A destinação final dos resíduos de origem farmacêutica é um tema relevante para a saúde pública uma vez que parte da população descarta resíduos farmacêuticos no lixo doméstico comum (pias, vasos sanitários,lixo doméstico). Tal procedimento pode contaminar o solo e a água, provocando danos ambientais e à saúde. Dessa forma, medidas educativas associadas a postos de coleta e discussão quanto aos riscos associados ao descrate incorreto de medicamentos vencidos são necessárias, podendo contribuir com a minimização desses problemas e indiretamente evitar a formação e manutenção de farmácias caseiras. Dessa forma o projeto em questão objetiva promover ações de educação em saúde e contribuir no descarte seguro de medicamentos vencidos na busca de tornar o cidadão mais consciente do seu importante papel no âmbito do descarte correto dos medicamentos vencidos e evitando contaminação desses resíduos no ambiente.

medicamentos, meio ambiente, saúde pública, educação ambiental, resíduos de serviço de saúde

Na América Latina, o Brasil abriga um dos principais mercados de venda de medicamentos (Silva et al., 2023). O amplo acesso aos medicamentos pela população, atrelado a falta de informação quanto o manejo e descarte ambientalmente corretos para os resíduos gerados são um dos grandes desafios atuais da sociedade devido problemas ao meio ambiente e para a saúde da população (Santana et al., 2023; Silva et al., 2023). Grande parte da população descarta as sobras de medicamentos ou medicamentos vencidos de forma irregular, no lixo comum ou no esgoto doméstico (pias, vasos sanitários ou tanque) (CFF, 2019). Segundo as pesquisas, existe uma baixa porcentagem de pessoas que relataram descartar corretamente os medicamentos e informaram terem sido instruídas por algum profissional da saúde sobre as consequências desta prática incorreta (Fernandes et al., 2020; Azevedo et al., 2020). Os medicamentos contêm substâncias que não se degradam naturalmente, podendo ocasionar a contaminação do solo e dos lençóis freáticos, causando danos ambientais e à saúde, atingindo à vegetação, os animais e o homem (Santos e Frizon, 2019; Brasil, 2020a; Santana et al., 2023). Diversos estudos, internacionais e nacionais, já relataram a presença de fármacos das mais diversas classes terapêuticas no meio ambiente (Feitosa et al., 2016; WHO, 2012; Americo et al., 2015). O descarte correto de medicamentos não depende de uma ação solitária, mas sim de uma ação conjunta (Souza et al., 2021). Dessa forma, estratégias de conscientização, tais como a promoção do descarte adequado de medicamentos e os impactos ambientais que esses produtos podem causar ao meio ambiente e a população, além de orientação quanto à formação e manutenção de farmácias caseiras, são pontos estratégicos. E nesse sentido, o farmacêutico exerce importante papel nessa conscientização, por estar em contato direto com o paciente (Santana et al., 2023). Assim, é relevante desenvolver ações de educação em saúde para a população que usa medicamentos de forma a torná-la mais consciente do seu importante papel no âmbito do descarte correto dos medicamentos vencidos. E neste contexto, a orientação do farmacêutico, profissional da saúde mais próximo da população, é fundamental, para o esclarecimento das consequências deste ato para o meio ambiente e também para os seres vivos (CRF-PR, 2016; CRF-PR, 2018). Dessa forma, o projeto “Medicamentos Vencidos: Descarte Certo!” vem de encontro com a necessidade de desenvolvimento de ações de educação em saúde para a população que usa medicamentos de forma a torná-la mais consciente do seu importante papel no âmbito do descarte correto dos medicamentos vencidos, minimizando os impactos ao meio ambiente e à saúde da população.

A problemática do descarte incorreto de medicamentos vencidos também é uma realidade na região do Vale do Jequitinhonha no estado de Minas Gerais (Cruz et al., 2017; Fernandes et al., 2021). Um estudo transversal realizado por Cruz e colaboradores (2017), que teve como objetivo investigar o descarte de medicamentos em 20 municípios do Vale do Jequitinhonha, demonstrou que a grande maioria dos entrevistados descartavam os medicamentos vencidos no ambiente (n=491; 88,5%) e disseram nunca ter recebido informações a respeito da forma correta de descartá-los (n= 493; 88,8%). Semelhantemente, Fernandes e colaboradores (2021) ao investigaram as formas de descarte dos medicamentos no município de Presidente Kubitschek, Minas Gerais, observaram que 64,1% dos entrevistados descartavam os medicamentos vencidos no lixo doméstico e 17,3% no vaso sanitário (Fernandes et al., 2021;Santana et al., 2023B). Neste contexto, a realização deste projeto de extensão intitulado “Medicamentos Vencidos: Descarte Correto” se justifica pela necessidade de desenvolvimento de ações de educação em saúde com o objetivo de promover a conscientização ambiental da população Diamantinense para a proteção do meio ambiente e da saúde coletiva, além de incentivar a destinação correta dos medicamentos vencidos. Para mais, outros motivos que balizam a realização deste projeto de extensão são: a crença que a extensão universitária é um importante processo educativo, cultural e científico que, de forma indissociável com o ensino e a pesquisa, possibilita a inter-relação transformadora entre a universidade e a sociedade e a troca de conhecimentos, entre o acadêmico e o popular, possibilitando a construção de um novo saber, resultante do confronto com a realidade social no contexto do descarte incorreto de medicamentos vencidos. Nesse projeto haverá a integração entre diversos atores: professores de diferentes cursos e disciplinas, estudantes de diversos períodos do curso de Farmácia, técnicos administrativos e a comunidade extramuros da UFVJM. Destaca-se que o presente projeto de extensão “Medicamentos Vencidos: Descarte Certo!” já vem sendo desenvolvido desde de maio de 2023 através dos editais de Fluxo Contínuo (SIEXC 202203000384 e SIEXC 202203000912) com resultados importantes, tais como: promoção da educação em saúde e conscientização ambiental; e recebimento de mais de 7 quilos de medicamentos vencidos, evitando que os mesmo fossem descartados no ambiente. Estes resultados indicam a importância da continuidade do projeto para a construção de novos saberes entre a academia e a sociedade de forma a promover o desenvolvimento humano e a transformação social.

Objetivo geral: desenvolver ações de educação em saúde de forma a conscientizar a população sobre o descarte correto dos medicamentos vencidos, contribuindo para a redução dos riscos ambientais e à saúde. Objetivos específicos: - contribuir com a orientação e conscientização da população sobre os riscos ambientais e na saúde relacionados ao descarte incorreto de medicamentos vencidos; - divulgar para a comunidade os pontos de coletas de medicamentos vencidos no munícipio de Diamantina-MG; - capacitar estudantes e profissionais de saúde sobre a importância do descarte correto dos medicamentos vencidos; - possibilitar aos estudantes do Curso de Farmácia compartilhamento de responsabilidades e execução de ações de forma conjunta com a comunidade; - discutir as principais dificuldades que levam a comunidade a não realizar o descarte correto dos medicamentos vencidos.

O presente projeto tem como previsão de impacto direto a conscientização da população a cerca das práticas corretas do descarte dos medicamentos vencidos, contribuindo para a proteção do meio ambiente e da saúde pública no município de Diamantina-MG. Além disso, a capacitação dos profissionais e estudantes possibilitará a multiplicação dos saberes sobre o descarte correto destes medicamentos. Indiretamente, o projeto possibilitará o desenvolvimento de novos conhecimentos, competências e habilidade nos participantes do projeto, mediante a integração de experiências e vivências com discussões relevantes para o descarte correto de medicamentos vencidos, promovendo o comprometimento da comunidade universitária com as necessidades sociais e favorecendo a mudança do protagonismo passivo para agente ativo na promoção da saúde comunitária e proteção ambiental no contexto do descarte medicamentos vencidos. Ademais, oportunizará aos estudantes de Farmácia integrantes do projeto uma formação acadêmica e profissional generalista, humanista, crítica e reflexiva, com base no rigor científico e intelectual para lidar com as reais necessidades da população. Além de promover melhorias quanto aos princípios éticos e na compreensão da realidade social, cultural e econômica do seu meio, de forma a transformar a realidade em benefício para a sociedade. O projeto prevê a capacitação de aproximadamente 50 estudantes de Farmácia. Como desde o início do desenvolvimento do projeto, mais de 7 quilos de medicamentos vencidos foram recolhidos evitando que os mesmos poluam o ambiente e agravem a saúde da população diamantinense, este projeto espera que o número de medicametos vencidos recolhidos seja mantido uma vez que a divulgação e manutenção de diversos postos de coleta será mantida. - Fomentar a troca mútua de conhecimento entre a comunidade universitária e a comunidade externa na busca de resolução do problema do descarte incorreto de medicamentos vencidos; - Divulgar os resultados do projeto de extensão em evento científicos, democratizando o conhecimento adquirido.

As ações do projeto serão desenvolvidas conforme as seguintes etapas: 1. Revisão bibliográfica: revisão da literatura científica e de documentos oficiais (Organização Mundial da Saúde, Ministério da Saúde, Conselho Federal de Farmácia e Conselhos Regionais de Farmácia) para a elaboração de cartilhas, folders e/ou informativos e para a capacitação dos estudantes e profissionais da saúde; 2. Capacitação dos estudantes e de profissionais acerca do descarte correto dos medicamentos vencidos; abordando os seguintes temas: Legislação sobre o descarte correto de medicamentos vencidos; Descarte incorreto de medicamentos vencidos e os riscos associados para o meio ambiente e para a saúde e Importância dos profissionais de saúde na educação em saúde sobre o descarte correto dos medicamentos vencidos. 3. Elaboração das cartilhas, folders e/ou informativos, em linguagem simples e de fácil compreensão, baseados em fontes confiáveis; 4. Divulgação das cartilhas, folders e/ou informativos nas mídias sociais; 5. Divulgação/afixação das cartilhas, folders e/ou informativos nos espaços físicos do Campus JK-UFVJM e eventos (como Feira de Atividades Farmacêuticas/UFVJM); 6. Divulgação/entrega das cartilhas, folders e/ou informativos para a comunidade interna e externa da UFVJM; 7. Reuniões periódicas para discussão das ações desenvolvidas e correção de arestas, se necessário; 8. Organização dos dados obtidos para divulgação em eventos científicos. Nesse contexto, a participação do público-alvo será medida de acordo com o número de acessos dos participantes externos (por exemplo: likes, compartilhamentos, curtidas, comentários), e pelo retorno da comunidade durante a divulgação/entrega das cartilhas, folders e/ou informativos e diálogo durante eventos. Para avaliar o alcance dos objetivos e das metas estabelecidas, haverá reuniões periódicas com os integrantes a fim de apontar desvios, necessidade de ajuste do projeto, identificar as experiências exitosas e as lições aprendidas que permitirão aprimorar o processo da ação extensionista. E no final do projeto haverá a organização dos dados obtidos para divulgação em eventos através de registros fotográficos e/ou prints e relatórios das ações desenvolvidas para divulgação em eventos. Durante os eventos ocorridos durante a execução do projeto, haverá a discussão sobre os procedimentos adotados pela comunidade em relação ao descarte de medicamentos vencidos para que se realize ajustes para melhor direcionamento das informações compartilhadas. Além disso, serão elaborados o relatório e vídeo, conforme especificado no edital.

AMÉRICO JHP, ISIQUE WD, ORTEGA DJP, ORTIZ IAS, TORRES NH, FERREIRA LFR, et al. Monitoramento do anti-inflamatório piroxicam e do anti-hipertensivo atenolol em um córrego urbano no município de três lagoas, Brasil. Interciencia. 40(10), 670-673, 2015. Azevedo FT, Nascimento YS, Ferreira ABA, Maciel IR, Santos JVG, Costa NC, Santos KN, Almeida MKC. Home drug disposal: an analysis of practice in the metropolitan region of Belém/Pará. Revista eletrônica acervo saúde. 2020;57(57):1-9. DOI:10.31744/einstein_journal/2020AO5066. BILA DM; DEZOTTI M. Identificação de fármacos e estrogênios residuais e suas consequências no meio ambiente. In: Universidade Federal do Rio de Janeiro. COPPE. Fronteiras da engenharia química. Rio de Janeiro: Coppe; 2005. BRASIL. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Governo Federal regulamenta correto descarte de medicamentos, 2020a. Disponível em: https://www.gov.br/mma/pt-br/noticias/governo-federal-regulamenta-correto-descarte-de-medicamentos CFF. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Uso de Medicamentos, 2019. Disponível em: https://www.cff.org.br/userfiles/file/Uso%20de%20Medicamentos%20-%20Relat%c3%b3rio%20_final.pdf CRF-PR. CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DO PARANÁ. Descarte de Medicamentos, 2018. Disponível em: https://www.crf-pr.org.br/pagina/visualizar/291. CRF-PR. CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DO PARANÁ. Farmácia Comunitária. Dispensação de medicamentos, 2016. Disponível em: https://www.crf-pr.org.br/uploads/revista/28748/yytuqsD-_6pQy4fpaPCvbkoHMBBZfJke.pdf. Cruz MJB; AZEVEDO AB; BODEVAN EC; ARAUJO LU; SANTOS DF. Descarte de medicamentos em municípios do Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais, Brasil. Vigil. Sanit. Debate, 5(1), 84-90, 2017. Feitosa AV, Aquino MD. The disposal of medications and environmental problems: an overview of a community in fortaleza\CE. Ciência e natureza. 2016; 38(3):1590-1600. DOI: 10.5902/2179460X22249. Fernandes MR, Figueiredo RC, Silva LGR, Rocha RS, Baldoni AO. Storage and disposal of expired medicines in home pharmacies: emerging public health problems. Einstein. 2020;1-6. DOI: 10.31744/einstein_journal/2020AO5066. Santana et al., 2023; Souza, B. L., da Silva, K. K. F., da Silva, L. M. M., & Araujo, A. S. A. . Logística reversa de medicamentos no Brasil / Reverse logistics of drugs in Brazil. Brazilian Journal of Development, 7(3), 21224–21234. 2021. DOI: org/10.34117/bjdv7n3-029. Santana et al., 2023B. Estratégias de conscientização do descarte irregular de medicamentos pela população. Infarma DOI: 10.14450/2318-312.v35.e4.a2023.pp448-458. SANTOS, R C; FRIZON, N S. Descarte inadequado de medicamentos vencidos ou em desuso. Revista Gestão & Sustentabilidade Ambiental, v. 8, n. 1, p. 290-300, 2019. DOI: https://doi.org/10.19177/rgsa.v8e12019290-300. Silva, V W P da, et al. "Descarte de medicamentos e os impactos ambientais: uma revisão integrativa da literatura." Ciência & Saúde Coletiva 28: 1113-1123.2023;Doi.org/10.1590/1413-81232023284.05752022. WHO. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Pharmaceuticals in drinking-water. 2012. Geneva: World Health Organization; 2012.

O projeto contribuirá com a formação do estudantes, pois requer experiências práticas já aprendidas ou que serão aprendidas em sala de aula; muitas vezes tendo a oportunidade de por à prova seus conhecimentos e aperfeiçoá-los de acordo com novas demandas da comunidade, que, via projeto busca na Universidade conhecimentos úteis que possa contribuir para o esclarecimento e a solução de problemas, como é o caso do descarte incorreto de medicamentos vencidos. Entendemos a extensão como instrumento pedagógico para os estudantes e o corpo técnico-docente que aprende com a comunidade, promovendo o desenvolvimento acadêmico e social. Há melhor qualificação profissional do estudante, além de aumento do engajamento social e desenvolvimento da cidadania via interação com a comunidade, público que será atendido pelo profissional após a diplomação. Além de melhorar habilidades e competências como trabalho em equipe, comunicação, ética e capacitação continuada. Como o projeto tem caráter multidisciplinar, os dados obtidos serão trabalhados por diferentes aspectos: classe medicamentosa (farmacologia), número de produtos descartados (cálculo e economia farmacêutica), possível interação -ambiente (químicas em geral e toxicologia), consequência ao homem (fisiologia, patologia, genética, saúde e ambiente) incentivando o estudante a perceber o que foi aprendido em sala de aula ou pesquisado de acordo com as novas demandas discutidas em encontros com comunidade e assim tendo uma disposição maior para um engajamento cívico na sua comunidade. Todo o projeto será acompanhado por docentes para que….

O presente projeto de extensão permitirá o desenvolvimento de relações dialógicas entre o conhecimento científico advindo da universidade com os conhecimentos, as vivências, os anseios e as necessidades da comunidade onde a UFVJM está inserida, interagindo e transformando a realidade social. A equipe buscará proporcionar um ambiente de diálogo entre a universidade e comunidade, pautado pela ação de mão-dupla, troca de saberes e superação do discurso da hegemonia acadêmica, de forma a possibilitar a produção de um conhecimento novo. Durante a execução deste processo de trabalho, o público alvo poderá apresentar demandas não planejadas, possibilitando a adoção de novos métodos de trabalho para os extensionistas. O desenvolvimento do presente projeto de extensão poderá ser um estímulo a interdisciplinaridade e interprofissionalidade no processo de formação em saúde do profissional farmacêutico, uma vez que possibilitará a interação entre diferentes áreas do conhecimento, superando as visões generalistas e especializadas acerca da realidade social, permitindo a ação transformadora da Extensão Universitária. Além disso, contribirá na formação de um profissional farmacêutico ético, humanista, crítico e reflexivo, consciente do seu importante papel como cidadão no âmbito do descarte correto de medicamentos vencidos. Este projeto associará o ensino – através de conhecimentos adquiridos pela academia e possível melhoria de condutas para sua aprendizagem somado à necessidade de criação de informativos e ações (jogos que estão propostos) com linguagem acessível à população em geral –, a pesquisa – via diagnóstico participativo para levantamento de demandas que afligem o público alvo e busca literária para solução ou minimização destes e pesquisa ativa para respaldar as publicações com dados científicos ou mesmo a perspectiva de novos temas que a comunidade demande e necessite de pesquisas mais aprofundadada dentro da academia– e a extensão – via diálogo com comunidade acadêmica e possibilidade de expansão para o público externo aos muros da UFVJM em ações como a Feira de Atividades Farmacêuticas. Assim, esse projeto de extensão oportunizará que tanto a Universidade quanto a sociedade sejam impactadas e transformadas, contribuindo para o desenvolvimento de novos conhecimentos, competências e habilidades nos discentes e participantes envolvidos que serão fundamentais para uma formação mais crítica e construtiva em relação ao descarte correto de medicamentos vencidos.