Visitante
Educação do campo: saberes e práticas discursivas envolvendo letramentos, agroecologia e mineração
Sobre a Proposta
Tipo de Edital: Pibex
Situação: Aprovado
Dados do Coordenador
anielli fabiula gavioli lemes
2024101202474508
faculdade interdisciplinar em humanidades
Caracterização da Ação
ciências humanas
educação
meio ambiente
desenvolvimento rural e questão agrária
regional
campo, saberes e conexões
Não
Membros
josé cláudio luiz nobre
Vice-coordenador(a)
vitoria cristina alves
Bolsista
Este projeto busca construir e divulgar materiais didáticos-pedagógicos com abordagem discursiva da agroecologia e letramentos, integrando-se saberes tradicionais e conhecimentos científicos escolares, e contribuir também com o debate sobre a questão da mineração na área de abrangência da UFVJM. Inspirados na metodologia da pesquisa-ação, promoveremos Seminários e Ciclos de Formação-na-ação em que se pretende, juntamente com os participantes (professores regentes da educação básica e do ensino superior, estudantes da licenciatura, mestres e mestras e militantes de movimentos populares), identificar, sistematizar e compartilhar saberes tradicionais presentes nas comunidades onde atuam e vivem e criar materiais para divulgação na internet (sequências didáticas, livro etc.) que integrem esses saberes à formação e escolarização por meio de práticas discursivas de letramentos e agroecologia. Considerando-se que, sem território, o modo de vida e consequentemente os saberes e práticas tradicionais são ameaçados, esse material também é ferramenta discursiva de luta e resistência à mineração predatória nos territórios.
Educação do campo, Agroecologia, Letramentos, Mineração
Esta proposta tem como objetivo desenvolver práticas educativas integradas de ensino, pesquisa e extensão, fazendo-se a interlocução, a integração e a promoção da troca de saberes de mestres e mestras (que são lideranças das comunidades) e militantes dos movimentos sociais com estudantes e professores (da UFVJM e da educação básica) e comunidade em geral em atividades que possam depois, ser sistematizadas para utilização em processos de escolarização formal, em práticas discursivas de letramentos, agroecologia e mineração, na perspectiva da Educação do Campo. A metodologia utilizada para a construção e realização das atividades será inspirada na perspectiva da pesquisa-ação, com base na qual se criará um coletivo de sujeitos (professores, estudantes, mestres e militantes), para criar, desenvolver e avaliar as ações do projeto. Serão realizadas ações que articulam ensino, pesquisa e extensão, sendo, para os licenciandos envolvidos, elementos indissociáveis no processo de formação-na-ação docente. As ações serão organizadas em Ciclos de Formação-na-ação e Encontros populares, nos quais se pretende identificar, juntamente com os participantes dos Ciclos e Encontros (professores regentes da educação básica e do ensino superior, estudantes da educação básica e da licenciatura, militantes dos movimentos sociais e mestres e mestras da comunidade), os elementos de existência de luta nos territórios e a sua relação com a mineração. Também é possível trabalhar com estratégias de sistematização, compartilhamento/visibilização desses elementos, buscando promover reflexões a respeito da temática e criar materiais (sequências didáticas, livretos, etc.) que possam ser compartilhados e que integrem à formação e escolarização por meio de práticas discursivas de letramentos, agroecologia e mineração.Ressalta-se que se o território for minerado de maneira predatória, desconsiderando os sujeitos que ali vivem, o modo de vida e os saberes tradicionais vinculados àqueles territórios estão ameaçados.
Dentre os princípios teóricos e metodológicos da Educação do Campo que orientam as ações de formação e de práticas educativas nas escolas, pode-se destacar o compromisso com um projeto de “Educação Libertadora”, de sociedade, de campo pautado nas premissas do bem viver e de sujeitos capazes de promover uma leitura crítica e engajada da realidade social e contribuir para organização e transformação da realidade local (CALDART, 2008). Uma Educação capaz de proporcionar o diálogo entre os conhecimentos acadêmicos (favorecendo a apropriação destes pelos sujeitos) e as experiências de vida e luta nos territórios e os saberes ancestrais dos sujeitos do campo propiciando-lhes o reconhecimento e a visibilização. Nesse contexto, a agroecologia pode, a partir do levantamento e da valorização das práticas de plantio e história de vida dos camponeses, utilizando quintais e lavouras como locais de conhecimento, ser estímulo para o processo de ensino-aprendizagem (LOVO, 2010). A integração da agroecologia nas escolas pode possibilitar a desfragmentação do conhecimento, inspirando outras organizações e práticas curriculares inovadoras nas escolas, principalmente, as do campo, constituindo importante referencial para o desenvolvimento dessa proposta (CALDART, 2017). A agroecologia é uma área interdisciplinar, onde articula aspectos produtivos e agronômicos, com aspectos sociais, políticos, culturais, linguísticos e educacionais. Além disso, ressalta-se que, a partir da temática da agroecologia, pode-se trabalhar textos, discursos e saberes ancestrais. Textos/Discursos e práticas interacionais são o objeto de estudo primordial à área de Linguagens e Códigos e comum a todas as áreas do conhecimento, o que torna a leitura e a escrita interdisciplinares por natureza. As interações são primordiais à existência, uma vez que nossas mediações e toda a construção de sentido e raciocínio é feita a partir de textos (orais e/ou escritos) e a construção textual pode partir de uma prática social (MARCUSCHI, 2008). Na proposição deste projeto, ancoramo-nos também em uma perspectiva educacional de “letramento acadêmico” que integra o pensar, o sentir e o fazer pedagógico, tanto em termos teóricos quanto metodológicos. O conceito de letramento acadêmico aqui está alinhado à perspectiva dos Novos Estudos do Letramento (STREET, 1984; BARTON, 1994; BARTON; HAMILTON, 1998; GEE, 1996), segundo os quais práticas escritas não podem ser neutras ou desarticuladas dos contextos ou práticas reais de funcionamento da vida e de uso de saberes instituídos. Assim, práticas de letramento “somente ganham sentido dentro do grupo, da cultura, do contexto e das circunstâncias em que ocorrem” (OLIVEIRA, 2008, p.110), uma vez que as atividades de formação e letramento se referem às ações linguageiras, a práticas discursivas que os participantes realizam no evento de letramento, ancorados nas próprias vivências. Diante disso, desenvolver um projeto de extensão que considere a integração de saberes ancestrais em atividades interdisciplinares e/ou currículos escolares integrados nos convoca a acionar e colocar em diálogo diferentes áreas do conhecimento (Linguagens e Códigos e das Ciências da Natureza), para a compreensão de fenômenos discursivos a serem estudados tanto no campo escolar quanto no ‘chão’ da vida, em práticas de letramento e agroecologia que concebem dimensões como a da inclusão étnico-racial, das organizações linguísticas, discursivas, culturais, ecológicas, etc. em diálogo com as concepções pedagógicas das cosmovisões indígenas, de matriz africana e populares. Estas passam a ser fontes de conhecimento através de um intercâmbio com a comunidade, que é um potencializador da criatividade e da alegria de ensinar e aprender, acolhendo-se as diferenças em um ambiente de interação no espaço escolar e na árdua e necessária tarefa de tornar indissociável o tripé pesquisa/ensino/extensão. Para uma construção nessa perspectiva, “demanda-se dos currículos que incorporem, sistematizem e aprofundem esses saberes e essa formação acumulada, e que os ponham em diálogo com seu direito aos saberes e concepções das teorias pedagógicas e didáticas, de organização escolar, de ensino-aprendizagem para a garantia do direito à educação dos povos do campo [...] Essa é uma das contribuições da concepção de formação dos profissionais do campo para a formação de todo profissional de educação básica: reconhecer os saberes do trabalho, da terra, das experiências e das ações coletivas sociais e legitimar esses saberes como componentes teóricos dos currículos” (CALDART e colaboradores, p. 363, 2012). Essa perspectiva curricular supõe uma determinada concepção de educação, “que considera a materialidade da vida dos sujeitos e as contradições da realidade como base da construção de um projeto educativo, visando a uma formação que nelas incida” (CALDART e colaboradores, p. 14, 2012). Dessa forma, a realidade do campo pode, então, constituir-se um espaço discursivo, um ponto de partida e de chegada de processos educativos com particularidades dadas pela vida real dos sujeitos, e coletividades construtoras de saberes e discursos, visto que o horizonte do saber e as práticas de discurso não se fixam na particularidade, e, sim, busca uma universalidade histórica socialmente possível e materializadas nos territórios. Esta proposta, então, (i) dialoga com a necessária formação inicial e continuada de professores apropriada à Educação do Campo, a partir das Diretrizes complementares da Educação Básica do Campo (BRASIL, 2008) e também nas Diretrizes da Educação do Campo do Estado de Minas Gerais (MINAS GERAIS, 2016); (ii) fortalece um campo ainda incipiente de estudos, a saber, o encontro entre a educação do campo, a agroecologia e os saberes ancestrais, com buscas a entender de que maneira a inserção da agroecologia em práticas discursivas de letramento na formação de educadores auxilia as comunidades camponesas a se reconhecerem como detentoras de valiosos saberes ancestrais, a se valorizarem e a defenderem seus territórios enquanto locus de produção e reprodução da vida campesina; (iii) auxilia a compreender as práticas já existentes nos cursos de formação de professores, nos processos formativos presentes nas comunidades e nas escolas do campo em que as experiências de integração da agroecologia nas organizações e práticas curriculares encontram-se em estágio mais avançado; (iv) permite elucidar os possíveis entraves presentes nas localidades estudadas a implementação dos princípios da educação do campo, conforme estabelecem as Diretrizes acima mencionadas e, assim, contribuir fortemente para que o profissional em formação entenda como garantir a construção e a implementação de uma educação vinculada às causas, aos desafios, à cultura e à história das comunidades. Além disso, se realizada, esta proposta será uma profícua oportunidade de construção de conhecimento e reflexão sobre teorias, discursos e experiências pedagógicas a todos os sujeitos envolvidos, já que também pode lhes servir de laboratório de preparação e produção de materiais próprios da prática docente na Educação do Campo e desenvolvimento de atividades de ensino, pesquisa e extensão no âmbito das escolas e comunidades do campo, considerando-se, sobretudo, a troca de saberes e construção compartilhada do conhecimento. No contexto da mineração no Vale do Jequitinhonha e norte de Minas, na perspectiva da educação do campo, é necessário engajamos para o debate popular. Em artigo sobre " Mineração do Lítio e Processos Políticos-Educativos no Vale do Jequitinhonha/MG", (Oliveira, Ruas e Santos, 2022), pouco se tem debatido sobre os impactos do estilo da lógica de desenvolvimento do neoextrativismo no Vale do Jequitinhonha, principalmente, inclusive resgatando o conceito de silencio pedagógico de Hunzicker e Antunes-Rocha (2022) - do contexto do rompimento da barragens de Mariana - de onde localizaram a falta de debate sobre esse contexto nas escolas. Nosso projeto visa romper esse silencio junto com os movimentos sociais, professores e lideranças.
O projeto busca, por meio de Ciclos de Formação-na-Ação e Encontros Populares, construir e divulgar materiais didáticos pedagógicos na perspectiva do letramentos, agroecologia e mineração, que integrem as experiências dos sujeitos nos territórios ( professores, estudantes, mestres e militantes) às práticas escolares . Espera-se, com este projeto: i) criar um coletivo de educadores em torno da educação do campo, agroecologia, letramentos e mineração; ii) a experiências nos territórios sobre agroecologia e mineração com os sujeitos em diálogo com a academia; iii) promover a organização e análise de informações sobre a integração da agroecologia, mineração e letramentos nas práticas das escolas do campo nos locais que serão realizadas as ações; iv) fortalecer o diálogo entre universidade, sujeitos vinculados aos movimentos e organizações sociais rurais, profissionais da educação das escolas do campo e sujeitos das comunidades envolvidos no processo educativo; v) promover a formação da equipe da UFVJM e escolas que atuaremos; vi) produzir, junto com os participantes das ações, ações e material didático-pedagógico para divulgação da perspectiva de agroecologia, mineração e letramentos.
Envolver a interação entre cerca de 100 estudantes da UFVJM, 10 professores das escolas, 100 militantes de movimentos sociais e lideranças políticas e religiosas e 30 mestres e mestras e lideranças das comunidades rurais; Identificar e registrar cerca de 10 tópicos relacionados a agroecologia e mineração, a partir da escuta sobre a experiência dos sujeitos e os articular aos conhecimentos da área de formação do curso de licenciatura em Educação do Campo da UFVJM, para pensar práticas de letramentos; Promover oficinas formativas/encontros e reuniões para divulgação de práticas envolvendo agroecologia, mineração e letramentos integrando cerca de 200 pessoas de comunidades rurais, militantes e lideranças estudantes e professores; Promover a formação inicial e continuada de professores em torno das práticas de agroecologia e letramentos envolvendo cerca de 10 professores da educação básica e 20 estagiários da LEC. Divulgar materiais produzidos nos ciclos de formação-na-ação na internet (impactar cerca de 1000 pessoas).
O projeto visa se inspirar na metodologia de pesquisa-ação, onde os propositores da pesquisa-ação identificam como modelo de espiral em ciclo, que Francischett nos explica na citação seguinte: A principal característica da pesquisa-ação, citada por Lewin e seguida por EIliott, é a de ser um processo que se modifica em espiral, e compreende-se por quatro etapas: - Diagnosticar a situação problema na prática. - Formular estratégias de ação para resolver o problema. - Pôr em prática e avaliar as estratégias de ação. - O resultado pode levar a um novo esclarecimento e diagnóstico da situação problemática, entrando assim num espiral de reflexão e de ação (FRANCISCHETT, 1999, p. 171, grifo nosso). Assim, durante o desenvolvimento do projeto, será mobilizado os participantes dos ciclos de formação-na-ação (professores regentes da educação básica e do ensino superior, estudantes da licenciatura e mestres e mestras) para participar de i) levantamento das experiências com os sujeitos a partir de reuniões e encontros; ii) roda de conversa para troca de experiências entre esses sujeitos; iii) visitas técnicas e troca de experiências (em comunidades ou instituições que empregam princípios agroecológicos e atingidos pela mineração); iv) reuniões de planejamento e avaliação das ações realizadas; v) reuniões para estudo e para a produção de materiais (sequências didáticas etc) que possam ser compartilhados e que integrem essas experiencias levantadas à formação e escolarização por meio de práticas de letramentos, agroecologia e agroecologia. vi) divulgação dos resultados dos levantamentos e materiais produzidos como forma de devolutiva para os sujeitos envolvidos e expansão do trabalho realizado para outros sujeitos.
BARTON, D. Literacy: an Introduction to the Ecology of Written Language. London: Blackwell, 1994. BARTON, D.; HAMILTON, M. Local Literacy: reading and writing in one community. London and New York: Routledge, 1998. BRASIL. Resolução diretrizes complementares da Educação Básica do Campo. 2008. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/resolucao_2.pdf>. Acesso em 10/06/2016. CALDART, R. S.; PEREIRA, I. B.; ALENTEJANO, P. e FRIGOTTO, G. (Org.). Dicionário da Educação do Campo, Rio de Janeiro/São Paulo: Expressão Popular 2012 p. 722. CALDART, R.S. (org.) Caminhos para transformação da escola 4: trabalho agroecologia e estudo nas escolas do campo. São Paulo: Expressão popular, 2017, 197p. Caldart, R.S. Sobre educação do campo. IN: Santos, C.A. (org.) Por uma educação do campo: Campo - políticas púbicas - Educação. Brasília: INCRA-MDA, 2008, p. 67-86. FRANCISCHETT, M. N. Refletindo sobre Pesquisa-ação. Faz Ciência. Francisco Beltrão. Vol. 3, no 01. 1999, pg. 167-176. Disponível em: Disponível em: http://e-revista.unioeste.br/index.php/fazciencia/article/view/7478. Acesso em: 01/01/2016. GEE, J. P. Social linguistics and literacies: ideology in Discourses. 2ed. London: Taylor & Francis, 1996. LOVO, I. C. Agroecologia e conteúdos escolares. Revista Presença Pedagógica. 2010. MARCUSCHI, L. A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008. MINAS GERAIS, Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais. Diretrizes da Educação do Campo do Estado de Minas Gerais. 2016. 48p. Disponível em: <https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Diretrizes%20da%20Educa%C3%A7%C3%A3o%20do%20Campo%Acesso em 10/06/2016. OLIVEIRA, Maria do Socorro. Projetos: uma prática de letramentos no cotidiano do professor de língua materna. In: OLIVEIRA, Maria do Socorro; KLEIMAN, ngela B. (orgs.). Letramentos Múltiplos: agentes, práticas, representações. Natal, RN: EDUFRN, 2008. STREET, B. V. Literacy in theory and practice. London: Cambridge University Press, 1984. CALDART, R.S. (org.) Caminhos para transformação da escola 4: trabalho, agroecologia e estudo nas escolas do campo. São Paulo: Expressão popular, 2017, 197p. Hunzicker, A.C.M.; Antunes-Rocha, M.I. A PRÁTICA DO SILÊNCIO PEDAGÓGICO NO CONTEXTO MINERÁRIO. EVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO BÁSICA. 2022. Disponível em: https://rbeducacaobasica.com.br/wp-content/uploads/2022/01/A-PRATICA-DO-SILENCIO-PEDAGOGICO-NO-CONTEXTO-MINERARIO.pdf Oliveira, S. C.; Ruas, A.A.; Santos, J.C.S. Mineração do Lítio e Processos Políticos-Educativos no Vale do Jequitinhonha/MG. EVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO BÁSICA 2022. Disponível em: https://rbeducacaobasica.com.br/2022/01/25/mineracao-do-litio-e-processos-politicos-educativos-no-vale-do-jequitinhonha-mg/
Por conta da escolha metodológica desse projeto, os estudantes envolvidos participarão ativamente de todas as etapas do projeto em diálogos direto com a comunidade externa, em uma formação de forma transversal, potencializando o aprendizado profissional em diversas áreas de conhecimento. Assim, trabalhando em conjunto (professores, estudantes e comunidade externa) esse projeto potencializa a troca de saberes acadêmica/cultural/social quando viabiliza o envolvimento dos estudantes com outras instituições e parceiros, a fim de construir o conhecimento sobre as relações cooperativistas, respeitando a ecologia do ambiente e a utilização de recursos forma sustentável para disseminação da agroecologia e práticas de letramentos na educação básica. A participação dos estudantes envolvidos nas atividades do projeto, bem como a participação dos outros integrantes, se dará de forma contínua por meio das reuniões de planejamento e avaliação, previstas na metodologia da pesquisa-ação. O acompanhamento do estudante será em reuniões semanais de planejamento, organização, estudo e avaliação do projeto, juntamente com os outros integrantes.
A proposta dialoga, como mencionado anteriormente, com a necessária formação inicial e continuada de professores apropriada à Educação do Campo, a partir das Diretrizes complementares da Educação Básica do Campo (BRASIL, 2008) e também nas Diretrizes da Educação do Campo do Estado de Minas Gerais (MINAS GERAIS, 2016). A proposta ganha ainda mais relevância quando se propõe a contribuir com a formação ao mesmo tempo que fortalece os povos tradicionais e os movimentos sociais, quando vamos levantar eles e criar materiais didáticos-pedagógicos que dialogam com as temáticas dos territórios. Apostamos que essa mudança nas práticas na escola pode auxiliar as comunidades camponesas a se reconhecerem e a defenderem seus territórios enquanto locus de produção e reprodução da vida.
Público-alvo
Professores supervisores dos estágios dos Licenciandos da Licenciatura em Educação do Campo e mobilizado na região de mineração.
Sujeitos moradores de comunidades rurais das áreas de desenvolvimento do projeto atingidos ou não pela mineração.
O projeto envolverá Lideranças de movimentos sociais, políticas e religiosas e mestres e mestras do saber tradicional para o debate popular sobre a vivência e sobrevivência nos territórios.
Estudantes, professores, técnicos e publico em geral poderão participar, se interessados em atividades de troca de saberes e debate popular sobre a temática do projeto. A comunidade em geral também terá acesso, pela internet, dos materiais produzidos pelo projeto.
Municípios Atendidos
Araçuaí
Serro
Diamantina
Novo Cruzeiro
Parcerias
colaboração e apoio na execução das atividades do projeto de extensão Educação do campo: saberes e práticas discursivas envolvendo letramentos, agroecologia e mineração
Cronograma de Atividades
Ciclo formativo Formação-ação onde haverá mobilização dos participantes(estudantes, professores da educação básica, mestres e mestras e militantes), levantamento de demandas dos participantes e planejamento de ações/materiais.
A atividade de troca de saberes é momento de aprendizagem e avaliação do projeto, onde trocamos conhecimentos e experiências acadêmicas com os conhecimentos e experiências populares para construção e execução de ações e materiais pedagógicos.
Pela metodologia de pesquisa-ação, é necessário o envolvimento da equipe do projeto com os participantes, sendo necessário a promoção de seminários e reuniões de planejamento de ações/materiais e avaliação do desenvolvimento do projeto.
Será organizado as reuniões de construção e planejamento das atividades de extensão da equipe via googlemeet e presenciais, precisando de ter disponível tempo para agendamento de espaços, pedido de carro para deslocamento, criação de link, etc. Além disso é necessário o registro escrito das deliberações dessas reuniões. Haverá também a construção e divulgação dos cards nas redes sociais das atividades desenvolvidas no projeto e impressão de cartazes e materiais das reuniões, seminários e encontros. Também é previsto tempo para escrita de relatórios parciais e finais.
Criação de materiais (sequências didáticas, livros, vídeos, etc) que possam ser compartilhados na internet e que integrem esses saberes à formação e escolarização por meio de práticas de letramentos e agroecologia que promovam a “Ecologia de Saberes” e o debate popular sobre a mineração.