREIRE, 1994). Nessa perspectiva, o “GGD” busca promover o processo de conscientização e emancipação dos sujeitos envolvidos na ação educativa (FREIRE, 1994). Em diálogo com manifestações artísticas e culturais da região de abrangência da UFVJM, o projeto se propõe construir um ambiente que promova a autonomia, reconhecendo o extensionista como sujeito ativo no processo educativo, o qual traz consigo uma série de conhecimentos. O educador, a partir de todo o conhecimento acumulado em sua formação e atuação, estimula a curiosidade dos extensionistas, a qual parte da leitura do mundo que os cercam e tem como objetivo a construção do conhecimento (nesse caso, uma coreografia de GPT) por meio de uma série de requisitos (pesquisa, rigorosidade metódica, ética e estética, criticidade etc.). A intenção é que o aprendizado se configure como uma ferramenta que possibilite aos sujeitos se conscientizarem sobre a realidade e, consequentemente, terem condições de transformá-la (FREIRE, 1996). Destacamos que, durante muito tempo, o Vale do Jequitinhonha foi associado a ideia de miséria e seca, disseminando representações que atribuíram marcas históricas relacionadas apenas às mazelas que acometiam o povo. Foi necessário um esforço para desconstruir tal imagem, o qual partiu de um movimento popular envolvendo, especialmente, artistas e agentes culturais da região (RAMALHO; DOULA, 2009; SERVILHA, 2015). Através de uma série de ações, foi possível estabelecer novos olhares para o Vale: “O Vale do potencial agrícola familiar, o Vale da religiosidade e da cultura populares, o Vale da cultura afro-brasileira, o Vale da cultura indígena, o Vale das folias de reis, do congado, da viola, das benzedeiras e rezadeiras, dos canoeiros, da oralidade, do “sentimento de comunidade”, dos cantos de domínio público, das lavadeiras, dos boiadeiros, dos mutirões, das festas nas ruas, da viola, do artesanato” (SERVILHA, 2015, p. 145). Sendo assim, o projeto de extensão “GGD” se apresenta como mais um espaço de promoção de experiências de produção (ativa) artística dentro e forma do contexto universitário, tanto pela disseminação da arte quanto pela possibilidade de fortalecimento do sentido de coletividade que são incitados nesse tipo de ação extensionista (LEAL, 2016).
Em consonância com os objetivos do PROCARTE, programa em que o “GGD” está vinculado desde 2013, o projeto tem estimulado, por meio do fazer gímnico-artístico-cultural, a ampliação do horizonte de contato dos extensionistas com as manifestações regionais, identificando-as, relacionando-as e compreendendo-as em seu contexto histórico, além de estreitar relações com agentes culturais e artistas do Vale do Jequitinhonha. Pautado na proposta pedagógica de Paulo Freire (FREIRE, 1963; 1994) e em orientações da literatura especializada no campo da GPT (AYOUB, 2003; GRANER; PAOLIELLO; BORTOLETO, 2017; LOPES, 2020; MARCASSA, 2004; TOLEDO; TSUKAMOTO; CARBINATTO, 2016), o processo pedagógico para o desenvolvimento das construções coreográficas no “GGD” abarca pesquisas (bibliografias científicas e literárias, meios eletrônicos, vídeos, jornais, visitas e vivências em comunidades etc.) e experimentações corporais (ensino-aprendizagem de movimentos gímnicos e outras práticas corporais, participação em oficinas de dança, teatro etc.), realizadas de forma coletiva, colaborativa e democrática. A etapa mais importante do processo criativo é a fase de Aprofundamento sobre o tema escolhido para a construção coreográfica, a qual envolve a Problematização que, na pedagogia freiriana, tem como objetivo buscar a superação de uma visão ingênua por uma visão crítica, com o intuito de possibilitar ao educando se capacitar para transformar a realidade em que vive (FREIRE, 1994). No “GGD”, esse momento se destina a compreensão ampliada e crítica sobre o tema selecionado para a coreografia, assim como das questões que o atravessam, almejando o aumento dos níveis de criticidade dos extensionistas. O processo se inicia com sugestões de todos sobre formas de se aprofundar no tema, o que pode incluir atividades que envolvem a apreciação de materiais, vivências com agentes culturais ou ainda, visitas a espaços culturais, momento ímpar para estreitar relações e compreender melhor as manifestações artísticas e culturais regionais. Em paralelo, ocorre a Escrita gestual, momento em que os desvelamentos das questões debatidas durante a problematização do tema culminam em um conjunto de ideias sobre os assuntos dialogados, sendo selecionadas as que são mais significativas para serem ressignificadas em forma de linguagem corporal. A gestualidade criada expressa os conhecimentos construídos e compõe um texto coreográfico que expressa os sentimentos do grupo sobre a temática estudada. Estudos realizados sobre os processos criativos desenvolvidos pelo “GGD” indicam que a GPT pode ser um caminho para que o conhecimento sobre manifestações das culturas populares se configure como uma maneira de (re)conhecer uma região em sua totalidade, de forma que aspectos puramente quantitativos (dados demográficos, ambientais, educacionais, de saúde, dentre outros) sejam superados como únicos representativos dos lugares e seus sujeitos (LOPES; CARBINATTO, 2022; LOPES; NIQUINI; LEAL, 2023; LOPES; NOBRE; NIQUINI, 2019). Pautados pela leitura de mundo, os integrantes do “GGD” trabalham seu espírito investigador, o que os leva a uma imersão na temática coreografada e, consequentemente, à exploração de suas questões relativas. Os efeitos decorrentes desse tipo de experiência conduzem à compreensão sobre a possibilidade de intervirem no mundo utilizando a GPT como linguagem, fato que fazem os extensionistas perceberem a responsabilidade ao se proporem comunicar mensagens de tamanha relevância, assumindo assim, um posicionamento político enquanto coletivo. As transformações sociais são inevitáveis, principalmente no que concerne à valorização cultural (LOPES; CARBINATTO, 2023). Sendo assim, justificamos a continuidade do “GGD” no Edital PROCARTE devido a sua pertinência no que tange o diálogo com a arte e a cultura por meio da articulação de diferentes manifestações e por sua relevância no processo de formação humanizadora dos sujeitos envolvidos. Reafirmamos a relevância de ações extensionistas que promovam a interação dialógica e troca de saberes a partir de relações entre a instituição e setores sociais. Fundamentadas por metodologias que estimulem a participação e democratização do conhecimento pela participação ativa de todos os envolvidos, a extensão deve promover uma atuação transformadora voltada para os interesses e necessidades da população, contribuindo para o desenvolvimento social e regional, incluindo a universidade pública como parte da sociedade que precisa ser impactada e transformada, fato que imprime a esse eixo da universidade um caráter essencialmente político (FORPROEX, 2012).
O “GGD” tem como objetivo geral promover a formação humanizadora e emancipatória dos extensionistas participantes do projeto por meio da prática da GPT em diálogo com as manifestações artísticas e culturais da região de abrangência da UFVJM. Como objetivos específicos, pretendemos: Propor ações de GPT que promovam o protagonismo e autonomia dos extensionistas; Valorizar os saberes prévios que os extensionistas trazem consigo, envolvendo-os na condução e mediação de atividades do projeto, de forma que a interação entre os saberes científico e popular e as diferentes linguagens seja estimulada; Estimular a leitura da realidade e a possibilidade de transformá-la de acordo com as necessidades identificadas; Ampliar o (re)conhecimento, o acesso e a interação com manifestações e agentes artísticos e culturais regionais; Promover o fazer artístico-cultural dentro do espaço universitário; Incentivar a valorização de ações artísticas e culturais como elementos constituintes do processo de formação dos diferentes sujeitos que participam da vida universitária; Contribuir para a formação continuada de docentes e discentes da UFVJM para desenvolverem a GPT em diálogo com as manifestações artísticas e culturais regionais; Divulgar pesquisas produzidas sobre os campos de conhecimento envolvidos no projeto de extensão.
Promover a participação de 60 pessoas (pelo menos 30 por semestre) a partir dos 18 anos de idade como extensionistas do projeto; Promover 80 aulas-encontro (com periodicidade semanal, ao longo do ano) para desenvolver habilidades no campo das ginásticas, interagindo com outras formas de expressões artísticas e culturais (dança, teatro, literatura, cinema, manifestações da cultura popular etc.); Produzir duas composições coreográficas originais; Apresentar composições coreográficas na Semana de Educação Física da UFVJM, na SINTEGRA da UFVJM, no Fórum Internacional de GPT e em diferentes eventos científicos e culturais, a partir das demandas no decorrer da vigência do projeto; Realizar visitas em diferentes espaços que promovem a arte e a cultura popular regional, determinados de acordo com os temas das coreografias; Aprimorar o conhecimento pedagógico e filosófico dos envolvidos no projeto em relação às ginásticas, à arte e à cultura popular regional; Realizar parcerias com outros projetos de extensão da UFVJM e de outras universidades brasileiras; Promover e participar de oficinas e vivências em locais que desenvolvem diferentes práticas corporais esportivas, artísticas e de cultura popular.
Realizaremos dois encontros semanais com 1h30 de duração, no Laboratório de Ginástica (Prédio de Educação Física da UFVJM). Esporadicamente, faremos encontros extras em locais diferentes a partir de demandas elencadas pelo grupo. Para promover a formação humanizadora dos extensionistas, o projeto terá como foco a produção de coreografias originais de GPT, a qual corresponde ao resultado de todas as ações desenvolvidas, em uma metodologia proposta em fases (LOPES, 2023): (Re)conhecimento(s): envolve a experiência pedagógica por completo, pois o convívio na prática estimula inter-relações cada vez mais intensas que favorecem diferentes experiências de socialização (MENEGALDO; BORTOLETO, 2020). Visa conhecer as identidades individuais e, pelas relações que se estabelecem, a identidade do grupo é construída. Momento também destinado para compreender a meta do projeto – construir uma coreografia temática. Corpo e movimento: envolve a experiência pedagógica por completo, sendo realizada de forma concomitante com as demais. São desenvolvidos processos de ensino-aprendizagem, experimentações e aperfeiçoamento de movimentos e gestos gímnicos e das diversas manifestações da cultura corporal, artística e popular. A mediação pode ser realizada por todos, pois “quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender” (FREIRE, 1996; p. 13). Os conteúdos abordados e as estratégias pedagógicas utilizadas são diversificadas, pois refletem as experiências pessoais do responsável pela mediação, contribuindo para a ampliação do repertório cultural do grupo. Leitura de mundo e Tematização: levantamento das temáticas que têm potencial para impulsionar a construção coreográfica. A partir de uma investigação que envolve o diálogo sobre vivências anteriores, informações provenientes de familiares e amigos, consulta a materiais científicos, jornalísticos, artísticos etc., os extensionistas refletem sobre o que está acontecendo no contexto onde estão inseridos e que são relevantes para a realidade deles. As reflexões levam à sugestão de vários temas que são transformados em pequenas experimentações corporais construídas por pequenos grupos organizados de acordo com as afinidades de ideias. Após compartilhadas, os argumentos que justificam a pertinência das temáticas representadas nas experimentações geram debates, levando a novas ideias em um ciclo que se repete até que ocorra o afunilamento das propostas. Quando o coletivo se sente preparado, o tema impulsionador da coreografia é definido por meio de uma decisão democrática pautada no potencial de criticidade das ideias sugeridas. Aprofundamento: compreensão ampliada e crítica sobre o tema selecionado para a coreografia e das questões que o atravessam, almejando o aumento dos níveis de criticidade dos extensionistas. O processo se inicia com sugestões de todos sobre formas de se aprofundar no tema, o que pode incluir atividades de pesquisa e estudo em materiais diversos (artigos, livros, reportagens, poesia, vídeos, obras artísticas etc.), participação de convidados externos especialistas no tema, visitas a diferentes locais que possuem alguma relação com a temática (museus, comunidades etc.) etc. Escrita gestual: transformação dos conhecimentos obtidos em gestos expressivos, contextualizando a mensagem que o grupo quer comunicar pela coreografia (MARCASSA, 2004). Os desvelamentos das questões debatidas durante a problematização do tema culminam em um conjunto de ideias sobre os assuntos dialogados. Os extensionistas selecionam aquelas que são mais significativas e as ressignificam em forma de signos de linguagem corporal. Ao mesmo tempo que a gestualidade é criada, o coletivo também a organiza em uma sequência de cenas para compor um texto coreográfico que expresse os sentimentos do grupo sobre a temática estudada. Refere-se a um processo contínuo com inúmeras idas e vindas, definições e redefinições, abrangendo também a incorporação de músicas, sons ou silêncios, materiais ou o corpo livre, cenários ou vazios, figurinos ou roupas do cotidiano, entre outros recursos que auxiliam a compreensão da narrativa coreografada. Embelezamentos: aprimoramento dos gestos expressivos, sincronia (ou não) dos ginastas com a música, com o manejo dos materiais, entre outros aspectos que tornam a coreografia uma obra que se pretende bela, tanto para os do palco quanto para os da plateia. As apresentações coreográficas serão agendadas conforme as demandas internas e externas à UFVJM, assim como os interesses dos extensionistas em participarem de eventos científicos, artísticos e culturais.
AYOUB, E. A Ginástica geral e educação física escolar. Campinas: UNICAMP, 2007. BATISTA, M. S.; LOPES, P. Quando o virtual transcende a frieza das telas: narrando as experiências do Grupo de Ginástica d Diamantina. In: CARBINATTO, M. V.; EHRENBERG, M. C. Festival ginástico e isolamento social: retratos de um evento on-line. Curitiba: Bagai, 2020. p. 94-103. < https://editorabagai.com.br/product/festival-ginastico-e-isolamento-social-retratos-de-um-evento-on-line%E2%80%89/ > FORPROEX. Política Nacional de Extensão Universitária. Manaus, 2012. FREIRE, P. Conscientização e Alfabetização: Uma nova visão do Processo. Revista de Cultura da Universidade do Recife, Recife, n.4, p. 4-22, 1963. <https://acervo.paulofreire.org/items/52eabd14-e155-4177-878e-029558db01a3> FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 25a ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996. < https://nepegeo.paginas.ufsc.br/files/2018/11/Pedagogia-da-Autonomia-Paulo-Freire.pdf > FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 23a ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1994. < https://cpers.com.br/wp-content/uploads/2019/10/Pedagogia-do-Oprimido-Paulo-Freire.pdf > GRANER, L.; PAOLIELLO, E.; BORTOLETO, M. A. C. Grupo Ginástico Unicamp: potencializando as ações humanas. In: BORTOLETO, M. A. C.; PAOLIELLO, E. (orgs.). Ginástica para todos: um encontro com a coletividade. Campinas: Editora Unicamp, 2017. p. 165-198. LEAL, J. H. G. Performance art: criação e reflexão teórico-crítica no contexto universitário. Aletria, Belo Horizonte, v. 26, n. 1, 2016. p. 87-106. LOPES, P.; BATISTA, M. S.; CARBINATTO, M. V. C. Ginástica para Todos e arte: diálogos possíveis na extensão universitária. In: CONGRESSO DE GINÁSTICA PARA TODOS E DANÇA NO CENTRO-OESTE, 2017, Goiânia, GO. Anais [...]. Goiânia: Universidade Estadual de Goiás, 2017. p.1-20. < https://www.anais.ueg.br/index.php/GPT/article/view/9948 > LOPES, P.; CARBINATTO, M. V. Nas entrelinhas da ginástica para todos: reflexões históricas e sua disseminação no Brasil. Olimpianos-Journal of Olympic Studies, v.5, p. 79-97, 2021. < https://journal.olimpianos.com.br/journal/index.php/Olimpianos/article/view/122 > LOPES, P.; CARBINATTO, M. V. Princípios da pedagogia freiriana na extensão universitária em Ginástica para Todos. Revista Brasileira de Educação, São Paulo, v.28, e280008, p. 1-25, 2023. < https://doi.org/10.1590/S1413-24782023280008 > LOPES, P.; NIQUINI, C. M. Do barro à arte: experiências de diálogo entre a extensão universitária e a cultura popular. Revista de Educação, Ciência e Cultura, Canoas, v.26, n.1, p. 1-19, 2021. < http://dx.doi.org/10.18316/recc.v26i1.7512 > LOPES, P.; NIQUINI, C. M.; LEAL, J. H. G. Extensão universitária em tempos de pandemia: experiências coma a ginástica para todos na perspectiva freiriana. Interfaces – Revista de Extensão da UFMG, Belo Horizonte, v.11, n.2, p. 1-19, 2023. < https://periodicos.ufmg.br/index.php/revistainterfaces/article/view/40108> LOPES, Priscila. “A gente abre a mente de uma forma extraordinária”: potencialidades da pedagogia freiriana no desenvolvimento da Ginástica para Todos. 2020. Tese (Doutorado em Educação Física) – Escola de Educação Física e Esporte, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2020. <https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/39/39136/tde-13052021-142814/pt-br.php> MARCASSA, L. Metodologia do ensino da ginástica: novos olhares, novas perspectivas. Pensar a Prática, Goiânia, v.7, n.2, p. 171-186, 2004. <https://doi.org/10.5216/rpp.v7i2.94> MENEGALDO, F. R.; BORTOLETO, M. A. C. Ginástica para todos e coletividade: nos meandros da literatura científica. Motrivivência, v.32, n.61, 2020. SERVILHA, M. M. Quem precisa de região?: o espaço (divido) em disputa. Rio de Janeiro: Consequência, 2015. TOLEDO, E.; TSUKAMOTO, M. H. C.; CARBINATTO, M. V. Fundamentos da Ginástica Para Todos. In: NUNOMURA, M. (org.) Fundamentos das ginásticas. 2a ed. Várzea Paulista: Fontoura, p. 21-48, 2016.
O monitor bolsista selecionado para participar do projeto deverá ser aluno dos cursos de Educação Física da UFVJM (licenciatura ou bacharelado) que já tenha concluído pelo menos a unidade curricular “Fundamentos da Ginástica”, pois acreditamos que há uma série de conhecimentos mínimos necessários para desempenhar tal função. Também selecionaremos um ou mais monitores voluntários que poderão ser, preferivelmente, alunos de diferentes cursos da universidade (inclusive da pós-graduação) com o intuito de dialogar com as diferentes áreas de conhecimento. Para capacitar os estudantes para atuarem como monitores, realizaremos encontros com a coordenação antes do início do projeto para orientar estudos de referências bibliográficas específicas que embasam a estrutura do “GGD”. A equipe de planejamento (coordenadora, colaboradores e monitores) passará por uma oficina de formação sobre o desenvolvimento da GPT na perspectiva freiriana, na qual serão abordados temas essenciais para a realização das ações, com a participação de estudantes e professores que atuaram em projetos de ginástica em anos anteriores na UFVJM. Também será solicitado que os monitores participem dos encontros do Grupo de Estudos e Práticas das Ginásticas (GEPG – UFVJM/CNPq) durante todo o período em que o projeto for desenvolvido, o qual desenvolve pesquisas no campo da Ginástica. Pretendemos, com isso, estimular a articulação entre as atividades de ensino, pesquisa e extensão, contribuindo com a formação ampliada do estudante. A avaliação do desempenho dos monitores (bolsista e voluntários) será feita de forma processual em consonância com a avaliação periódico do projeto. Serão avaliados os conhecimentos construídos, assim como as condutas de mediação das atividades, identificando necessidades de aprimoramento ao longo do processo. Serão funções dos monitores: Participar das reuniões de planejamento; Participar auxiliando e/ou conduzindo a mediação das aulas-encontros semanais; Promover estudos e pesquisas no campo da GPT, da pedagogia freiriana, da arte e da cultura regional por meio da participação no GEPG; Participar de eventos científicos apresentando os resultados dos estudos acerca do projeto; Participar em todas as etapas das produções coreográficas, assim como auxiliar nos momentos das apresentações agendadas; Participar das atividades extras (oficinas, visitas etc.); Divulgar o projeto na comunidade acadêmica e local. Os estudantes também poderão participar do projeto como integrantes do “GGD”, uma vez que as inscrições são abertas para pessoas acima de 18 anos de idade, membros internos ou externos à UFVJM. Espera-se que a participação como monitor no projeto “GGD” amplie a formação cultural e artística do estudante, numa perspectiva humanizadora, de forma que reconheça e valorize as manifestações regionais para, futuramente, articular os saberes construídos em sua atuação profissional e pessoal.
É importante ressaltar o histórico do projeto extensão “GGD”, ativo desde 2011. Em 12 anos de existência, o “GGD” já produziu 17 composições coreográficas apresentadas em eventos artísticos, culturais e científicos, de forma presencial e virtual, dentro e fora da UFVJM, em quatro estados brasileiros (MG, SP, GO e BA) e no exterior (México). Mais de 170 pessoas já participaram do projeto, sendo que cerca de 110 delas participaram como ginastas criadores e interpretes das obras produzidas. Citamos como exemplo, coreografias que abordaram temas das culturas populares da região, sendo que, algumas delas, geraram produções científicas em importantes periódicos: “Do bruto ao lapidado” (2012): inspirada no garimpo manual, importante manifestação cultural que faz parte da história de Diamantina; “As lavadeiras do Jequitinhonha” (2013): inspirada no Coral de Lavadeiras de Araçuaí, simbolizou o cotidiano das lavadeiras de beira de rio; “Do barro à arte” (2018): inspirada em artistas do Vale do Jequitinhonha que produzem cerâmicas artesanais (LOPES; NIQUINI, 2021); “Sobre cantos, prantos e encantos: a voz da África nos Vales das Gerais” (2019): inspirada nos Vissungos (cantos entoados por negros escravizados na região de Diamantina), retratou o protagonismo do povo preto em seu processo de libertação (LOPES; CARBINATTO, 2023); “Dendicasa” (2021): inspirada na variação linguística utilizada em Minas Gerais – o “mineirês”, e todas implicações relacionadas a este aspecto da cultura, desde a sátira com o povo mineiro, até o afeto pela cultura mineira (LOPES; NIQUINI; LEAL, 2023). Também foram produzidas coreografias que buscaram dialogar com temas emergentes na atualidade: “A escola que temos, a escola que queremos” (2013): a partir de discussões sobre os protestos e manifestações populares de 2013, abordou um dos problemas reclamados durante as passeatas, a educação básica; “Triz” (2015): em parceria com outro projeto de extensão da UFVJM, surgiu a partir de discussões em torno do feminino em suas diversas formas; “Tempo de correr” (2016): inspirada no crime ambiental ocorrido na região da cidade de Mariana, MG, em 2015 (LOPES; BATISTA; CARBINATTO, 2017); “Logo ali” (2020): criada a partir de reflexões sobre as diferentes formas de sobreviver perante a pandemia do COVID-19 para aqueles em condições socioeconômicas mais delicadas (BATISTA; LOPES, 2020); “Quem é você?” (2022): inspirada na necessidade dos extensionistas refletirem sobre os riscos da utilização excessiva e sem responsabilidade das redes sociais e suas ferramentas, as quais podem mascarar as identidades e lavar a sérios problemas de saúde emocional; “(Re)significar” (2023): coreografia em processo de construção no momento da submissão do projeto, inspirada em reflexões sobre a forma como o ser humano lida com o lixo que produz. As apresentações de todas essas produções e as demais já elaboradas pelo projeto podem ser acessadas no canal da plataforma YouTube: https://www.youtube.com/@GGDufvjm/videos As pesquisas decorrentes dos processos criativos citadas acima foram apresentadas em forma de resumos em congressos científicos e publicadas como artigos em periódicos científicos, livros da área, trabalhos de conclusão de curso, tese de doutorado. A proposta metodológica desenvolvida pelo “GGD” no decorrer de todos esses anos tem despertado o interesse de outras instituições, sendo a coordenadora do projeto convidada para ministrar palestras e cursos em diferentes locais: 2023 – “GPT e pedagogia freiriana: caminhos e possibilidades” – curso ministrado para professores do Serviço Social do Comércio de São Paulo (SESC-SP). 2022 – “Processo criativo pautado na pedagogia freiriana” – minicurso ministrado no X Fórum Internacional de GPT, realizado na Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP. 2021 – “Experiências de aprendizagem crítica na GPT” – palestra proferida na Universidade Federal do Espírito Santo – UFES. 2021 – “Grupo de Ginástica de Diamantina: a extensão universitária em GPT na UFVJM” – palestra proferida na Universidade Federal do Amazonas – UFAM. 2020 – “Extensão universitária em GPT: experiência do Grupo de Ginástica de Diamantina” – palestra proferida no IFSULDEMINAS – Campus Muzambinho. 2020 – “Contextos de desenvolvimento da GPT: a experiência extensionista do Grupo Ginástico de Diamantina” – palestra proferida na Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP. Sendo assim, acreditamos que o desenvolvimento do projeto de extensão “GGD” é de suma relevância, uma vez que a literatura comprova o potencial de formação humanizadora promovida na prática da GPT. Trata-se de uma proposta que dará continuidade às ações de extensão com a ginástica já desenvolvidas pelo GEPG na UFVJM, as quais obtiveram resultados positivos tanto na comunidade diamantinense (para diferentes faixas etárias) quanto na formação de discentes e divulgação científica. Defendemos a ideia de consolidar os projetos de extensão já desenvolvidos na UFVJM para que a universidade possa cumprir seu papel na comunidade em que está inserida, no sentido de promover a interação transformadora entre a instituição e outros setores da sociedade (FORPROEX, 2012).
Público-alvo
Pessoas que podem se inscrever como integrantes do projeto: Homens e mulheres acima dos 18 anos de idade, membros internos (docentes, discentes, técnicos administrativos e demais funcionários) e externos (comunidade de Diamantina e região) à UFVJM, . Vale ressaltar que também podemos considerar como público alvo as demais pessoas que terão acesso às apresentações coreográficas de GPT (presenciais e virtuais) criadas durante projeto – quantidade imensurável de pessoas.
Municípios Atendidos
Diamantina
Parcerias
Esta parceria tem como intenção contribuir com discussões no campo das culturas populares do Vale do Jequitinhonha no sentido de auxiliar no processo de formação cultural do “GGD”, uma vez que o grupo atua com produções coreográficas por meio da articulação entre diferentes linguagens e manifestações artísticas e culturais.
Esta parceria tem como intenção contribuir com discussões e práticas no campo das atividades gímnicas, especificamente, a Acroyoga, a Ginástica Acrobática e os Fundamentos das manifestações gímnicas em geral, no sentido de auxiliar no processo de formação cultural do “GGD”, uma vez que o grupo atua com produções coreográficas por meio da articulação entre diferentes linguagens e manifestações artísticas e culturais.
Esta parceria tem como intenção contribuir com discussões no campo da cultura afro-brasileira no sentido de auxiliar no processo de formação cultural do “GGD”, uma vez que o grupo atua com produções coreográficas por meio da articulação entre diferentes linguagens e manifestações artísticas e culturais.
Esta parceria tem como intenção contribuir com o desenvolvimento de propostas que abordem a Ginástica no sentido de avançar em pesquisas e práticas nesse campo de conhecimento a partir do respaldo de um coletivo de pessoas e instituições que promovem esta manifestação da cultura corporal para diferentes públicos.
Esta parceria tem como intenção contribuir com discussões no campo da educação patrimonial no sentido de auxiliar no processo de formação cultural do “GGD”, uma vez que o grupo atua com produções coreográficas por meio da articulação entre diferentes linguagens e manifestações artísticas e culturais.
Esta parceria tem como intenção contribuir com discussões e práticas no campo das artes, no sentido de auxiliar no processo de formação cultural dos extensionistas, uma vez que o projeto atua com produções coreográficas por meio da articulação entre as ginásticas e diferentes manifestações da cultura corporal, das culturas populares e das artes.
Cronograma de Atividades
Estudo sobre a proposta do projeto; Estudo sobre a GPT, a arte e a cultura regional; Estruturação do plano de trabalho (quantidade de encontros nos dois semestres letivos; conteúdos que poderão ser abordados; atividades que poderão ser planejadas a partir das demandas do grupo participante etc.); Preparação da divulgação do projeto; Divulgação do período de inscrição no projeto. Observação: Esta atividade ocorrerá semestralmente nos meses de Janeiro e Julho de 2024, pois a entrada de novos extensionistas participantes no projeto acontece no início de cada semestre letivo, nesse caso Fevereiro de 2024 e Agosto de 2024.
Período de inscrições no projeto; Realização de 4 aulas-encontro para que os interessados conheçam a proposta do projeto, experimentem a prática corporal e efetivem a inscrição, caso haja interesse; Preenchimento das fichas de inscrição e TCLE. Observação: Esta atividade ocorrerá semestralmente, em Fevereiro e Agosto de 2024, pois a entrada de novos participantes respeita os semestres letivos do calendário acadêmico da UFVJM.
Realização de reuniões de planejamento e avaliação semanais com a participação da coordenadora, vice-coordenadora, colaboradores e monitores (bolsista e voluntários) do projeto; Discussão sobre os conteúdos que serão abordados nas aulas-encontro de acordo com as demandas apresentadas no decorrer do projeto; Avaliação periódica sobre o andamento das atividades do projeto; Dissertação de relatórios oficiais da PROEXC.
Desenvolvimento de aulas-encontro no Laboratório de Ginástica da UFVJM para prática da GPT em interação com diversas manifestações corporais, culturais e artísticas; Desenvolvimento de processo de construção coreográfica.
Participação em oficinas, visitas, eventos científicos, artísticos e culturais de acordo com as demandas apresentadas no decorrer do projeto (utilização de transporte da UFVJM para visita a espaços culturais em Belo Horizonte e Araçuaí/MG); Oferecimento de cursos, oficinas, vivências etc., em diferentes locais e para públicos diversos, de acordo com as demandas apresentadas no decorrer do projeto; Apresentações coreográficas em diferentes locais de acordo com as demandas apresentadas no decorrer do projeto; Apresentação coreográfica e de trabalhos científicos no XI Fórum Internacional de GPT (utilização de transporte da UFVJM), no Encontro de Educação Física e na SINTEGRA da UFVJM.
Participação da equipe de planejamento (coordenadora, vice- coordenadora, colaboradores, voluntários e monitores) e de demais interessados (integrantes do projeto) em reuniões do Grupo de Estudos e Práticas das Ginásticas (GEPG); Estudo e aprofundamento sobre as temáticas que envolvem o projeto; Produção de pesquisas científicas sobre o projeto; Planejamento sobre a publicação das pesquisas e participação em eventos científicos.
Participação da equipe de planejamento (coordenadora, vice- coordenadora, colaboradores, voluntários e monitores) em reuniões para avaliação final do projeto; Revisão de todas as atividades realizadas, cumprimento de objetivos e metas; Discussão sobre pontos positivos e negativos ocorridos no projeto; Dissertação de relatórios oficiais da PROEXC; Reestruturação da proposta para dar continuidade ao projeto no ano seguinte.