Detalhes da proposta

Terapia Assistida por Animais em idosos residentes em Instituição de Longa Permanência para Idosos de Unaí/MG: “Zooterapia: Bicho Amigo”

Sobre a Proposta

Tipo de Edital: Pibex

Situação: Aprovado


Dados do Coordenador

    Nome do Coordenador

    jeanne broch siqueira

    Número de inscrição:

    20251012025224106

    Unidade de lotação:

    instituto de ciências agrárias

Caracterização da Ação

    Área do Conhecimento:

    ciências da saúde

    Área temática principal:

    saúde

    Área temática secundária:

    educação

    Linha de extensão:

    terceira idade

    Abrangência:

    regional

    Vinculado a programa de extensão:

    universidade aberta para idosos - uai

    Gera propriedade intelectual:

    Não

Membros

janne paula neres de barros Vice-coordenador(a)

joão gabriel rabelo ferreira Voluntário(a)

camilly victória lemes castro Voluntário(a)

mariana eloise novais horta Voluntário(a)

letícia serena costa dos santos Voluntário(a)

vitória de oliveira araujo Voluntário(a)

júlya thatyane de carvalho costa Voluntário(a)

bárbara cristina damasceno cruvinel Voluntário(a)

natalia cristina moreira Voluntário(a)

ana clara rodrigues de faria Bolsista

Resumo

Este projeto visa implementar a Terapia Assistida por Animais (TAA) em idosos residentes na Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI) Abrigo Frei Anselmo, no município de Unaí-MG. A TAA, também conhecida como Pet Therapy, utiliza a interação entre humanos e animais para promover o bem-estar físico, mental e social dos participantes. O projeto é fundamentado em evidências científicas que comprovam os benefícios terapêuticos desse tipo de intervenção, particularmente em idosos que apresentam declínios cognitivos, emocionais e físicos. A equipe multiprofissional, composta por médicos veterinários, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos e outros profissionais, será responsável pela execução das atividades e acompanhamento dos idosos. O projeto contempla a seleção rigorosa dos animais, que passarão por exames clínicos e treinamento específico, garantindo a segurança e eficácia das sessões. Entre os principais objetivos, estão a melhoria do estado geral de saúde dos idosos, o estímulo à socialização e o apoio emocional, que contribuem para a redução da ansiedade, solidão e depressão. As atividades terapêuticas incluem o contato direto com os animais, proporcionando relaxamento, estímulo cognitivo e benefícios para a coordenação motora. O projeto também oferece uma importante oportunidade de aprendizado prático para os alunos de Medicina Veterinária, que estarão envolvidos em todas as etapas do processo, desenvolvendo competências clínicas e éticas. Os resultados esperados incluem melhorias significativas na qualidade de vida dos idosos e uma maior interação social, além do aprimoramento técnico-científico dos discentes envolvidos.


Palavras-chave

cães, reabilitação, residentes


Introdução

A Terapia Assistida por Animais (TAA), também conhecida como Pet Therapy ou Cinoterapia, é uma modalidade de terapia que utiliza animais para promover o bem-estar humano e animal [1]. A TAA é uma prática com critérios específicos, na qual o animal desempenha um papel central no tratamento, visando melhorar as condições sociais, emocionais, físicas e/ou cognitivas dos pacientes [2]. O relacionamento entre humanos e animais é uma entidade complexa, que começou nos primórdios da história da humanidade com a domesticação dos animais e se mantém até hoje, fundamentada em sentimentos muito peculiares [3]. Historicamente, a TAA foi utilizada de forma pioneira e intuitiva em 1792 no tratamento de doentes mentais [4]. Posteriormente, pesquisadores confirmaram que essa terapia proporciona diversos benefícios aos indivíduos que a recebem. A TAA tem sido empregada como um instrumento auxiliar no tratamento de várias doenças, mostrando uma série de efeitos benéficos em pacientes psiquiátricos, adultos, crianças hospitalizadas, idosos, entre outros [5]. A utilização de animais como forma de tratamento envolve questões características do relacionamento homem-animal, promovendo o resgate e/ou intensificação de sentimentos e sensações que somente esse contato pode proporcionar. A TAA é indicada para qualquer pessoa — idosa, adulta ou criança — que apresente problemas psiquiátricos, deficiências físicas ou mentais, câncer ou outras enfermidades, independentemente de estar domiciliada ou institucionalizada [1]. Globalmente, observa-se um aumento na proporção de idosos; com exceção de alguns países africanos, o mundo inteiro está em algum estágio deste processo [6]. É sabido que o envelhecimento acarreta um declínio significativo no funcionamento do organismo, e a senilidade e suas consequências debilitam o indivíduo, trazendo prejuízos fisiológicos, psíquicos e sociais. Dentro do contexto dos prejuízos oriundos do envelhecimento, em 1986, foi comprovada a eficácia da TAA em pessoas idosas. Estudos verificaram que pacientes acima de 78 anos com doença de Alzheimer, que inicialmente estavam socialmente isolados, interagiram positivamente com um cão de terapia. As sessões amenizaram os problemas emocionais, físicos e mentais vivenciados pelos pacientes idosos [1]. Essa intervenção, a Terapia Assistida por Animais, deve ser aplicada e supervisionada por profissionais da saúde devidamente habilitados, e todo o processo deve ser documentado e avaliado periodicamente, com o objetivo de promover a melhora da função física, social, emocional e/ou cognitiva dos pacientes [4]. A TAA, quando realizada de forma sistematizada e acompanhada por uma equipe multiprofissional, abrange a extensão biopsicossocial relativa ao indivíduo. No município de Unaí, em Minas Gerais, visando atender ao crescimento do número de idosos que não recebem o suporte familiar adequado para suas necessidades básicas, foi criada a Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI), conhecida como Abrigo Frei Anselmo da Sociedade São Vicente de Paulo (SSVP). A Agência Nacional de Vigilância Sanitária define as Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) como instituições, governamentais ou não, de caráter residencial, destinadas ao domicílio coletivo de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, com ou sem suporte familiar, garantindo liberdade, dignidade e cidadania. Fundado em 12 de dezembro de 1989, o Abrigo Frei Anselmo da SSVP é uma associação civil de direito privado, beneficente, caritativa e de assistência social, sem fins econômicos (Estatuto Social). Apesar do seu caráter social, o abrigo conta com uma unidade ambulatorial que atende não apenas às necessidades humanas básicas, mas que observa e atende os residentes de maneira holística. Para assistir os residentes da instituição, que são pessoas inseridas em contextos sociais, culturais e político-religiosos diversos, é disponibilizada uma ampla equipe multidisciplinar. O projeto em questão será executado nas dependências da instituição Abrigo Frei Anselmo da SSVP, no município de Unaí-MG, que dispõe de um espaço amplo e adequado para sua realização. O projeto será realizado em parceria com a instituição, que disponibiliza profissionais para auxiliar no desenvolvimento das atividades, respeitando a disponibilidade de tempo dos mesmos.


Justificativa

Assim como outros países, o Brasil tem vivenciado nas últimas décadas uma dinâmica demográfica em que se combina o aumento da expectativa de vida com uma redução da taxa de natalidade. Como consequência natural desse fato há uma elevação da participação dos idosos na população total, também chamado de envelhecimento da população [7]. Nesse contexto uma série de dificuldades surge em relação à população idosa no Brasil. O envelhecimento populacional está ocorrendo em um contexto de grandes mudanças sociais, culturais, econômicas, institucionais, no sistema de valores e na configuração dos arranjos familiares [8]. Por um lado, há uma redução no número de descendentes, o que passa a ser um limitante no processo de cuidar dos idosos, tendo em vista que, conforme legislação brasileira, prioriza-se que a família se responsabilize pelos cuidados aos idosos. Por outro, há um aumento no quantitativo de idosos no país, com menos pessoas disponíveis e pessoas sem condições de cuidar desses idosos. Outra mudança na conformação das famílias que interferem nesse processo, é a saída da mulher que, de forma cultural, assumia a responsabilidade pelos cuidados com os mais velhos, para o mercado de trabalho [9]. Toda essa situação leva à necessidade da criação de instituições com finalidades direcionadas ao cuidado intermitente desses idosos. Para atender a essa demanda, que era crescente, foram criados os chamados asilos, que em sua formação inicial eram instituições de assistência social onde se abrigavam para sustento, cuidado e/ou educação crianças, mendigos, doentes mentais, idosos, etc, que atualmente estão sendo substituídas pelas chamadas Instituições de Longa Permanência para Idosos [7]. A criação das ILPI’s corrobora com a legislação que, conforme o art. 3º da Lei 10.741 de 01/10/ 2003 [10]: “É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do poder público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária”. Pensando nos direitos necessariamente assegurados aos idosos e nos deveres atribuídos à comunidade, à sociedade e ao poder público, a realização de um trabalho de extensão que proporcione a idosos institucionalizados, atividades que cumpram com algumas dessas obrigações, é de suma importância, de extrema necessidade, com benefícios para todos os envolvidos. O município de Unaí-MG conta com uma Instituição de Longa Permanência para Idosos, o Abrigo Frei Anselmo da SSVP, atende a idosos e pacientes com outras características, mas que permaneciam na instituição no período de transição do caráter asilar para ILPI. O atendimento direcionado a essas pessoas englobam toda a extensão biopsicossocial, sendo assistidos durante 24h por dia durante todos os dias do ano, contando com um quadro de funcionário extenso e uma equipe multiprofissional qualificada e com uma visão direcionada à assistência holística aos residentes. Sabe-se que todas as alterações decorrentes do processo fisiológico do envelhecimento terão repercussão nos mecanismos homeostáticos da pessoa idosa e em sua resposta orgânica, diminuindo sua capacidade de reserva, de defesa e de adaptação, o que a torna mais vulnerável a quaisquer estímulos (traumático, infeccioso ou psicológico) [11]. A Terapia Assistida por Animais proporcionará benefícios aos idosos institucionalizados como: melhorias no processo saúde-doença, intensificação da convivência e do contato com a comunidade, o lazer relacionado ao momento de distração que a metodologia proporciona, dentre outros. Em contrapartida, além dos benefícios acadêmicos, os desenvolvedores do projeto terão a oportunidade de conviver com as pessoas que se encontram na última fase da vida, os idosos, esse contato pode trazer experiências que dificilmente poderiam ser quantificadas e explicadas. A Terapia Assistida por Animais visa alcançar benefícios físicos, psíquicos, sociais e educativos, tais como: melhoria de destrezas motoras finas; destrezas no manejo da cadeira de rodas; melhoria da postura do paciente; estimulação de atividades físicas; aumento da interação verbal entre os membros da equipe de saúde; melhoria da capacidade de atenção; diminuição da ansiedade; diminuição da sensação de solidão; melhoria da imagem corporal; participação em atividades recreativas; estimulação da disposição e interação a participar em atividades de grupo; melhoria das relações da equipe de saúde; aumento do vocabulário; estimulação da memória imediata e de longo prazo [12]. Os programas de TAA em asilos enriquecem a vida dos idosos de muitas formas. Acariciar um animal responsivo leva sorrisos àqueles que raramente sorriem, leva amor àqueles que acreditam que não são mais dignos dele e leva uma razão para acordar pela manhã àqueles cuja vida se tornou vazia e solitária. Uma pesquisa empírica criada por O’Malley [13] avaliou o efeito de oito sessões de TAA em 31 idosos. Os participantes interagiam com os cães duas vezes por semana e o encontro tinha a duração de sessenta minutos. As atividades propostas incluíam acariciar, brincar, pentear, ou simplesmente olhar o animal, dependendo das habilidades físicas e nível de energia do indivíduo. A pressão arterial dos idosos também foi mensurada e ao final de quatro semanas, respostas significativas puderam ser atribuídas à interação dos participantes com os cães terapeutas. Algumas reações foram observadas quase que imediatamente, como a presença de mais sorrisos, maior mobilidade e maior socialização entre eles. Alguns possuíam dores e restrição de movimentos, porém apesar desta dificuldade e da presença da dor constante, eles ainda assim estendiam os braços para alcançar e acariciar o cão. Do ponto de vista científico, houve redução da ansiedade e da depressão dos participantes, onde todos eles apresentaram uma redução na pressão arterial no teste pós-terapia assistida, que permaneceu em 116/64 como média. Constatou-se que, quanto mais tempo o idoso interagia com o animal, maior o período de permanência desta queda de pressão arterial34. Portanto, a Terapia Assistida por animais se torna um poderoso agente motivador para alcançar objetivos na locomoção, linguística, socialização, independência e aumento de autoestima, da qualidade e do significado da vida e diminui a depressão21,40. Além de que, o contato físico com o animal traduz-se num decréscimo da tensão arterial, do batimento cardíaco e do ritmo respiratório e no aumento da temperatura das extremidades do corpo. Além disso, comprovou-se que os indivíduos que constatam diariamente com cães têm menores níveis de triglicerídeos e de colesterol, assim como fazem menos visitas aos médicos e consomem menos medicamentos [14]. O processo de cuidados direcionado aos indivíduos idosos necessita de atenção especial devido aos declínios fisiológicos que o organismo apresenta como processo de envelhecimento. Para atender a todos os cuidados imprescindíveis ao assistir idosos, faz-se necessário que profissionais capacitados a realizar a avaliação, tanto dos indivíduos humanos quanto dos animais, estejam presentes na execução de um projeto dessa magnitude, assegurando que não haja riscos adicionais relacionados à utilização dessa metodologia. Para tanto, o trabalho ser coordenado por médicos veterinários e possuir o apoio de outros profissionais da área saúde, disponibilizados pela instituição envolvida, consiste em uma segurança e facilitador do êxito do projeto. É de grande importância ressaltar que estudos sobre infecção hospitalar mostraram ser mais comum um visitante humano transmitir infecções aos pacientes do que os animais, quando devidamente limpos e imunizados. Ainda, estudos realizados após cinco anos de TAA em ambiente hospitalar, concluíram que o número de infecções não alterou durante o período que os animais estiveram presentes [4]. Para colocar em prática a Terapia Assistida por Animais, existem recomendações do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) e do Healthcare Infection Control Practices Advisory Committee (HICPAC) [15,16], que são subdivididas em três partes: recomendações quanto ao animal, ao paciente e à coordenação do programa de TAA [4]. Essas recomendações norteiam e direcionam a forma como técnica deve ser realizada, sem oferecer riscos aos envolvidos. Os aspectos mais importantes que um animal deve apresentar para integrar o programa são: ter comportamento amigável com estranhos e estar habituado com sessões de TAA em ambiente hospitalar. Um animal de terapia deverá ser calmo e inspirar confiança em que o irá manejar, deverá sustentar o olhar das pessoas, gostar que lhe façam festas, o abracem e toquem, mantendo-se calmo perante movimentos burscos e barulhos altos. Todo o animal de terapia será treinado para a atividade prevista. Os animais devem ter acompanhamento médico veterinário, garantindo o bom estado sanitário do animal e minimizando o potencial zoonótico. É imperativo zelar pelo bem-estar do animal com respeito e muito carinho, pois, o bom funcionamento da TAA depende da qualidade de vida desses terapeutas animais [17]. No Brasil existem vários projetos em andamento, que utilizam animais como terapeutas ou coadjuvantes terapêuticos. A utilização deste recurso terapêutico vem garantindo melhor qualidade de vida para pessoas de todas as idades. A explicação para o sucesso dos projetos de intervenções assistidas por animais é a aprovação das duas partes interessadas: os participantes (crianças, idosos, pacientes) e os coordenadores dos projetos com seus animais especiais [12]. A TAA pode ser aplicada em tratamentos diversos e tem apresentando resultados positivos em todas as áreas onde é utilizada, atuando como um estímulo para o tratamento dos pacientes. Ressaltando que a TAA por si só não apresentada características nem capacidade para curar uma enfermidade, mas os efeitos apresentados por sua utilização colaboram significativamente na melhora dos pacientes [1]. A necessidade de aprimorar a qualidade de vida dos idosos institucionalizados se justifica pelo fato de que, na sua maioria, esses indivíduos enfrentam a carência de afeto e sofrem sentimentos de solidão, abandono, depressão e isolamento, o que torna a implementação deste projeto essencial. DESCRIÇÃO DAS AÇÕES JÁ REALIZADAS E JUSTIFICATIVA PARA SUA CONTINUIDADE O projeto de Terapia Assistida por Animais, desenvolvido pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) em parceria com o Abrigo Frei Anselmo, está em andamento desde 2016 como parte do Programa de Iniciação Científica e Extensão (PIBEX). Até o momento, diversas atividades foram realizadas, destacando-se as seguintes: Criação da Identidade Visual do Projeto: Um logotipo foi desenvolvido para ser utilizado nos materiais e uniformes da equipe, assim como nas roupinhas dos animais, com o objetivo de estabelecer uma identidade para o projeto. Fichas de Anotação: Foram elaboradas fichas de anotação para registrar informações relevantes durante as sessões terapêuticas. Uma ficha é destinada ao acompanhamento da terapia, contendo informações sobre o cão, o residente e a interação entre ambos, enquanto a outra é dedicada à identificação do idoso. Divulgação do Projeto: O projeto foi amplamente divulgado na comunidade acadêmica para atrair discentes voluntários. Além disso, a divulgação se estendeu à comunidade local, visando recrutar tutores voluntários e seus cães para participar das terapias. Comunidades foram criadas em redes sociais (como Facebook e Instagram) para facilitar o contato com os tutores. Avaliação dos Cães Voluntários: Todos os cães voluntários passaram por um exame clínico geral e uma anamnese para garantir que estavam com as vacinas e vermífugos em dia. Também foi realizada uma avaliação comportamental para assegurar que estivessem aptos a participar do projeto e interagir com os idosos. Até o momento, foram selecionadas quatro cadelas: duas da raça Golden Retriever, uma Yorkshire e uma Pug, todas qualificadas para as terapias. Reuniões de Coordenação: Reuniões regulares foram realizadas no Abrigo Frei Anselmo, envolvendo a Coordenadora do Projeto, os discentes participantes, a diretora do Abrigo e toda a equipe multidisciplinar, incluindo psicólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, enfermeiras e fonoaudiólogas. Essas reuniões têm como objetivo esclarecer dúvidas sobre o projeto e identificar os residentes com potencial para participação, visando a perspectiva de melhora. Organização dos Grupos de Residentes: Os grupos de residentes (idosos) foram organizados de acordo com suas limitações sociais, físicas, psíquicas e cognitivas, assim como o interesse em participar do projeto, permitindo o início das terapias. Desenvolvimento de Pesquisas Acadêmicas: Em conjunto com as atividades do projeto, foram desenvolvidos os seguintes trabalhos acadêmicos: Um PIBIC intitulado "Caracterização fisiológica e comportamental de cães terapeutas durante atividades de terapia assistida"; Um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) com o mesmo título; Um PIBIC/EM intitulado "Avaliação do comportamento de cães e evolução de idosos em sessões de terapia assistida por animais". Publicações: Foram publicados oito resumos (entre simples e expandidos) em eventos locais, regionais e nacionais, apresentando as informações coletadas ao longo do desenvolvimento do projeto. As sessões terapêuticas iniciaram em outubro de 2016, com frequência semanal, exceto em casos de imprevistos relacionados à participação das cadelas, à equipe de profissionais ou feriados. Entre outubro e dezembro de 2016, foram realizadas 10 (dez) sessões, sempre às terças-feiras, com duração de 1 hora. Em janeiro de 2017, uma nova reunião foi realizada com toda a equipe da UFVJM e do Abrigo Frei Anselmo, visando avaliar a evolução dos idosos nas sessões anteriores, com o intuito de implementar ajustes e melhorias, além de introduzir novos residentes. A partir de fevereiro de 2017, as sessões terapêuticas foram reiniciadas, agora com atividades individualizadas, adaptadas às limitações pessoais de cada residente. Neste ano, foram realizadas aproximadamente 31 sessões semanais. Em junho de 2017, a TV Rio Preto veiculou uma matéria intitulada "Zooterapia alegra pacientes do Abrigo Frei Anselmo", que divulgou nosso projeto para a sociedade. Por meio do nosso projeto, outras iniciativas têm sido desenvolvidas pelos alunos. Fomos convidados pela diretoria do abrigo para ministrar uma palestra na III Semana de Educação Permanente do Abrigo Frei Anselmo da SSVP, realizada em maio de 2017, com o título "Terapia Assistida por Animais (TAA): uma prática interdisciplinar em benefício da saúde humana." Além disso, fomos convidados a apresentar uma palestra na Mostra Científica Interdisciplinar – Semana de Enfermagem da FACTU, com o tema "Terapia Assistida por Animais (TAA) como instrumento para a humanização da assistência à saúde." Em parceria com a professora coordenadora do projeto "Um novo olhar sobre quatro patas - Equoterapia UFVJM", organizamos o I Workshop sobre Terapias Assistidas por Animais, um evento gratuito realizado no dia 01 de julho de 2017 no Instituto de Ciências Agrárias. O projeto foi renovado em 2018, ano em que foram realizadas mais de 30 sessões terapêuticas. Considerando a grande mobilização multidisciplinar e interinstitucional, além dos excelentes resultados clínicos e comportamentais verificados, acreditamos que a continuidade do projeto traz benefícios sociais, acadêmicos e profissionais. No ano de 2019, entre fevereiro de 2019 e fevereiro de 2020, foram realizadas 40 sessões, com duração média de 50 minutos cada. Em março de 2020, o projeto precisou ser suspenso devido à pandemia de COVID-19. Por trabalharmos com uma população vulnerável e atendendo a uma decisão do Abrigo Frei Anselmo, todas as atividades que envolviam pessoas de fora da instituição foram canceladas temporariamente. Em 2021 o projeto foi realizado inteiramente de forma remota com as adaptações necessárias. Os estudantes nesse período trabalharam mais as questões relacionadas aos treinamentos dos animais para as sessões terapêuticas e desenvolveram novas atividades. Em setembro de 2022, realizamos um podcast intitulado "Heróis de Quatro Patas", realizado pelo - Conto com Ciência. Um podcast de divulgação científica que tem como objetivo aumentar a visibilidade do conhecimento científico produzido pela UFVJM.


Objetivos

Objetivo Geral: Realizar a Terapia Assistida por Animais (TAA) em idosos residentes na Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI) Abrigo Frei Anselmo, localizada no município de Unaí/MG, visando promover melhorias na saúde geral dos participantes. Objetivos Específicos: Promover melhorias no estado de saúde geral dos idosos por meio da implementação sistemática da Terapia Assistida por Animais, avaliando sua eficácia em parâmetros físicos, psicológicos e sociais; Conscientizar os envolvidos no processo sobre a relevância e os benefícios da TAA, por meio de palestras, workshops e treinamentos voltados à equipe multiprofissional, cuidadores e familiares; Desenvolver e aplicar instrumentos padronizados de avaliação das condições biopsicossociais dos idosos, estabelecendo métricas quantitativas e qualitativas para monitorar e mensurar o impacto da TAA; Monitorar o processo saúde-doença dos idosos participantes com foco nas influências diretas e indiretas da Terapia Assistida por Animais, utilizando métodos clínicos e psicológicos para a avaliação contínua; Integrar a TAA aos cuidados prestados pela equipe multiprofissional (enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e médicos), promovendo um atendimento interdisciplinar com o objetivo de maximizar os benefícios terapêuticos; Realizar a seleção e avaliação criteriosa dos animais a serem utilizados nas intervenções, considerando aspectos clínicos e comportamentais, garantindo a segurança e a adequação dos mesmos para as atividades terapêuticas.


Metas

METAS QUALITATIVAS IMPACTOS DIRETOS na saúde dos idosos envolvidos no projeto: Combate à Solidão e ao Isolamento Social: Muitos idosos enfrentam a solidão e o isolamento social, especialmente aqueles que vivem em instituições de longa permanência ou que têm mobilidade reduzida. A terapia assistida por animais oferece uma oportunidade de interação social significativa, ajudando a combater esses sentimentos de isolamento e promovendo o bem-estar emocional; Promoção da Saúde Mental: A interação com animais tem sido comprovada como uma forma eficaz de reduzir sintomas de depressão, ansiedade e estresse entre os idosos. Este tipo de terapia pode complementar outras formas de tratamento, proporcionando uma abordagem mais holística para a saúde mental e emocional; Fortalecimento dos Laços Comunitários: Projetos de terapia assistida por animais muitas vezes envolvem voluntários e membros da comunidade, criando uma rede de apoio em torno dos idosos. Isso não só fortalece os laços comunitários, como também promove o envolvimento intergeracional, aproximando diferentes faixas etárias através do cuidado e do amor pelos animais; Estímulo à Atividade Física e à Participação Social: A interação com os animais pode incentivar os idosos a serem mais ativos fisicamente, participando de atividades como passeios com cães ou brincadeiras simples. Além disso, as sessões de terapia oferecem um motivo para os idosos saírem de seus quartos e se envolverem socialmente, o que é crucial para a manutenção da saúde física e mental; Respeito e Dignidade na Terceira Idade: Ao proporcionar uma experiência de cuidado e afeto através da terapia assistida por animais, o projeto ajuda a manter a dignidade e o respeito pelos idosos. Sentirem-se valorizados e cuidados aumenta a autoestima e o senso de propósito, melhorando a qualidade de vida nesta fase. IMPACTOS INDIRETOS O projeto não só beneficia os idosos ao promover o bem-estar e a qualidade de vida, mas também pode ser desenvolvido com uma forte ênfase na sustentabilidade e na consciência ambiental. Impacto ambiental esperado: Promoção do Bem-Estar Mental e Físico: A terapia assistida por animais melhora a saúde mental e física dos idosos, reduzindo a necessidade de medicamentos e tratamentos convencionais que podem ter impactos ambientais. Menos medicamentos significam menos resíduos farmacêuticos, que podem ser prejudiciais ao meio ambiente; Conexão com a Natureza: A interação com os animais promove uma conexão mais profunda com a natureza. Isso pode aumentar a conscientização ambiental entre os participantes, incentivando comportamentos mais sustentáveis, como a valorização da biodiversidade e a proteção dos ecossistemas; Reciclagem e Reutilização de Recursos: Os materiais utilizados nas sessões de terapia (como brinquedos e acessórios para os animais) podem ser reciclados ou reutilizados, minimizando o desperdício e promovendo a sustentabilidade. Uma meta indireta do projeto de Terapia Assistida por Animais pode ser o aprimoramento das habilidades clínicas dos acadêmicos de medicina veterinária. Ao participar dessas atividades, eles têm a oportunidade de desenvolver competências práticas, como manejo adequado dos animais, avaliação de saúde, aplicação de tratamentos e comunicação com tutores e outros profissionais da área. Esse processo contribui para a formação completa dos estudantes, integrando teoria e prática em um ambiente real de cuidado e bem-estar animal. METAS QUANTITATIVAS Realização de 4 reuniões com a equipe multidisciplinar do Abrigo, visando alinhar as atividades e monitorar o progresso dos residentes e animais envolvidos; A instituição possui 106 idosos residentes que podem ser beneficiados pelas atividades terapêuticas, promovendo bem-estar físico e emocional; Condução de, no mínimo, 30 sessões terapêuticas ao longo do ano, garantindo o acompanhamento regular dos idosos e maximizando os impactos positivos da terapia; Seleção e treinamento de pelo menos 4 cães qualificados para atuar como terapeutas, com foco no temperamento e nas aptidões necessárias para o trabalho terapêutico; Participação de 10 discentes do curso de Medicina Veterinária, que terão a oportunidade de desenvolver habilidades clínicas e práticas em um ambiente de terapia assistida por animais; Envolvimento de 2 docentes veterinários e 1 técnica veterinária da UFVJM, responsáveis por supervisionar os atendimentos e garantir a saúde e bem-estar dos animais terapeutas; Obtenção de 1 bolsa PIBEX, desenvolvimento de 2 trabalhos de conclusão de curso (TCC) e elaboração de 1 projeto de pesquisa, promovendo o vínculo entre ensino, pesquisa e extensão; Publicação de pelo menos 2 resumos em eventos técnicos-científicos.


Metodologia

O projeto será desenvolvido nas dependências do Abrigo Frei Anselmo da SSVP, em Unaí-MG, durante o período de janeiro de 2025 a janeiro de 2026. Seleção dos animais, pacientes e equipe profissional A seleção dos animais, pacientes e equipe seguirá as diretrizes do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) e do Healthcare Infection Control Practices Advisory Committee (HICPAC), conforme detalhado a seguir: Critérios de Seleção dos Animais Todos os animais candidatos serão avaliados por médicos veterinários. Para integrar o projeto, os animais deverão: • Apresentar certificado de saúde atualizado; • Realizar tratamento antiparasitário intestinal periodicamente; • Não ser portadores de Salmonella spp., Campylobacter spp. ou Giardia intestinalis (ou ter teste negativo após tratamento); • Ser selecionados e treinados por profissionais capacitados; • Ser banhados em até 24 horas antes de cada visita; • Manter tosas periódicas, conforme o tipo e a raça; • Não ter contato com animais de rua. A equipe de veterinários da UFVJM será responsável pelos exames clínicos necessários para a candidatura dos animais. Além disso, o tutor deverá assegurar que o animal esteja com as vacinas e vermifugações em dia e será responsável por dar banho no dia anterior às visitas. A seleção final incluirá a avaliação do temperamento do animal, que será treinado semanalmente utilizando técnicas de reforço positivo, sem punições. Critérios de Seleção dos Idosos A seleção dos idosos será realizada em reunião com a equipe multidisciplinar do abrigo, com base na análise do histórico clínico. Serão priorizados aqueles cujas condições possam ser beneficiadas pela Terapia Assistida por Animais (TAA). Serão considerados os seguintes critérios: • Consentimento voluntário do idoso para participar; • Exclusão de idosos com fobia de animais, imunocomprometidos, esplenectomizados, neutropênicos, alérgicos ou com problemas respiratórios; • Exclusão de idosos com comportamento inadequado, como maltrato aos animais, para evitar respostas agressivas durante as sessões. Sessão Terapêutica Inicialmente, será realizada uma reunião com toda a equipe envolvida, incluindo alunos, tutores dos animais e médicos veterinários, para repassar orientações sobre convivência com os idosos, respeito às regras institucionais e esclarecimento de dúvidas sobre o funcionamento do abrigo. Posteriormente, a equipe do projeto se reunirá com a equipe multidisciplinar do abrigo para definir as atribuições de cada membro e ajustar a disponibilidade de todos. A equipe do abrigo será responsável por indicar os idosos que se enquadram nos critérios do projeto e por acompanhar sua evolução clínica ao longo das sessões terapêuticas. Serão elaborados relatórios com as características clínicas observadas antes, durante e após as sessões. As sessões terapêuticas ocorrerão semanalmente, com duração de 50 minutos a 1 hora, dependendo das condições de estresse do cão. A proporção será de 1 cão para cada 5 idosos. Durante as sessões, o animal será acompanhado pelo seu tutor e por um médico veterinário responsável. Após cada sessão, será avaliado o interesse do idoso em continuar participando do projeto. Procedimentos de Segurança Todas as pessoas envolvidas nas interações, incluindo pacientes, acompanhantes e profissionais de saúde, deverão higienizar as mãos antes e depois do contato com o animal. Será evitado que o animal entre em contato com secreções humanas, e ele não deverá utilizar utensílios dos pacientes. O contato com saliva, urina e fezes dos animais também deverá ser evitado. Caso ocorra uma mordida, o enfermeiro será imediatamente informado para avaliar a gravidade do incidente e fornecer o devido atendimento. O cão será reavaliado para determinar se poderá continuar participando das visitas. Atividades Terapêuticas Durante as sessões, os idosos realizarão atividades como acariciar, massagear os cães com os pés, pentear, jogar e chutar bola para o animal. Atividades personalizadas serão desenvolvidas de acordo com as limitações dos residentes, como caminhadas com obstáculos, exercícios de memória envolvendo o nome do cão e a associação de cores e formas com a ajuda do animal. As visitas serão registradas, com a documentação das atividades realizadas e dos progressos observados, a fim de avaliar a eficácia do tratamento. As características a serem monitoradas serão definidas individualmente, de acordo com o caso clínico de cada idoso. A cada dois meses, ou conforme a evolução do projeto, será realizada uma nova avaliação em conjunto com a equipe multidisciplinar para ajustar o número de participantes e a disponibilidade dos animais. Divulgação e Registro Todas as sessões serão documentadas fotograficamente, permitindo a confecção de materiais gráficos para divulgação do projeto na comunidade, além de promover estímulo e motivação para os idosos.


Referências Bibliográficas

1. CARVALHO, N.; COSTA, M. P.; VIADANNA, P. H. O.; ARAÚJO, C. N. P.; SANTOS, J. B. F.; OLIVEIRA, P. R.; Importância da relação cão-idoso para aprimoramento da qualidade de vida em instituições de Longa Permanência para Idosos na cidade de Uberlândia-MG. Rev. Em Extensão, v.10, n. 1, p. 128-138, jan/jun, 2011. 2. MACHADO, J. D. A.; ROCHA, J. R.; SANTOS, L. M.; Terapia Assistida por Animais (TAA). Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária. Ano VI, n. 10, jan, 2008. 3. IMPROTA, Clovis Thadeu Rabello; Normas De Bem-estar Animal: Da Academia Aos Agentes Sanitaristas. Dissertação Mestrado em Agroecossistemas, Florianópolis, 2007. 4. KOBAYASHI, C. T.; USHIYAMA, S. T.; FAKIH, F. T.; ROBLES, R. A. M.; CARNEIRO, I. A.; CARMAGNANI, M. I. S.; Desenvolvimento e implantação de Terapia Assistida por Animais em hospital universitário. Rev. Brasileira de Enfermagem. v. 62, n. 4: 632-6, 2009. 5. PEREIRA, M. J. F.; PEREIRA, L.; FERREIRA, M. L.; Os benefícios da Terapia Assistida por Animais: uma revisão bibliográfica. Rev. Saúde Coletiva. vol. 4. n. 14: 62-66, 2007. 6. CHAIMOWICZ, F.; Saúde do Idoso. 2ª ed., Belo Horizonte: NESCON UFMG, 2013. 7. INSTITUTO PARANAENSE DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL. Instituições de Longa Permanência para Idosos: caracterização e condições de atendimento/Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social. Curitiba: IPARDES, 109p. 2008. 8. CAMARANO, A. A.; KANSO, S.; As Instituições de Longa Permanência para Idosos no Brasil. Rev. Brasileira de Estudos Populacionais. v. 27, n. 1, p. 233-235, jan/jun, 2010. 9. WATANABE, H. A. W.; DI GIOVANNI, V. M.; Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI). Rev. Bis – Envelhecimento e Saúde. n. 47, abr., 2009. 10. Brasil. [Estatuto do idoso (2003)]. Legislação sobre o idoso: Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003 (Estatuto do idoso) e legislação correlata. 3 ed. Brasília: Câmara dos Deputados, Coordenação Edições Câmara, 124p. 2013. 11. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa/Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 12. MALAKOSKI, V. M.; DIAS, D. C.; Atividade Assistida por Animais (AAA): uma nova forma de intervenção de Enfermagem. 3ª Mostra de Trabalhos em Saúde Pública. Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Cascavel, 2009. 13. O’MALLEY, K. Preparing for the graying of America. Interactions – the human-animal health connection, v.25, n.2, p.3-8, 2007. 14. Sachs-Ericsson, N., Hansen, N.K., FITZGERALD, S. “ Benefits of Assistance Dogs: A review’. Rehabilitation Psychology, v.47, n.3, p. 251-277, 2002. 15. Guidelines for environmental Infection Control in Healthcare Facilities. Recommendations of CDC and the Healthcare Infection Control Pratics Advisory Committee (HICPAC). U.S. Department of Health and Human Service Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Atlanta: Centers for Disease Control; 2003. 16. Guidelines for Environmental Infection Control in Health-Care Facilities. MMWR /CDC Recomm Reports 2003; 6/52(RR10): 1-42 [citado 15 jun 2008]. Disponível em: URL: www.cdc.gov/ mmwR/preview/mmwrhtml/rr5210a1.htm 17. Terapia com animais. Disponível em: http://www.equogenfidelis.org.br/files/artigos/TERAPIA_COM_ANIMAIS.pdf. Acessado em 10/06/2016.


Inserção do estudante

Os discentes envolvidos no projeto participarão ativamente das atividades realizadas na ILPI, juntamente com o coordenador do projeto e os profissionais da instituição. Este projeto proporcionará diversas oportunidades aos discentes, tais como: (a) aprimoramento das suas habilidades de trabalho em grupo e de interação com o público; (b) participação ativa em um trabalho que envolve a comunidade, havendo uma permuta entre ambas as partes; (c) oportunidade aos discentes de associarem a teoria à prática; trata-se de uma oportunidade de extrema importância à formação acadêmica dos discentes envolvidos. O projeto abre espaço para que os acadêmicos tenham contato com o público, podendo desenvolver habilidades inerentes à sua atuação profissional, contribuindo para gerar profissionais de sucesso. Os mesmos desenvolverão, juntamente com profissionais da área de medicina veterinária, exames clínicos, parasitológicos, e avaliações de comportamento e temperamento. Atuando assim nas três vertentes da Universidade: o ensino, a pesquisa e extensão, pois estarão diretamente envolvidos no processo de formação de pessoas e geração de conhecimento. A formação do estudante de Medicina Veterinária oferece uma base sólida em áreas como saúde animal, bem-estar, comportamento e ética no manejo de animais, o que é essencial para a participação em um projeto de Terapias Assistidas por Animais (TAA). O conhecimento sobre doenças zoonóticas, manejo sanitário e comportamento animal permite que os estudantes ajudem a garantir a segurança e a eficácia das terapias, contribuindo para o bem-estar dos idosos. Além disso, o aprendizado sobre técnicas de manejo e treinamento de animais, aliados à compreensão da importância da interação entre humanos e animais, favorece a sua atuação prática dentro do projeto. O projeto contribui diretamente para a formação prática do discente, proporcionando a aplicação dos conhecimentos adquiridos em sala de aula no contexto real da Medicina Veterinária e das terapias assistidas. Participar desse projeto oferece uma oportunidade para o desenvolvimento de competências em áreas como comportamento animal, ética, manejo de saúde, além de aprimorar habilidades interpessoais, como comunicação e trabalho em equipe. Também promove o entendimento do papel dos animais no suporte terapêutico e emocional para populações vulneráveis, como idosos, enriquecendo a formação dos alunos com uma perspectiva humanística e clínica. Os estudantes serão capacitados por meio de treinamentos teóricos e práticos. O treinamento teórico incluirá seminários e oficinas abordando as diretrizes da TAA, os cuidados com a saúde e o bem-estar animal, além das boas práticas para a interação com idosos em ambientes terapêuticos. A capacitação prática será realizada em atividades supervisionadas, como o manejo dos animais, o treinamento de comportamentos adequados para as sessões e a compreensão das necessidades específicas dos idosos, sempre sob a orientação de professores e profissionais especializados. Também haverá reuniões com a equipe multidisciplinar do abrigo para alinhar expectativas e responsabilidades. Os estudantes participarão ativamente das seguintes atividades: • Seleção, manejo e treinamento dos animais envolvidos nas terapias; • Acompanhamento das sessões terapêuticas, auxiliando nas interações entre idosos e animais; • Monitoramento das condições de saúde e bem-estar dos animais antes, durante e após as sessões; • Auxílio na organização e adaptação das atividades terapêuticas às necessidades dos idosos; • Documentação das sessões, incluindo o registro do progresso terapêutico e avaliação do bem-estar animal. Os estudantes serão acompanhados por professores e veterinários responsáveis pelo projeto, que realizarão supervisões periódicas durante todas as etapas do projeto. Haverá reuniões regulares para discutir o andamento das atividades, desafios enfrentados e melhorias necessárias. A avaliação será contínua e baseada em critérios como participação nas atividades, desempenho nas tarefas designadas, interação com a equipe, proatividade e capacidade de aplicar os conhecimentos teóricos na prática. Além disso, os estudantes serão avaliados pela qualidade dos relatórios de progresso dos idosos e dos animais, além do feedback de tutores e profissionais envolvidos.


Observações

O ano de 2020 foi especialmente desafiador para o Abrigo Frei Anselmo, que enfrentou a perda de vários residentes devido à COVID-19. Quatro dos idosos que participavam das sessões terapêuticas desde 2016 faleceram. Com o agravamento da pandemia, o abrigo precisou fechar suas portas e contou com o apoio da comunidade para enfrentar a situação. Aproximadamente 70% dos residentes e muitos funcionários foram infectados, levando à suspensão de todas as atividades, inclusive as desenvolvidas pela nossa equipe. Foi um ano de grande sofrimento para todos os envolvidos diretamente com o Abrigo e o Projeto. O ano de 2020 a 2022 o projeto sobreviveu com as atividades remotas e desenvolvimento interno, sem a realização das sessões terapêuticas. Acreditamos que a retomada de nosso projeto, que comprovadamente traz inúmeros benefícios para os residentes, docentes, discentes e profissionais envolvidos, será fundamental. Vale destacar que as ações deste projeto impactam diretamente os 106 idosos atualmente residentes na Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI) Abrigo Frei Anselmo da SSVP, por meio da Terapia Assistida por Animais (TAA), especialmente aqueles selecionados para participação nas sessões terapêuticas.


Público-alvo

Descrição

Os residentes (idosos) serão beneficiados por meio das sessões da Terapia Assistida por Animais, realizadas semanalmente. São idosos que residem no Abrigo e lá vivem. Uma grande maioria apresenta também, além da idade, alguma necessidade especial.

Municípios Atendidos

Município

Unaí

Parcerias

Participação da Instituição Parceira

É no Abrigo que serão realizadas as atividades principais do projeto. Os cães são levados diretamente pra lá toda semana para as sessões terapêuticas com duração máxima de 1 hora. O Abrigo é localizado na cidade de Unaí e conta com uma equipe multidisciplinar de profissionais, responsáveis pela saúde física e mental dos residentes, que auxiliarão na seleção e acompanhamento da evolução clínica dos mesmos.

Cronograma de Atividades

Periodicidade Semanalmente
Descrição da Atividade

Reuniões com objetivo de discutir artigos, resumos, dissertações e livros relacionados ao tema do projeto com objetivo de atualização e idéias para o desenvolvimento de novas atividade realizadas com os idosos.

Periodicidade Mensalmente
Descrição da Atividade

Seleção e avaliação por equipe de veterinários da UFVJM se os animais estão sadios clinicamente para comporem os animais que são levados para o Abrigo. Adicionalmente são treinados e avaliados quanto ao comportamento.

Periodicidade Mensalmente
Descrição da Atividade

Identificar quais os residentes que apresentam condições de serem melhoradas nas sessões terapêuticas com os cães para que possam iniciar as atividades.

Periodicidade Semanalmente
Descrição da Atividade

Sessões de 50 minutos com os cães e os residentes no abrigo para desenvolvimento das atividades selecionadas.

Periodicidade Mensalmente
Descrição da Atividade

Verificar junto à equipe multidisciplinar do Abrigo se os idosos selecionados ao início do projeto evoluíram com as terapias e se há necessidade de troca de exercício. Adicionalmente, avaliar se os mesmos estão satisfeitos e se gostariam de continuar nas sessões.

Periodicidade Mensalmente
Descrição da Atividade

Escrever os resultados das sessões para relatórios (do projeto) e resumos científicos para apresentação dos resultados no SINMCA e Workshop de Interação.

Periodicidade Quinzenalmente
Descrição da Atividade

Criar e confeccionar material lúdico para o desenvolvimento das ações terapêuticas.