O projeto “De Olho no Glaucoma” propõe a criação de uma Associação de Portadores de Glaucoma do Alto Jequitinhonha, como meio de promover suporte, conscientização e educação aos portadores da doença. A referida associação será composta inicialmente pelos pacientes portadores de glaucoma em acompanhamento no Consórcio Intermunicipal de Saúde do Alto Jequitinhonha (CISAJE) e que tenham interesse em participar do projeto, a fim de adquirirem mais informações a respeito de sua condição, sanarem dúvidas com profissionais de saúde e discentes sobre a evolução do seu quadro clínico e receberem orientações sobre a importância e o uso correto dos medicamentos. Durante a execução das ações extensionistas, serão realizadas rodas de conversa entre pacientes e discentes, entrega de cartilha informativa a respeito do manuseio correto dos colírios e momentos destinados a tirar dúvidas individuais. Serão convidados a participar dos encontros todos os pacientes da oftalmologia do Centro de Especialidades Médicas (CEM) que possuírem o diagnóstico de glaucoma. A divulgação e convite do projeto será realizada pelos discentes e equipe do CISAJE por meio da entrega de panfletos e fixação de cartazes nas dependências do local. Inicialmente, os encontros serão realizados presencialmente no CISAJE e terão como objetivo, além da promoção do suporte e apoio a esses pacientes, promover uma interação da comunidade universitária com a comunidade externa visando a resolução de problemas, superação de desafios e intercâmbio de conhecimento.

GLAUCOMA, OFTALMOLOGIA, CEGUEIRA, TRATAMENTO, COLÍRIO

O glaucoma pode ser definido como uma neuropatia óptica progressiva que repercute caracteristicamente na alteração do campo visual, com danos estruturais no nervo óptico, sendo considerada a principal causa de cegueira irreversível. Os fatores de riscos mais relevantes e estudados para o desenvolvimento da doença são história familiar positiva, afrodescendência, alta miopia, espessura corneana fina, idade acima de 40 anos e elevação da pressão intraocular – PIO (BRASIL, 2014; MATOS et al 2023). O glaucoma é a principal causa de cegueira irreversível em todo o mundo (OMS, 2002). A natureza insidiosa da doença e seu caráter irreversível fazem com que seu diagnóstico precoce e tratamento sejam de extrema importância. Por se tratar de uma afecção que, por suas características clínicas e prognóstico visual, requer comprometimento do paciente com o tratamento, este deve receber orientação e acompanhamento prolongado, condições estas que ajudam a prevenir a cegueira (PEREIRA, 2014). Todavia, em relação ao glaucoma, a adesão e persistência do tratamento no Brasil têm se apresentado falhos, o que pode ser associado a diversos fatores relacionados à doença e ao próprio tratamento, mas também socioeconômicos e individuais (TALGATTI, 2022). Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), 70% dos portadores de glaucoma no Brasil desconhecem sua condição. Dessa maneira, evidencia-se a necessidade do contato cuidadoso e bem orientado dos pacientes com os profissionais responsáveis, enfatizando a importância da relação médico-paciente de confiança e a assistência médica de qualidade. Em vista desse cenário e da extrema importância da adesão ao tratamento do glaucoma e do conhecimento a respeito da doença como forma de melhoria do prognóstico e prevenção da evolução do quadro, o projeto “De Olho no Glaucoma” propõe a criação de uma Associação de Portadores de Glaucoma do Alto Jequitinhonha, como meio de promover educação, suporte e cuidado aos portadores da doença. A referida associação será composta inicialmente pelos pacientes portadores de glaucoma em acompanhamento no Consórcio Intermunicipal de Saúde do Alto Jequitinhonha (CISAJE) e que tenham interesse em participar do projeto, a fim de adquirirem mais informações a respeito de sua condição, sanarem dúvidas com profissionais de saúde e discentes sobre a evolução do seu quadro clínico e receberem orientações sobre o uso correto dos medicamentos. Durante a execução das ações extensionistas, serão realizadas rodas de conversa entre pacientes e discentes, entrega de cartilha informativa a respeito do manuseio correto dos colírios e momentos destinados a tirar dúvidas individuais. Inicialmente, os encontros serão realizados presencialmente no CISAJE e terão como objetivo, além da promoção do suporte e apoio a esses pacientes, promover uma interação da comunidade universitária com a comunidade externa visando a resolução de problemas, superação de desafios e intercâmbio de conhecimento.

Instituído pela Constituição de 1988 (BRASIL, 1988), o Sistema Único de Saúde está pautado sob o princípio da saúde como um direito do cidadão e um dever do Estado. Nesse contexto prega-se que o serviço deve ser alicerçado na integralidade, equidade, universalidade e igualdade de assistência (BRASIL, 1990). Entretanto, configura-se desafio para os responsáveis pela gestão de saúde do país oferecer atendimento médico igualitário para um território de extensão continental como o Brasil. Assim, tem-se observado um cenário de desigualdade no que se refere à oferta de serviços de saúde (PEREIRA, 2017). É nesse contexto que se insere o glaucoma como a principal causa de cegueira irreversível em todo o mundo (OMS, 2002). Nesse ambiente, é importante destacar o papel importante dos oftalmologistas na detecção precoce do glaucoma, no fornecimento de informações e na desmistificação da doença. O desconhecimento sobre o glaucoma e a falta de conscientização do paciente a respeito da importância do tratamento são responsáveis por agravar o prognóstico visual, que poderia ser evitado através de informação constante e orientação adequada a respeito do tratamento, como instrução sobre o uso correto do colírio e importância da adesão e acompanhamento prolongado (SILVA, 2004). No que diz respeito à epidemiologia, há uma escassez de informações quanto à recorrência de glaucoma no Brasil, mas estima-se uma prevalência de 1-3% da população, sendo que a maioria dos brasileiros portadores da doença são assistidos pelo Sistema Público de Saúde (DINIZ, 2021). A prevalência é maior em indivíduos com idade acima de 60 anos, portadores de Diabetes Mellitus (DM), raça negra, história familiar de glaucoma e altas miopias (BRASIL, 2014; MATOS et al 2023). De acordo com estudo epidemiológico realizado no Instituto de Olhos Ciências Médicas (IOCM), um serviço do Sistema Único de Saúde de Belo Horizonte (MG), foi observado uma prevalência maior da doença em mulheres e os fatores de risco mais prevalentes foram idade avançada e histórico de hipertensão arterial sistêmica (HAS). O referido estudo também aponta para a maior prevalência de análogos de prostaglandina, a medicação mais cara da categoria, dentre os medicamentos utilizados, o que nesse contexto é justificado pelo fato dos pacientes do IOCM receberem gratuitamente o medicamento por ser um serviço credenciado pelo SUS, o que favorece a adesão ao tratamento (DINIZ, 2021). Apesar de diversos tratamentos serem disponíveis para o glaucoma, os danos glaucomatosos ao sistema visual não são capazes de serem revertidos permanentemente, como é o caso da cegueira, o que corrobora a necessidade do diagnóstico precoce e da adesão ao tratamento como forma de prevenir a evolução da doença. Ainda sobre o tratamento, sabe-se que a conduta perante o glaucoma pode ser medicamentosa, destacando-se os colírios análogos de prostaglandinas/prostamidas, ou cirúrgica, ambos com intuito de diminuir a PIO e prevenir o dano glaucomatoso. No que tange ao acompanhamento médico, a fundoscopia é imprescindível para um bom prognóstico, assim como os exames complementares como tomografia de coerência óptica, campo visual e retinografia (GAVA, 2022). Em relação ao prognóstico visual da doença, entende-se que o glaucoma é uma afecção crônica que, devido a suas características clínicas, é imprescindível o comprometimento e acompanhamento regular do paciente (SILVA, 2004). Nesse contexto, a aderência ao tratamento configura-se um desafio de saúde pública e está associada a inúmeros fatores, como efeitos colaterais dos medicamentos, desconhecimento sobre a doença, ausência de confiança no médico, carência de assistência médica, crenças limitantes do paciente e características sociodemográficas e custos de colírios. Dessa forma, o comportamento dos glaucomatosos frente ao tratamento resulta de fatores de naturezas variadas, desde aqueles relacionados à própria doença e tratamento, até fatores socioeconômicos e individuais. Sabe-se que o tratamento inicial é feito com colírios antiglaucomatosos com objetivo de controlar a pressão intraocular e a baixa adesão aos colírios é o principal desafio enfrentado atualmente no tratamento dessa neuropatia (TALGATTI, 2022). O custo dos medicamentos, principalmente na população de baixa renda, apresenta influência direta na fidelidade do paciente ao tratamento. Além disso, muitas vezes o colírio é aplicado de forma inadequada e acaba sendo desperdiçado, o que está associado a custos mais elevados para o paciente (SILVA, 2002). Sabe-se que o glaucoma afeta a qualidade de vida das pessoas de diversas formas. Nesse aspecto, a qualidade de vida apresenta um conceito complexo. Diversos autores acreditam que ela pode ser definida como as condições que influenciam o bem-estar físico e mental dos indivíduos. Aqueles que possuem glaucoma têm dificuldade para ler, dirigir veículos, manter o equilíbrio postural e realizar atividades físicas, o que impacta diretamente em sua qualidade de vida (ABE, 2018). Dentro desse contexto, o referido projeto ao promover educação e suporte aos glaucomatosos, confere uma melhoria no prognóstico da doença e consequentemente uma melhoria na qualidade de vida desses pacientes, o que configura-se uma atuação transformadora de viés social e público. Frente ao quadro de baixa adesão ao tratamento do glaucoma e desconhecimento sobre a doença, somada a ausência de políticas públicas de saúde que atuem sob as principais barreiras e desafios na promoção do tratamento adequado e efetivo, justifica-se a importância e necessidade de execução de um projeto de extensão que tenha como objetivo mitigar esses obstáculos e promover suporte, conscientização e educação aos portadores de glaucoma de Diamantina e região do Alto Jequitinhonha (MG). Além do impacto e transformação social, o projeto confere o desenvolvimento de relações entre a universidade e a comunidade, marcada por diálogo, interação e superação de desigualdades. Do ponto de vista acadêmico, a referida ação extensionista garante a interação da pesquisa, ensino e extensão, a partir da observação da prevalência do glaucoma na região sob caráter epidemiológico, melhoria da capacidade de atendimento médico dos discentes e capacitação dos mesmos a respeito do glaucoma e suas complicações, o que corrobora a construção do aprendizado a partir da experiência e integração da teoria com a prática.

Objetivo Geral: Promover suporte, conscientização e educação aos portadores de glaucoma e familiares de Diamantina e Alto Jequitinhonha (MG). Objetivos Específicos: Sensibilizar a população à respeito da importância da saúde ocular preventiva; Orientar portadores de glaucoma sobre sua condição; Conscientizar os portadores de glaucoma sobre a importância da adesão ao tratamento; Confeccionar guia completo instruindo sobre o uso correto do colírio; Oferecer assistência médica à portadores de glaucoma; Desmistificar possíveis preconceitos a respeito do glaucoma; Promover integração entre os discentes e portadores de glaucoma como forma de melhoria das capacidades de atendimento médico destes; Observar a prevalência do glaucoma na população usuária do setor de Oftalmologia do Centro de Especialidades Médicas (CEM) - CISAJE; Compreender quais são as principais dificuldades na adesão do tratamento ao glaucoma e no acesso do paciente ao CEM - CISAJE; Capacitar os discentes participantes sobre o uso do tonômetro; Capacitar os discentes participantes acerca do glaucoma, suas complicações e formas de prevenção.

Previsão de Impacto Direto: O presente projeto previne a conscientização e educação dos portadores de glaucoma em relação a sua condição, visando o aumento da adesão ao tratamento e promoção do manuseio correto dos colírios. Estima-se que, após a execução das ações extensionistas na comunidade alvo, a adesão ao tratamento apresente um aumento de 70-80% entre os glaucomatosos participantes do projeto que inicialmente não realizavam o tratamento correto da sua condição. Previsão de Impacto Indireto: Além de promover o aumento da adesão ao tratamento do glaucoma e o manuseio correto dos colírios, o presente projeto previne desmistificar possíveis preconceitos em relação ao glaucoma, promover a interação entre a comunidade universitária e a comunidade externa, observar a prevalência do glaucoma em Diamantina e região, compreender os principais desafios na adesão ao tratamento, capacitar os discentes acerca da doença e sobre o uso do tonômetro para medida da pressão intraocular (PIO), construir e consolidar o aprendizado acadêmico a partir da experiência e integração teoria-prática e melhorar a capacidade de atendimento médico dos discentes.

Capacitação da equipe: Serão realizados encontros de capacitação dos discentes com o coordenador docente e profissionais da saúde, por meio de aulas práticas e teóricas, para compreensão da fisiopatologia do glaucoma clínico, seu quadro clínico, prognóstico, fatores de risco, formas de prevenção e tratamento, além do manuseio correto do tonômetro, equipamento usado para medição da pressão intraocular (PIO). Inicialmente, serão planejados dois encontros de capacitação. Em um primeiro momento, será realizada uma aula teórica, nas dependências da faculdade, ministrada por docente ou profissional da área, sobre o glaucoma, abordando suas características gerais e os subtemas previamente citados. Em um segundo momento, será realizada, por meio de uma aula prática nas dependências do instituto oftalmológico parceiro do projeto, sob orientação do docente responsável, a capacitação para a triagem do glaucoma, onde será abordado o uso correto do tonômetro e a medição da PIO. Ambos os encontros serão acompanhados do oftalmologista e docente orientador do projeto. Divulgação dos encontros presenciais da equipe com a comunidade: Após capacitação, os discentes entrarão em contato com o Consórcio Intermunicipal de Saúde do Alto Jequitinhonha (CISAJE) autorizando a divulgação do projeto entre os portadores de glaucoma usuários do referido serviço de saúde. Serão convidados a participar dos encontros todos os pacientes da oftalmologia do Centro de Especialidades Médicas (CEM) que possuírem o diagnóstico de glaucoma. A divulgação e convite do projeto será realizada pelos discentes e equipe do CISAJE por meio da entrega de panfletos e fixação de cartazes nas dependências do local. Encontros presenciais, coleta de dados e criação da Associação de Portadores de Glaucoma do Alto Jequitinhonha (MG): Os discentes realizarão o primeiro encontro presencial no CISAJE com os presentes pacientes portadores de glaucoma para lhes informar sobre o projeto e convidá-los a participar da Associação de Portadores de Glaucoma do Alto Jequitinhonha. Nesse momento serão coletados dados referentes aos pacientes interessados em participar do projeto, como nome completo e telefone de contato, mediante autorização dos mesmos. Será confeccionado um banco de dados para controle e identificação dos portadores de glaucoma integrantes da associação. Em todos os encontros será realizado o convite de participação da associação para aqueles que ainda não são integrantes, seguido da atualização do banco de dados caso sejam inseridos novos participantes. A associação consistirá em um grupo coordenado pelos discentes participantes do projeto e pelo coordenador docente responsável. O grupo contará com encontros presenciais, previamente definidos e divulgados, com objetivo de abordar questões relevantes e necessárias relacionadas ao glaucoma visando à preservação do sistema visual dos portadores, como a importância da adesão ao tratamento, o uso correto dos colírios e o prognóstico visual em diferentes cenários. Para alcançar tais objetivos serão confeccionados banners e cartilhas, distribuídas para a população alvo, com as informações necessárias a respeito da doença, além de um guia completo de uso correto dos colírios. Além disso, os discentes promoverão rodas de conversa e suporte à população para tirar dúvidas sobre o glaucoma, orientar sobre a importância do acompanhamento e tratamento prolongado, entender as principais dificuldades enfrentadas pelos glaucomatosos durante o tratamento e desmistificar possíveis preconceitos. Nesse momento, além da promoção do saber científico, a integração entre discentes e comunidade será responsável por promover impacto e transformação social na região. Local de realização: Os encontros presenciais do projeto serão realizados inicialmente no Consórcio Intermunicipal de Saúde do Alto Jequitinhonha (CISAJE), sob coordenação dos discentes participantes, mediante autorização do local e aviso prévio. Meios de comunicação: A divulgação do projeto será realizada por meio de cartilhas e cartazes distribuídos e fixados nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), no Centro Especializado em Reabilitação (CER), no Hospital Santa Casa de Caridade de Diamantina (SCCD) e no Consórcio Intermunicipal de Saúde do Alto Jequitinhonha (CISAJE). Também será realizada a divulgação dos encontros por meio do instagram do projeto de extensão “De Olho no Glaucoma” e aplicativos de mensagens instantâneas. Informações referentes ao glaucoma, como os fatores de risco, prevenção e prognóstico, também serão divulgadas nas redes sociais do projeto com o intuito de ampliar e intensificar a relação com a comunidade e promover troca de saberes e de conteúdo científico. Análise dos dados e produção científica: Serão confeccionados relatórios a respeito do impacto da ação de extensão na população, sua respectiva consequência social e as principais dificuldades e desafios que foram observados e que são enfrentados pelos portadores de glaucoma. Tais dados serão usados para fins de pesquisa e produção científica que beneficie a comunidade acadêmica, científica e população em geral.

MATOS A.G. et al. Perfil do diagnóstico inicial em pacientes com glaucoma. Rev Bras Oftalmol. 2023:82:e0028. PEREIRA, C.C.L. et al. Conhecimento da população sobre glaucoma e perfil epidemiológico em campanha realizada no Hospital Universitário Lauro Wanderley. Rev Bras Oftalmol. 2014; 73 (1): 33-6. DINIZ, E.R., FERREIRA, G. F. M., COTTA, B. S. S., CHIODI, V. L, S., ASSUMPÇÃO, P. V., MAGALHÃES, L. L., KANADANI, F. N. Perfil clínico epidemiológico de pacientes com glaucoma atendidos em um serviço de referência em oftalmologia do estado de Minas Gerais. Revista Médica de Minas Gerais. ISSN (on-line): 2238-3182, v. 31 e-31103, 2021. KUSSLER TALGATTI, S.; JACOB, R. M.; JARCZUN KAC, M. NÍVEL DE ADESÃO AO TRATAMENTO DO GLAUCOMA E FATORES QUE O INFLUENCIAM: UMA REVISÃO INTEGRATIVA. RECIMA21 - Revista Científica Multidisciplinar - ISSN 2675-6218, [S. l.], v. 3, n. 12, p. e3122301, 2022. GAVA, F.D. et al. Cegueira silenciosa: revisão narrativa e estudo epidemiológico do glaucoma no Brasil entre 2017 e 2022. Brazilian Journal of Health Review, Curitiba. ISSN: 2595-6825, v.5, n.5, p.19945-19955, sep/oct., 2022. ABE, Ricardo Yuji. Glaucoma e qualidade de vida = Glaucoma and quality of life. 2018. 1 recurso online ( 127 p.). Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas, Campinas, SP. SILVA, M. J. L. DA . et al. Conhecimentos sobre prevenção e tratamento de glaucoma entre pacientes de unidade hospitalar. Arquivos Brasileiros de Oftalmologia, v. 67, n. 5, p. 785–790, set. 2004. OMS. Organização Mundial de Saúde. Relatório Mundial de Violência e Saúde. Genebra: OMS, 2002. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF:Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. 292 p. BRASIL. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Brasília, DF: [s.n], 1990. BRASIL. Ministério da Saúde. Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (CONITEC). Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Doença do Glaucoma. Brasília: Ministério da Saúde, 2018. PEREIRA, E.C. Avaliação do Programa Mais Médicos no Vale do Jequitinhonha e Mucuri.Diamantina, Minas Gerais. 2017. Disponível em: <http://acervo.ufvjm.edu.br/jspui/bitstream/1/1570/1/elizeu_castro_pereira.pdf>. SAKATA, K. et al. Prevalence of glaucoma in a South brazilian population: Projeto Glaucoma. Invest Ophthalmol Vis Sci. 2007 Nov; 48(11): 4974– 4979. SOCIEDADE BRASILEIRA DE GLAUCOMA. Prevenção de Glaucoma. São Paulo: SOCIEDADE BRASILEIRA DE GLAUCOMA, 2016. 1 folder.

O estudante atuante no presente projeto participará inicialmente de dois encontros de capacitação, teórico e prático, para melhorar sua capacidade de atendimento médico, compreender a fisiopatologia do glaucoma, seu quadro clínico, prognóstico, fatores de risco, formas de prevenção e tratamento, e se capacitar quanto ao uso do tonômetro para cálculo da pressão intraocular (PIO). Todos os encontros serão realizados sob orientação e coordenação do docente responsável. Os discentes participantes devem ter cursado o módulo MED005 de Sistema Nervoso da grande curricular de medicina, de modo a utilizar seus conhecimentos prévios a respeito da fisiologia da visão para otimização do aprendizado e melhor conduta prática durante o projeto. A formação universitária do discente é de relevante importância para a execução do projeto, uma vez que favorece a prática de boa convivência, interação entre a comunidade universitária e bom relacionamento em equipe. Os discentes irão acompanhar os encontros presenciais com os portadores de glaucoma solucionando dúvidas e promovendo interação de qualidade entre comunidade universitária e comunidade externa. O estudante também prestará suporte e apoio aos pacientes por meio de diálogo e resolução de problemas factíveis por intermédio do oftalmologista e docente responsável. Dessa forma, o estudante, ao participar do projeto, estará se capacitando para os desafios enfrentados na realidade da população alvo e para uma melhor atuação profissional em consonância com o exercício da cidadania.

O glaucoma trata-se de uma neuropatia óptica progressiva que, por suas características clínicas e prognóstico visual, requer comprometimento do paciente com o tratamento. Todavia, o desconhecimento sobre a doença e a falta de conscientização do paciente a respeito da importância do tratamento, é responsável por tornar o prognóstico do glaucoma um sério problema de saúde pública na região de Diamantina e Alto Jequitinhonha (MG). Nesse contexto, é importante destacar o papel importante dos oftalmologistas na detecção precoce do glaucoma, no fornecimento de informações e na desmistificação da doença. Ainda, evidencia-se a necessidade do contato cuidadoso e bem orientado dos portadores de glaucoma com os profissionais responsáveis, enfatizando a importância da relação médico-paciente de confiança e a assistência médica de qualidade. Todavia, tem-se observado um cenário de desigualdade no que se refere à oferta de serviços de saúde. Além disso, a baixa adesão ao tratamento e a falta de informações sobre a doença, somada à ausência de políticas públicas de saúde na região que atuem sob as principais barreiras e desafios na promoção do tratamento adequado e efetivo, são responsáveis por agravar o prognóstico visual, que poderia ser evitado através de informação constante e orientação adequada a respeito do tratamento, como instrução sobre o uso correto do colírio e importância da adesão e acompanhamento prolongado. Em vista desse cenário e da extrema importância da adesão ao tratamento e do conhecimento a respeito da doença como forma de melhoria do prognóstico e prevenção da evolução do quadro, o projeto “De Olho no Glaucoma” apresenta relevante importância no processo de mitigar esses obstáculos e promover suporte, conscientização e educação aos portadores de glaucoma de Diamantina e região do Alto Jequitinhonha (MG). Além do impacto e transformação social, o projeto confere o desenvolvimento de relações entre a universidade e a comunidade, marcada por diálogo, interação e superação de desigualdades.