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Cultivando o Futuro: Integração dos Produtores Rurais dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri através da Mecanização Agrícola
Sobre a Proposta
Tipo de Edital: Pibex
Situação: Aprovado
Dados do Coordenador
fernando coelho eugenio
202410120241001126
departamento de agronomia
Caracterização da Ação
ciências agrárias
tecnologia e produção
educação
desenvolvimento regional
regional
Não
Membros
daniel de menezes felix
Bolsista
eduarda aparecida de oliveira
Voluntário(a)
O projeto de extensão tem como principal foco capacitar e fortalecer a agricultura familiar nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. A iniciativa visa proporcionar uma educação em máquinas e mecanização agrícola não apenas para os alunos de escolas públicas e institutos federais, mas também para os produtores rurais locais. Através de cursos práticos e teóricos, este projeto oferecerá aos produtores rurais a oportunidade de aprimorar seu conhecimento sobre o uso e manejo de equipamentos agrícolas. Isso poderá contribuir diretamente para o aumento da produtividade e a sustentabilidade das operações agrícolas, beneficiando a agricultura familiar na região. Além disso, serão realizados encontros específicos para produtores rurais, com o propósito de abordar as melhores práticas e inovações na mecanização agrícola adaptadas ao cultivo local. Essa abordagem prática e direcionada ao contexto da região visa fortalecer ainda mais a agricultura familiar e promover o desenvolvimento econômico e social dessas comunidades rurais. Desta forma, o projeto busca estreitar laços e integrar de forma significativa a comunidade dos grupos de unidades educacionais e produtores rurais, fortalecendo a agricultura familiar nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri.
Agricultura Familiar, Tecnologia; Troca de Saberes.
O panorama atual do setor agrícola brasileiro, conforme relatado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA, 2022), demonstra um crescimento significativo, com o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio experimentando uma expansão de 11,6% para 13,2%. Essa ascensão é atribuída à confluência de avanços tecnológicos e ao aumento da demanda por eficiência e produtividade no setor. A mecanização agrícola emerge como um elemento crucial para aprimorar as operações no contexto agrário, resultando em maior produção e eficiência de custos. No entanto, é notável que, segundo Dimitry Bulaty, um instrutor credenciado junto ao Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT), apesar do mercado de trabalho está aquecido, a escassez de mão de obra qualificada no setor de máquinas e mecanização agrícola persiste no Brasil. Esta deficiência está intrinsecamente ligada ao rápido avanço da tecnologia agrícola, demandando profissionais com habilidades mais especializadas. Esse déficit de competência abrange não apenas as escolas, mas também afeta os agricultores familiares, que carecem de orientação sobre o uso e manuseio de novas tecnologias no campo, incluindo a regulagem de implementos como arados, pulverizadores, ensiladeiras de milho e entre outras. Estas tecnologias desempenham um papel crucial na otimização do trabalho agrícola, resultando em um aumento da produção. Este aspecto é particularmente relevante, pois as famílias rurais, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE,2018), dependem substancialmente da agricultura para sua subsistência. Nesse contexto, é evidente que as ferramentas mecanizadas desempenham um papel preponderante no avanço da agricultura regional. Assim, a promoção da educação e formação de jovens nesse campo se torna de extrema importância. Isso culminaria na formação de profissionais capacitados que podem prestar suporte aos agricultores familiares. Em última análise, a adoção de decisões bem embasadas no manejo das culturas se traduziria em resultados positivos em termos de produção e redução de custos, proporcionando vantagens econômicas para os produtores familiares. Conforme indicado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA,2019), esses produtores são responsáveis por mais de 70% dos alimentos consumidos no Brasil.
O crescimento constante do setor agrícola brasileiro, indicado pelo aumento do Produto Interno Bruto (PIB) no agronegócio, é um reflexo da relevância desse segmento para a economia do país. No entanto, essa expansão não ocorre isoladamente, sendo moldada pelo avanço tecnológico e pela necessidade de maior produtividade e eficiência. A mecanização agrícola se destaca como uma ferramenta crucial para otimizar as operações, aumentando a produção e reduzindo custos. No entanto, a primeira justificativa reside sobre a importância da agricultura familiar no Brasil. Segundo o Censo Agropecuário (IBGE,2017), realizado em mais de 5 milhões de propriedades rurais, foi objetificado que a agricultura familiar ocupa 77% desses estabelecimentos agrícolas do país. Em relação ao Vale do Jequitinhonha, 75,44% dos estabelecimentos agropecuários são de agricultores familiares com uma área aproximada de 32,7% de toda mesorregião, portanto, a notabilidade da atividade da agricultura familiar é ligada a importância de projetos de extensão que estejam direcionados para este tema,pois, os agricultores familiares carecem de conhecimento sobre as novas tecnologias de mecanização agrícola. A ausência de auxílio para o manejo correto dessas tecnologias impacta diretamente a eficácia do trabalho em campo e, consequentemente, a produção agrícola e os resultados econômicos das famílias. A segunda lacuna, é o défice de mão de obra qualificada no setor de máquinas e mecanização agrícola, apesar da alta empregabilidade no Brasil, emerge como um desafio que dificulta a plena adoção das tecnologias. A evolução tecnológica direciona uma demanda crescente por profissionais altamente qualificados, uma vez que a operação e manutenção de equipamentos complexos requerem conhecimentos específicos. Nesse contexto, o desenvolvimento de estratégias de educação para jovens, emerge como um elemento central para endereçar essa problemática. A promoção de cursos, capacitações e conscientização sobre as vantagens da mecanização agrícola e suas implicações econômicas é crucial para fomentar o interesse na área e a capacitação de profissionais na região. Assim, este projeto parte do pressuposto fundamental de que o tripé universitário, que engloba ensino, pesquisa e extensão constitui o cerne de uma universidade pública, com uma abordagem crítica e um compromisso inabalável com o desenvolvimento não apenas da sua região de atuação, mas também de todo o país. Nesse contexto, a universidade é compreendida como um agente por meio do qual a extensão se torna uma manifestação do compromisso social da instituição, uma maneira de engajar-se nas ações que promovem e asseguram valores democráticos, igualdade e progresso social. Portanto, a prática da extensão, nesse sentido, tem o propósito de estabelecer uma conexão entre as atividades de ensino e pesquisa da universidade e as necessidades concretas da sociedade. Em resumo, o projeto busca integrar a universidade pública a comunidade situada na região a qual está inserida, com o princípio de levar a educação através do projeto de extensão. Logo, ao capacitar profissionais, fortalecer agricultores familiares e fomentar a educação em mecanização agrícola, almeja-se garantir o desenvolvimento do aumento da agricultura e a prosperidade das famílias produtoras, que desempenham um papel vital na segurança alimentar do país.
O projeto tem como finalidade a integralização da comunidade universitária em conjunto com discentes de unidades educacionais de ensino médio e agricultores familiares.Sendo assim, através de cursos e capacitações, fomentar interesse pela área de mecanização agrícola e demonstrar o uso do correto manejo do trator agrícola e seus implementos mais utilizados, nas culturas locais . - Promover cursos sobre a importância da mecanização agrícola para o desenvolvimento regional, sendo o público-alvo discentes do Ensino Médio e Técnico das escolas de Diamantina. - Realizar encontros com agricultores familiares a fim de promover atividades, diálogos, e exposição de técnicas para o correto manejo do trator agrícola e seus implementos mais utilizados. - Confeccionar cartilhas técnicas sobre o uso e operação dos principais implementos agrícolas para os agricultores da região, mediante apoio da EMATER - Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais.
Meta 1: Plano para execução do projeto. Indicadores: Levantamento de dados; Elaboração de materiais didáticos; Divulgação para o público alvo; Reunião de planejamento do projeto de extensão para acompanhamento e avaliação com orientadores e discentes da graduação. Meta 2: Execução do projeto. Indicadores: Organização dos locais e materiais a serem usados nos cursos; Apresentação didática e expositiva aos produtores rurais e alunos de escolas públicas da região; Pesquisa através de formulários de satisfação no início e ao final do encontro com os públicos- alvos. Meta 3: Etapa final. Indicadores: Avaliação do Projeto; Elaboração do relatório final.
O presente projeto de pesquisa está dividido em nove etapas, sendo: Etapa 1 - Reuniões de planejamento entre os membros organizadores (orientador e discente) para traçar o desenvolvimento a ser feito durante o projeto. Etapa 2 - Seleção dos discentes do ensino médio das escolas públicas e Técnicas de Diamantina e definição junto ao sindicato rural, dos agricultores familiares. Etapa 4 - Preparação de materiais didáticos e apresentação dos organizadores, ao público alvo do projeto extensionista. Etapa 5 - Confecção de dois relatórios de pesquisa de satisfação em forma de questionário no início do curso e ao final, que serão distribuídos para todos os participantes : Docentes, discentes e produtores rurais. Etapa 6 - Após a preparação concluída, será feito a ida às escolas públicas e técnicas participantes do projeto, para realização do curso voltado ao ensino médio. Etapa 7 - Realização do dia de campo para os agricultores familiares, na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) campus JK, usufruindo da infraestrutura do galpão de máquinas. Etapa 8 - Ao finalizar os cursos, realizar um levantamento de dados através dos feedbacks entregues, para avaliação do projeto com o orientador e discente responsável. Etapa 9 - Conclusão através de um relatório final, sobre o projeto de extensão deferido. Todas as etapas serão avaliadas de forma qualitativa e processual, buscando ouvir os participantes (universitários e produtores) ao longo do projeto.
DE ARAÚJO NEVES, Lúcio. Patrulha agrícola: uma alternativa de mecanização na agricultura familiar. Varia Scientia Agrárias, v. 3, n. 1, p. 59-75. CENTRAL NACIONAL DE ASSESSORIA E PLANEJAMENTO AGRÍCOLA (CNA). Profissionais capacitados contribuem para o déficit de mão de obra na mecanização agrícola. Disponível em: <https://cnabrasil.org.br/noticias/profissionais-capacitados-contribuem-para-o-deficit-de-mao-de-obra-na-mecanizacao-agrícola>. IBGE- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo Agropecuário 2017 - resultados definitivos, Rio de Janeiro: IBGE, 2019. Disponível em: <https://sidra.ibge.gov. br/pesquisa/censo-agropecuario/censo-agropecuario-2017>. FÁBRICA DOS SONHOS. Agricultura familiar: um caminho para sair da pobreza e realizar sonhos. Disponível em: <https://www.fabricadossonhos.net/post/agricultura-familiar-um-caminho-para-sair-da-pobreza-e-realizar-sonhos?gclid=Cj0KCQjw_5unBhCMARIsACZyzS3Jydi37XRh3_IxsQUZMEIttGW-zIZq_tBADbTSyIMA8hwEpTyr8y8aAmKZEALw_wcB>. RIBEIRO, Eduardo Magalhães et al. Programas sociais, mudanças e condições de vida na agricultura familiar do Vale do Jequitinhonha Mineiro. Revista de Economia e Sociologia Rural, v. 52, p. 365-386, 2014.
Compreende-se que a extensão influencia e também é influenciada pela comunidade, ou seja, há uma troca de valores entre a universidade e a comunidade. Portanto, é por meio da extensão que o educando se aproxima do seu futuro profissional, incorpora contextos e reflete sua prática enquanto sujeito de transformação da sociedade. Como parte deste mesmo processo, a comunidade, de modo geral, pode ser beneficiada pelo conhecimento científico e cultural desenvolvido no âmbito acadêmico. Sendo assim, considerando instrumentalização desse processo dialético de teoria/prática, a extensão é um trabalho interdisciplinar que favorece a visão integrada do social. O estudante acompanhará todas as etapas do projeto e sua avaliação será realizada por meio de relatórios trimestrais.
Esse projeto terá a colaboração da EMATER - Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais, a qual, estará presente no andamento das metodologias citadas anteriormente, sendo parceiro fundamental na capacitação dos agricultores familiares com a confecção de cartilhas e apostilas sobre o uso e manejo da mecanização e máquinas agrícolas para o estado de Minas Gerais. A Emater também atuará em conjunto para a criação de um banco de dados a ser ofertado a fim de identificar a realidade local desses produtores, divulgações e reuniões de planejamentos.
Público-alvo
Agricultores Familiares da região do Vale do Jequitinhonha e Mucuri
Estudantes de ensino médio de escolas técnicas da região do Vale do Jequitinhonha e Mucuri.
Extensionistas da EMATER que atuam na região do Vale do Jequitinhonha e Mucuri.
Estudantes universitário das ciências agrárias da região do Vale do Jequitinhonha e Mucuri.
Municípios Atendidos
Diamantina
Couto De Magalhães De Minas
Datas
Gouveia
Parcerias
EMATER - Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais. A Emater atuará como parceira na integração e identificação de agricultores familiares da região de Diamantina.
Cronograma de Atividades
Reunião de planejamento, apresentação dos resultados do projeto de pesquisa e formação do projeto junto aos professores e alunos da graduação.
Preparação de materiais didáticos e apresentação dos organizadores, ao público alvo do projeto extensionista. Confecção de dois relatórios de pesquisa de satisfação em forma de questionário no início do curso e ao final, que serão distribuídos para todos os participantes : Docentes, discentes e produtores rurais.
Realização do dia de campo para os agricultores familiares, na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) campus JK, usufruindo da infraestrutura do galpão de máquinas.
Avaliação do Projeto e Elaboração do relatório final