Detalhes da proposta

Na beleza, o que não vemos?

Sobre a Proposta

Tipo de Edital: Pibex

Situação: Aprovado


Dados do Coordenador

    Nome do Coordenador

    ana paula de figueiredo conte vanzéla

    Número de inscrição:

    20251012025275168

    Unidade de lotação:

    departamento de farmácia-bioquímica

Caracterização da Ação

    Área do Conhecimento:

    ciências da saúde

    Área temática principal:

    saúde

    Área temática secundária:

    educação

    Linha de extensão:

    fármacos e medicamentos

    Abrangência:

    municipal

    Vinculado a programa de extensão:

    feira de atividade farmacêuticas - faf

    Gera propriedade intelectual:

    Não

Membros

suedali villas boas coelho barata Vice-coordenador(a)

ester damaris silva Voluntário(a)

pedro lucas pego cardoso de melo Voluntário(a)

melina alves pinto pizzini Voluntário(a)

lara emanuelle otoni fonseca Bolsista

Resumo

"Produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes: são preparações constituídas por substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo nas diversas partes do corpo humano, pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãos genitais externos, dentes e membranas mucosas da cavidade oral, com o objetivo exclusivo ou principal de limpá-los, perfumá-los, alterar sua aparência e ou corrigir odores corporais e ou protegê-los ou mantê-los em bom estado" conforme definição da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Pela própria definição, entende-se que os cosméticos têm por objetivo gerar bem-estar. No contexto da sociedade atual, em que se disseminam conteúdos e ideologias focadas na beleza, nem sempre entendida de forma ampla e inclusiva, as pressões quase exigem uma juventude eterna e, por isso, os cosméticos são vistos como instrumentos indispensáveis desta cultura. Apesar do seu alto custo, os cosméticos são cada vez mais demandados e há usuários que acumulam número enorme deles, testando cada vez que um novo é lançado. Porém, há problemas se estão fora da validade, se são mal-armazenados ou usados de modo a ocorrer contaminação microbiológica, ou se novos produtos e procedimentos carecem de desenvolvimento pautado nos princípios das ciências farmacêuticas e da tecnologia de cosméticos, áreas que se vinculam à grande ciência da Saúde. É preciso dizer que com a facilidade de disseminação de conteúdos, proporcionada pelas redes sociais, estes focaram também na ciência dos cosméticos e nos procedimentos estéticos, frequentemente sem princípios científicos balizadores e sem seguir a legislação que garante a segurança do consumidor. Por isso, não se estranhe que tantos agravos à saúde sejam noticiados em decorrência de produtos e procedimentos caseiros ou por erros no uso, armazenamento e compartilhamento de cosméticos. Esta ação será realizada para produzir uma análise crítica e reflexiva dos ensinamentos e comportamentos sobre os usos de cosméticos a fim de dialogar e conscientizar os consumidores sobre os agravos que podem decorrer dos equívocos no seu uso, compartilhamento e armazenamento, inclusive para os que são ensinados como alternativas caseiras, a fim de pautar diálogos e construir conhecimentos que permitam promover a saúde e bem-estar, garantindo assim, que sua finalidade primeira seja, de fato, alcançada.


Palavras-chave

Cosméticos; Contaminação; Deterioração; Armazenamento; Agravos


Introdução

A busca pela beleza é uma nota constante da sociedade atual, que vive pressões excessivas pela valorização da imagem física. O marketing dos produtos de beleza, os profissionais, os influencers digitais e as empresas de estética, com suas dicas constantes sobre procedimentos, produtos e opções para a pele, cabelo, dentes e todo tipo de orientação sobre o aspecto corporal, inundam as redes sociais e atraem desde o público adolescente até o mais maduro, porém, muito frequentemente os veiculadores de conteúdo não são profissionais com a formação necessária e basilar das Ciências Farmacêuticas, Médicas ou da Saúde em geral. Nesta sociedade em que frequentemente a imagem se sobrepõe aos demais valores, é fundamental conscientizar as pessoas sobre os agravos que podem decorrer dos procedimentos invasivos, bem como da aplicação de produtos, ainda que feitos por empresas e profissionais, pois nem sempre é possível averiguar claramente sua qualificação, ou ainda, porque as promessas de resultados não avaliam de forma significativa os prejuízos que podem ser ocasionados. Procedimentos e produtos caseiros, indicados e ensinados por pessoas sem a devida formação, podem resultar em agravos à saúde, como alergias e descamações da pele, abrasões, queimaduras, necroses e infecções. Na infinidade de informações apresentadas, é difícil filtrar e decidir corretamente sobre opções e implicações. As pessoas podem ser arrastadas pelo modismo a modificar sua aparência e se arrepender depois, ou ainda, podem ter sua pele, cabelos e saúde geral danificados, resultando em prejuízo à autoimagem, à autoestima e à saúde física. Nem sempre estes danos podem ser reparados, como se vê em tantas reportagens. O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, em seu sítio na internet, descreve que "O dano estético configura-se por lesão à saúde ou integridade física de alguém, que resulte em constrangimento. São lesões que deixam marcas permanentes no corpo ou que diminuam sua funcionalidade como: cicatrizes, sequelas, deformidades ou outros problemas que causem mal estar ou insatisfação. Costumam resultar de erros médicos ou agressões físicas mais graves" (TJDFT, 202X). Ou seja, na legítima busca pelo bem-estar pessoal e da melhoria da imagem, os resultados podem levar, justamente, ao contrário. Ignorar os princípios científicos e técnicos da ciência dos cosméticos e da Saúde pode levar a consequências muito sérias, decorrendo de alterações físico-químicas dos procedimentos e produtos estéticos, ou da contaminação microbiológica que pode estar presente e se acumular em produtos cosméticos, como xampus, cremes, rímeis, batons, bases, demaquilantes, corretivos, dentre outros, e seus aplicadores. Em relação aos aspectos microbiológicos, as consequências da contaminação em produtos destinados ao consumo humano podem ser evidenciadas pelos danos que causam à saúde quando são agentes de infecções ou da deterioração de alimentos. Este cenário pode ser ilustrado pelos diversos produtos alimentares e farmacêuticos que requerem controle de qualidade, pois, diversas vezes funcionam como verdadeiros meios de cultura para espécies bacterianas e fúngicas que podem contaminar a matéria-prima, os equipamentos e o produto final (FDA, 2024). Porém, muitos produtos precisam ser absolutamente estéreis e livres de derivados microbianos como os medicamentos injetáveis, enquanto outros precisam pelo menos ser livres de patógenos. Um aspecto muito importante da conservação de produtos farmacêuticos e cosméticos se inicia no processo produtivo, no controle de qualidade das matérias-primas, nos aditivos de preservação que são adicionados, bem como no transporte e no armazenamento posterior à produção (FDA, 2024). Porém, mais negligenciadas são as condições de uso e compartilhamento destes produtos, apesar das indicações e recomendações de segurança que os acompanham (BASHIR; LAMBERT, 2020). Alguns destes, inclusive, são armazenados em ambientes sujeitos à umidade, como armários de banheiros, ou empoeirados, nos quais os micro-organismos encontram um ambiente propício à sua proliferação. Os cosméticos são formulados para prevenir o crescimento microbiano, por isso acrescenta-se agentes preservantes, bem como é estabelecido seu prazo de validade após estudos de estabilidade e conservação. Entretanto, muitos usuários de cosméticos ou saneantes costumam diluir as formulações para aumentar o rendimento ou aproveitar melhor o conteúdo das embalagens, ou também possuem o hábito de compartilhar maquiagens como batons e rímel, a despeito da forma de aplicação que requer contato, ou simplesmente utilizam produtos durante muito tempo após vencer o prazo de validade. É comum, por exemplo, a remoção de cremes a partir de potes sem a utilização de uma espátula, removendo diretamente com os dedos, mesmo que tais cremes sejam, em geral, ricos em vitaminas e outros nutrientes favoráveis ao crescimento microbiano, ao passo que as mãos contêm uma rica microbiota e podem, inclusive, ser fonte de patógenos. Da mesma forma, a água utilizada para a diluição de xampus, condicionadores, rímeis, sabonetes líquidos e até desinfetantes no ambiente doméstico, costuma ser proveniente da própria torneira, podendo ser, também, uma fonte de contaminação microbiológica. Outro exemplo de mau uso destes produtos é a remoção de uma quantidade excessiva a partir de embalagens que são pressionadas em excesso e, nestas circunstâncias, o retorno da quantidade não utilizada para o interior da embalagem. E deste modo, a segurança microbiológica é altamente comprometida quando os preservantes são, de alguma forma, perdidos (LOPES et al., 2022). Os equívocos de qualidade e conservação podem ser ainda maiores no caso dos produtos caseiros, cuja preparação é livremente ensinada, tendo em vista a facilidade de transmitir conteúdo por meio das redes sociais. Os produtos caseiros difundidos por pessoas sem formação farmacêutica ou em saúde e sem regulamentação/aprovação têm potencial para causar prejuízos sérios, pois não terão controle de qualidade da matéria-prima, indicação do prazo de validade e potenciais formas de prevenir contaminações. Alem disto, os procedimentos de armazenamento e mau uso dos cosméticos constituem uma potencial causa de infecções localizadas nos olhos, ouvidos, pele e lábios, com consequências leves a graves, especialmente em pacientes imunocomprometidos (MICHALEK; JOHN; CAETANO DOS SANTOS, 2019). Diante do exposto, é extremamente necessário conscientizar os usuários de produtos cosméticos, bem como avaliar os efeitos das contaminações resultantes dos procedimentos rotineiramente adotados quanto ao uso, armazenamento, forma de aplicação. Os produtos e os procedimentos estéticos amplamente veiculados e praticados precisam ser objeto de conscientização para que os consumidores da indústria da beleza possam tomar decisões conscientes e claras, minimizando o risco de agravos à saúde, de efeitos indesejados e de arrependimentos que prejudiquem o seu bem-estar. Diante desta realidade, a ação "Na beleza, o que não vemos?" pretende entrar em diálogo com a sociedade para compreender sua demanda por conhecimento, as dúvidas que traz, pretende filtrar as informações veiculadas sobre o tema, avaliar a qualidade dos conteúdos apresentados nas redes sociais ou transmitidos pessoalmente, conferir os procedimentos adotados quanto aos produtos utilizados, sua forma de aplicação e armazenamento, a fim de produzir conteúdo reflexivo e qualificar o debate para promover a saúde, reduzir as possibilidades de agravos e aumentar o bem-estar pelo uso correto e pela escolha mais consciente e informada quando se trata de procedimentos e produtos de beleza.


Justificativa

A busca pela beleza e qualidade de vida é nota marcante da sociedade atual, mas, paradoxalmente, contribui para a valorização exacerbada da imagem e a procura de perfeição inatingível, levando pessoas a correr riscos em busca destes objetivos. Na saúde, entendida de forma holística, o desejo de beleza e satisfação com a aparência compreendem o caráter físico e também o emocional. Nas palavras de Alnukaydan (2024): "ao longo das últimas três décadas, a popularidade dos cosméticos e produtos de cuidados pessoais disparou, grandemente impulsionada pela influência das mídias sociais e pela propagação de padrões de beleza irreais, especialmente entre os jovens. Estes produtos, que prometem melhor aparência e autoestima, se tornaram integrais à sociedade contemporânea". Assim, é preciso amadurecer um processo reflexivo sobre práticas e conteúdos relacionados ao tema da beleza, considerando seus amplos aspectos e abrangendo o contexto virtual, além dos círculos de vivência dos indivíduos. No cenário da internet existem inúmeros blogs, canais, contas e reportagens com conteúdo sobre estética e cosméticos, que influenciam hábitos e direcionam seguidores na sua escolha por produtos e procedimentos. É possível navegar e encontrar informação veiculada por profissionais da Saúde, como médicos e farmacêuticos, bem como por pessoas que não têm formação na área e que aprenderam formas de produzir cosméticos caseiros, de modificar os produtos comercializados para renderem mais ou para "potencializar" sua ação. Diversos destes conteúdos trazem o apelo de "produtos naturais" e consideram, equivocadamente, que tudo que é natural é livre de toxicidade. "A química e a criatividade se unem no intrigante mundo dos cosméticos para produzir poções que podem transformar" (ALNUKAYDAN, 2024). Mas, muitas combinações podem resultar em agravos como alergias, irritações, infecções e queimaduras, como, por exemplo, a exposição à radiação ultra-violeta pela diluição dos fotoprotetores ou pela formulação com filtros de pouca eficácia ou sem qualquer comprovação (MICHALEK; JOHN; CAETANO DOS SANTOS, 2019; LOPES et al. 2022; LIMA et al. 2024). A tecnologia de cosméticos é área de atuação farmacêutica, com princípios científicos e metodológicos que englobam boas práticas de fabricação, desenvolvimento de formulações seguras e estáveis para manter a atividade dos princípios ativos e a eficácia, para prevenir deteriorações, incompatibilidades físico-químicas e contaminações microbiológicas que resultem em agravos à saúde, pois tais produtos são aplicados na pele, no sistema capilar, unhas, lábios, genitais, dentes e mucosas (ANVISA, 2022). Por isso, os cosméticos são regulamentados quanto a produção e controle de qualidade, além de informações obrigatórias que devem estar contidas nas embalagens. A legislação prevê que se descreva orientações de uso, armazenamento e validade nos rótulos e embalagens, o que nem sempre é obedecido. E mesmo com recomendações, é difícil promover bons hábitos, pois, alguns procedimentos adotados são culturalmente arraigados e foram aprendidos nos círculos familiares e de amigos, enquanto outros são ensinados por influencers que têm repercussão abrangente e alto poder de persuasão. Portanto, os hábitos dos usuários de cosméticos constituem um ponto frágil no elo que une o desejo de beleza, bem-estar, autoestima e saúde como verdadeiro fim do uso de cosméticos e procedimentos estéticos, ainda que toda a legislação tenha sido cumprida pelos fabricantes. Alterações físico-químicas podem decorrer do armazenamento em temperaturas inadequadas, da exposição à luz solar, poeira, umidade, levando à perda das suas propriedades cosméticas ou ao risco de oxidação e formação de compostos indesejados, causando perda de eficácia ou lesões, alergias e irritações. A mistura de componentes químicos é, em si, um problema de formulação que exige competência profissional, pois mesmo a epiderme intacta, apesar de ser uma barreira, pode tornar-se susceptível e permitir a absorção transdérmica ou o acúmulo de substâncias em função do tempo prolongado de contato, da temperatura ou ocorrência de oclusões (BALWIERS et al. 2023). Há, também, riscos decorrentes do mau armazenamento e da diluição do produto para aumentar o rendimento, da transferência para novos frascos ou dos danos causados às embalagens para facilitar a remoção, do compartilhamento de produtos de uso pessoal e do uso de produtos com prazo de validade vencido, da incorporação de ingredientes como raizes, sucos e folhas de vegetais, o que tantas vezes se ensina em procedimentos caseiros ou se veicula em mídias sociais que tratam da beleza e dos cosméticos. Maus hábitos podem levar à deterioração ou diluição dos conservantes até o ponto da ineficácia, bem como podem, diretamente, causar a contaminação por micro-organismos oriundos da pele e mucosas ou do ambiente, provenientes do ar e da poeira de armários e gavetas, da umidade dos banheiros, ou mesmo do chão, pelo contato com aplicadores que caem acidentalmente. A contaminação microbiológica é um risco, especialmente se patógenos proliferarem nos produtos e, particularmente, quando são aplicados em áreas delicadas da epiderme, como a região periocular, podendo causar conjuntivites e impetigo. Outras condições, como dermatoses inflamatórias, queimaduras e todo tipo de lesão de pele que prejudique sua integridade, podem constituir substancial risco de infecções quando são aplicados cosméticos contaminados na epiderme rompida (MICHALEK; JOHN, CAETANO DOS SANTOS, 2019). Assim, é justificável construir conhecimento com os consumidores de cosméticos, para que seus hábitos possam promover a saúde ao invés de prejudicá-la. Para isto, é preciso compreender melhor os conteúdos que acessam, os equívocos ensinados, os hábitos adotados pelos usuários de cosméticos e suas potenciais consequências. É preciso identificar tipos de agravos que podem decorrer e qualificar um diálogo extensionista a partir da demanda social e, como resultado, produzir uma intervenção transformadora construída a partir da realidade na qual se insere a ação "Na beleza, o que não vemos?". A ação se vincula diretamente com a área da Saúde, na medida em que propõe avaliar conteúdos e hábitos relacionados ao uso de produtos cosméticos, a fim de trabalhar com o público alvo da comunidade de Diamantina, integrando estudantes de graduação e profissionais da área da Farmácia e da Medicina, uma forma de produção de conhecimento que qualifique o debate sobre as alternativas de produtos cosméticos e procedimentos estéticos, considerando as próprias lacunas e erros cometidos pelos usuários de cosméticos, bem como injúrias reportadas nas mídias como resultantes das más práticas. A ação "Na beleza, o que não vemos?" é uma chamada para conscientizar consumidores de estética e cosméticos, a fim de produzir hábitos que promovam qualidade de vida, minimizem os riscos de agravos e favoreçam o bem-estar pessoal, por meio de análise dos conteúdos e informações, categorização dos principais erros encontrados, praticados ou sugeridos, bem como de suas potenciais consequências e pelo diálogo conscientizador para uma tomada de decisão mais consciente e segura. Na execução da ação "Na beleza, o que não vemos?" - registrada inicialmente em caráter voluntário, não vinculado ao PIBEX - os estudantes de Farmácia avaliaram alguns conteúdos digitais e conversaram com estudantes da educação básica sobre hábitos e condições de armazenamento, aplicação, compartilhamento e riscos envolvendo procedimentos estéticos e cosméticos. Transcorridos apenas alguns meses desde o início, o projeto permitiu identificar equívocos gravíssimos divulgados por influencers, os quais foram analisados pelos estudantes, pela coordenação do projeto e equipe, tendo sido categorizados de modo a relacioná-los aos potenciais danos à saúde. A ação resultou em quatro resumos de extensão apresentados na X Semana de Integração da UFVJM. As análises possibilitaram iniciar um projeto de pesquisa para investigar a presença de contaminantes microbiológicos em amostras cosméticas doadas por usuários conscientizados sobre a importância do respeito ao prazo de validade: estudantes de ensino médio participaram do projeto "Na beleza, o que não vemos?" e analisaram placas de cultura com contaminantes oriundos de amostras vencidas. O impacto aumentou a consciência dos visitantes, que, posteriormente, enviaram amostras à equipe do projeto, por estarem vencidas ou terem sido compartilhadas. Resultado de ação que associa a extensão, a pesquisa e o ensino, a proposta abrange a formação dos estudantes de Farmácia contextualizando conteúdos teóricos com vivências reais nas quais deverão interferir para transformar, mediante seu futuro exercício profissional. Assim, diante dos críticos resultados que foram observados quando um limitado número de conteúdos e plataformas foi analisado e quando os dados foram divulgados, uma quantidade razoável de cosméticos foi doada por usuários que se conscientizaram, tornando claro o caráter relevante desta ação, sua necessidade de continuidade e ampliação, de modo a alcançar maior número de pessoas, para continuar a divulgação nos eventos pertinentes e produzir conteúdo que auxilie na mudança de hábitos e no desenvolvimento de postura mais assertiva quanto a estética e produtos cosméticos.


Objetivos

"Na beleza, o que não vemos?" visa, de forma geral, promover a conscientização sobre os riscos inerentes aos procedimentos estéticos e produtos cosméticos, decorrentes dos erros de utilização, aplicação, formulação e armazenamento, bem como sobre os riscos de infecções que podem ser causadas por contaminação destes produtos, a fim de construir conhecimento e embasar decisões mais conscientes, autônomas e seguras pelo público alvo que é atingido pelo conteúdo de cosméticos e estética. Para tanto, a ação terá diversos objetivos específicos, construídos em consonância com sua finalidade: 1. Fazer uma varredura das informações veiculadas em canais dedicados ao tema da beleza e da estética e avaliar os equívocos veiculados que podem correlacionar-se com agravos/injúrias à saúde dos seguidores e usuários de cosméticos quando postos em prática; 2. Categorizar os tipos de prejuízos que podem decorrer da aplicação dos conteúdos divulgados na internet, em infeções, queimaduras, irritações, alergias, dentre outros potenciais agravos, e avaliar como contrapor conteúdos que qualifiquem e balizem os consumidores de produtos e procedimentos cosméticos para compreender os potenciais riscos que correm, as formas para minimizar-los, a identificar se há respaldo científico no conteúdo apresentado, se há alternativas menos tóxicas, menos invasivas, mais seguras e mais consolidadas; 3. Abrir diálogo com os usuários de produtos e procedimentos de beleza na cidade de Diamantina e outras localidades - por meio das mídias digitais e em eventos de extensão como a Feira de Atividades Farmacêuticas do Curso de Farmácia - a fim de compreender suas dúvidas e produzir conteúdo informativo e orientações; 4. Promover campanha para doação de restos de cosméticos, que estejam acabando e quase para ser descartados, ou que estejam armazenados em más condições, ou que estejam vencidos, diluídos ou alterados pelo usuário; 5. Conscientizar os usuários de cosméticos sobre seus direitos em relação à obtenção de informações que devem estar presentes nos rótulos e embalagens, bem como das lesões e infecções que podem ser causadas pelo uso de cosméticos ou procedimentos estéticos para sustentar decisões mais cientificamente balizadas e qualificadas em relação ao uso e escolha destes produtos e procedimentos.


Metas

Meta 1 - Avaliar um quantitativo de pelo menos 50 canais ou mídias digitais dedicados à divulgação de produtos cosméticos ou que tenham tema principal voltado à beleza por meio de produtos ou procedimentos estéticos e avaliar a qualidade, veracidade e completude das informações prestadas, bem como compilar informações sobre o número de seguidores/inscritos ou consumidores destes conteúdos a fim de definir o público mais atingido por estas propagandas, bem como retornar por meio de comentários privados a possibilidade de acessar a equipe extensionista para compreender eventuais problemas técnico-científicos, conflitos com a legislação e riscos de agravos a saúde que forem detectados; Acompanhamento do cumprimento da meta 1: será avaliado pelo quantitativo de fontes de informação dedicadas ao tema que forem definidos e analisados pela equipe extensionista, pela quantificação dos erros de informação / problemas técnico-científicos ou conflitos com a legislação que forem encontrados e computados no decorrer desta ação e pelo quantitativo de criadores de conteúdo que retornarem o contato da equipe e que tenham interesse de compreender/melhorar sua percepção dos temas que abordam em suas redes/mídias digitais. Impacto da meta 1: por meio do cumprimento desta meta, ao menos 50 criadores de conteúdo dedicados ao tema da beleza/cosmetologia poderão ser diretamente atingidos ao receber um retorno sobre eventuais riscos à saúde que estão sendo promovidos pelos conteúdos que divulgam, ajudando a tornar a internet um campo um pouco mais qualificado. Quanto ao impacto indireto, dezenas de milhares ou milhões de consumidores destes conteúdos poderão ser beneficiados com a adequação, correção ou veiculação de conteúdo mais qualificado no tema da estética e uso de produtos cosméticos, produzindo e disseminando um conhecimento mais seguro sobre sua melhor forma de uso e as decisões que podem impactar sua saúde. Meta 2 - Alcançar pelo menos 100 pessoas em Diamantina que desejem apresentar dúvidas quanto à utilização de cosméticos, sua forma de armazenamento e riscos relacionados aos produtos e procedimentos estéticos, compilar as demandas de informação em grandes temas e produzir material de conteúdo cientificamente qualificado, com respaldo na legislação, de modo a ofertar uma fonte de orientação por meio de folhetos explicativos ilustrados e canal de comunicação online ou em eventos vinculados ao curso de Farmácia da UFVJM; Acompanhamento do cumprimento da meta 2: será avaliado pelo registro de usuários/consumidores de produtos e procedimentos de estéticas que forem alcançados, conforme registros da equipe extensionista, seja pela participação nos eventos com lista de presença assinada, pelo registro de dúvidas em formulários eletrônicos disponibilizados para este fim, a partir de campanhas realizadas diretamente com os consumidores em contato com a equipe extensionista a partir de suas atividades cotidianas (supermercado, saída das escolas e outros locais públicos). Também será avaliada pelo quantitativo de informações demandadas por este público alvo, segundo os temas apresentados, bem como pela qualidade e quantidade dos materiais produzidos e das informações veiculadas. Impacto da meta 2: com o cumprimento desta meta, cerca de 100 usuários de produtos cosméticos poderão ser beneficiados e esclarecidos em relação às suas dúvidas sobre riscos decorrentes de procedimentos estéticos e aplicação de produtos cosméticos, da sua forma correta de aplicação, armazenamento e as informações técnico-científicas a que têm direito segundo a legislação e que lhes deve ser garantidas quando da aquisição destes produtos. Deste modo, poderão ser evitadas lesões por infecções decorrentes de maus procedimentos e assim promover a saúde direta e a qualidade de vida de ao menos 100 consumidores de cosméticos/estética. Indiretamente, os amigos e as famílias destas pessoas poderão se beneficiar com as informações que estes passarem a disseminar também, promovendo melhores hábitos que resultem em proteção da saúde. Meta 3 - Recolher ao menos 100 produtos cosméticos com validade vencida, em más condições de armazenamento ou adulterados, catalogar os produtos recebidos conforme os erros encontrados (produtos caseiros sem controle de qualidade, produtos comerciais fora da validade, indícios de diluição/ adulteração ou mistura com outros produtos, presença de contaminação microbiológica, erros de rotulagem ou falta de informação); Acompanhamento do cumprimento da meta 3: será realizado pela quantidade de produtos cosméticos retirados de circulação por estarem em más condições, bem como pelo quantitativo que for avaliado em relação às informações da rotulagem e qualidade das embalagens apresentadas. Impacto da meta 3: em geral produtos cosméticos são partilhados entre moradores de uma mesma residência ou ao menos entre amigos, no caso de maquiagens ou produtos que são transportados e, deste modo, ao menos 200 pessoas poderão ser diretamente beneficiadas pela retirada de cosméticos contaminados, vencidos, adulterados ou com informações equivocadas ou faltantes, podendo ser evitados os riscos de lesões que poderiam causar a estes usuários. Indiretamente, a disseminação de informações por estes participantes da ação "Na beleza, o que não vemos?" pode gerar hábitos melhores a longo prazo e atingir ainda outras pessoas de seu convívio. Meta 4 - Promover a conscientização de pelo menos 100 doadores dos cosméticos quanto às melhores formas de utilização e conservação a fim de evitar agravos à saúde e potencializar os benefícios que tais produtos podem gerar e dar-lhes a devolutiva quanto aos problemas encontrados nos produtos que apresentaram. Acompanhamento do cumprimento da meta 4: será realizado pela devolutiva apresentada aos consumidores que participarem desta ação, aderindo à campanha de doação de cosméticos em más condições, somando-se também o quantitativo de pessoas às quais a equipe extensionista apresentar seu material informativo, produzindo um conhecimento reciprocamente construído com estes usuários e a partir de suas próprias necessidades. Deste modo, o cumprimento da meta será mensurado pelo quantitativo das pessoas alcançadas pela campanha informativa e pela qualidade do material produzido e veiculado ao público alvo, bem como pelas formas desenvolvidas para ampliar o alcance da campanha (mídias, contato direto, eventos). Também será avaliado a partir do quantitativo de cosméticos que forem detectados com problemas em relação à evidência de contaminações microbiológicas, sinais de diluição ou outras formas de adulteração, informações de más condições de armazenamento ou aplicação e outros problemas, inclusive os relacionados à rotulagem e adequação das embalagens, como indicadores diretos do quanto de prejuízo poderia ser resultado se tais produtos continuassem em uso. Impacto da meta 4: pelo cumprimento da meta 4, ao menos 100 pessoas poderão ser diretamente esclarecidas quanto aos riscos que corriam de acordo com seus hábitos de aplicação e armazenamento ou diluição/adulteração de produtos cosméticos, podendo modificar seus hábitos e contribuir por meio desta ação de educação em saúde para melhoria de seu bem-estar e segurança. Além disto, indiretamente, as famílias e os amigos destes 100 consumidores de cosméticos poderão ser esclarecidas, tendo acesso ao material informativo que será produzido e às orientações que lhe forem repassadas. Deste modo, com a realização da ação "Na beleza, o que não vemos?" a sociedade poderá ser beneficiada por ações online e presenciais diretas, disseminando-se conteúdo de qualidade, possibilitando corrigir e melhorar hábitos, fundamentar as decisões quanto ao uso de cosméticos e procedimentos estéticos, evitar ou reduzir a ocorrência de lesões decorrentes deste consumo em cerca de 100 a 150 pessoas diretamente (entre consumidores de cosméticos e criadores de conteúdo sobre o tema) ou até milhares de pessoas de forma indireta (entre familiares, amigos e seguidores virtuais).


Metodologia

A ação "Na beleza, o que não vemos" será estruturada em etapas, cada uma das quais direcionada para o cumprimento das metas especificamente definidas em função do alcance dos objetivos propostos. As etapas serão: Etapa 1 - Integrar estudantes matriculados em disciplinas da graduação e envolvidos em projetos de iniciação científica com foco em tecnologia, biologia molecular e biotecnologia, microbiologia e outras relevantes, juntamente com demais membros da comunidade acadêmica da UFVJM ou externos, que estejam dispostos a debater sobre "cosméticos, equívocos veiculados e os potenciais agravos à saúde" e analisar informações relevantes na área de produtos de beleza e procedimentos estéticos. A equipe conta com médica dermatologista e com profissional farmacêutica responsável técnica por farmácia de manipulação que partilharão seus conhecimentos para auxiliar no debate e incorporar suas experiências profissionais. Nesta etapa será feita a busca ativa pelo público alvo da ação, a partir dos ambientes em que se concentra, como nas saídas das aulas nas escolas, nos supermercados, feiras e eventos extensionistas em que o projeto será inserido. A busca ativa também será realizada pela divulgação e envio de link para formulário online destinado à descrição de dúvidas, apontamentos, opiniões sobre o tema. Para garantir a ética em todo o processo, o preenchimento do formulário será totalmente livre, sem necessidade de identificação pessoal, assim como nos espaços físicos o formulário disponibilizado impresso também poderá ser preenchido a critério e decisão do público convidado a interagir e sem necessidade de identificação. Para melhor comunicação com o público alvo será criada uma conta no Instagram dedicada à ação "Na beleza, o que não vemos?". O cumprimento desta etapa será acompanhado mediante o levantamento de contribuições feitas pelo público alvo, utilizando-se indicadores quantitativos (número de formulários preenchidos) e qualitativos (natureza e profundidade dos aspectos debatidos, compreensão dos aspectos científicos envolvidos na ciência dos cosméticos e estética, abrangência das questões e visões propostas pelo público alvo, direcionamento de seus interesses e dúvidas apresentadas, potenciais agravos que podem decorrer a partir das concepções/hábitos apresentados) e pela criação da conta e número de inscritos. Toda a análise do material compilado será conduzida sem a admissão de juízos de valores quanto às opiniões expressas, considerando-se sempre o saber e a contribuição do público alvo como ponto de partida para compreender de forma isenta se existem e quais são os potenciais temas a serem trabalhados para gerar conhecimento transformador em relação à escolha, produção, aplicação e armazenamento de produtos cosméticos. Nesta etapa, será compilado o conhecimento que a comunidade traz acerca destes procedimentos ou produtos a fim de aprimorar e gerar conteúdo integrado entre saberes populares e acadêmicos, ou seja, primando por levar em consideração que toda pessoa traz algo que pode somar para gerar conhecimento significativo. Deste modo, os estudantes poderão compreender a inserção cultural de sua prática profissional futura, adequando linguagem e incorporando conhecimentos válidos a partir das experiências de seu contexto social. Etapa 2 - Uma vez iniciada a análise sobre os temas inerentes da indústria de beleza, os quais afetam a saúde e apresentam maior potencial de efeitos indesejados ou riscos de agravos conforme manifestações do público alvo em Diamantina e demais interessados que se acercarem do projeto, a equipe deverá vasculhar os sítios e canais da internet, filtrando as informações apresentadas segundo: tema/foco da informação; público alvo a quem o conteúdo é dirigido, se estiver explícito, ou inferido a partir da linguagem aplicada; respaldo científico da informação veiculada; existência/ adequabilidade de informações sobre riscos e resultados indesejados que podem decorrer dos procedimentos/produtos divulgados ou ensinados. A ética desta análise será mantida por meio do sigilo do nome dos canais analisados e de seus veiculadores, a fim de garantir a lisura em todo o procedimento, bem como a integridade moral do público alvo e dos influencers. Toda comunicação ou Feedback que se ofertar aos produtores de conteúdo será conduzida em privado e mediante linguagem respeitosa conforme convite ao diálogo e oportunidade para tirada de dúvidas. Os resultados da etapa serão avaliados em função do quantitativo de canais analisados - conforme indicadores das metas propostas - bem como pela gravidade de equívocos e agravos/injúrias que podem decorrer dos conteúdos veiculados, configurando-se a necessidade de produzir material esclarecedor para melhor embasar as decisões e atitudes dos públicos atingidos pelas campanhas, propagandas e outros conteúdos relacionados ao tema cosméticos e indústria da beleza. O acompanhamento do levantamento e compilado destes resultados se dará mensalmente para garantir a execução da ação, cumprimento de seus objetivos e metas, e garantir que sejam abordados os temas e dúvidas mais relevantes para, ao final, produzir conhecimento e conteúdo eficaz que contribua para a transformação na área. Etapa 3 - A partir dos dados das etapas 1 e 2, a equipe extensionista se incumbirá de produzir material informativo, compilando sob temas específicos as informações e riscos que precisam ser tratados de modo a prevenir danos e prejuízos morais, físicos e materiais aos consumidores de conteúdo, produtos e procedimentos estéticos. Nesta etapa, a equipe divulgará via mídias sociais do projeto, os materiais e conhecimentos produzidos, na forma de folhetos, cartilhas ou pequenos vídeos informativos a respeito do tema, o que se tiver construído de forma dialógica com a comunidade. Também nesta etapa, os canais cujo conteúdo apresentar necessidade de adequação ou potencial para causar danos decorrentes de falta de informação ou equívocos, poderão ser alertados por meio de comentários privados a fim de propor diálogo para a retirada de dúvidas e readequação das informações veiculadas, mantendo-se o critério de sigilo, respeito e liberdade, para que, sob a forma de convite, os veiculadores de conteúdo possam enviar suas dúvidas e sugestões à equipe extensionista em sua conta do Instagram. O público alvo que for atingido por meio da internet, via divulgação do material produzido de forma online será ouvido mediante as mídias sociais (comentários na plataforma YouTube e Instagram do projeto). Nesta etapa, os resultados alcançados e sua abrangência serão acompanhados semanalmente para garantir diálogo contínuo com o público que se manifestar por meio das mídias sociais do projeto, sendo compilados os números de acessos, comentários, materiais produzidos, respostas da equipe aos participantes e a evolução da qualidade do debate produzido, mediante análise da abrangência dos temas trabalhados. Etapa 4 - A partir do material informativo estruturado e do conhecimento construído com o público alvo online e nos ambientes de Diamantina, a equipe extensionista fará a apresentação dos resultados e material produzido como devolutiva ao público alvo também de forma física, impressa, mediante presença nos eventos extensionistas promovidos pelo Departamento de Farmácia, como a Feira de Atividades Farmacêuticas e a Mostra de Análises Clínicas. Nestes eventos, o público alvo poderá, novamente, manifestar-se a respeito da qualidade, completude do conteúdo apresentado, bem como das lacunas e dúvidas não sanadas que deverão ser objeto de novo estudo e revisão pela equipe extensionista, conforme demandado pelos próprios participantes. O acompanhamento desta etapa e seus resultados será realizado levantado-se como indicador o número de eventos em que o projeto estiver presente e a quantidade de público que se envolver nesta ação. Etapa 5 - A partir do aprendizado construído ao longo das etapas iniciais do projeto, a equipe de extensão proporá aos participantes da ação, os quais tenham se interessado pelo projeto e desejem descartar cosméticos vencidos, em más condições, alterados ou que tenham sido mal armazenados e que, portanto, apresentem riscos, a fim de receber estas amostras que poderão ser avaliadas quanto à presença de contaminação microbiana. Estas análises estarão vinculadas a um outro projeto de pesquisa e iniciação científica, de modo que, integrando a pesquisa e o ensino neste processo extensionista, o conhecimento produzido possa ser voltado para a população ao mesmo tempo em que dela tenha se emanado. Assim, se poderá primar por um dos pilares da extensão, que é a interação dialógica, bem como pela construção de conhecimento contextualizado e significativo, capaz de produzir transformação social para o bem-estar em saúde e prevenção de infecções, inflamações e outros agravos. A ética desta etapa estará em que o descarte de produtos a partir dos eventos em que o projeto estiver presente ou contato do próprio público alvo se dará de forma totalmente voluntária, sem sugestões diretas, realizando-se apenas pela disponibilização de espaço de coleta e cartaz informativo, com iniciativa total dos participantes que no projeto transitarem. O indicador de alcance desta etapa será o número de cosméticos descartados como reflexo da iniciativa do público alvo e alcance da ação transformadora de hábitos dos usuários de cosméticos.


Referências Bibliográficas

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, ANVISA 2022. RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA- RDC Nº 752, DE 19 DE SETEMBRO DE 2022. ALNUKAYDAN, A. M. The dark side of beauty: an in-depth analysis of the health hazards and toxicological impact of synthetic cosmetics and personal care products. Frontiers in Public Health 12:1439027, 2024. Doi: 10.3389/fpubh.2024.1439027. BALWIERS, R.; BIERNAT, P.; JASIńSKA-BALWIERS, A. SIODłAK, D.; KUSAKIEWICZ-DAWID; A.; KUREK-GÓRECKA, A.; OLCZYK, P.; OCHEDZAN-SIODłAK, W. Potential Carcinogens in Makeup Cosmetics. Int J Environ Res Public Health. 2023 Mar 8;20(6):4780. doi: 10.3390/ijerph20064780. PMID: 36981689; PMCID: PMC10048826. BASHIR, A.; LAMBERT, P. Microbiological study of used cosmetic products: highlighting possible impact on consumer health. Journal of Applied Microbiology v. 128, n. 2, p. 598-605, 2020. doi: 10.1111/jam.14479. FOOD AND DRUG ADMINISTRATION. How microorganisms get into cosmetic products. 2024. Disponível em: https://www.fda.gov/cosmetics/potential-contaminants-cosmetics/microbiological-safety-andcosmetics# Microorganisms. Acesso em 06/março/2024. LIMA, C.A.; PRADO, A.J.; COSTA, K.V.; LOURENÇO, V.M.; VANZELA, A.P.F.C.V. Riscos associados ao uso de produtos de fotoproteção e bronzeadores caseiros. Trabalho apresentado na X Sintegra UFVJM 2024, resumo. LOPES, C.C.C.; SCHEFFMACHEr, F.; NARDI, G.; LOPES, E.B. et al. Microbiological contamination in cosmetics. International Journal of Development Research, v. 12, n. 09, p. 58891-58894, 2022. MICHALEK, I.M.; JOHN; S.M.; CAETANO DOS SanSANTOS, F.L. Microbiological contamination of cosmetic products – observations from Europe, 2005–2018. J Eur Acad Dermatol Venereol, v. 33, p. 2151-2157, 2019. https://doi.org/10.1111/jdv.15728 TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS, TJDFT 202X. Dano material, dano moral e dano estético. Disponível em: https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/campanhase-produtos/direito-facil/edicao-semanal/dano-material-dano-moral-e-danoestetico#:~: text=O%20dano%20estético%20configura%2Dse,causem%20mal%20estar%20ou%20insatisfação. Acessado em 26/03/2024.


Inserção do estudante

Toda ação de extensão, pelo próprio caráter indissociável, deve ter como um de seus fundamentos a formação holística, transversal e humanizada, a fim de que os estudantes tenham seus horizontes ampliados para fora dos muros da universidade, de suas salas de aula e dos círculos acadêmicos. Extrapolar estes limites é fundamental para que a futura atuação profissional encontre respaldo em vivências reais, emanadas da sociedade, com seus desafios e demandas, bem como para que estejam contextualizadas culturalmente, de forma que o fazer, o agir dos futuros profissionais, se dê em harmonia com os valores do povo para o qual estes deverão trabalhar, produzindo saúde e bem-estar. Tal aspecto da formação se prevê de forma basilar na ação "Na beleza, o que não vemos?" por diversas razões que a fundamentam. Esta ação é pensada a partir de uma demanda da sociedade atual, da qual foi emanada e na qual encontra muitas questões conflituosas de natureza ética, moral ou prática, com resultados que vão desde ao prejuízo da autoimagem até outros danos graves à saúde. Assim, a formação do bolsista, estudante de Farmácia, bem como dos demais discentes que integrarem a equipe, juntamente com os de outras áreas, como as Ciências Humanas, os das Ciências Biológicas, de outras áreas da Saúde que integrem esta ação, que serão convidados a participar, encontrará a partir de sua atuação extensionista um desenvolvimento para o diálogo, para estabelecer formas de comunicação, de análise de conflitos, dos desafios presentes na sociedade com seus múltiplos aspectos da saúde e do bem-estar, capacitando para a proposição de ações, de soluções, de tomadas de decisão, pautada em diálogo com diversos atores sociais e profissionais de diversas áreas. Estes estudantes precisarão integrar conhecimento de várias disciplinas e áreas científicas, sobre as quais deverão refletir, analisar, aprender a partir dos saberes do público alvo e dos grupos de pesquisa, deste modo, aprendendo a integrar e respeitar todas as formas de saber, sem exclusão, o que os torna também mais aptos a produzir conhecimento significativo e a aplicá-lo em sua futura prática profissional. Os estudantes estarão envolvidos no planejamento da ação, nas atividades de busca ativa de informações veiculadas em sítios da internet ou em grupos de vizinhos, de escolares e outros da cidade de Diamantina, para organização a partir dos conteúdos veiculados, identificação dos riscos dos procedimentos disseminados, buscando o respaldo da legislação vigente em tecnologia de cosméticos/ estética e integrando todos estes conhecimentos aos de microbiologia, biotecnologia, e demais áreas tecnológicas e da saúde. A partir desta integração de conhecimentos, estarão envolvidos em atividades de comunicação com o público alvo, a fim de compreender suas expectativas, com ele aprender e construir formas de conscientização respeitosa, a fim de impactar a sociedade pela transformação de hábitos que poderiam ser prejudiciais à sua saúde, para hábitos de promoção e proteção, reduzindo riscos de infecções e outros agravos pelo mau uso de cosméticos ou de procedimentos estéticos. Neste campo, também atuarão para desenvolvimento de material que visa conscientizar, esclarecer procedimentos, finalidades de uso e melhores maneiras de decidir sobre produtos e procedimentos, em campanha que deve promover a saúde e auxiliar sua futura prática profissional pelo desenvolvimento de competências de linguagem/comunicação, reflexão analítica, estruturação de conteúdo e integração de conhecimentos interdisciplinares. O estudante bolsista será acompanhado pela coordenação do projeto ao longo de suas atividades, construindo de forma recíproca o compilado de informações/veiculadas nos sítios da internet ou colhidas a partir do público alvo em Diamantina, juntamente com os demais estudantes integrados na ação, a fim de garantir sua participação e visão do todo no qual se insere cada etapa do projeto, destinada ao cumprimento de sua finalidade geral, que é alcançar uma promoção da saúde pela reflexão e transformação nos hábitos dos usuários de cosméticos. Ao estudante caberá, acompanhar juntamente com a coordenação a distribuição dos trabalhos e se integrar com os demais colegas na busca ativa do público alvo em Diamantina e online. A ele(a) caberá, com assistência, acompanhar as comunicações no Instagram e articular as apresentações com a equipe coordenadora, elencando quais conteúdos/riscos de agravos precisam ser priorizados na produção de material informativo e desenvolvimento da campanha. Para ampliar seu conhecimento e compreender os conflitos da temática que se apresenta para além dos limites de Diamantina, o estudante também fará parte com os demais colegas da análise dos sítios e canais online que veiculam conteúdo sobre cosméticos, aprendendo a sistematizar as informações e produzir resenhas/mapas/tabelas/gráficos que auxiliem a categorizar, a debater e compreender com profundidade os aspectos amplos deste tema. O estudante bolsista deverá estar presente nas reuniões da equipe e participar ativamente contribuindo com sua visão que deverá ir se aprofundando ao longo do projeto, trazendo de forma interdisciplinar os conteúdos trabalhados nas disciplinas que cursa, e contribuir na elaboração dos materiais físicos e online que serão veiculados, sempre com avaliação final da equipe coordenadora. Sua avaliação se dará mediante a evolução de suas contribuições, a presença e participação nas atividades e etapas desenvolvidas, no cumprimento destas atividades e na qualidade com que forem elaboradas, com devolutiva pela coordenação dos resultados que estão sendo alcançados ou que precisarem de aprimoramento.


Observações

Uma das grandes demandas da sociedade contemporânea é a indústria da beleza, que tantas vezes extrapola os limites do que é razoável e benéfico, caindo nas tendências modistas que vinculam o ser e seus valores ao da filosofia das aparências, dos estereótipos e da beleza padronizada. Estes são grandes males da sociedade atual porque incitam a que as pessoas tantas vezes ignorem ou minimizem a diversidade de aparência, cores de pele, tipos de cabelo, altura, peso corporal, para buscar a ideia do corpo Ken e da boneca Barbie, em padrões que induzem ao consumo eterno, já que são inatingíveis. Assim, a indústria da beleza é também a indústria da insatisfação, por vezes da depressão e do suicídio. Abrir diálogo sobre esta indústria e os riscos que apresentam, para além dos riscos emocionais e conflitos interiores, em prejuízo da auto-aceitação, é importante para conscientizar e promover reflexão, em uma ação educativa em saúde que leve a comunidade a compreender-se neste contexto contemporâneo e a questionar os padrões que lhe são apresentados. Nem sempre é preciso se adequar, porém, sempre é preciso refletir e escolher, de forma mais consciente aquilo que, de fato, lhe é benéfico e promove o bem-estar pessoal e social. Quando os grupos estabelecem seu padrão, os membros, se adequam ou vivem na tendência de se adequar. Até que ponto isso é saúde? Até que ponto isso coloca em risco a própria saúde? Na perspectiva emocional e comportamental, os psicólogos e demais profissionais da saúde mental, têm se empenhado e produzido conhecimento salutar como resposta a esta demanda contemporânea. A perspectiva da saúde corporal, da beleza física, da integridade da pele, do cabelo, do corpo, a aparência em geral também impacta as emoções e o comportamento, de forma positiva ou negativa. Porém, existem outros aspectos afetados pela busca da beleza, aquilo que chega a tocar o físico pelas lesões, mutilações, infecções, alergias, as quais alteram a saúde do ponto de vista corporal - sem esquecer o quanto isto está interligado ao bem-estar psico-social. Estes temas precisam também ser abordados, precisam ser alvo de discussão, precisam ser retomados de um ponto de vista mais harmônico, considerando que a busca da beleza e dos padrões estéticos não está isenta de riscos, de fraudes, de prejuízos que podem ou não ser revertidos. E assim, a grande transformação social desta ação "Na beleza, o que não vemos?" começa pelo próprio debate, pela conscientização, pela mudança de hábitos e pela qualificação da tomada de decisões e de procedimentos que sejam pautados em conhecimento capaz de proteger a saúde, reduzindo as chances dos agravos e lesões decorrentes de atitudes e escolhas impensadas, seja pelo mau uso ou mau armazenamento dos produtos de beleza ou pela aplicação de procedimentos estéticos. Mudar a mentalidade pode transformar os hábitos e a saúde de uma sociedade tão afetada pelo consumo na busca da beleza, além de gerar uma reflexão melhor sobre o auto-conhecimento e a auto-aceitação.


Público-alvo

Descrição

Escolares em saída da escola, vizinhos, familiares e amigos, pessoas transitando pelas ruas de Diamantina, que serão abordadas pela equipe do projeto de extensão e convidados a participar.

Descrição

Visitantes da Feira de Atividades Farmacêuticas e da Mostra de Análises Clínicas, para os quais será montado um ponto de divulgação da ação "Na beleza, o que não vemos?" a fim de aumentar a adesão destes participantes.

Descrição

Criadores de canais em redes sociais, influencers digitais, que foquem na beleza e seus produtos como tema de seus conteúdos e veiculem tais informações para seus seguidores.

Municípios Atendidos

Município

Diamantina

Parcerias

Participação da Instituição Parceira

A instituição aceitou contribuir por meio da participação de sua profissional farmacêutica para construir o diálogo e busca ativa de informações sobre o tema dos cosméticos e agravos à saúde dos quais tenham conhecimento, contribuindo com sua experiência prática acerca dos agravos já testemunhados, dos tipos de dúvidas e esclarecimentos que são mais frequentes em relação à busca e uso de produtos cosméticos.

Cronograma de Atividades

Periodicidade Mensalmente
Descrição da Atividade

Diálogos pautando o uso de cosméticos e de procedimentos estéticos dentro da área farmacêutica e suas perspectivas em saúde, riscos e benefícios envolvidos.

Periodicidade Mensalmente
Descrição da Atividade

Organização dos grupos extensionistas envolvendo discentes da graduação para estruturação dos métodos de divulgação do projeto, das abordagens de captação do público alvo, definição de pontos de divulgação, organização da agenda da ação e tarefas de produção, armazenamento, organização dos documentos e materiais construídos ao longo do processo, a fim de se ter um registro documentado e organizado da ação para futuras apresentações e publicações.

Periodicidade Semanalmente
Descrição da Atividade

Análise de sítios e canais online que veiculam conteúdos sobre procedimentos estéticos e o uso de cosméticos, produção caseira, formas de aplicação, armazenamento e outros relevantes. A triagem de ao menos 50 canais será feita com base em indicadores definidos a partir das rodas de conversa do projeto e dos grupos estruturados entre os quais será dividida a tarefa de realizar a busca, identificar as mídias relevantes, assistir os vídeos informativos veiculados, avaliar o conteúdo, identificar os equívocos e conflitos de informação que representem riscos à saúde ou que infrinjam a legislação pertinente e compilar os dados para discussão e análise por toda a equipe extensionista.

Periodicidade Mensalmente
Descrição da Atividade

Análise da equipe extensionista sobre os dados compilados acerca das informações veiculadas online sobre cosméticos e procedimentos estéticos, estruturação de material a partir dos riscos e equívocos de informação identificados: Redação de resumo e outros materiais necessários à divulgação do projeto nos meios acadêmicos e sociais a partir dos dados compilados. Definição de formas de contato com os veiculadores de conteúdo para proposição de diálogo com a equipe extensionista e orientação. Produção de material informativo na forma de pequenos textos que possam ser dirigidos aos comentários privados. Produção de material informativo para campanha e conscientização de riscos em panfletos, manuais, vídeos, ou outros meios que se adequem ao público alvo segundo a faixa etária e o tipo de riscos a que estejam mais sujeitos cada grupo de consumidores e seguidores em canais de beleza e estética na internet.

Periodicidade Semanalmente
Descrição da Atividade

Criação de conta no Instagram para veiculação de material informativo e conscientizador como cartilhas, panfletos e pílulas informativas sobre os materiais e análises construídas ao longo do projeto e a partir dos colaboradores e instituição parceira. A equipe manterá a comunicação atualizada e utilizará o veículo para o diálogo com o público alvo, retorno de perguntas e recebimento de sugestões ao longo do projeto.

Periodicidade Mensalmente
Descrição da Atividade

Presença da equipe e atuação do projeto para aproximação e diálogo com o público alvo na forma de abordagens ao longo das atividades diárias, nas ruas de Diamantina, nos momentos de trânsito em locais públicos, saída das escolas, conversa com vizinhos, amigos dos bairros, feiras e eventos de extensão, atividades estas que serão organizadas entre a equipe organizadora e membros voluntários da ação, para distribuição dos panfletos e indicação de outros materiais produzidos ao longo do projeto, para ouvir questões, dúvidas e experiências, para dialogar e registrar estes relatos a fim de completar e preparar novos materiais, redigir artigo ou relato de experiência sobre o tema, manual informativo, vídeos e outras formas de disseminação do conhecimento.

Periodicidade Semanalmente
Descrição da Atividade

Recebimento de cosméticos vencidos, adulterados com água, chás, extratos caseiros, ou que estejam empoeirados, mal-armazenados, que sejam entregues pelos participantes consumidores de cosméticos, público alvo desta ação, durante a campanha de conscientização e troca de vivências sobre tais produtos e os riscos decorrentes do mau uso.

Periodicidade Mensalmente
Descrição da Atividade

Análises das condições dos produtos, identificação dos erros de armazenamento, informações faltantes ou estragos nas embalagens e adulterações dos produtos para devolutiva aos participantes que se cadastrarem com o intuito de receber informações específicas sobre os cosméticos que descartaram para análise da equipe extensionista. Associação com atividade de pesquisa para análise da contaminação microbiológica presente e decorrente das más condições a que os produtos foram submetidos enquanto em posso dos consumidores. Contato com os participantes cadastrados para devolutiva de informações e demais orientações que desejarem.

Periodicidade Anualmente
Descrição da Atividade

Avaliação dos dados obtidos online e pessoalmente, ao longo da campanha in silico e in loco, para verificar o alcance das ações, o cumprimento das metas e objetivos, definir novas estratégias e perspectivas de ação, futuros projetos, bem como as melhores formas de publicação e divulgação dos resultados obtidos.