Visitante
Ponta-cabeça
Sobre a Proposta
Tipo de Edital: Procarte
Situação: Aprovado
Dados do Coordenador
priscila regina lopes
2024102202434524
departamento de educação física
Caracterização da Ação
ciências da saúde
cultura
educação
artes integradas
local
Sim
Membros
claudia mara niquini
Vice-coordenador(a)
juliana nogueira pontes nobre
Voluntário(a)
thyago thacyano de souza dos santos
Voluntário(a)
luisa aguiar lopes cordeiro
Bolsista
alessandra guimaraes rodrigues
Voluntário(a)
O projeto de extensão “Ponta-cabeça” trata-se uma proposta destinada a crianças entre 8 e 12 anos de idade, residentes em Diamantina e região. O projeto pretende trabalhar com a Ginástica Para Todos (GPT), uma vertente do amplo universo das ginásticas que dialoga com outras manifestações da cultura corporal, artística e popular. A partir de metodologias dialógicas que visam estimular o protagonismo das crianças nas ações pedagógicas, pretende-se realizar encontros semanais com o objetivo de desenvolver habilidades no campo dos diferentes tipos de práticas gímnicas em interação com manifestações corporais, artísticas e culturais vivenciadas no decorrer da vida dos participantes. Compreendida como linguagem corporal, a GPT se apresenta como um veículo e objeto de comunicação. Logo, uma das metas do projeto será produzir coreografias originais inspiradas em diversos temas, tais como as manifestações corporais, artísticas e populares da região de abrangência da UFVJM. Pretendemos com isso, estimular, por meio do fazer gímnico-artístico-cultural, ampliar a formação cultural das crianças, de forma que as compreendam, valorizem e respeitem em suas múltiplas funções.
Ginástica para Todos, Criança, Cultura corporal, Cultura regional.
O movimentar-se humano é uma maneira de se expressar corporalmente e, portanto, uma forma de linguagem. Para além do aspecto da saúde, as ações na área da Educação Física devem envolver um olhar cultural sobre as “[...] formas de representação do mundo que o homem tem produzido no decorrer da história, exteriorizadas pela expressão corporal: jogos, danças, lutas, exercícios ginásticos, esporte, malabarismo contorcionismo, mímica e outros [...]” (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p. 38). Historicamente criadas e culturalmente desenvolvidas, as manifestações da cultura corporal são práticas simbólicas carregadas de valores e intencionalidades que são revisadas constantemente de acordo com as dinâmicas da sociedade (SCARAZZATO, 2020). A linguagem corporal não é algo fixo, com sentidos e significados pré-determinados e imutáveis, ela segue o fluxo da vida humana e das relações de poder que a permeia. Logo, o trato da Educação Física deve levar em consideração todas as tradições culturais, reconhecendo e valorizando as manifestações da cultura corporal já identificadas pela ciência e aquelas que emergem dos saberes e culturas populares, de forma que as fronteiras entre o acadêmico e o popular sejam rompidas (NEIRA, 2014). Isso posto, trazemos a baila a Ginástica para Todos (GPT), uma manifestação da cultura corporal que tem a base o movimento gímnico, o qual pode ser ressignificado de forma livre e criativa ao ser articulado com elementos de outras manifestações, tais como os da cultura corporal (jogos, esportes, lutas etc.), artística (dança, circo, teatro etc.) e popular (contos, festas, costumes etc.) (TOLEDO; TSUKAMOTO; CARBINATTO, 2016). A gestualidade construída na GPT é expressada em forma de coreografia, a qual deve ser elaborada de forma coletiva, colaborativa e democrática. O momento da criação coreográfica deve ser mais valorizado que a sua apresentação, pois por meio do fazer criativo, os sujeitos identificam padrões corporais internalizados e refletem sobre a necessidade de superá-los, ampliando o entendimento sobre a corporeidade do grupo. E ao elencar os temas que serão transformados em coreografia, o grupo reflete sobre o que querem comunicar, em um movimento de leitura e análise sobre a realidade que o cerca (LOPES, 2020; MARCASSA, 2004). Logo, o diálogo entre a GPT e as demais manifestações culturais presentes nas relações humanas potencializa o pensar sobre os aspectos da formação cultural que fundamentam os modos de ser, viver e compreender a realidade. Nessa dinâmica, as características culturais que identificam o grupo são apreendidas, assim como ampliadas, fortalecendo o sentimento de vínculo entre os pares e o pertencimento à determinada região (LOPES, 2020; (MARCASSA, 2004; TOLEDO; TSUKAMOTO; CARBINATTO, 2016). Diante do exposto, propomos o projeto de extensão “Ponta-cabeça”, o qual pretende contribuir com a ampliação da formação cultural de crianças da cidade de Diamantina por meio da prática da GPT.
A linguagem corporal está intimamente vinculada às inúmeras possibilidades de comunicação corpo: “[...] uma linguagem muda, porém carregada de sons, imagens, palavras, cores, odores, sensações, percepções, valores, conhecimentos, sentidos e significados. [...] um tipo de gramática que emana do corpo, uma narrativa composta de movimentos, gestos, posturas e expressões não verbais [...]” (MARCASSA, 2004; p. 173). Dentre os tipos de ginástica, a GPT transcende os aspectos meramente técnicos e, portanto, circunscreve-se dentro do universo das linguagens artísticas contemporâneas pela qual é possível promover uma formação que pressupõe o desenvolvimento humano em todos os seus domínios – moral, afetivo, corporal, cognitivo, ético, estético, político etc. (LOPES, 2020; MARCASSA, 2004). A Federação Internacional de Ginástica (FIG), órgão que regulamenta a modalidade em nível mundial, compreende a GPT na esfera do lazer, sugerindo que sejam considerados quatro princípios para o seu desenvolvimento: os movimentos básicos que são comuns a todas as práticas gímnicas, o condicionamento físico, a diversão e a interação entre os praticantes (FIG, 2019). Ademais, a modalidade também se caracteriza pelo desenvolvimento de 11 fundamentos, quais sejam: a base na ginástica, a composição coreográfica, o estímulo à criatividade, o numero indefinido de participantes, a liberdade de vestimentas, a possibilidade de uso de materiais, a diversidade musical, inserção de elementos da cultura, a não competitividade e favorecimento da inclusão, o prazer pela prática, a formação humana (TOLEDO; TSUKAMOTO; CARBINATTO, 2016). O fundamento denominado “inserção de elementos da cultura” demarca a versatilidade da GPT no que tange a possibilidade de trabalhar com elementos de diferentes manifestações culturais. Não se trata de uma prática que foca em movimentos específicos e pré-determinados, ao contrário disso, abraça as identidades culturais que os praticantes trazem consigo e os desejos de aprenderem novos saberes: “Os elementos da cultura fluem constantemente no trabalho de GPT, quando os elementos não pertencentes a uma cultura são apropriados e ressignificados, quando socializamos elementos que são particulares ou diferenciados, quando o grupo cria seus próprios valores e costumes, construindo sua própria cultura, etc.” (TOLEDO; TSUKAMOTO; CARBINATTO, 2016, p. 41). Na perspectiva freiriana, reconhecer, valorizar e permitir que os educandos assumam sua identidade cultural é premissa quando se pretende uma educação crítica e libertadora. É preciso criar condições pedagógicas para que os sujeitos possam vivenciar “[...] a experiência profunda de assumir-se. Assumir-se como ser social e histórico, como ser pensante, comunicante, transformador, criador, realizador de sonhos [...] (FREIRE, 1996, p. 22). Quando não respeitamos os saberes prévios dos educandos, suas identidades culturais e sua participação na construção dos conhecimentos, propagamos a cultura do silêncio e contribuímos para que os valores das culturas dominantes sejam instaurados, formando pessoas dependentes e alienadas (FREIRE, 1994; 1996). A infância compreende a etapa inicial da vida, do nascimento aos 12 anos de idade. Apesar do pouco tempo de vida, é preciso considerar os saberes das crianças, pois mesmo antes de lerem as palavras, elas leem o mundo a sua maneira. Sabem coisas que, embora sejam diferentes dos saberes adultos, possuem sentidos e significados condizentes com sua fase da vida (FARIAS; MALDONADO; RODRIGUES, 2021; FREIRE, 1996). Ao compreender a cultura como um processo vivo e dinâmico (BRANDÃO, 2009), é preciso assumir que a criança também produz cultura. Enquanto sujeito no e com o mundo, ela é influenciada e modificada pelo contexto em que está inserida na mesma proporção em que influencia e modifica o que está ao seu redor (ALMEIDA, 2016). Nesse sentido, práticas educativas libertadoras precisam romper com a ideia adultocêntrica que desvaloriza e despreza os saberes e desejos infantis, impondo um projeto que as considera adultos em miniatura (FARIAS; MALDONADO; RODRIGUES, 2021). No desenvolvimento da GPT, a proposta pedagógica deve primar pela cooperação, solidariedade, respeito a si, ao próximo e ao mundo, identidade, responsabilidade, criticidade e afeto (LOPES, 2020; TOLEDO; TSUKAMOTO; CARBINATTO, 2016). Sendo assim, acreditamos na relevância do desenvolvimento do projeto “Ponta-cabeça” na região na qual a UFVJM está inserida no sentido de estimular, por meio do fazer gímnico-artístico-cultural, a proteção e valorização da cultura infantil e a ampliação do horizonte de contato das crianças com as manifestações culturais regionais.
O projeto de extensão “Ponta-cabeça” tem como objetivo geral promover a ampliação da formação cultural das crianças extensionistas por meio da prática da GPT em diálogo com as manifestações culturais e artísticas da região de abrangência da UFVJM. Como objetivos específicos, pretendemos: Propor ações de GPT que ampliem o horizonte de contato de crianças entre 8 e 12 anos de idade com as manifestações da cultura corporal, artística e popular da região; Valorizar os saberes prévios que as crianças trazem consigo, envolvendo-as na escolha dos conteúdos que serão abordados no projeto, de forma que a interação entre os saberes científico e popular e as diferentes linguagens seja estimulada; Desenvolver atividades que promovam o protagonismo e autonomia das crianças; Promover o fazer artístico-cultural pelas crianças dentro do espaço universitário; Contribuir para a formação continuada de docentes e discentes da UFVJM para desenvolverem a GPT para o público infantil; Divulgar pesquisas produzidas sobre os campos de conhecimento envolvidos no projeto de extensão.
Promover a participação de 60 crianças (pelo menos 30 por semestre) entre 8 e 12 anos de idade como extensionistas do projeto; Promover 80 aulas-encontro (com periodicidade semanal, ao longo do ano) para desenvolver habilidades no campo das ginásticas, interagindo com outras formas de expressões corporais, artísticas e culturais (jogos e brincadeiras, esportes, dança, teatro, literatura, cinema, manifestações da cultura popular etc.); Produzir duas composições coreográficas originais; Apresentar composições coreográficas na Semana de Educação Física da UFVJM, na SINTEGRA da UFVJM e em diferentes eventos científicos e culturais, a partir das demandas no decorrer da vigência do projeto; Realizar visitas em diferentes espaços que promovem a cultura corporal, a arte e a cultura popular regional, a partir das oportunidades que surgirem no decorrer da vigência do projeto;; Aprimorar o conhecimento pedagógico e filosófico dos envolvidos no projeto em relação à GPT, à infância, às manifestações da cultural corporal, à arte e à cultura popular regional; Realizar parcerias com outros projetos de extensão da UFVJM e de outras universidades brasileiras; Promover e participar de oficinas e vivências em locais que desenvolvem diferentes práticas corporais, artísticas e de cultura popular.
O desenvolvimento do projeto ocorrerá por meio de dois encontros semanais com 1h30 de duração, majoritariamente, no Laboratório de Ginástica (Prédio de Educação Física da UFVJM). O planejamento ocorrerá em reuniões semanais com estudos sobre temáticas relacionadas ao projeto. Também será realizada avaliação processual com o intuito de verificar se os objetivos estabelecidos para cada aula-encontro estarão sendo atingidos no decorrer do projeto. No início de cada semestre letivo do ano de 2024, abriremos inscrições para os extensionistas interessados por meio de uma pré-inscrição virtual (por ordem de acesso ao formulário online). Nas duas primeiras semanas de atividades, as crianças poderão experimentar e decidir se continuarão no projeto, abrindo novas vagas, caso haja desistências. Nas duas semanas seguintes, com o grupo formado, as aulas-encontro serão destinadas ao (re)conhecimento dos extensionistas e investigação sobre os saberes prévios que as crianças possuem sobre as ginásticas e as demais manifestações da cultura corporal, artística e popular. Pautado na proposta pedagógica freiriana (FREIRE, 1994; 1996), faremos um levantamento sobre as vivências anteriores das crianças e estimularemos pesquisas para coletar informações com familiares, amigos, consulta a materiais jornalísticos, artísticos etc., no intuito de relacionar uma diversidade de práticas que conhecem ou que sejam de seus interesses. Com as informações em mãos, as crianças auxiliarão na seleção dos temas geradores do projeto, de forma que se sintam envolvidos na construção dos conhecimentos (FREIRE, 1994; 1996). Os temas serão abordados no decorrer das aulas-encontro, ministrados pelos monitores (bolsista e voluntários) e/ou por educadores externos. Os conteúdos das aulas-encontro serão organizados da seguinte forma: 3a feira: práticas gímnicas – GPT, ginásticas artística, rítmica, acrobática, trampolim, aeróbica e parkour; 5a feira: outras manifestações da cultura corporal, popular e artística (identificadas na investigação). A metodologia de ensino-aprendizagem será organizada da seguinte forma: 1o momento: roda de conversa sobre as atividades que foram planejadas para a aula-encontro. Ao compreenderam o conteúdo que será trabalhado, as crianças poderão se expressar relatando o que sabem sobre o tema, se gostariam de acrescentar alguma sugestão, tirar alguma dúvida etc. 2o momento: atividades voltadas para a preparação corporal – aquecimento, alongamento, equilíbrio, coordenação etc. As atividades serão planejadas de forma que as crianças possam se divertir, criar e interagir umas com as outras ao mesmo tempo realizam a preparação corporal. 3o momento: conteúdo principal da aula-encontro – ensino-aprendizagem de movimentos gímnicos (saltos, rotações, manejo de materiais, etc.), experimentações corporais nos equipamentos disponíveis no espaço (trave de equilíbrio, barra, trampolins, etc.), vivência de diferentes práticas corporais, artísticas e culturais (dança, lutas, capoeira, circo, etc.). Primeiramente, será feita a exploração dos conteúdos de forma livre, estimulando às crianças à descobrirem sozinhas as diversas possibilidades de se movimentar, e, posteriormente, de forma dirigida, a partir de dicas e orientações específicas de acordo com as necessidades do grupo. Tais estratégias têm como intenção estimular a autonomia e a criatividade dos praticantes de GPT, potencializando a formação integral dos sujeitos. 4o momento: criação de pequenas composições coreográficas – em pequenos grupos, as crianças irão criar uma sequência de gestos a partir dos conteúdos aprendidos até o momento, com acompanhamento musical e alguns requisitos (utilização de algum material, representação de alguma temática etc.). O intuito será exercitar a criatividade, a cooperação e a disponibilidade para o debate, a socialização, dentre outros aspectos que podem contribuir para desenvolver uma composição coreográfica original completa a partir dos princípios da GPT, a qual será apresentada ao final de cada semestre. 5o momento: atividades de relaxamento (exercícios de alongamento, respiratórios, automassagem etc.) e roda de conversa para avaliação do que foi desenvolvido. A estrutura das aulas-encontro poderá ser modificada de acordo com as temáticas propostas e a metodologia utilizada pelo educador convidado. Utilizaremos todos os equipamentos disponíveis no Laboratório de Ginástica da UFVJM e materiais confeccionados pelos próprios praticantes, estimulando a autonomia e criatividade dos sujeitos.
ALMEIDA, F. S. Que dança é essa? Uma proposta para a educação infantil. São Paulo: Summus, 2016. BRANDÃO, C. R. Vocação de criar: anotações sobre a cultura e as culturas populares. Cadernos de pesquisa, v.39, n. 138, p. 715-746, 2009. COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino de educação física. São Paulo: Cortez, 1992. FARIAS, U. S.; MALDONADO, D. T.; RODRIGUES, G. M. Educação física, linguagem e educação infantil: uma aproximação com Paulo Freire. Inter-Ação, v.46, n. ed.especial, p. 1102-1113, 2021. FIG – FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE GINÁSTICA. Gymnastics for All Regulations Manual: 2019 Edition. <https://www.gymnastics.sport/site/rules/#6>. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 25a ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996. < https://nepegeo.paginas.ufsc.br/files/2018/11/Pedagogia-da-Autonomia-Paulo-Freire.pdf > FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 23a ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1994. < https://cpers.com.br/wp-content/uploads/2019/10/Pedagogia-do-Oprimido-Paulo-Freire.pdf > LOPES, Priscila. “A gente abre a mente de uma forma extraordinária”: potencialidades da pedagogia freiriana no desenvolvimento da Ginástica para Todos. 2020. Tese (Doutorado em Educação Física) – Escola de Educação Física e Esporte, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2020. <https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/39/39136/tde-13052021-142814/pt-br.php> MARCASSA, L. Metodologia do ensino da ginástica: novos olhares, novas perspectivas. Pensar a Prática, Goiânia, v.7, n.2, p. 171-186, 2004. <https://doi.org/10.5216/rpp.v7i2.94> NEIRA, M. G. Práticas corporais: brincadeiras, danças, lutas, esportes e ginásticas. São Paulo: Melhoramentos, 2014. SCARAZZATTO, J. Verbo e gesto: formas indissociáveis de compreender e fazer. Revista Brasileira de Educação Física Escolar: Rebescolar, Curitiba, v. 3, p. 145-155, Mar. 2020. TOLEDO, E.; TSUKAMOTO, M. H. C.; CARBINATTO, M. V. Fundamentos da Ginástica Para Todos. In: NUNOMURA, M. (org.) Fundamentos das ginásticas. 2a ed. Várzea Paulista: Fontoura, p. 21-48, 2016.
O monitor bolsista selecionado para participar do projeto deverá ser aluno dos cursos de Educação Física da UFVJM (licenciatura ou bacharelado) que já tenha concluído pelo menos a unidade curricular “Fundamentos da Ginástica”, pois acreditamos que há uma série de conhecimentos mínimos necessários para desempenhar tal função. Também selecionaremos um ou mais monitores voluntários que poderão ser, preferivelmente, alunos de diferentes cursos da universidade (inclusive da pós-graduação) com o intuito de dialogar com as diferentes áreas de conhecimento. Para capacitar os estudantes para atuarem como monitores, realizaremos encontros com a coordenação antes do início do projeto para orientar estudos de referências bibliográficas específicas que embasam a estrutura do “Ponta-cabeça”. A equipe de planejamento (coordenadora, colaboradores e monitores) passará por uma oficina de formação sobre a GPT para crianças, na qual serão abordados temas essenciais para o desenvolvimento das ações, com a participação de estudantes e professores que atuaram em projetos de ginástica realizados em anos anteriores na UFVJM. Também será solicitado que os monitores participem dos encontros do Grupo de Estudos e Práticas das Ginásticas (GEPG – UFVJM/CNPq) durante todo o período em que o projeto for desenvolvido, o qual desenvolve pesquisas no campo da Ginástica. Pretendemos, com isso, estimular a articulação entre as atividades de ensino, pesquisa e extensão, contribuindo com a formação ampliada do estudante. A avaliação do desempenho dos monitores (bolsista e voluntários) será feita de forma processual em consonância com a avaliação periódico do projeto. Serão avaliados os conhecimentos construídos, assim como as condutas de mediação das atividades, identificando necessidades de aprimoramento ao longo do processo. Serão funções dos monitores: Participar das reuniões de planejamento; Participar auxiliando e/ou conduzindo a mediação das aulas-encontros semanais; Promover estudos e pesquisas no campo da GPT, da infância, da arte e da cultura regional por meio da participação no GEPG; Participar de eventos científicos apresentando os resultados dos estudos acerca do projeto; Participar em todas as etapas das produções coreográficas, assim como auxiliar nos momentos das apresentações agendadas; Participar das atividades extras (oficinas, visitas etc.); Divulgar o projeto na comunidade acadêmica e local.
O projeto de extensão “Ponta-cabeça” faz parte das propostas do Grupo de Estudos e Práticas das Ginásticas (GEPG) do Departamento de Educação Física da UFVJM, o qual desenvolve ações de extensão de forma articulada com o ensino e a pesquisa desde 2011. Com ampla experiência no campo das ginásticas, pretendemos ampliar as ações de GPT para crianças, as quais já são realizadas com o público adulto e idoso nos projetos de extensão “Grupo de Ginástica de Diamantina”, “Ginasticando na Maturidade” e “Longeviver”. Acreditamos que as metodologias desenvolvidas até o momento nos darão subsídios suficientes para trabalhar com crianças, auxiliando o processo formativo dos estudantes e docentes da UFVJM. Ademais, acreditamos no potencial da GPT e do público infantil para fomentar a arte e a cultura regional, tanto no que tange o fazer artístico-cultural quanto na formação de apreciadores e futuros defensores dos patrimônios culturais brasileiros.
Público-alvo
Pessoas que podem se inscrever como extensionistas do projeto: Pretendemos trabalhar com 30 crianças entre 8 e 12 anos de idade, residentes na cidade de Diamantina e região, em cada semestre letivo, totalizando no máximo 60 extensionistas no decorrer do projeto. Ademais, todas as pessoas que assistirem as apresentações coreográficas produzidas pelas crianças podem ser consideradas como público envolvido indiretamente com o projeto, uma vez que podem ser impactadas pela apreciação das criações gímnico-artísticas culturais.
Municípios Atendidos
Diamantina
Parcerias
Esta parceria tem como intenção contribuir com discussões e práticas no campo das artes, no sentido de auxiliar no processo de formação cultural dos extensionistas, uma vez que o projeto atua com atividades e produções coreográficas por meio da articulação entre as ginásticas e diferentes manifestações da cultura corporal, das culturas populares e das artes. Outras parcerias serão firmadas a partir do levantamento acerca dos saberes prévios sobre as manifestações da cultura corporal, artística e popular que as crianças apresentarem, assim como os desejos de aprenderem novos saberes. Com as demandas apontadas, buscaremos parcerias com agentes culturais da região para compartilharem seus saberes com os extensionistas.
Cronograma de Atividades
-Estudo sobre a proposta do projeto; -Estudo sobre a GPT, a infância, a arte e a cultura regional; -Estruturação do plano de trabalho (quantidade de encontros nos dois semestres letivos; conteúdos que poderão ser abordados; atividades que poderão ser planejadas a partir das demandas do grupo participante etc.); -Preparação da divulgação do projeto; -Preparação do material de inscrição online; -Divulgação do período de inscrição no projeto. Observação: Esta atividade ocorrerá semestralmente nos meses de Janeiro e Julho de 2024, pois a entrada de novos extensionistas participantes no projeto acontece no início de cada semestre letivo, nesse caso Fevereiro de 2024 e Agosto de 2024.
-Período de inscrições no projeto; -Realização de 4 aulas-encontro para que as crianças interessadas conheçam a proposta do projeto, experimentem a prática corporal e efetivem a inscrição, caso haja interesse; -Abertura e divulgação de novas inscrições, caso haja necessidade; -Preenchimento das fichas de inscrição e TCLE. Observação: Esta atividade ocorrerá semestralmente, em Fevereiro e Agosto de 2024, pois a entrada de novos participantes respeita os semestres letivos do calendário acadêmico da UFVJM.
-Realização de reuniões de planejamento e avaliação semanais com a participação da coordenadora, vice-coordenadora, colaboradores e monitores (bolsista e voluntários) do projeto; -Discussão sobre os conteúdos que serão abordados nas aulas-encontro de acordo com as demandas apresentadas no decorrer do projeto; -Convite à educadores externos para participarem do projeto; -Avaliação periódica sobre o andamento das atividades do projeto; -Dissertação de relatórios oficiais da PROEXC.
-Desenvolvimento de aulas-encontro no Laboratório de Ginástica da UFVJM para prática da GPT em interação com diversas manifestações corporais, culturais e artísticas; -Desenvolvimento de processo de construção coreográfica.
-Participação em oficinas, visitas, eventos científicos, artísticos e culturais de acordo com as demandas apresentadas no decorrer do projeto (utilização de transporte da UFVJM); -Oferecimento de cursos, oficinas, vivências etc., em diferentes locais e para públicos diversos, de acordo com as demandas apresentadas no decorrer do projeto; -Apresentações coreográficas em diferentes locais de acordo com as demandas apresentadas no decorrer do projeto; Apresentação coreográfica e de trabalhos científicos no no Encontro de Educação Física e na SINTEGRA da UFVJM.
-Participação da equipe de planejamento (coordenadora, vice- coordenadora, colaboradores, voluntários e monitores) e de demais interessados (integrantes do projeto) em reuniões do Grupo de Estudos e Práticas das Ginásticas (GEPG); -Estudo e aprofundamento sobre as temáticas que envolvem o projeto; -Produção de pesquisas científicas sobre o projeto; -Planejamento sobre a publicação das pesquisas e participação em eventos científicos.
-Participação da equipe de planejamento (coordenadora, vice- coordenadora, colaboradores, voluntários e monitores) em reuniões para avaliação final do projeto; -Revisão de todas as atividades realizadas, cumprimento de objetivos e metas; -Discussão sobre pontos positivos e negativos ocorridos no projeto; -Dissertação de relatórios oficiais da PROEXC; -Reestruturação da proposta para dar continuidade ao projeto no ano seguinte.