Detalhes da proposta

Nenhum a menos: apoio escolar e educação popular para alunos do Ensino Fundamental I na Ocupação Vitória.

Sobre a Proposta

Tipo de Edital: Pibex

Situação: Aprovado


Dados do Coordenador

    Nome do Coordenador

    lara carlette thiengo

    Número de inscrição:

    20241012024421796

    Unidade de lotação:

    departamento de química

Caracterização da Ação

    Área do Conhecimento:

    ciências humanas

    Área temática principal:

    educação

    Área temática secundária:

    direitos humanos e justiça

    Linha de extensão:

    direitos individuais e coletivos

    Abrangência:

    local

    Vinculado a programa de extensão:

    programa de extensão popular na ocupação vitória

    Gera propriedade intelectual:

    Não

Membros

mario mariano ruiz cardoso Vice-coordenador(a)

tarcila mantovan atolini Vice-coordenador(a)

fernanda valim côrtes miguel Vice-coordenador(a)

rayssa nathalia rosa Voluntário(a)

fabiola de jesus lemos Voluntário(a)

Resumo

Trata-se de uma proposta que se pretende dar continuidade ao acompanhamento escolar e educação popular para alunos matriculados na escola regular no Ensino Fundamental I moradoras da Ocupação Vitória, situada no Bairro Cazuza, em Diamantina (MG). O projeto já está ocorrendo há um ano e é fruto de demanda das próprias lideranças e moradores(as) da Ocupação, que buscam apoio para dirimir os impactos das desigualdades sociais e educacionais, bem como a parceria da universidade pública para com os direitos e demandas dos movimentos socais. As ações do projeto, que tem como referência uma perspectiva de educação crítica e popular, envolvem: planejamento; organização de acervo de materiais didáticos; plantões de acompanhamento semanais, visando coloborar com diminuição da retenção escolar, distorção idade-série e especialmente com a consolidação de uma formação inicial de qualidade e crítica. Nesse sentido, o projeto está articulado a outros projetos de extensão que também trabalham com o acompanhamento escolar direcionado a outros níveis educacionais e áreas do conhecimento específicas, bem como integra o Programa de Extensão Popular na Ocupação Vitória.


Palavras-chave

Educação popular; direitos humanos; movimentos sociais


Introdução

Trata-se de uma proposta de acompanhamento escolar e educação popular para alunos matriculados na escola regular no Ensino Fundamental I moradoras da Ocupação Vitória, situada no Bairro Cazuza, em Diamantina (MG). O projeto já está ocorrendo há um ano e é fruto de demanda das próprias lideranças da Ocupação, que buscam apoio para dirimir os impactos das desigualdades sociais e educacionais, bem como a parceria da universidade pública para com os direitos e demandas dos movimentos socais. As ações do projeto, que temcomo referência uma perspectiva de educação crítica e popular, envolvem: planejamento; organização de acervo de materiais didáticos; plantões de acompanhamento semanais, visando coloborar com diminuição da retenção escolar, distorção idade-série e especialmente com a consolidação de uma formação inicial de qualidade e crítica. Nesse sentido, o projeto está articulado a outros projetos de extensão que também trabalham com o acompanhamento escolar direcionado a outros níveis educacionais e áreas do conhecimento específicas, bem como integra o Programa de Extensão Popular na Ocupação Vitória. Em pesquisa de Iniciação Científica e Trabalho de Conclusão de Curso realizada sobre as ações educacionais desenvolvidas no âmbito do Programa de Extensão Popular, Carine (2023) as ações de apoio escolar também desempenham um papel fundamental em incentivar a permanência dos moradores na escola e reduzir a evasão escolar, especialmente entre aqueles que enfrentam defasagens decorrentes do ensino remoto.


Justificativa

A justificativa central para a renovação desse projeto está relacionada: 1- a compreensão da função social que a Universidade pública tem a cumprir, isto é: socializar e democratizar o conhecimento científico e seus meios para produzi-lo com aqueles que produzem a riqueza social e, na maior parte das vezes, são negados do seu direito de acesso a essas instituições. 2- a necessidade de a universidade e a extensão estarem, cada vez mais, mais articuladas com os movimentos sociais e as demandas da classe trabalhadora como um todo. 3- a desigualdade social e educacional enquanto marca histórica do capitalismo brasileiro, que também faz parte da realidade diamantinense e o aprofundamento dessas desigualdades durante o período de pandemia,considerado especialmente seus impactos sobre a educação dos filhos da classe trabalhadora. 4- A a dificuldade das famílias trabalhadoras em auxiliar os estudantes nas atividades escolares, bem como a falta de infraestrutura ou de espaço minimamente adequado para estudar,dentre outras questões que expressam um contexto social marcadamente heterogêneo que compõem o quadro de aguda desigualdade social no país. 5- As principais dificuldades dos estudantes que participam/participaram do projeto neste ano, sendo: alfabetização, leitura e os fundamentos básicos da matemática, como também indica pesquisa de Carine (2023) Considerando o exposto e também resultados obtidos ao longo desse ano e que devem ser continuadas (aproximação com a comunidade, criação de laços com as crianças, ativa participação das crianças nos plantões) este projeto caracteriza-se como umprojeto de educação popular que busca continuar apoiando e acompanhando o processo formativo das crianças do Ensino Fundamental I na Ocupação Vitória. Cabe ressaltar que o projeto está fundamentado teoricamente a partir da pedagogia histórico-crítica, uma vez que se parte da compreensão que a educação é uma atividade prática mediadora no interior da prática social e que a escola, como parte concreta da sociedade, deveria serum espaço de socialização dos conhecimentos científicos, artísticos e culturais produzidos historicamente pela humanidade. Neste sentido, esta concepção rechaça a prática educativa somente centrada no cotidiano dos alunos, bem como reforça que não são satisfatórias as teorias que se apoiam no conhecimento passado ao educando de forma fragmentada, subjetiva e relativa (MARSIGLIA, 2011). Ao compreender a importância da escola enquanto espaço de socialização dos conhecimentos e também fazendo a crítica ao modo como ela, por vezes, se apresenta, é que se propõe este projeto extensionista que tem como objetivo principal acompanhar e apoiar a formação escolar dos estudantes do Ensino Fundamental I residentes na referida Ocupação. Ao enfocar o público do ensino fundamental I, entende-se que se torna necessário um trabalho mais específico, considerando a periodização do desenvolvimento e a relação dialética biológico-social, de modo a conhecer as “necessidades carenciais” do destinatário. (GALVÃO; LAVOURA; MARTINS, 2019) Por fim, frisamos que este projeto de extensão tem colaborado/pode colaborar de forma decisiva na formação dos acadêmicos, em termos de ampliação do universo de referência que ensejam o contato direto com as grandes questões contemporâneas, enriquecimento da experiência discente em termos teóricos e metodológicos e também abrem espaços para reafirmação e materialização dos compromissos éticos e solidários da universidadepública. No que concerne à relação ensino-pesquisa-extensão, entendemos que o projeto perfaz seu caráter de ensino na medida em que os estudantes estarão envolvidos diretamente com o processo de ensinoaprendizagem em um ambiente de educação não formal, permeado por problemáticas sociais, culturais econômicas e políticas, ampliando as possibilidades de compreensão da educação e da escola como projetos historicamente e socialmente determinados. É também notório o caráter de pesquisa do projeto, considerando o trabalho de diagnóstico da realidade em que o mesmo está inserido, bem como a atividade de pesquisa para dar conta das questões impostas pela realidade como indisciplina, violência e outras.


Objetivos

Objetivo Geral - Apoiar o desenvolvimento escolar/educacional de estudantes do Ensino Fundamental I que residem na Ocupação Vitória, visando o desenvolvimento cognitivo, psicomotor, social, crítico e afetivo. Objetivos específicos: - Produzir material didático direcionado às demandas do público, a partir dos fundamentos da educação popular. - Realizar plantões a semanais no período do contraturno escolar para o acompanhamento das atividades educacionais diversas; - Organizar oficinas bimestrais, considerando as principais dificuldades percebidas nos plantões e as principais advindas da prática social da comunidade. - Oferecer aos acadêmicos participantes do projeto, orientação pedagógica no planejamento e execução do acompanhamento escolar e das oficinas, bem como estimular o debate sobre a educação popular, de modo a mediar processos de tomada de consciência


Metas

Previsão de impacto direto: - Avançar no processo ensino aprendizagem das crianças ddo ensino fundamental I. - Colaborar com a consolidação dos processos de alfabetização e letramento - Estimular opensamento crítico a partir da prática social em questão. - Ampliar as possibilidades formativas dos extensionistas a partir: 1) do contato com a realidade local e os desafios da classe trabalhadora para efetivação do direito á educação de qualidade, laica e pública; 2) a relação com os movimentos sociais (neste caso, o MTST) e 3) do contato com dinâmicas, discussões e metodologias sobre educação não formal. Previsão de impacto indireto: -Estimular o interesse do público alvo em relação à importância da escola e o direito à educação; - Colaborarcom o desenvolvimento acadêmico dos estudantes - - Diminuir a retenção, evasão escolar e a disfunção idade-série


Metodologia

As atividades do projeto serão realizadas a partir do acompanhamento/reforço no contra turno escolar, de forma semanal em dias e horários definidos e distribuídos com base no calendário da UFVJM e disponibilidade dos acadêmicos. As atividades são conduzidas preferencialmente por equipe multidisciplinar e coordenada por bolsista do curso de pedagogia e professores supervisores. O planejamento das atividades será realizado pela equipe, tendo em vista o atendimento das temáticas de interesse e necessidades dos educandos, bem como a produção de materiais didáticos específicos. A condução das atividades fundamentar-se-á na utilização de estratégias lúdicas e motivadoras. Os acadêmicos deveram explorar e se apoiar nos recursos variados para aumentar o processo de estímulo ao aprendizado proposto e planejado com auxílio da Coordenação Pedagógica, nas reuniões da equipe (que ocorrerão mensalmente). O público alvo (crianças matriculadas no ensino Fundamental I) participarão dos plantões trazendo seus materiais escolares, atividades e trabalhos com os quais precisem de apoio. Nesse processo, também buscaremos identificar demandas formativas, especialmente no que se refere à leitura e escrita. São etapas do projeto: -Diagnóstico das principais demandas/defasagens educacionais junto ao público alvo - Mapear principais interesses das crianças e adolescentes da Ocupação - Formação para extensionistas do projeto considerando caracterização, reflexão, métodos e processos da extensão universitária; - Organizar calendário de atendimentos - Planejamento das atividades As atividades semanais terão duração média de 6 horas (doi turnos de 3 horas) Em termos avaliação do processo, as atividades serão registradas pelos estudantes extensionistas (equipes) a partir de portfólios com breve descrição das atividades, observações, número de participantes, fotos ou vídeos e materiais utilizados. Desse modo, propõe-se uma avaliação periódica da equipe, a partir da reflexão das experiências e também da leitura de textos norteadores. Os materiais coletados para observação devem subsidiar os encontros gerais e de formação com os alunos inseridos no projeto (e também nos projetos articulados), todavia, deverão ser respeitadas os requisitos éticos no que se refere ao direito à imagem e outros. Desse forma, apenas serão publicizados materiais com autorização prévia dos envolvidos (e responsáveis).


Referências Bibliográficas

DUARTE, N.(2016).Os conteúdos escolares e a ressurreição dos mortos: contribuição à teoria históricocrítica do currículo. Campinas, SP:Autores Associados. GALVÃO, A.C., LAVOURA, T. N., & MARTINS, L. M. (2019). Fundamentos da didática histórico-crítica.Campinas, SP: Autores Associados MARSIGLIA , Ana Carolina Galvão. A prática Pedagógica Histórico-Crítica na educação infantil e ensino fundamental. Campinas – SP: Autores Associados, 2011 UNICEF. Cenário da Exclusão Escolar no Brasil. Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/relatorios/cenario-da-exclusao-escolar-no-brasil Acesso em: 27.02.2022


Inserção do estudante

Os estudantes participantes do projeto atuarão diretamente no acompanhamento escolar, tendo contato direto com o público alvo da ação. O planejamento e organização das atividades serão elaborados em conjunto com a equipe de extensionistas e professores supervisores. Além disso, os estudantes deverão participar das reuniões de formação e avaliação organizadas pelo projeto com o objetivo de conhecer as refletir sobre a prática e metodologias específicas da educação popular. Destaca-se que as ações de extensão são significativas para os estudantes, pois promovem a interação e o convívio com o público das comunidades, potencializa compreensão mais ampla da realidade brasileira, dos movimentos sociais, o que pode colaborar com a construção de uma visão crítica acerca das desigualdades incorporação de novas práticas, trocas de experiências, trabalho em equipe, possibilidades de participação em eventos e de produção científica.


Observações

Esta proposta extensionista é de grande relevância para a população mais pauperizada de Diamantina, que também é a que mais sofre com a negação de vários direitos básicos. Cabe à Universidade Pública olhar para esta realidade bem como se articular de forma mais efetiva às demandas da classe trabalhadora e as lutas dos movimentos sociais. Ressaltamos ainda que a luta pela educação pública e gratuita e a luta pelo direito à moradia, pela dignidade deste movimento, não podem ser apartadas. Por isso, é tão importante que essas sejam as lutas travadas pela universidade pública.


Público-alvo

Descrição

O público alvo deste projeto de extensão são as crianças moradoras da Ocupação Vitória que estejam matriculadas na Educação Infantil e Ensino Fundamental I. Ressalta-se que na Ocupação Vitória moram aproximadamente 140 famílias e a maioria possui crianças e adolescentes em idade de escolarização.

Municípios Atendidos

Município

Diamantina

Parcerias

Participação da Instituição Parceira

O projeto será realizado em parceria ativa com a própria Ocupação Vitória, situada no Bairro Cazuza, em Diamantina. Caberá às lideranças da Ocupação: divulgar ações do projeto e dinâmica de inscrição; estimular a participação das crianças e adolescentes; ceder o espaço para a realização das atividades; levantar demandas e mediar comunicação/aproximação com os responsáveis pela crianças. Ressalta-se que a Ocupação inaugurou no mês de março de 2022 um centro de referência educacional, sendo este um espaço construído de forma coletiva pela comunidade para aglutinar ações educativas.

Cronograma de Atividades

Periodicidade Semanalmente
Descrição da Atividade

Atividades de acompanhamento escolar para alunos matriculados na Educação Infantil e Ensino Fundamental I Terão início em fevereiro em virtude do recesso escolar da educação básica.

Periodicidade Anualmente
Descrição da Atividade

Seleção de Bolsistas

Periodicidade Mensalmente
Descrição da Atividade

Reuniões de avaliação e planejamento entre todos os bolsistas e coordenadores do Programa de Extensão Popular na Ocupação Vitória

Periodicidade Mensalmente
Descrição da Atividade

Descrição da atividade:Semanalmente, a equipe de trabalho se reunirá para elaborar materiais didáticos e propostas pedagógicas que atendam as necessidades apresentadas pelo público alvo naquele mês

Periodicidade Anualmente
Descrição da Atividade

Elaboração de Relatório parcial

Periodicidade Anualmente
Descrição da Atividade

Ao final do ano de projeto, os acadêmicos deverão apresetar seus portifólios, com registro das observações (texto, vídeo ou fotos). A comunidade será convidada a participar desse momento de avaliação e reflexão, indicando suas perpecções sobre o projeto. O objetivo é que osacadêmicos reflitam sobre o processo, a experiência , as metodologias e a relação com a comunidade. A partir dessa avaliação e das avaliações processuais deverá ser organizado o relatório final.