O Projeto de Extensão "FAMED de Portas Abertas" busca apresentar e incentivar crianças e adolescentes matriculados em escolas públicas do Alto Vale do Jequitinhonha a participarem do ambiente universitário. Inicialmente as escolas parceiras recebem visitas dos membros do projeto de extensão e, posteriormente, a Faculdade de Medicina (FAMED) e o Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPGCS), no Campus JK da UFVJM, abrem as portas para que os estudantes do ensino fundamental e médio passem por uma verdadeira imersão na Universidade.

Universidade; Escolas; Diamantina; Medicina; Graduação, Pós-graduação.

O Projeto de Extensão FAMED de Portas Abertas, através de atividades previstas no Projeto Pedagógico da Faculdade de Medicina e nos projetos de pesquisa vinculados ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPGCS), busca apresentar e imergir crianças e adolescentes matriculados em escolas públicas do Alto Vale do Jequitinhonha na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - Campus JK. Diamantina está localizada no Alto Vale do Jequitinhonha com uma população de 47.924 habitantes, segundo dados do IBGE (2021). De acordo com o último Censo (2010), 38,4% dessa população tem rendimento nominal mensal per capita de até ½ salário mínimo. A vulnerabilidade social representa uma situação desfavorável de um grupo em relação a outros. Nesse sentido, populações que vivenciam situações de adversidade em seu cotidiano, associadas a fatores de risco que afetam negativamente as pessoas e seu cotidiano, inclusive a pobreza e a consequente insegurança alimentar, estão em situação de vulnerabilidade social (SCOTT et al., 2018). Por conseguinte, para se obter uma reparação e correção no acesso à educação por essas populações negligenciadas, na última década foram promulgadas políticas de ações afirmativas com propósitos de garantir o acesso ao ensino superior e técnico de estudantes com baixa renda, pretos, pardos e indígenas (SAVI, 2022). Entretanto, mesmo com as mudanças adquiridas, um estudo recente (CENTRO SOU CIÊNCIA, 2021) revelou que quase 40% dos brasileiros não sabem sequer a função de uma universidade pública. Seguindo esta perspectiva, o projeto proposto pretende viabilizar a visitação de crianças e adolescentes matriculados em escolas públicas do Alto Vale do Jequitinhonha às dependências da UFVJM. Bem como possibilitar a visita dos universitários participantes do projeto de extensão às instituições convidadas. Nesse contexto, as visitas escolares se mostram uma importante estratégia para o processo ensino-aprendizagem, uma vez que motivam os alunos e permitem que eles aprofundem o conhecimento acerca da realidade social observada no novo ambiente (VIVEIRO; DINIZ, 2009). Dessa maneira, as diversificações das atividades didáticas contribuem para um maior envolvimento dos estudantes e possibilita um maior entendimento dos interesses individuais de cada um (ZABALA, 2010). Sendo assim, no projeto de extensão “FAMED de portas abertas”, os discentes da UFVJM poderão, por meio da observação direta da realidade, conhecer novas lógicas de organização educacional, social e cultural. Assim como alguns alunos de escolas públicas de Diamantina e região terão a oportunidade de vivenciar as atividades praticadas na Universidade, o espaço em que ela está inserida e como adentrá-la como parte pertencente.

Marcadas, por um longo período, pelas características elitistas e voltadas exclusivamente para o ensino, as primeiras instituições de ensino superior brasileiras foram fundadas como agregações de faculdades já existentes. A primeira delas, a Universidade do Rio de Janeiro, foi originada pela união das Escolas Politécnica, de Medicina e de Direito em 1920 (SOUZA, et al. 2019). Em seguida, outras instituições foram estabelecidas da mesma forma, como a Universidade Federal de Minas Gerais em 1927 e a Universidade de São Paulo em 1934 (FLORES, 2017). Posteriormente, a Reforma Universitária de 1968 e a Constituição Federal de 1988 transformaram as universidades como conhecemos hoje: com sistemas departamentais, pós graduação e indissociabilidade entre o ensino, a pesquisa e a extensão (PAULA, 2009). A Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri fundada em 2005 foi responsável por possibilitar a inserção e prosseguimento de formações acadêmicas de jovens inseridos nos Vales do Jequitinhonha e do Mucuri. A instituição se destaca como importante desenvolvedora econômica e sociocultural da região (UFVJM, 2022). O curso de Medicina da UFVJM foi fundado em 2014 como resultado da Política Nacional de Expansão das Escolas Médicas das Instituições Federais de Educação Superior (IFES). Desde sua fundação, mais de 150 médicos com potencial atuação no Vale do Jequitinhonha foram formados, e cerca de 360 estudantes fazem parte de seu corpo discente. O curso de graduação mostra seus ótimos resultados, apresentando pontuação máxima no último Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes, possuindo o 3º melhor conceito dentre os cursos de Medicina participantes do exame no Brasil. O PPGCS foi aprovado pela Capes em junho de 2020. O programa objetiva formar profissionais de saúde, em nível de mestrado e doutorado, críticos e éticos, dotados de sólida base científica e humanística e comprometidos com intervenções transformadoras da sociedade; com competências e habilidades para a docência na graduação e pós-graduação, para a extensão, para o planejamento, implementação e divulgação de pesquisas de relevância, além de atuar no desenvolvimento tecnológico e de inovações nas Ciências da Saúde. O local escolhido para a implementação da FAMED e do PPGCS, tem como título o "Vale da Miséria", apelido incorporado ao Vale do Jequitinhonha na década de 1970 e utilizado até hoje como forma de adjetivar uma das regiões mais empobrecidas no Brasil (ZHOURI, 2005). Em Diamantina há 16 escolas de anos finais do ensino fundamental de educação básica, entre públicas, privadas, urbanas e rurais. Em comparação com os índices do estado de Minas Gerais, o município apresenta percentuais mais elevados de reprovação e abandono escolar em escolas estaduais nos anos finais do ensino fundamental (DE ALMEIDA, 2018). Por conseguinte, apenas uma pequena parcela dos estudantes de escolas públicas em Diamantina está inserida na UFVJM, uma instituição de ensino superior pública com sede na própria cidade. Nesse sentido, o projeto de extensão FAMED de Portas Abertas permitirá que alunos dos ensinos fundamental e médio de escolas públicas no Alto Vale do Jequitinhonha passem um dia como "discentes" do curso de Medicina e do PPGCS através de aulas, visitas à Universidade e outras atividades a fim de incentivar a permanência no ensino escolar e o prosseguimento dos estudos para adentrar no ensino superior. Várias escolas presentes em comunidades do Alto Jequitinhonha não possuem o ensino médio, sendo necessário o deslocamento dos estudantes para outras regiões, após o término do 9º ano do ensino fundamental. É o caso das comunidades de Sopa e Maria Nunes, em Diamantina, nas quais os alunos devem continuar seus estudos em escolas respectivamente de Diamantina e Inhaí. Tal fato apresenta-se como um dificultador da permanência escolar, tendo-se altos índices de evasão nestas localidades devido às próprias vulnerabilidades sociais, e a distância de suas residências até o novo colégio. Por isso, são selecionados para a participação no projeto, estudantes dos anos finais dos ensinos fundamental ou médio. As atividades descritas do projeto de extensão FAMED de Portas Abertas ocorreram como ação de extensão em 2022 e como projeto de extensão de fluxo contínuo em 2023. As visitas às escolas ocorreram como o primeiro contato entre os estudantes da UFVJM e os adolescentes participantes do projeto. Com o objetivo de iniciar um ambiente de estudo e estreitar a convivência entre eles, realizamos oficinas educacionais, com temáticas sugeridas pelos próprios professores locais, como educação sexual, educação em saúde e vestibular. Além da própria instituição de ensino, consideramos fundamental compreender as realidades identitárias e sociais de nosso público alvo. Dessa forma, imergimos nas comunidades através de diversas visitas, especialmente nos distritos de Diamantina, conhecendo os moradores e suas principais características culturais e socioeconômicas. Após a inserção, as Escolas Municipais de Sopa e Maria Nunes; as Escolas Estaduais Governador Juscelino Kubitschek, em São João da Chapada; Professora Gabriela Neves, Professora Ayna Torres e Professor Gabriel Mandacaru, em Diamantina; além da Vila Educacional de Meninas (VEM) participaram das acões, selecionando 150 estudantes para visitarem a UFVJM. Em ambas oportunidades, questionários foram aplicados para os estudantes das escolas participantes do projeto de extensão. Os dados confirmam o desconhecimento da comunidade sobre a Universidade. Enquanto 89,6% (i.e. 121 pessoas) dos estudantes das escolas participantes do projeto de extensão afirmaram saber da existência da UFVJM, apenas 33% (i.e. 46 pessoas) já tinham visitado algum dos campi. Em nossa primeira edição, perguntamos sobre os custos para se estudar na UFVJM através de alternativas, as quais os adolescentes deveriam julgar em verdadeiras ou falsas. Nesse sentido, 32,4% dos estudantes marcaram como certa a alternativa "para estudar na UFVJM é necessário realizar pagamento de mensalidade de acordo com a sua renda”. Por outro lado, 45,6% marcaram como errada a alternativa "estudantes da UFVJM podem viver na Moradia Estudantil sem pagar nada, tendo acesso à internet, água e energia”. Já em nossa segunda edição, tivemos perguntas focadas no ingresso à UFVJM. Dos 67 estudantes participantes que responderam ao questionário, 62,7% (i.e. 42 pessoas) afirmaram não saber quais os meios para o ingresso à Universidade. Dos 37,3% (i.e. 25 pessoas) adolescentes que afirmaram saber, 60% (i.e. 15 pessoas) responderam com as palavras-chave ENEM ou SASI a pergunta discursiva: “Quais os meios para se entrar na UFVJM?”. Nesta mesma edição, fornecemos também um questionário ao final do encontro, para fins de comparação. Dessa forma, em um primeiro momento, 74,6% (i.e. 50 pessoas) dos estudantes responderam que têm vontade de estudar na UFVJM. Ao realizar a mesma pergunta ao final das atividades, dos 58 estudantes que aceitaram responder, 94,8% (i.e. 55 pessoas) revelaram ter a vontade de estudar na Universidade. Tais dados foram apresentados no II Congresso de Ciências da Saúde da UFVJM, com o trabalho intitulado "Projeto de Extensão FAMED de Portas Abertas: a Perspectiva de Alunos de Escolas Públicas de Diamantina Acerca do Ensino Superior e da UFVJM". Nesta oportunidade, fomos premiados como melhor resumo expandido da graduação no evento. Para a consolidação do projeto, ressaltamos sua indissociabilidade do eixo ensino-pesquisa-extensão. A extensão se dá dentro das escolas e no próprio campus da UFVJM, locais onde ocorrerão as trocas de saberes e experiências, inserindo os discentes da UFVJM na comunidade e abrindo-se as portas da universidade para ela. Ademais, as próprias atividades ministradas nas escolas e na universidade destacam o eixo do ensino, no qual discentes e docentes da UFVJM ministrarão atividades de conteúdos programáticos dos projetos pedagógicos do curso de Medicina e da Pós-Graduação em Ciências da Saúde para os jovens das escolas. Por fim, uma investigação científica se dá ao aplicarmos os questionários em busca de resultados acerca do conhecimento da comunidade acerca da universidade e sua percepção sobre o projeto de extensão. De acordo com as justificativas abordadas, o projeto se articula com a Política de Extensão da UFVJM na área temática de Educação, visando o conhecimento acerca da Universidade pela população diamantinense, especialmente crianças e adolescentes. A execução das visitas nas escolas e a vinda dos alunos dessas instituições ao Campus JK da UFVJM, enquadra o projeto de extensão na linha extensionista de Espaços de Ciência. Isso se dá devido a difusão da ciência nas próprias escolas e na Universidade de modo a fomentar o interesse dos alunos da educação básica em adentrar futuramente no ensino superior. É notável que a experiência proporcionada pelo projeto trouxe a vontade de pertencer a uma universidade, ao aproximar os adolescentes da realidade universitária de uma instituição local. Portanto, o "FAMED de Portas Abertas" desempenha um papel fundamental na promoção da igualdade de oportunidades educacionais e no fortalecimento dos laços entre a universidade e a comunidade local. Buscamos, por conseguinte, através de pequenas mudanças na metodologia, ampliar o alcance e otimizar o projeto de extensão.

Objetivo Geral Apresentar o funcionamento, estrutura e aspectos pedagógicos da Faculdade de Medicina e do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da UFVJM, em Diamantina/MG, para crianças e adolescentes matriculados em escolas públicas localizadas no município. Objetivos Específicos Incentivar a entrada e permanência de estudantes provenientes de escolas públicas do Alto Vale do Jequitinhonha no ensino superior. Possibilitar o contato dos de estudantes provenientes de escolas públicas de Diamantina com a pesquisa científica desenvolvida no âmbito do PPGCS; Contribuir na mitigação da evasão e reprovação nas escolas diamantinenses participantes do projeto; Apresentar aos professores das escolas públicas o espaço e o funcionamento da Universidade para que estes repassem o conhecimento para seus alunos. Estreitar a relação entre instituições de ensino básico e superior mediante visitação dirigida à Universidade e às escolas, disponibilizando parte de sua estrutura física e intelectual a serviço das crianças e adolescentes; Ensinar e abordar para crianças e adolescentes conteúdos de saúde e Medicina através das atividades desenvolvidas no dia da visita às escolas e ao Campus JK; Fortalecer o vínculo entre os acadêmicos do curso de Medicina e do PPGCS, integrando a graduação e a pós-graduação na UFVJM. Integrar a Direção, Coordenação, discentes , docentes e técnicos-administrativos da FAMED/UFVJM e do PPGCS; Integrar os alunos das diferentes escolas do município de Diamantina participantes da extensão.

Impactos Diretos Desenvolvimento de habilidades pelos discentes de graduação e pós-graduação da FAMED no âmbito de produção de eventos e trabalho em equipe; Integração de docentes, técnicos administrativos e discentes com a participação na comissão realizadora de, pelo menos, 40 (quarenta) integrantes dos três setores; Visitação e realização de atividades pelos membros do projeto de no mínimo 04 (quatro) escolas de Diamantina. Visitação ao Campus JK de no mínimo 30 (trinta) e no máximo 200 (duzentas) crianças/adolescentes frequentadores de pelo menos 04 (quatro) escolas públicas de Diamantina/MG; Realização de no mínimo 05 (cinco) atividades práticas de demonstrações científicas, com metodologias ativas e de imersão da Medicina, desenvolvida para as crianças/adolescentes participantes da ação por discentes, docentes e técnicos administrativos da FAMED e PPGCS; Integração entre os alunos de uma mesma escola ou de escolas diferentes através de dinâmicas esportivas e apresentações culturais. Realização de um vídeo com depoimentos e entrevistas sobre a ação para divulgação e recordação dos participantes. Impactos Indiretos Ampliação das discussões sobre a importância e repercussão da UFVJM no espaço em que ocupa. Experimentação de modelos de gestão de equipes para os participantes do projeto, incluindo-se técnicos administrativos e professores colaboradores; Estimular o estudo das crianças e adolescentes por meio de informações sobre acesso e permanência na universidade; Estimular reflexões sociais nos discentes da FAMED a partir da observação e exploração dos problemas presenciados na realidade das escolas. Projetar a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri como interessada no fomento de atividades de extensão com contato direto com a comunidade abordada. Geração de vínculos e memórias afetivas para os alunos das escolas, que lembrarão por um longo período do dia em que visitaram a universidade. Estreitar as relações de estima entre discentes do curso de Medicina da FAMED e do PPGCS UFVJM, professores e técnicos administrativos que participarão das ações. Apresentação da Universidade para outros alunos das escolas através dos professores participantes da ação.

O projeto de extensão “FAMED de portas abertas” se desenvolverá em dois ciclos semestrais, com alunos do 8º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio de, no mínimo, quatro escolas do Alto Vale do Jequitinhonha convidadas. Dentro desse contexto, cada ciclo, que contará com no mínimo duas escolas, irá se desenvolver em quatro etapas: (1) planejamento da visita ao Campus JK (2) visita ao Campus JK (3) visita às escolas e (4) discussão e divulgação de resultados; A primeira etapa do ciclo (1) consiste na preparação e planejamento da visita das crianças e adolescentes na Faculdade de Medicina / UFVJM e ao PPGCS. Nesse sentido, serão realizadas reuniões semanais até a data de cada evento para definição, aprimoramento e elaboração das atividades a serem desenvolvidas. É neste momento que será confeccionada uma apostila contendo as principais atividades desenvolvidas no dia, de forma que o estudante visitante poderá acompanhá-las durante as experimentações e, posteriormente, guardar o material para lembrança. Ademais, nesta etapa cada escola convidada selecionará entre 15 (quinze) e 20 (vinte) alunos para participação na visita ao Campus JK. Tais estudantes podem estar matriculados do 8º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio, a depender da disponibilidade da própria escola. Os métodos de seleção destes estudantes serão determinados pela direção da escola, podendo ser feito sorteio, ranking de comportamento ou notas. Por fim, em colaboração com a escola, os responsáveis de todos os alunos participantes deverão assinar uma autorização para o deslocamento até a UFVJM e um Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE) para uso de imagem. Caso a equipe da comissão organizadora do projeto ainda seja insuficiente, nesta etapa também acontecerá um processo seletivo para que novos discentes da FAMED e PPGCS possam participar do projeto de extensão. A segunda etapa (2) consiste na vinda dos alunos acompanhados de professores escolares participantes do projeto ao Campus JK da UFVJM, através de transporte oferecido pela própria escola ou pela UFVJM. Inicialmente, os próprios discentes do curso de Medicina farão uma entrega simbólica de empréstimo de seus jalecos para os alunos utilizarem durante a visita. Nesse sentido, as crianças e adolescentes passarão uma manhã imersos na Faculdade de Medicina e no Programa de Pós Graduação em Ciências da Saúde, participando de atividades relacionadas à anatomia, histologia, semiologia e saúde mental nos Laboratórios de Habilidades Clínicas, de Simulação I, Morfofuncional I e biotério acompanhados de docentes e técnicos da UFVJM, em conjunto com discentes da graduação em Medicina e da pós-graduação. Para além disso, o Centro Acadêmico Livre de Medicina (CALMED-JK) desenvolverá uma atividade englobando novamente as formas de entrada na Universidade. A Atlética do curso de Medicina ficará responsável por uma apresentação cultural com música e outras dinâmicas. Para registro e divulgação da ação, discentes do Projeto de Extensão Cais pela Estrada: valorização de tradições e saberes do Alto Vale do Jequitinhonha ficarão responsáveis pela captação de entrevistas, fotografias e gravações da ação. Para fins de pesquisa, ao chegarem no Campus JK, os estudantes das escolas responderão a um questionário sobre a percepção acerca da UFVJM, sobre dados socioeconômicos e perspectivas profissionais no futuro. Ao final do dia, um novo questionário será aplicado para compreendermos a avaliação do projeto e uma mudança na perspectiva dos estudantes. Com a finalização das atividades, cada grupo seguirá com destino à escola em que estuda no transporte disponibilizado. Em sua terceira fase (3), os estudantes da UFVJM realizarão atividades nas próprias escolas. Nas últimas edições do projeto, realizamos as visitas antes do conhecimento ao Campus JK. Entretanto, compreendemos que a realização posterior a este momento é capaz de gerar maiores participações e vínculos entre os universitários e os estudantes escolares. As atividades desenvolvidas neste momento refletem demandas das próprias escolas, podendo-se abordar temáticas como educação em saúde, educação sexual, vestibulares e saúde mental. Durante a visita, os estudantes da UFVJM terão a oportunidade de conhecer a realidade educacional do público alvo deste projeto de extensão. Ademais, acontecerá uma conversa sobre os aprendizados durante a visita a UFVJM, podendo-se ser aplicado mais um questionário para compreendermos as percepções a longo prazo do projeto. Em sua última fase (4) uma análise e discussão dos dados obtidos serão realizados pelos membros do projeto de extensão, com base nos registros audiovisuais obtidos, juntamente com os questionários aplicados antes e depois do evento. Por fim, um curta-metragem em formato de documentário será disponibilizado para divulgação nas redes sociais e enviado aos pais das crianças e adolescentes para recordação. No segundo semestre, um novo ciclo se completa com, no mínimo, duas escolas diferentes do primeiro ciclo.

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Os estudantes da Faculdade de Medicina da UFVJM, graduandos e pós-graduandos, participarão de todas as atividades planejadas no dia da ação, além de também contribuírem com o planejamento destas ações ao longo do semestre. Nesse sentido, conforme descrito anteriormente, os discentes da UFVJM realizarão visitas às escolas convidadas, onde poderão explorar os aspectos sociais, culturais, históricos e acadêmicos do espaço, o que privilegia a participação direta dos alunos no processo de reflexão. Além disso, uma programação multifacetada está sendo planejada: uma parte dos estudantes acompanharão as crianças e jovens nos grupos formados criando-se laços com as comunidades do Alto Jequitinhonha, outra parte dos discentes atuará em atividades específicas ao ensinar as crianças e jovens matérias como primeiros socorros, o adentramento na Universidade, o funcionamento da biblioteca e do biotério, saúde mental, semiologia, histologia e anatomia básica. Por fim, todos os estudantes terão oportunidade de criar laços entre si, entre a graduação e pós-graduação, com os estudantes das escolas e com os professores e técnicos da Universidade.

Diamantina é uma cidade com população de 47.924 pessoas, segundo dados do IBGE (2021). Segundo o último censo (2010), 38,4% dessa população tem rendimento nominal mensal per capita de até ½ salário mínimo. Nesse sentido, este trabalho pretende investigar qual a relação das crianças e jovens matriculados em algumas escolas públicas do município com a UFVJM. Inicialmente, todas as atividades previstas para serem realizadas no projeto serão apresentadas aos funcionários das escolas convidadas e os alunos serão questionados sobre temas que gostariam de conhecer na Universidade. Por conseguinte, são muitos os saberes trazidos pela comunidade até os discentes, que terão a oportunidade de conhecer a realidade educacional, social e cultural das crianças de modo a fomentar o desenvolvimento pessoal dos discentes.