Detalhes da proposta

Ponta-cabeça

Sobre a Proposta

Tipo de Edital: Procarte

Situação: Aprovado


Dados do Coordenador

    Nome do Coordenador

    priscila regina lopes

    Número de inscrição:

    2025202202541224

    Unidade de lotação:

    departamento de educação física

Caracterização da Ação

    Área do Conhecimento:

    ciências da saúde

    Área temática principal:

    cultura

    Área temática secundária:

    educação

    Linha de extensão:

    artes integradas

    Abrangência:

    regional

    Vinculado a programa de extensão:

    teias gímnicas: programa de ginástica da ufvjm

    Gera propriedade intelectual:

    Sim

Membros

hilton fabiano boaventura serejo Vice-coordenador(a)

juliana nogueira pontes nobre Voluntário(a)

thyago thacyano de souza dos santos Voluntário(a)

luisa aguiar lopes cordeiro Bolsista

alessandra guimaraes rodrigues Voluntário(a)

cleber miranda pereira Voluntário(a)

Resumo

O projeto de extensão “Ponta-cabeça” trata-se uma proposta destinada a crianças entre 8 e 10 anos de idade, residentes em Diamantina e região. O projeto desenvolve a Ginástica para Todos (GPT), uma vertente do amplo universo das ginásticas que dialoga com outras manifestações da cultura corporal, artística e popular. A partir de metodologias dialógicas que visam estimular o protagonismo das crianças nas ações pedagógicas, realizamos encontros semanais com o objetivo de desenvolver habilidades no campo dos diferentes tipos de práticas gímnicas em interação com manifestações corporais, artísticas e culturais vivenciadas no decorrer da vida dos participantes. Compreendida como linguagem corporal, a GPT se apresenta como um veículo e objeto de comunicação. Logo, uma das metas do projeto é produzir coreografias originais inspiradas em diversos temas, tais como as manifestações corporais, artísticas e populares da região de abrangência da UFVJM. Pretendemos com isso, estimular, por meio do fazer gímnico-artístico-cultural, ampliar a formação cultural das crianças, de forma que as compreendam, valorizem e respeitem em suas múltiplas funções.


Palavras-chave

Ginástica para Todos, Criança, Cultura corporal, Cultura regional.


Introdução

O projeto de extensão “Ponta-cabeça”, desenvolvido desde 2024 vinculado ao edital PROCARTE da UFVJM, propõe contribuir com a ampliação da formação cultural de crianças da cidade de Diamantina por meio da prática da Ginástica para Todos (GPT). A GPT é uma manifestação da cultura corporal que tem a base o movimento gímnico, o qual é ressignificado de forma livre e criativa ao ser articulado com outras manifestações, tais como os da cultura corporal (jogos, esportes, lutas etc.), artística (dança, circo, teatro etc.) e popular (contos, festas, costumes etc.) (TOLEDO; TSUKAMOTO; CARBINATTO, 2024). O adjetivo “para todos” demarca o entendimento imediato de que a prática se destina a todas as idades, condições físicas e gêneros (LOPES; CARBINATTO, 2021). Entendida como “Ginástica para todas, todes e todos”, a modalidade estabelece “uma abertura intencional à diversidade de sujeitos, de corpos e de práticas, à pluralidade de culturas e à circulação de conhecimentos e saberes oriundos de diferentes grupos sociais” (AYOUB, 2022, p.7). O movimentar-se humano é uma maneira de se expressar corporalmente e, portanto, uma forma de linguagem. As ações na área da Educação Física devem envolver um olhar cultural sobre as “[...] formas de representação do mundo que o homem tem produzido no decorrer da história, exteriorizadas pela expressão corporal: jogos, danças, lutas, exercícios ginásticos, esporte, malabarismo contorcionismo, mímica e outros [...]” (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p. 38). Historicamente criadas e culturalmente desenvolvidas, as manifestações da cultura corporal são práticas simbólicas carregadas de valores e intencionalidades, revisadas constantemente de acordo com as dinâmicas da sociedade (SCARAZZATO, 2020). A linguagem corporal não é algo fixo, com sentidos e significados pré-determinados e imutáveis, ela segue o fluxo da vida humana e das relações de poder que a permeia. Logo, o trato da Educação Física deve levar em consideração todas as tradições culturais, reconhecendo e valorizando as manifestações da cultura corporal já identificadas pela ciência e aquelas que emergem dos saberes e culturas populares, de forma que as fronteiras entre o acadêmico e o popular sejam rompidas (NEIRA, 2014). A gestualidade construída na GPT é expressada em forma de coreografia, a qual deve ser elaborada de forma coletiva, colaborativa e democrática. O momento da criação coreográfica deve ser mais valorizado que a sua apresentação, pois por meio do fazer criativo, os sujeitos identificam padrões corporais internalizados e refletem sobre a necessidade de superá-los, ampliando o entendimento sobre a corporeidade. E ao elencar os temas que serão transformados em coreografia, o grupo reflete sobre o que querem comunicar, em um movimento de leitura e análise sobre a realidade que o cerca (LOPES, 2020; MARCASSA, 2004). Logo, o diálogo entre a GPT e as demais manifestações culturais presentes nas relações humanas potencializa o pensar sobre os aspectos da formação cultural que fundamentam os modos de ser, viver e compreender a realidade. Nessa dinâmica, as características culturais que identificam o grupo são apreendidas e ampliadas, fortalecendo o sentimento de vínculo entre os pares e o pertencimento à determinada região (LOPES, 2020; (MARCASSA, 2004; TOLEDO; TSUKAMOTO; CARBINATTO, 2024). Diferentes propostas de trabalho evidenciam a formação humana como principal aspecto da GPT (GRANER, PAOLIELLO; BORTOLETO, 2017; MARCASSA, 2004; LOPES, 2020). E dentre as orientações para seu trato no âmbito educacional, o “Ponta-cabeça” opta pela perspectiva pedagógica de Paulo Freire (LOPES, 2020), a qual compreende que educação e humanização são processos indissociáveis (FREIRE, 1994). Nessa perspectiva, o “Ponta-cabeça” busca promover o processo de conscientização e emancipação dos extensionistas. Em diálogo com manifestações da cultura corporal, em especial, da região de abrangência da UFVJM, buscamos construir um ambiente que promova a autonomia, reconhecendo o extensionista como sujeito ativo no processo, o qual traz consigo uma série de conhecimentos. O educador, a partir de todo o conhecimento acumulado, estimula a curiosidade dos extensionistas, a qual parte da leitura do mundo que os cercam e tem como objetivo a construção do conhecimento (nesse caso, uma coreografia de GPT) por meio de uma série de requisitos (pesquisa, rigorosidade metódica, ética e estética, criticidade etc.). Respeitando as características das crianças, a intenção é que o aprendizado se configure como uma ferramenta que possibilite aos sujeitos se conscientizarem sobre a realidade e, consequentemente, terem condições de transformá-la (FREIRE, 1994; 1996).


Justificativa

A linguagem corporal está intimamente vinculada às inúmeras possibilidades de comunicação corpo: “[...] uma linguagem muda, porém carregada de sons, imagens, palavras, cores, odores, sensações, percepções, valores, conhecimentos, sentidos e significados. [...] um tipo de gramática que emana do corpo, uma narrativa composta de movimentos, gestos, posturas e expressões não verbais [...]” (MARCASSA, 2004; p. 173). Dentre os tipos de ginástica, a GPT transcende os aspectos meramente técnicos e, portanto, circunscreve-se dentro do universo das linguagens artísticas contemporâneas pela qual é possível promover uma formação que pressupõe o desenvolvimento humano em todos os seus domínios – moral, afetivo, corporal, cognitivo, ético, estético, político etc. (LOPES, 2020; MARCASSA, 2004). A Federação Internacional de Ginástica (FIG), órgão que regulamenta a modalidade, compreende a GPT na esfera do lazer, sugerindo que sejam considerados quatro princípios para o seu desenvolvimento: os movimentos básicos que são comuns a todas as práticas gímnicas, o condicionamento físico, a diversão e a interação entre os praticantes (FIG, 2019). Ademais, a modalidade também se caracteriza pelo desenvolvimento de oito fundamentos, quais sejam: base na ginástica, composição coreográfica, inclusão, prazer pela prática, versatilidade, elementos da cultura, criatividade e formação humana (TOLEDO; TSUKAMOTO; CARBINATTO, 2024). O fundamento denominado “elementos da cultura” demarca a possibilidade de trabalhar com elementos de diferentes manifestações culturais na GPT. Não se trata de uma prática que foca em movimentos específicos e pré-determinados, ao contrário disso, abraça as identidades culturais que os praticantes trazem consigo e os desejos de aprenderem novos saberes (TOLEDO; TSUKAMOTO; CARBINATTO, 2016, p. 41). Na perspectiva freiriana, reconhecer, valorizar e permitir que os educandos assumam sua identidade cultural é premissa quando se pretende uma educação crítica e libertadora. É preciso criar condições pedagógicas para que os sujeitos possam vivenciar “[...] a experiência profunda de assumir-se. Assumir-se como ser social e histórico, como ser pensante, comunicante, transformador, criador, realizador de sonhos [...] (FREIRE, 1996, p. 22). Quando não respeitamos os saberes prévios dos educandos, suas identidades culturais e sua participação na construção dos conhecimentos, propagamos a cultura do silêncio e contribuímos para que os valores das culturas dominantes sejam instaurados, formando pessoas dependentes e alienadas (FREIRE, 1994; 1996). A infância compreende a etapa inicial da vida, do nascimento aos 12 anos de idade. Apesar do pouco tempo de vida, é preciso considerar os saberes das crianças, pois mesmo antes de lerem as palavras, elas leem o mundo a sua maneira. Sabem coisas que, embora sejam diferentes dos saberes adultos, possuem sentidos e significados condizentes com sua fase da vida (FARIAS; MALDONADO; RODRIGUES, 2021; FREIRE, 1996). Ao compreender a cultura como um processo vivo e dinâmico (BRANDÃO, 2009), é preciso assumir que a criança também produz cultura. Enquanto sujeito no e com o mundo, ela é influenciada e modificada pelo contexto em que está inserida na mesma proporção em que influencia e modifica o que está ao seu redor (ALMEIDA, 2016). Nesse sentido, práticas educativas libertadoras precisam romper com a ideia adultocêntrica que desvaloriza e despreza os saberes e desejos infantis, impondo um projeto que as considera adultos em miniatura (FARIAS; MALDONADO; RODRIGUES, 2021). No desenvolvimento da GPT, a proposta pedagógica deve primar pela cooperação, solidariedade, respeito a si, ao próximo e ao mundo, identidade, responsabilidade, criticidade e afeto. E a leitura da realidade cultural em que os praticantes estão inseridos contribui para a formação humanizadora quando estimula o pensar-se como cidadãos consumidores e produtores de cultura (LOPES, 2020; TOLEDO; TSUKAMOTO; CARBINATTO, 2024). Sendo assim, acreditamos na relevância do desenvolvimento do projeto “Ponta-cabeça” na região na qual a UFVJM está inserida no sentido de estimular, por meio do fazer gímnico-artístico-cultural, a proteção e valorização da cultura infantil e a ampliação do horizonte de contato das crianças com as manifestações culturais regionais, em especial, as pertencentes às culturas corporais do universo infantil.


Objetivos

O projeto de extensão “Ponta-cabeça” tem como objetivo geral promover a ampliação da formação cultural das crianças extensionistas por meio da prática da GPT em diálogo com as manifestações culturais e artísticas da região de abrangência da UFVJM. Como objetivos específicos, pretendemos: Disseminar a prática da GPT como uma manifestação corporal acessível a pessoas diversas – de diferentes etnias, raça, gênero, corpos e habilidades; Propor ações de GPT que ampliem o horizonte de contato de crianças com as manifestações da cultura corporal, artística e popular da região; Valorizar os saberes prévios que as crianças trazem consigo, envolvendo-as na escolha dos conteúdos que serão abordados no projeto, de forma que a interação entre os saberes científico e popular e as diferentes linguagens seja estimulada; Desenvolver atividades que promovam o protagonismo e autonomia das crianças; Promover o fazer artístico-cultural pelas crianças dentro do espaço universitário; Contribuir para a formação continuada de docentes e discentes da UFVJM para desenvolverem a GPT para o público infantil; Produzir e divulgar pesquisas sobre os campos de conhecimento envolvidos no projeto de extensão.


Metas

Promover a participação de 60 crianças (pelo menos 30 por semestre) entre 8 e 10 anos de idade como extensionistas do projeto; Promover 80 aulas-encontro (com periodicidade semanal, ao longo do ano) para desenvolver habilidades no campo das ginásticas, interagindo com outras formas de expressões corporais, artísticas e culturais (jogos e brincadeiras, esportes, dança, teatro, literatura, cinema, manifestações da cultura popular etc.); Produzir composições coreográficas originais; Apresentar composições coreográficas na Semana de Educação Física da UFVJM, na SINTEGRA da UFVJM e em diferentes eventos científicos e culturais, a partir das demandas no decorrer da vigência do projeto; Realizar visitas em diferentes espaços que promovem a cultura corporal, a arte e a cultura popular regional, a partir das oportunidades que surgirem no decorrer da vigência do projeto;; Aprimorar o conhecimento pedagógico e filosófico dos envolvidos no projeto em relação à GPT, à infância, às manifestações da cultural corporal, à arte e à cultura popular regional; Realizar parcerias com outros projetos de extensão da UFVJM e de outras universidades brasileiras; Promover e participar de oficinas e vivências em locais que desenvolvem diferentes práticas corporais, artísticas e de cultura popular.


Metodologia

O desenvolvimento do projeto ocorrerá por meio de dois encontros semanais com 1h30 de duração, majoritariamente, no Laboratório de Ginástica (Prédio de Educação Física da UFVJM). O planejamento ocorrerá em reuniões semanais com estudos sobre temáticas relacionadas ao projeto. Também será realizada avaliação processual com o intuito de verificar se os objetivos estabelecidos para cada aula-encontro estarão sendo atingidos no decorrer do projeto. No início de cada semestre letivo do ano de 2025, abriremos inscrições para os extensionistas interessados por meio de uma pré-inscrição virtual (por ordem de acesso ao formulário online). Nas duas primeiras semanas de atividades, as crianças poderão experimentar e decidir se continuarão no projeto, abrindo novas vagas, caso haja desistências. Nas duas semanas seguintes, com o grupo formado, as aulas-encontro serão destinadas ao (re)conhecimento dos extensionistas e investigação sobre os saberes prévios que as crianças possuem sobre as ginásticas e as demais manifestações da cultura corporal, artística e popular. Pautado na proposta pedagógica freiriana (FREIRE, 1994; 1996), faremos um levantamento sobre as vivências anteriores das crianças (incluindo o que foi desenvolvido no projeto no ano de 2024) e estimularemos pesquisas para coletar informações com familiares, amigos, consulta a materiais jornalísticos, artísticos etc., no intuito de relacionar uma diversidade de práticas que conhecem ou que sejam de seus interesses. Com as informações em mãos, as crianças auxiliarão na seleção dos temas geradores do projeto, de forma que se sintam envolvidos na construção dos conhecimentos (FREIRE, 1994; 1996). Os temas serão abordados no decorrer das aulas-encontro, ministrados pelos monitores (bolsista e voluntários) e/ou por educadores externos. Os conteúdos das aulas-encontro serão organizados da seguinte forma: 3a feira: práticas gímnicas – GPT, ginásticas artística, rítmica, acrobática, trampolim e aeróbica; 5a feira: outras manifestações da cultura corporal, popular e artística (identificadas na investigação). A metodologia de ensino-aprendizagem será organizada da seguinte forma: 1o momento: roda de conversa sobre as atividades que foram planejadas para a aula-encontro. Ao compreenderam o conteúdo que será trabalhado, as crianças poderão se expressar relatando o que sabem sobre o tema, se gostariam de acrescentar alguma sugestão, tirar alguma dúvida etc. 2o momento: atividades voltadas para a preparação corporal – aquecimento, alongamento, equilíbrio, coordenação etc. As atividades serão planejadas de forma que as crianças possam se divertir, criar e interagir umas com as outras ao mesmo tempo realizam a preparação corporal. 3o momento: conteúdo principal da aula-encontro – ensino-aprendizagem de movimentos gímnicos (saltos, rotações, manejo de materiais etc.), experimentações corporais nos equipamentos disponíveis no espaço (trave de equilíbrio, barra, trampolins etc.), vivência de diferentes práticas corporais, artísticas e culturais (dança, lutas, capoeira, circo etc.). Primeiramente, será feita a exploração dos conteúdos de forma livre, estimulando às crianças à descobrirem sozinhas as diversas possibilidades de se movimentar, e, posteriormente, de forma dirigida, a partir de dicas e orientações específicas de acordo com as necessidades do grupo. Tais estratégias têm como intenção estimular a autonomia e a criatividade dos praticantes de GPT, potencializando a formação humanizadora dos sujeitos. 4o momento: criação de pequenas composições coreográficas – em pequenos grupos, as crianças irão criar uma sequência de gestos a partir dos conteúdos aprendidos até o momento, com acompanhamento musical e alguns requisitos (utilização de algum material, representação de alguma temática etc.). O intuito será exercitar a criatividade, a cooperação e a disponibilidade para o debate, a socialização, dentre outros aspectos que podem contribuir para desenvolver uma composição coreográfica original completa a partir dos princípios da GPT, a qual será apresentada ao final de cada semestre. 5o momento: atividades de relaxamento (exercícios de alongamento, respiratórios, automassagem etc.) e roda de conversa para avaliação dos conhecimentos que foram construídos. A estrutura das aulas-encontro poderá ser modificada de acordo com as temáticas propostas e a metodologia utilizada pelo educador convidado. Utilizaremos todos os equipamentos disponíveis no Laboratório de Ginástica da UFVJM e materiais confeccionados pelos próprios praticantes, estimulando a autonomia e criatividade dos sujeitos.


Referências Bibliográficas

ALMEIDA, F. S. Que dança é essa? Uma proposta para a educação infantil. São Paulo: Summus, 2016. AYOUB, E. A Ginástica geral e educação física escolar. Campinas: UNICAMP, 2007. AYOUB, E. Ginástica para todas, todes e todos: por uma pedagogia da diversidade. Conexões, Campinas, v.20, e022040, 2022. BRANDÃO, C. R. Vocação de criar: anotações sobre a cultura e as culturas populares. Cadernos de pesquisa, v.39, n. 138, p. 715-746, 2009. COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino de educação física. São Paulo: Cortez, 1992. FARIAS, U. S.; MALDONADO, D. T.; RODRIGUES, G. M. Educação física, linguagem e educação infantil: uma aproximação com Paulo Freire. Inter-Ação, v.46, n. ed.especial, p. 1102-1113, 2021. FIG – FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE GINÁSTICA. Gymnastics for All Regulations Manual: 2019 Edition. <https://www.gymnastics.sport/site/rules/#6>. FORPROEX. Política Nacional de Extensão Universitária. Manaus, 2012. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 25a ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996. < https://nepegeo.paginas.ufsc.br/files/2018/11/Pedagogia-da-Autonomia-Paulo-Freire.pdf > FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 23a ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1994. < https://cpers.com.br/wp-content/uploads/2019/10/Pedagogia-do-Oprimido-Paulo-Freire.pdf > GRANER, L.; PAOLIELLO, E.; BORTOLETO, M. A. C. Grupo Ginástico Unicamp: potencializando as ações humanas. In: BORTOLETO, M. A. C.; PAOLIELLO, E. (orgs.). Ginástica para todos: um encontro com a coletividade. Campinas: Editora Unicamp, 2017. p. 165-198. LOPES, P. “A gente abre a mente de uma forma extraordinária”: potencialidades da pedagogia freiriana no desenvolvimento da Ginástica para Todos. 2020. Tese (Doutorado em Educação Física) – Escola de Educação Física e Esporte, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2020. <https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/39/39136/tde-13052021-142814/pt-br.php> LOPES, P.; CARBINATTO, M. V. Nas entrelinhas da ginástica para todos: reflexões históricas e sua disseminação no Brasil. Olimpianos-Journal of Olympic Studies, v.5, p. 79-97, 2021. < https://journal.olimpianos.com.br/journal/index.php/Olimpianos/article/view/122 > MARCASSA, L. Metodologia do ensino da ginástica: novos olhares, novas perspectivas. Pensar a Prática, Goiânia, v.7, n.2, p. 171-186, 2004. <https://doi.org/10.5216/rpp.v7i2.94> NEIRA, M. G. Práticas corporais: brincadeiras, danças, lutas, esportes e ginásticas. São Paulo: Melhoramentos, 2014. SCARAZZATTO, J. Verbo e gesto: formas indissociáveis de compreender e fazer. Revista Brasileira de Educação Física Escolar: Rebescolar, Curitiba, v. 3, p. 145-155, Mar. 2020. TOLEDO, E.; TSUKAMOTO, M. H. C.; CARBINATTO, M. V. Fundamentos da Ginástica Para Todos. In: NUNOMURA, M. (org.) Fundamentos das ginásticas. 3a ed. Várzea Paulista: Fontoura, p. 34-136, 2024.


Inserção do estudante

O monitor bolsista selecionado para participar do projeto deverá ser aluno dos cursos de Educação Física da UFVJM (licenciatura ou bacharelado) que já tenha concluído pelo menos a unidade curricular “Fundamentos da Ginástica”, pois acreditamos que há uma série de conhecimentos mínimos necessários para desempenhar tal função. Também selecionaremos um ou mais monitores voluntários que poderão ser, preferivelmente, alunos de diferentes cursos da universidade (inclusive da pós-graduação) com o intuito de dialogar com as diferentes áreas de conhecimento. Para capacitar os estudantes para atuarem como monitores, realizaremos encontros com a coordenação antes do início do projeto para orientar estudos de referências bibliográficas específicas que embasam a estrutura do “Ponta-cabeça”. A equipe de planejamento (coordenadora, colaboradores e monitores) passará por uma oficina de formação sobre a GPT para crianças, na qual serão abordados temas essenciais para o desenvolvimento das ações, com a participação de estudantes e professores que atuaram em projetos de ginástica realizados em anos anteriores na UFVJM. Também será solicitado que os monitores participem dos encontros do Grupo de Estudos e Práticas das Ginásticas (GEPG – UFVJM/CNPq) durante todo o período em que o projeto for desenvolvido, o qual desenvolve pesquisas no campo da Ginástica. Pretendemos, com isso, estimular a articulação entre as atividades de ensino, pesquisa e extensão, contribuindo com a formação ampliada do estudante. A avaliação do desempenho dos monitores (bolsista e voluntários) será feita de forma processual em consonância com a avaliação periódico do projeto. Serão avaliados os conhecimentos construídos, assim como as condutas de mediação das atividades, identificando necessidades de aprimoramento ao longo do processo. Serão funções dos monitores: Participar das reuniões de planejamento; Participar auxiliando e/ou conduzindo a mediação das aulas-encontros semanais; Promover estudos e pesquisas no campo da GPT, da infância, da arte e da cultura regional por meio da participação no GEPG; Participar de eventos científicos apresentando os resultados dos estudos acerca do projeto; Participar em todas as etapas das produções coreográficas, assim como auxiliar nos momentos das apresentações agendadas; Participar das atividades extras (oficinas, visitas etc.); Divulgar o projeto na comunidade acadêmica e local.


Observações

O projeto de extensão “Ponta-cabeça” faz parte das propostas do Grupo de Estudos e Práticas das Ginásticas (GEPG) do Departamento de Educação Física da UFVJM, o qual desenvolve ações de extensão de forma articulada com o ensino e a pesquisa desde 2011. Com ampla experiência no campo das ginásticas, conseguimos ampliar as ações de GPT para crianças no ano de 2024, as quais já são realizadas com o público adulto e idoso nos projetos de extensão “Grupo de Ginástica de Diamantina”, “Ginasticando na Maturidade” e “Longeviver”. As metodologias desenvolvidas em tais projetos nos deram subsídios suficientes para trabalhar com crianças, auxiliando o processo formativo dos estudantes e docentes da UFVJM. Ainda em desenvolvimento no momento de submissão do projeto para ser realizado em 2025, já podemos pontuar resultados significativos: -Participação de 60 extensionistas; -Vivência de 11 diferentes manifestações da cultura corporal: Jogos pré desportivos coletivos (vôlei, basquete, futebol, basquetebol), Natação, Balé, Taekwondo, Kung Fu, Parkour, Atletismo, Futebol, Capoeira, Dança, Rítmica, Circo; -Envolvimento de 10 professores convidados, sendo 6 professores da UFVJM e 5 professores da comunidade (sugeridos pelos extensionistas); -Produção coreográfica em andamento que será apresentada no XIII Encontro de Educação Física da UFVJM (novembro/2024); -Aprovação de dois trabalhos científicos sobre o projeto, em forma de resumo, a serem apresentados na X SINTEGRA da UFVJM e XI Fórum Internacional de GPT. Sendo assim, acreditamos que o desenvolvimento do projeto de extensão “Ponta-cabeça” é de suma relevância, uma vez que a literatura comprova o potencial de formação humanizadora promovida na prática da GPT para diferentes faixas etárias. Trata-se de uma proposta que dará continuidade às ações de extensão com a ginástica já desenvolvidas pelo GEPG na UFVJM, as quais obtiveram resultados positivos tanto na comunidade diamantinense quanto na formação de discentes e divulgação científica. Defendemos a ideia de consolidar os projetos de extensão já desenvolvidos na UFVJM para que a universidade possa cumprir seu papel na comunidade em que está inserida, no sentido de promover a interação transformadora entre a instituição e outros setores da sociedade (FORPROEX, 2012).


Público-alvo

Descrição

Pessoas que podem se inscrever como extensionistas do projeto: Crianças entre 8 e 10 anos de idade; Por ser uma modalidade não-competitiva, a GPT não estabelece nenhum tipo de pré-requisito para os praticantes, sendo inclusive uma indicação da literatura o incentivo a participação irrestrita de forma que abarque pessoas de diferentes etnias, raça, gênero, corpos e habilidades (AYOUB, 2007; 2022; TOLEDO; TSUKAMOTO; CARBINATTO, 2024). Pretendemos trabalhar com 30 crianças, residentes na cidade de Diamantina e região, em cada semestre letivo, totalizando no máximo 60 extensionistas no decorrer do projeto. Ademais, todas as pessoas que assistirem as apresentações coreográficas produzidas pelas crianças podem ser consideradas como público envolvido indiretamente com o projeto, uma vez que podem ser impactadas pela apreciação das criações gímnico-artísticas culturais.

Municípios Atendidos

Município

Diamantina

Parcerias

Participação da Instituição Parceira

Esta parceria tem como intenção contribuir com discussões e práticas no campo das artes, no sentido de auxiliar no processo de formação cultural dos extensionistas, uma vez que o projeto atua com atividades e produções coreográficas por meio da articulação entre as ginásticas e diferentes manifestações da cultura corporal, das culturas populares e das artes. Outras parcerias serão firmadas a partir do levantamento acerca dos saberes prévios sobre as manifestações da cultura corporal, artística e popular que as crianças apresentarem, assim como os desejos de aprenderem novos saberes. Com as demandas apontadas, buscaremos parcerias com agentes culturais da região para compartilharem seus saberes com os extensionistas.

Cronograma de Atividades

Periodicidade Anualmente
Descrição da Atividade

Estudo sobre a proposta do projeto; Estudo sobre GPT, infância, cultura corporal, arte e cultura regional; Estudo sobre acessibilidade e adaptação das práticas corporais para pessoas com diferentes corpos e habilidades; Estruturação do plano de trabalho (quantidade de encontros nos dois semestres letivos; conteúdos que poderão ser abordados; atividades que poderão ser planejadas a partir das demandas do grupo participante etc.); Preparação da divulgação do projeto; Preparação do material de inscrição online; Divulgação do período de inscrição no projeto. Observação: Esta atividade ocorrerá semestralmente nos meses de Janeiro e Julho de 2025, pois a entrada de novos extensionistas participantes no projeto acontece no início de cada semestre letivo, nesse caso Fevereiro de 2025 e Agosto de 2025.


Periodicidade Anualmente
Descrição da Atividade

Período de inscrições no projeto; Realização de 4 aulas-encontro para que as crianças interessadas conheçam a proposta do projeto, experimentem a prática corporal e efetivem a inscrição, caso haja interesse; Abertura e divulgação de novas inscrições, caso haja necessidade; Preenchimento das fichas de inscrição e TCLE. Observação: Esta atividade ocorrerá semestralmente, em Fevereiro e Agosto de 2025, pois a entrada de novos participantes respeita os semestres letivos do calendário acadêmico da UFVJM.

Periodicidade Semanalmente
Descrição da Atividade

Realização de reuniões de planejamento e avaliação semanais com a participação da coordenadora, vice-coordenadora, colaboradores e monitores (bolsista e voluntários) do projeto; Discussão sobre os conteúdos que serão abordados nas aulas-encontro de acordo com as demandas apresentadas no decorrer do projeto; Convite à educadores externos para participarem do projeto; Avaliação periódica sobre o andamento das atividades do projeto; Dissertação de relatórios oficiais da PROEXC.


Periodicidade Semanalmente
Descrição da Atividade

Desenvolvimento de aulas-encontro no Laboratório de Ginástica da UFVJM para prática da GPT em interação com diversas manifestações corporais, culturais e artísticas; Desenvolvimento de processo de construção coreográfica.

Periodicidade Mensalmente
Descrição da Atividade

Participação em oficinas, visitas, eventos científicos, artísticos e culturais de acordo com as demandas apresentadas no decorrer do projeto (utilização de transporte da UFVJM); Oferecimento de cursos, oficinas, vivências etc., em diferentes locais e para públicos diversos, de acordo com as demandas apresentadas no decorrer do projeto; Apresentações coreográficas em diferentes locais de acordo com as demandas apresentadas no decorrer do projeto; Apresentação coreográfica e de trabalhos científicos no Encontro de Educação Física e na SINTEGRA da UFVJM.

Periodicidade Semanalmente
Descrição da Atividade

Participação da equipe de planejamento (coordenadora, vice- coordenadora, colaboradores, voluntários e monitores) e de demais interessados (integrantes do projeto) em reuniões do Grupo de Estudos e Práticas das Ginásticas (GEPG); Estudo e aprofundamento sobre as temáticas que envolvem o projeto; Produção de pesquisas científicas sobre o projeto; Planejamento sobre a publicação das pesquisas e participação em eventos científicos.


Periodicidade Anualmente
Descrição da Atividade

Participação da equipe de planejamento (coordenadora, vice- coordenadora, colaboradores, voluntários e monitores) em reuniões para avaliação final do projeto; Revisão de todas as atividades realizadas, cumprimento de objetivos e metas; Discussão sobre pontos positivos e negativos ocorridos no projeto; Dissertação de relatórios oficiais da PROEXC; Reestruturação da proposta para dar continuidade ao projeto no ano seguinte.