Visitante
Caminhos para a Universidade: Fortalecendo a Identidade Negra nas Escolas Públicas de Diamantina e Região
Sobre a Proposta
Tipo de Edital: Pibex
Situação: Aprovado
Dados do Coordenador
ana paula nogueira nunes
20241012024487527
faculdade de ciências básicas e da saúde - fcbs
Caracterização da Ação
ciências sociais aplicadas
direitos humanos e justiça
educação
educação profissional
regional
Sim
Membros
juliano gonçalves pereira
Vice-coordenador(a)
carla da conceição de lima
Voluntário(a)
bruno novelino vittoretto
Voluntário(a)
ana luisa batista pimenta
Voluntário(a)
érisson josé guerra dos santos
Bolsista
claudia regina
Voluntário(a)
andrielle ariane morais dos santos
Voluntário(a)
Este projeto é vinculado ao Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI). O NEABI é um espaço de formação que vem sendo construído na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM com o objetivo de fomentar e discutir questões étnico-raciais e indígenas da sociedade brasileira, principalmente dos Vales de Minas Gerais, visando ao combate ao preconceito e à discriminação racial. Para ao referente Edital a ideia principal é aproximar a UFVJM de crianças e jovens negros (as), matriculados nas escolas públicas de ensino fundamental e médio do município de Diamantina-MG e região. Considerando que a nossa região tem aproximadamente 64% das pessoas autodeclaradas negras e estamos no estado com o 3º maior quantitativo de comunidades quilombolas, sobretudo na região de abrangência da UFVJM, o projto visa também trazer a discussão sobre acesso à UFVJM e as cotas socio-raciais, contribuir com a implementação das Leis 10.639/2003 e 11.645/2008 e também trazer de forma descontraída os cientistas negros que estão ocupando seu lugar de direito na UFVJM, seja como discente, técnico ou docente.As ações contarão com a metodologia de construção compartilhada, onde ao longo da sua execução, todos os participantes terão autonomia para partilharem experiências e eventuais dúvidas, buscando uma formação coletiva, a fim de superar as práticas discriminatórias que atrapalham o acesso da juventude negra ao ensino superior. É esperado que com a realização dessas atividades não só os jovens negros e negras, nosso público alvo principal, sejam alcançados, mas também toda a comunidade acadêmica e escolar.As atividades serão acompanhadas e avaliadas de forma conjunta, por meio de reuniões regulares entre o coordenador do projeto, o bolsista e os colaboradores.
população negra, educação, racismo, acesso
O presente projeto é uma iniciativa realizada no campo de ação do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI) da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM, em parceria com o Programa de Educação Tutorial (PET) – Conexão dos Saberes, atendendo ao princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, promovendo desta maneira, ações de aproximação da universidade com a comunidade externa, com foco em alunos (as) negros (as) de escolas públicas do município de Diamantina-MG, visando difusão e despertar do interesse pelo saber científico e trazendo a possibilidade de ingresso no ensino superior, como uma realidade possível e real. Nas últimas décadas, graças às lutas travadas pelos movimentos sociais negros, políticas públicas de caráter afirmativo, como a lei 12.711/12 - Lei de cotas, foram implementadas a fim de oportunizar e democratizar o acesso a educação superior, contudo, essas medidas ainda não são suficientes para o alcance efetivo dos sujeitos de direito, sobretudo na UFVJM. Partindo dessa perspectiva, o projeto surge como uma importante iniciativa para enfrentar essa realidade e fortalecer os laços entre a universidade e a juventude negra do ensino básico, podendo desta maneira contribuir também com a efetivação das Leis 10639/2003 e 11645/2008, que torna obrigatório o ensino das histórias e culturas africanas e afro-brasileiras aos estudantes de educação básica. A interação entre a universidade e as escolas públicas, desde as fases iniciais da formação, mostra-se como uma importante ferramenta de aproximação desses sujeitos com realidades possíveis, ressignificando o imaginário de possibilidades limitadas, apresentadas ao longo da construção destes na sociedade. É possível trazer desta maneira, um novo panorama, com a presença de intelectuais negros na história das ciências e suas contribuições para a sociedade a partir de invenções e inovações tecnológicas e cientificas, e, principalmente, apresentar o caminho percorrido por nós, pessoas negras “comuns”, assim como eles, que escolhemos trilhar a carreira acadêmica. Desta forma, espera-se provocar uma nova perspectiva, relação de pertencimento a esse lugar que tanto nos foi negado, assim como potencializar o papel da representatividade, na construção e formação destes indivíduos. Presume-se que através deste projeto, a partir da realização de oficinas in loco, nas escolas públicas, que estes (as) alunos (as) negros (as) se apropriem do conhecimento e que, ao conhecer e se aproximar de seus semelhantes, que trilharam esse caminho, se reconheçam como capazes de acessar a academia, produzir e reproduzir ciência, especialmente na UFVJM.
No Brasil, o acesso ao ensino superior, ainda não é uma realidade para grande parte da população negra. De acordo com dados do IBGE, a população analfabeta, em 2022, alcançou o número de 9.560.000 pessoas, sendo que aproximadamente 73% destas são representados por sujeitos pretos e pardos. Já aqueles que acessaram a educação básica e posteriormente o ensino superior, são representados por apenas 47% da população negra, uma taxa com elevação de apenas 2% em comparação ao ano de 2016 (IBGE, 2023). Ao realizar uma análise histórica, é perceptível uma ascensão no acesso à educação, para todos os grupos raciais, porém brancos e amarelos, apresentam uma concentração desproporcional em níveis mais elevados. Esta desigualdade no acesso e progressão no curso educacional é demarcada também pela raça/cor dos estudantes, visto que os indicadores encontrados para negros é inferior aos encontrados para brancos (Artes e Ricoldi, 2015; Campos et al., 2022). Porém, é necessário também um olhar cuidadoso para as fases iniciais da educação formal, onde as crianças além da formação educacional, também estão na construção de sujeitos, que irá refletir na continuidade no percurso educacional e nos caminhos trilhados. As desigualdades educacionais a partir de um olhar racializado, se iniciam nos primeiros anos da educação formal e estão associadas ao racismo na educação infantil, que se mantém através de práticas e atitudes racistas, perceptível pelas próprias crianças e também professores, reforçando a necessidade de fomento de políticas públicas voltadas à formação inicial e continuada para professores da educação infantil, no que diz respeito às relações étnico-raciais (Lino e Araujo, 2023). Uma importante ferramenta, que apoia o remodelamento do ensino de história na educação básica, é a aprovação da Lei 10.639/03, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira, permitindo que haja desmistificação do preconceito e racismo, como contrapartida ao ensino até então veiculado, onde a visão eurocêntrica era privilegiada e tida como verdade absoluta, como reitera Felipe e Teruya (2014), visto que livros didáticos e demais produções bibliográficas, ainda mantem a anulação da participação de africanos e afrodescentendes na construço intelectual e material do país, contribuindo desta maneira, para que sujeitos negros sejam sub-representados. Para Carneiro e Russo (2020), a representatividade no ambiente escolar amplia o reconhecimento de identidade, autoestima, autovalorização e empoderamento de crianças negras, que cotidianamente não se vêem representadas em outros recursos, como os midiáticos e os brinquedos. Os brinquedos são os primeiros objetos para os quais as crianças oferecem cuidado e carinho, desta maneira, quando não se sentem representados nestes objetos, podem ter sua autoestima influenciada negativamente. É também na infância, durante as brincadeiras, que se iniciam os primeiros apontamentos para o que "ser quando crescer", desta maneira, a sub-representatividade, pode ser também um fator de cercear possibilidades e sonhos de crianças negras. Para Oliveira et.al. (2023), mesmo com a aprovação da Lei 10.639/03, ainda observa-se baixa presença de pessoas negras e pobres, assim como a ausência de reconhecimento daquelas que acessam a carreira científica, reforçando a necessidade de ações voltadas para a valorização de profissionais negros, suscitando suas contribuições para o desenvolvimento social e científico, assim como contribuir no desenvolvimento de sujeitos negros, com consciência racial e sentindo-se representados por seus pares. Um outro marco histórico que reforça tais necessidades, é a aprovação da Lei 12.711/2012, que cria o sistema de cotas, para acesso ao ensino superior. Porém, apesar de ações afirmativas destinadas a grupos minoritários terem sido implementadas no inicio deste século, o acesso de estudantes negros oriundos de escolas públicas à educação superior ainda é limitado, especialmente na UFVJM. Um dos motivos da não efetivação dessas ações parte da dificuldade de reconhecer o protagonismo e a criatividade de pessoas negras, relacionada, em parte, a uma perspectiva eurocêntrica e racialista que considera os indivíduos negros e negras como inferiores. Segundo a visão decolonial, essa atitude é uma estratégia da colonialidade para manter os sujeitos não brancos em posições subalternas e sub-humanas. A insistência em uma única perspectiva limita as oportunidades dos jovens negros, assim como foi com seus antepassados, aprisionando-os em realidades sociais e históricas extremamente injustas (ONAI LUJ, 2019). Partindo desta lacuna da representatividade e necessidade de mudanças de paradigmas sobre o papel do negro na sociedade, principalmente na esfera científica, este projeto se propõe a fazer com que seja reconhecido a participação dos nossos antepassados negros na produção de ciência, bem como o protagonismo de negros e negras em diversas áreas atualmente, especialmente na UFVJM e comunidade do entorno, e a partir disso, ampliar o leque de possibilidades para que jovens possam sentir-se pertencentes à academia e sejam incentivados a ingressarem na universidade. Como observa Gomes (2012), é muito dificil construir uma identidade negra positiva em uma sociedade que, historicamente, ensina aos negros que para ser aceito é preciso negar-se a si mesmo, um desafio enfrentado pelos negros e pelas negras brasileiros(as) desde muito cedo. Contudo, como argumenta Onai Luj (2019), é revolucionário entender que nas favelas e nos territórios negros, embora se sobressaiam talentos para o futebol e a música, existem potenciais para todas as áreas de conhecimento como a física, robótica, medicina e várias outras. Ainda segundo Gomes (2012), essa construção da identidade pode ser entendida como um processo contínuo, construído pelos jovens negros e negras nos vários espaços - institucionais ou não - nos quais circulam. A escola e a universidade são exemplos desses espaços institucionais citados, desta forma, a proposta de fortalecimento da construção de identidades negras no interior desses locais institucionais, apontado nesse projeto, vincula-se às áreas temáticas do Regulamento das Ações de Extensão da UFVJM denominadas “Direitos Humanos e Justiça” e “Educação", bem como às linhas de extensão intituladas “Espaços de Ciência”, Grupos Sociais Vulneráveis” e "Temas Específicos".
Gerais ● Aproximar a universidade de crianças e jovens negros (as), matriculados nas escolas públicas de ensino fundamental e médio do município de Diamantina-MG e região; ● Despertar o interesse de crianças e jovens negros (as) pela ciência; Específicos ● Apresentar as políticas afirmativas de acesso e as estratégias de permanência do estudante na UFVJM aos jovens negros e negras das escolas públicas da zona urbana e rural da cidade de Diamantina, potenciais sujeitos dessas ações; ● Contribuir com a implementação das Leis 10.639/2003 e 11.645/2008, legislações que obrigam o ensino das histórias e culturas africanas e afro-brasileiras aos estudantes de educação básica; ● Apresentar o processo de construção de conhecimento cientifico e tecnológico, dando visibilidade as contribuições, ainda silenciadas, de pesquisadores negros e negras no Brasil e no mundo; ● Apresentar os cientistas negros que estão ocupando seu lugar de direito na UFVJM, seja como discente, técnico ou docente;
Este projeto tem como meta principal influenciar de maneira direta no ingresso de jovens negros e negras na universidade, oriundos de escolas públicas do município de Diamantina, através da efetivação das ações afirmativas no campus da UFVJM, particularmente, em relação à política de cotas. Nossa aspiração é que as iniciativas planejadas, mesmo que de forma discreta, contribuam para vencer as disparidades históricas que têm impedido que pessoas negras acessem e possam concluir o ensino superior público no Brasil. A necessidade da afirmação das políticas públicas de acesso ao ensino superior pode ser confirmada através de alguns indicadores numéricos como os dados de Pesquisa DPU ABPN sobre a Implementação da Política de Cotas Raciais nas Universidades Federais, que mostrou a situação dos estudantes que ingressaram nas vagas reservadas para negros(as) no período de 2013 a 2019, onde 52% dos ingressantes ainda se encontravam matriculados, 30% se evadiram e apenas 18% já haviam se formado. Um outro indicador é o Resumo Técnico Do Censo Da Educação Básica de 2021, onde o percentual das declarações relativas à variável cor/raça do aluno mostrou que apenas 29,8% dos estudantes se declarou como parda e somente 7,1% como preta, enquanto os discentes de cor branca participaram de modo predominante da declaração (43,8%), havendo também os que se declararam como amarela (1,6%), indígena (0,5%) e 17,2% de não declarações. É esperado que essa proposta tenha também um impacto indireto na maneira como as questões étnico-raciais são abordadas nas escolas de ensino básico da rede pública em Diamantina. Pretendemos contribuir para a inclusão de conteúdos relacionados às culturas africanas e afro-brasileiras nos currículos do ensino médio dessas instituições, promovendo a troca de ideias, conhecimentos e saberes entre a comunidade universitária e as escolas.
O presente projeto de extensão tem como objetivo oferecer experiências socioeducativas aos estudantes negros e negras, proporcionando-lhes oportunidades para superar a exclusão e as disparidades sócio educacionais enfrentadas. Esta proposta possibilita a articulação entre ensino, pesquisa e extensão de forma indissociável, permitindo interação e diálogo entre todos os sujeitos envolvidos nos processos, sendo eles, docentes, discentes, técnico-administrativos, e principalmente os alunos e professores do ensino básico. Na primeira etapa do projeto, pretendemos definir em quais escolas as ações serão realizadas e iniciar o primeiro contato com essas instituições a fim de definirmos datas e disponibilidade para as atividades. Além disso, durante essa etapa, será feito um levantamento sobre a comunidade acadêmica negra da UFVJM (docentes, discentes e técnicos), que desejam contribuir com o projeto contando um pouco da sua trajetória na universidade a partir de formulários online. A segunda etapa consistirá na promoção de atividades que envolvam a comunidade interna e externa da universidade, buscando a resolução das questões levantadas. As ações serão concentradas em dois eixos que se complementam: a formação individual e a formação coletiva. No primeiro, nosso foco será direcionado para turmas específicas, onde iremos abordar questões cruciais, como o fortalecimento da autoestima dos estudantes e a desconstrução dos preconceitos e discriminações que permeiam o cotidiano da comunidade negra. No segundo eixo, nossa meta é incentivar a interação social entre a comunidade acadêmica e a escola, de forma a gerar um impacto significativo e transformador para os jovens negros e negras participantes. Para isso, durante o terceiro, sexto, nono e décimo segundo mês de execução deste projeto de extensão, planejamos ministrar oficinas e/ou rodas de conversa que contemplem questões que envolvam a construção da identidade étnica e a valorização da produção de ciência por pessoas negras. Durante as atividades, pretendemos trabalhar os problemas levantados nesse projeto através de ações que busquem discutir, desconstruir e informar sobre elas. Numa dessas intervenções, por exemplo, o objetivo será produzir um mural com referenciais que façam com que os alunos se sintam pertencentes, concebido a partir do formulário feito com a comunidade negra da faculdade. As ações contarão com a metodologia de construção compartilhada, onde ao longo da sua execução, todos os participantes terão autonomia para partilharem experiências e eventuais dúvidas, buscando uma formação coletiva, a fim de superar as práticas discriminatórias que atrapalham o acesso da juventude negra ao ensino superior. É esperado que com a realização dessas atividades não só os jovens negros e negras, nosso público alvo principal, sejam alcançados, mas também toda a comunidade acadêmica e escolar. Além disso, as intervenções propostas neste projeto, pretendem seguir o referencial da Pretagogia. A Pretagogia, como citado por Mendonça (2022), é um referencial teórico-metodológico nascido durante a experiência de um curso para formação de professores de quilombo e criado à época por Sandra Haydée Petit e Geranilde Costa e Silva (2019), visando à construção de uma pedagogia potencializadora dos aprendizados da ancestralidade africana e que enfatiza o pertencimento afro, promovendo a autoestima da pessoa negra, libertando-a da subjugação presente nos livros didáticos, que privilegia o eurocentrismo, e omite a participação da influência africana na historicidade brasileira, promovendo assim um apagamento das personalidades negras e tolhida da autoestima dessa população. Para Mendonça (2022), a Pretagogia é antes de tudo uma ação de amorosidade, que se apresenta como um referencial teórico metodológico de ação dos sujeitos: o (a) educador (a) enquanto mediador (a), e os (as) discentes enquanto educandos (as). Segundo Mendonça (2021), é possível encontrar nos conceitos que operacionalizam a Pretagogia um apoio teórico-metodológico que permite desenvolver uma abordagem escolar com uma extensa dimensão de transversalidade, viabilizando a junção de várias matérias, mas também distintos suportes, linguagens e vivências, buscando realizar uma produção didática bem diversificada. Esta proposta será desenvolvida a partir de uma perspectiva da pluralidade e interdisciplinaridade na construção do conhecimento. Nessa circunstância, as atividades serão acompanhadas e avaliadas de forma conjunta, por meio de reuniões regulares entre o coordenador do projeto, o bolsista e os colaboradores. O objetivo é permitir uma reflexão coletiva sobre os progressos feitos e os desafios encontrados durante a implementação das atividades. Além disso, pretende-se discutir questões éticas inerentes ao processo de construção do conhecimento, como a responsabilidade individual e coletiva, assim como o respeito pela diversidade e variedade de pensamentos.
Artes, A., & Ricoldi, A. M.. (2015). Acesso de negros no ensino superior: o que mudou entre 2000 e 2010. Cadernos De Pesquisa, 45(158), 858–881. https://doi.org/10.1590/198053143273 Brasil. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Resumo técnico do Censo da Educação Superior 2021 [recurso eletrônico]. – Brasília, DF : Inep, 2023. 115 p. : il. ISBN 978-65-5801-119-4 (online) CAMPOS, L. A., BARBOSA, R., RIBEIRO, J., JÚNIOR, J. F. Políticas de ação afirmativa nas universidades públicas brasileiras (2020). Relatório das Desigualdades Raciais (GEMAA), IESP-UERJ, 2022, p.1-22. CARNEIRO, C. Z., RUSSO, M. J. O. A criança negra e a representatividade racial na escola. Cadernos de Educação, v.19, n.38, jan.-jun. 2020. DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO & ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PESQUISADORES/AS NEGROS/AS. 2022. Pesquisa sobre a Implementação da Política de Cotas Raciais nas Universidades Federais. Brasília: DPU/ABPN, 60 páginas. Disponível em: https://abpn.org.br/relatorio-pesquisa-sobre-a-implementacao-da-politica-de-cotas-raciais-nas-universidades-federais. Acesso em 25/10/2023. FELIPE, D. A., TERUYA, T. K. Cultura afro-brasileira e africana nos currículos da educação básica. Revista Educação e Linguagens, Campo Mourão, v.3, n.4, jan.-jun. 2014. GOMES, Nilma Lino. Alguns termos e conceitos presentes no debate sobre relações raciais no Brasil, uma breve discussão. Acãoeducativa.org.br, 2012. MENDONÇA, ESTHER. (2022). Pretagogia: subversão através de uma educação antirracista. Revista Augustus. 30. 245-268. 10.15202/19811896.2022v30n57p245. MENDONÇA, Esther Costa. Pedagogia decolonial: a pretagogia como suporte para uma educação antirracista. WEB REVISTA LINGUAGEM, EDUCAÇÃO E MEMÓRIA, [S. l.], v. 1, n. 20, p. 133–144, 2022. Disponível em: https://periodicosonline.uems.br/index.php/WRLEM/article/view/5888. Acesso em: 23 out. 2023. ONAI LUJ ; GONCALVES, L. A. O. ; NUNES, A. P. N. ; RODRIGUES, M. F. ; MARQUES, S. S. ; FREITAS, F. D. ; FERRAZ, J. A. . As juventudes negras na ótica da sociologia da cegueira. In: Even3, 2020, Recife. Anais do VIII CONINTER. Recife: Even3, 2019. v. 8.
O projeto em questão, é destinado a estudantes negros e negras com formação prevista em qualquer uma das áreas de conhecimento da ciência, podendo ser as Ciências Exatas, Biológicas, da Saúde, Sociais, Humanas, Agrárias, Engenharias, dentre outras. Acreditamos que o conhecimento adquirido ao longo de sua carreira acadêmica, assim como sua vivência enquanto estudante negro, será de grande valia para a execução desta proposta, uma vez que, se busca inspirar a juventude negra a acessar seu lugar de direito na universidade, provando que, assim como seus pares, eles são pertencentes a esse espaço. Deste modo, as ações também contribuirão para o estudante e futuro cientista negro como uma forma de reafirmação e identificação. Contudo, é fundamental proporcionar uma preparação específica para habilitar o discente a realizar as atividades propostas. Desta forma, durante o primeiro mês de implementação do programa pretendemos ministrar um curso de capacitação para os estudantes envolvidos, no qual serão abordados os princípios éticos essenciais para a convivência humana e para promoção da autonomia dos participantes. A avaliação e o acompanhamento do estudante durante as várias etapas e atividades planejadas neste projeto serão realizados de maneira regular e organizada, por meio de reuniões semanais. Isso será feito levando em consideração dois aspectos essenciais do projeto: a preparação e a execução das atividades. O discente será avaliado com base em critérios como pontualidade, participação nas tarefas individuais e coletivas, integridade ética no trabalho em equipe, responsabilidade, respeito pelo público-alvo, habilidade de tomar iniciativas e decisões, além do cumprimento dos horários e prazos estabelecidos pela PROEXC e pela coordenação do projeto
Minas Gerais é o 3º estado do Brasil que tem a maior proporção de comunidades quilombolas do Brasil. Sendo que dentro do estado de Minas, a maior parte desses moradores estão no norte e nordeste do estado, o que justifica o fato de 64% de pessoas se autodeclaram negras na nossa região. Diante do racismo estrutural que alimenta a nossa sociedade a inserção e a permanência do negro nas instituições de ensino superior ainda é escassa e não muito quista por muitos. Esse projeto vem quem o propósito de empoderar esses jovens por meio do conhecimento e auxiliar na construção psiquíquica da origem dos nossos povos. Sendo assim, a importância desse projeto se justifica por aquilo que achamos mais importante: falar dos nosso povo, da nossa raiz, da nossa saúde e dos nossos direitos dando espaço para o conhecimento afrocentrado. Além disso, e não menos importante, pretendemos auxiliar na formação de jovens negros e educadores com base nas leis supracitadas.
Público-alvo
O público alvo ao qual o presente projeto busca beneficiar diretamente trata-se dos estudantes negros e negras de nível fundamental e médio das escolas públicas do município de Diamantina e região, que são os potenciais sujeitos de direito às políticas afirmativas de ingresso a universidade, a quem buscamos incentivar a emergirem na carreira universitária.
É esperado que as ações desenvolvidas durante o projeto possam beneficiar também, de forma indireta, uma série de sujeitos envolvidos nos processos de construção do conhecimento ocorridos na universidade e nas escolas parceiras, sendo eles os professores, discentes dos cursos de graduação e os técnicos envolvidos nas ações de conscientização e de identidades negras.
Todas as atividades que são desenvolvidas pelo NEABI há uma troca muito importante e interessante.
Municípios Atendidos
Diamantina
Serro
Gouveia
Datas
Parcerias
O projeto é parte do NEABI da UFVJM. É um dos projetos que o grupo está propondo desenvolver. Dessa forma, conta com a participação de discentes de diversas áreas como também com docentes da UFVJM e membro externo.
O PET Conexão dos Saberes é um grupo de educação tutorial que está presente em diversas instituições de ensino. Na UFVJM, a sua criação se deu em 2010 via ministério da Saúde (MEC) e só pode ser constituídos por alunos das comunidades rurais e quilombolas da região do SERRO. Então a participação dos discentes tem como o propósito ajudar essa aproximação com as escolas das comunidades das quais a maior parte realizou os seus estudos.
A parceria constitui-se no contato e na troca de informação entre coordenadoras e projetos e seus desdobramentos, além da partilha de conhecimento e na participação em atividades a serem desenvolvidas pelas equipes ao longo do ano de 2024.
Cronograma de Atividades
reuniões que acontecerão ao longo do ano com o propósito de trocar informes, melhorias e realizar as adequações necessárias. Além disso, nesses encontros serão realizados os relatórios parcial e final.
Essa é a etapa inicial do projeto que contará com a formação dos discentes que irão atuar no projeto. A capacitação será oferecida por professores do NEABI que têm se dedicado ao estudo da temática durante anos, sobretudo a equipe do Centro Latino de Artes e Culturas Negras/CLAN. Essa etapa será realizada aproveitando o recesso escolar dos estudantes.
Serão ofertas as oficinas pelo menos 3 oficinas por escola participate do projeto com as temáticas definidas na metodologia