Detalhes da proposta

DePHAR - Rede Aplicada e Holística dos Princípios Ativos e Drogas

Sobre a Proposta

Tipo de Edital: Pibex

Situação: Aprovado


Dados do Coordenador

    Nome do Coordenador

    ana paula de figueiredo conte vanzéla

    Número de inscrição:

    20251012025357168

    Unidade de lotação:

    departamento de farmácia-bioquímica

Caracterização da Ação

    Área do Conhecimento:

    ciências da saúde

    Área temática principal:

    saúde

    Área temática secundária:

    educação

    Linha de extensão:

    fármacos e medicamentos

    Abrangência:

    regional

    Vinculado a programa de extensão:

    implementação do centro de informação e educação popular e profissional sobre o uso de medicamentos e plantas: em prol da ressignificação do uso dos medicamentos no vale do jequitinhonha

    Gera propriedade intelectual:

    Sim

Membros

alvaro dutra de carvalho junior Voluntário(a)

andrea renata malagutti Voluntário(a)

antonio carlos vieira lopes júnior Voluntário(a)

cristiane fernanda fuzer grael Voluntário(a)

gabriel silva marques borges Voluntário(a)

helen rodrigues martins Voluntário(a)

lorena ulhoa araujo Voluntário(a)

tiago josé da silva Voluntário(a)

eduardo de jesus oliveira Voluntário(a)

josiane moreira da costa Voluntário(a)

guilherme campos de souza Voluntário(a)

sérgio ricardo stuckert seixas Vice-coordenador(a)

juan pedro bretas roa Voluntário(a)

vitor rocha fagundes moura Bolsista

Resumo

Fármacos, medicamentos, fitoterápicos, plantas medicinais, remédios caseiros e drogas permeiam o universo da Farmácia, tanto nos espaços de exercício das profissões em Saúde, quanto no ambiente doméstico, como um tema social fundamentalmente relevante. A farmacoterapia é, por vezes, a melhor abordagem de tratamento que se pode obter para a cura e restabelecimento da saúde, para o alívio da dor ou para a prevenção de agravos. Porém, muitas vezes, são os próprios princípios ativos os causadores das graves intoxicações ou da ineficácia do tratamento, devido a suas interações com medicamentos, com alimentos, a suas administrações equivocadas ou contra-indicadas, pela desconsideração de seus efeitos indesejados ou de fatores individuais que alteram sua absorção, distribuição, metabolização e eliminação, os quais afetam a concentração do princípio ativo, mesmo se a dose correta tiver sido administrada. E neste contexto, ainda precisa ser inserido o uso concomitante de outras drogas que afetam os efeitos farmacológicos desejados. A Relação Nacional de Medicamentos Essenciais, na edição de 2022, traz mais de 1.200 medicamentos considerados essenciais à Saúde Pública no Brasil, porém, o montante de medicamentos registrados na ANVISA ultrapassa 20.000, sem considerar que muitas plantas medicinais utilizadas por populações em comunidades e determinadas regiões podem nem ser conhecidas ou registradas. Assim, como um profissional de Saúde poderia memorizar ou saber todas as indicações, contra-indicações e interações das moléculas bioativas que compõem esta lista? Ao se somar esta questão ao problema da auto-medicação, mesmo com medicamentos que deveriam ser adquiridos apenas se prescritos por profissionais, mais a polifarmácia dos idosos e pacientes crônicos, bem como os hábitos individuais, não é de se estranhar que os medicamentos ocupem o primeiro lugar como causa de intoxicações, mais do que animais peçonhentos, agrotóxicos e produtos de limpeza. A ação DePHAR - Rede Aplicada e Holística dos Princípios Ativos e Drogas está sendo construída para promover o uso racional de medicamentos, pela produção de conhecimento e tecnologia, voltados para os indicadores de Saúde e a realidade de Diamantina e seu entorno, a fim de tornar mais acessível a compreensão dos fármacos e drogas e evitar seu uso indiscriminado. A difusão de conteúdo de forma ágil e acessível, com fundamentação científica e respaldo clínico, por meio de tecnologia que integra banco de dados web e aplicativo para consulta por profissionais da saúde, validada com sua participação, é uma resposta na ação DePHAR à demanda social de redução de agravos relacionados a intoxicações por medicamentos.


Palavras-chave

Uso racional de medicamentos; Fármacos; Interações; Intoxicações; Prevenção; Saúde; Tecnologia


Introdução

A Ciência dos Fármacos e Medicamentos é complexa e importante na área de Saúde, conduzindo a busca por moléculas bioativas e medicamentos, cujas fórmulas e formas dependem de prospecção, desenvolvimento e produção, mais indispensáveis testes de estabilidade, toxicidade, eficácia, compreensão sobre interações com alimentos e medicamentos, conhecimentos sobre interferências genéticas, ambientais e comorbidades que afetam o efeito dos fármacos e sua toxicidade, os aspectos clínicos das intoxicações e seu manejo. Porém, toda a complexidade que permeia o desenvolvimento de um medicamento e sua indicação vai por “água abaixo” quando se adota práticas equivocadas, dentre as quais é importante mencionar: maceração e mistura de medicamentos, alterando formas farmacêuticas que deveriam garantir absorção e distribuição para o sítio de ação; administração com alimentos incompatíveis que reduzem a absorção ou inativam o princípio ativo; armazenamento inadequado; erro de prescrição na dosagem ou indicação terapêutica, interações medicamentosas e a auto-medicação. O fácil acesso à informação sobre medicamentos em plataformas, mídias digitais e grupos sociais não garante que esta apresente qualidade e profundidade para evitar erros. Ao contrário, informações incompletas ou equivocadas confundem pacientes e prescritores. Em contraponto ao cenário dos livros de farmacologia, cuja atualização é cuidadosamente feita por cientistas no decorrer de anos de pesquisa e fundamentação teórico-prática, o cenário da internet é um campo aberto onde pululam informações tão massivas que torna-se quase impossível aos estudantes e profissionais recém-formados filtrá-las. Neste cenário, a UFVJM com dezenas de farmacêuticos, químicos e biólogos, cujas áreas de atuação são abrangentes e permeiam uma visão aprofundada da Farmácia, das necessidades de formação e acessibilidade a um conhecimento seguro sobre fármacos e medicamentos para estudantes de Saúde, das Ciências Farmacêuticas, Médicas, pacientes e prescritores, não poderia se abster de responder. Em resposta à demanda da sociedade brasileira, em que milhares de intoxicações por medicamentos e drogas são registradas anualmente, esta proposta pretende produzir tecnologia para promover o uso racional de medicamentos, validando as informações veiculadas com a análise de pesquisadores de variadas áreas da Farmácia a fim de filtrar a retidão do conteúdo e responder a partir da necessidade de profissionais de saúde, prescritores, pacientes e estudantes, utilizando seus retornos dialógicos para ajustá-la e aprimorá-la. A tecnologia será disponibilizada via site da web e aplicativo de celular e contará com conteúdo variado, preenchendo lacunas deixadas por outros dispositivos, como: contexto clínico, desconsiderado em tantas tecnologias, fitoterápicos, que constituem uma parcela de medicamentos causadores de interações sérias, as indicações terapêuticas e contra-indicações, os componentes genéticos e outros que podem direcionar melhor os prescritores, profissionais da saúde em geral, professores da área da saúde e os estudantes durante sua formação, a fim de garantir uma visão holística. Desse modo, o aplicativo denominado DePHAR - rede aplicada e holística dos princípios ativos e drogas - será desenvolvido como fonte de rápida consulta, integrando-se na sociedade que demanda por soluções e decisões ágeis, porém, mantendo a necessária profundidade e amplitude científica, por ser produzido a partir dos objetos de pesquisa e extensão dos membros da equipe, do diálogo com a sociedade na qual atuam, a partir de suas experiências, relatos, ambientes profissionais e sociais nos quais transitam e interagem.


Justificativa

Os fármacos podem promover a saúde ou causar efeitos indesejáveis, desde intercorrências simples, como um mal estar passageiro, até as que reduzem a eficácia da farmacoterapia, as que deixam sequelas leves ou prejudicam a funcionalidade de órgãos, de forma temporária ou permanente, e as que levam ao óbito (MELO et al 2022). O Conselho Federal de Farmácia cita 1.255.435 casos de intoxicação no Brasil, entre 2012 e 2021 (Caldas, 2023) a partir de dados de pesquisa. A experiência em hospitais e no cotidiano da atenção farmacêutica, na Farmácia Social, registra erros de dosagem no qual pacientes foram colocados em estado vegetativo permanente, ou em que xaropes com concentração elevada de glicose são administrados a diabéticos, ou em que a interação entre princípios ativos é prejudicial, ou casos em que um alimento interfere na absorção do fármaco, ou drogas são consumidas resultando em overdose, de forma casual ou na tentativa de suicídio. Segundo Duarte e colaboradores (2021) "Desde 1994, os fármacos ocupam o primeiro lugar no ranking de intoxicações e o segundo lugar em número de óbitos", o que requer, na clínica, rápida intervenção para reverter ou reduzir a gravidade dos danos à saúde. Assim, o conhecimento farmacêutico permeia diferentes áreas da Saúde, sendo necessária a sua utilização no ato da prescrição, da administração por profissional ou pelo próprio paciente, a depender do medicamento e de sua forma, e precisa ser também aplicado na formulação e na dispensação. Os processos exemplificados, são exercidos, com exceção da manipulação e dispensação, por médicos, odontólogos e enfermeiros, dentre outros que, a despeito das aulas de farmacologia, nem sempre têm a possibilidade de atualizar conteúdo à medida em que a Ciência Farmacêutica evolui e novos dados são gerados. Uma busca rápida em banco de dados (PubMed, National Center for Biotechnology Information) com a palavra-chave “pharmaceuticals" resultou em 1.702.494 resultados contendo artigos, revisões e outros documentos científicos, no período entre 1800 a 2024. O escalonamento da publicação sobre fármacos mostra que 53,9% (917.418) deste total foram publicados nos últimos 10 anos (2015 a out/2024), tornando altamente desgastante a qualquer profissional acompanhar a área. Os exemplos mostram que a Farmácia está inserida na era de "Big Data", em que muitos dados são gerados e precisam ser validados e aplicados para um melhor resultado na saúde, compondo, indubitavelmente, a medicina de precisão: “a diversidade de alvos e mecanismos farmacológicos pode possibilitar terapias para tratar eficientemente pacientes clinicamente peculiares” (AWWAD et al. 2024). Neste cenário, vários aplicativos propõem uma busca rápida sobre fármacos e suas interações, porém, as principais críticas aos que estão disponíveis são: a falta de respaldo clínico-profissional - quando informações são oriundas de estudos publicados que contam com limitado número de observações e sem correlação com resultados frequentes da realidade clínica - o que dificulta a avaliação real do risco; a complexidade das interações, nem sempre claramente explicadas, dificultando a interpretação e a tomada de decisão; a falta de contexto clínico específico para condições individuais, como indicações e contra-indicações para determinadas comorbidades e hábitos individuais; a desatualização dos dados e lacunas na cobertura de medicamentos, o que reduz o sucesso da busca e utilização dos dados; a falta de descrição de interações não medicamentosas, como com alimentos e suplementos; a falta de cobertura de fitoterápicos; a falta de contextos abrangentes com sinais e sintomas de intoxicações. E ainda é preciso mencionar os perfis genéticos que influenciam a resposta aos medicamentos e começam a ser disponibilizados no setor diagnóstico por meio de exames para auxiliar a prescrição e ajuste de dose (farmacogenética), bem como biofármacos e fármacos denominados biológicos, cujo mercado expandiu ainda mais que o de fármacos convencionais (KESIK-BRODACKA, 2018). Toda essa complexidade é desafiadora, mas não é tudo. Outras questões podem ser levantadas para cada um dentre as milhares de medicamentos, moléculas bioativas ou drogas que existem: se um princípio ativo pode ser melhor absorvido ou inativado quando administrado em conjunto com determinados alimentos ou em jejum, se seu armazenamento pode se dar à temperatura ambiente ou na geladeira, qual a melhor forma de descarte. E ainda, profissionais da Enfermagem, quando administram em polifarmácia nos leitos hospitalares, podem questionar se devem macerar e misturar cinco ou mais medicamentos ao alimento administrado por sonda, alterando suas formas, um conhecimento que é inerentemente farmacêutico. Portanto, para dar conta dos múltiplos conteúdos sobre fármacos, medicamentos e outras drogas é preciso uma equipe de múltiplas especialidades da Farmácia, da Saúde em geral, da Química, da Biologia, abrangendo a origem do fármaco (biológica, química), a tecnologia de produção, a forma e fórmula que são definidas no desenvolvimento de um medicamento, a farmacocinética e dinâmica, os componentes genéticos e individuais, as intoxicações, sinais e sintomas e demais aspectos relevantes. O desenvolvimento do aplicativo DePHAR - Rede Aplicada e Holística dos Princípios Ativos e Drogas responde a uma demanda social na medida em que propõe criar, conjuntamente com os protagonistas extra-muros em Saúde, desenvolver solução tecnológica para o uso racional de medicamentos, para a prevenção de intoxicações resultantes de erros no contexto clínico e da automedicação. Ferramenta que, oriunda da interlocução entre múltiplos profissionais, pacientes, pesquisadores e estudantes, será construída de modo a gerar significado e tecnologia aplicável para a própria sociedade que contribuirá em sua estruturação. O DePHAR será construído pela montagem de um banco de dados online sobre os princípios ativos (fármacos e drogas) associado a uma ferramenta tecnológica na forma de aplicativo de celulares. Portanto, vinculando-se a atualização do banco de dados em sítio da web à do aplicativo do usuário final, se responde a uma das críticas dos profissionais de saúde que consultam os atuais dispositivos. Além disso, sendo construído por múltiplos profissionais, poderá também responder ao desafio da falta de contexto clínico pela análise qualificada dos estudos e fontes de informação, produzindo conteúdo que associa resultados de pesquisas desenvolvidas por doutores em Ciências Farmacêuticas, Química, Farmacologia, segundo sua especialidade, às experiências profissionais construídas por médicos, odontólogos, enfermeiros, farmacêuticos e demais profissionais que atuam na Saúde. Assim, o DePHAR será caracterizado pela consulta ágil, porém fundamentada a partir das formações de diferentes pesquisadores, associadas às dos profissionais de Tecnologia da Informação e dos que atuam nos hospitais, Estratégias de Saúde da Família, farmácias, drogarias, clínicas e indústrias farmacêuticas, juntamente com estudantes de Farmácia, de Sistemas de Informação, de Ciência e Tecnologia, Enfermagem, Medicina e demais áreas da Saúde. Neste processo, o conhecimento será intercambiável, produzido de forma dialógica e interativa, com direcionamento para as áreas mais prioritárias ou menos contempladas sobre fármacos, medicamentos e outras drogas, conforme demanda, dúvidas e apontamentos dos profissionais, pacientes e estudantes dispostos a participar no desenvolvimento desta ação. Assim, integrando-se os saberes populares e profissionais às múltiplas áreas do conhecimento, será desenvolvida tecnologia em saúde socialmente relevante, fruto das experiências vivas dos profissionais, com suas amplas visões, bem como dos pacientes que são o centro do Sistema Único de Saúde, somadas aos conhecimentos técnico-científicos oriundos das pesquisas e do processo extensionista de professores, técnicos e discentes da UFVJM, de modo a propiciar a todos os atores envolvidos uma contribuição formativa que leve ao crescimento pessoal, profissional e à promoção da saúde. Neste processo de construção conjunta, se pretende que diversas disciplinas do curso de Graduação em Farmácia e Saúde possam associar a participação dos estudantes e contribuir para que o processo de curricularização da extensão cumpra os objetivos do Plano Nacional de Educação, ao gerar conhecimento significativo e pautado nas vivências reais, contribuindo para sua permanência e conclusão da graduação. Portanto, a proposta de criação de um aplicativo que permitirá a consulta de informações seguras sobre fármacos e medicamentos para estudantes de Saúde, das Ciências Farmacêuticas, Médicas, pacientes, prescritores e outros profissionais, com validação criteriosa de pesquisadores e técnicos de variadas áreas formativas, constitui uma ferramenta de suma importância, pois, além de promover o uso racional de medicamentos e contribuir para evitar a ocorrência de intoxicações, será uma ferramenta aplicável ao processo de ensino e aprendizagem para professores e estudantes, ajustando-se e aprimorando-se seu conteúdo conforme as necessidades que serão apresentadas. A construção coletiva aqui proposta resultará na criação do banco de dados e do aplicativo, bem como da marca associada ao ensino/pesquisa e extensão da UFVJM como contribuição social transformadora emanada da sociedade e para ela voltada e, embora, o universo dos fármacos seja imenso, a possibilidade de manutenção e ampliação contínua do banco de dados com seu aplicativo, poderá impactar ao longo dos anos o processo de promoção e prevenção na área da Saúde e bom uso de fármacos e medicamentos.


Objetivos

O objetivo geral da ação DePHAR é produzir tecnologia em saúde que possa ser atualizada e disponibilizada progressivamente para viabilizar ágil consulta e promover o uso racional de medicamentos, a prevenção de intoxicações, prover orientações e auxiliar na clínica e no processo ensino/aprendizagem quanto a dúvidas e demandas mais frequentes de profissionais, pacientes e estudantes sobre princípios ativos e drogas, integrando múltiplos saberes, experiências e conhecimento científico de docentes, técnicos-administrativos, estudantes e atores extra-muros da área da Saúde e Tecnologia. Os objetivos específicos são: 1-Integrar equipe multidisciplinar e multiprofissional de técnicos, estudantes, profissionais e professores no levantamento de indicadores sobre dificuldades de prescrição, manejo de intoxicações, interações e disponibilidade de opções terapêuticas em função das doenças prevalentes em Diamantina e microrregião, o acesso ao conteúdo sobre fármacos, medicamentos, fitoterápicos e outras drogas com foco na perspectiva de pacientes, profissionais e estudantes da área de Saúde e em dados epidemiológicos; 2-Elencar as prioridades e lacunas de conhecimento sobre fármacos e drogas que mais fragilizam a prescrição, a farmacoterapia e suas relações com o processo da Saúde em Diamantina e microrregião e definir as opções terapêuticas prioritárias que devem constituir o alvo mais imediato de produção de conteúdo e de solução tecnológica; 3-Realizar o levantamento do conteúdo priorizado e unir a ação DePHAR ao processo de ensino em disciplinas da graduação em Saúde/ Farmácia; 4-Avaliar sistematicamente o conteúdo produzido por meio de análise técnico-científica pela equipe, pautar a avaliação inicialmente em conhecimentos oriundos de pesquisas e reajustar a partir de interação dialógica com profissionais da Saúde e pacientes; 5-Definir a linguagem, desenhar o mapa de conteúdo do banco de dados e do aplicativo, desenvolver os protótipos do site da web, do aplicativo e alimentar o sistema com os dados validados; 6-Realizar os testes de funcionamento, acessibilidade do conteúdo da tecnologia produzida e elaborar estratégias para sua continuidade após o encerramento do primeiro ano de implementação. O alcance dos objetivos envolverá a atuação de servidores do quadro da UFVJM, docentes e técnicos-administrativos da Saúde, Ciências Farmacêuticas, Ciência e Tecnologia e profissional externo que contribuirão com seu expertise, demandando o uso de computadores e da internet na UFVJM.


Metas

Meta 1: Realizar um levantamento de conteúdo de três ou mais indicadores que reflitam a realidade de Diamantina e seu entorno em relação aos medicamentos, suas indicações e outras drogas, dentre os quais são considerados: medicamentos mais prescritos; intoxicações; interações medicamentosas reportadas, detectadas em prescrições ou em atendimentos no sistema de saúde; eventos de resistência microbiana; uso de plantas medicinais e fitoterápicos; agravos mais notificados e prevalentes em Diamantina e microrregião; outros manifestados importantes pela interação com o público alvo. Pretende-se alcançar ao menos 3 relatos relevantes em cada indicador para direcionar sua definição como prioritário na construção do banco de dados do DePHAR. O impacto direto do cumprimento desta meta alcançará ao menos 50 profissionais em Saúde e se dará pela compilação e apresentação de conteúdo sobre ao menos 3 temas aplicados em saúde pública, com potencial para direcionar a definição de políticas e ações de saúde no município de Diamantina e outros da microrregião, direcionamento de conteúdo de ensino em saúde e contribuição na formação e atualização de estudantes e profissionais envolvidos no processo extensionista, mais 20 pacientes/ pessoas da população em geral alcançados por meio do Centro de Informação e Educação Popular e Profissional sobre o uso de medicamentos e plantas (programa ao qual se vincula esta ação). Indiretamente, espera-se que o impacto alcance 200 pessoas, considerando-se a disseminação de informações pelo público alvo em suas atividades profissionais e cotidianas, contribuindo para o uso racional de medicamentos. Meta 2: Utilizar os dados levantados na meta 1 e organizá-los com a equipe técnica e docentes de modo a se obter um portfólio de fármacos, medicamentos, plantas medicinais, fitoterápicos que têm correlação com os agravos notificados e as intoxicações, interações e outros eventos reportados, inserindo os estudantes de Farmácia, da Saúde e áreas afins, membros da equipe e os matriculados em disciplinas que serão vinculadas por meio da creditação, a fim de pesquisar conteúdo acerca das vias farmacológicas (cinética e dinâmica), dos componentes genéticos, das formas e formulações dos medicamentos, posologia, indicações e contra-indicações, sinais e sintomas de intoxicações, fórmula química, origem e produção, interações e armazenamento, indicando ao menos três estudos cientificamente relevantes como fonte das informações e organizando o referencial bibliográfico do levantamento. A meta pretende produzir conhecimento, nos termos descritos, sobre ao menos 20 fármacos ao longo da execução do projeto e integrando de forma multidisciplinar o conhecimento das variadas áreas da Farmácia e da Ciência da Saúde, com utilização de ferramentas de tabulação de dados (planilhas, gráficos, mapas conceituais e mentais, formulários e outras que se fizerem necessárias). O conteúdo produzido será organizado na forma de folders e manuais que serão impressos e apresentados nos processos extensionistas como a Feira de Atividades Farmacêuticas e atividades do Centro de Informação e Educação Popular e Profissional sobre o uso de medicamentos e plantas. O impacto da meta tem previsão de alcance de ao menos 100 pessoas de forma direta, durante os eventos de divulgação e outras ações extensionistas, bem como pela distribuição do material aos profissionais nos ambientes de Saúde. Indiretamente, pelo debate e disseminação de conteúdo por estes profissionais, espera-se atingir cerca de 1.000 pessoas. O desenvolvimento desta meta será acompanhado por meio dos dados coletados pelos técnicos e professores, avaliando-se o quantitativo de princípios ativos que forem elencados até se atingir a meta mínima definida, bem como o número de estudos balizadores. A avaliação qualitativa será realizada validando-se juntamente com os técnicos, estudantes e doutores de cada área: a qualidade, profundidade científica, correlação com o contexto clínico, adequação metodológica dos estudos/publicações organizados. Meta 3: Qualificar o material produzido e as informações levantadas em função do respaldo clínico do exercício profissional em diferentes áreas da Saúde. Nesta meta, a equipe se reunirá para elaborar estratégias que facilitem o diálogo e envolvimento de profissionais da Saúde, como médicos, odontólogos, nutricionistas, farmacêuticos, enfermeiros, agentes de Saúde, coletando e organizando suas opiniões, relatos de experiências, apontamentos que direcionem a aplicabilidade do conteúdo produzido ou sua reformulação, em termos de significância/gravidade das eventuais interações, validação dos sinais e sintomas das intoxicações correlacionadas com vivências clínicas, eficácia das aplicações terapêuticas experienciadas e outros que forem manifestos pelo público alvo. Pelo cumprimento da meta, espera-se que o impacto chegue até ao menos 50 profissionais de forma direta, que integrem o diálogo e apresentem seus pareceres e opiniões sobre as informações apresentadas, antes de sua transposição para o banco de dados na web. A partir dos apontamentos clínicos, a equipe se distribuirá, segundo suas áreas de atuação, formando grupos de trabalho para triar manuais, guidelines e resoluções oficiais do Ministério da Saúde e Agência Nacional de Vigilância Sanitária que corroborem com segurança o conteúdo compilado. Indiretamente, espera-se atingir dezenas de pacientes que forem tratados pelos profissionais envolvidos nesta análise material, pois, pela oportunidade de produzir conteúdo, também espera-se que sua prática profissional seja impactada. O alcance da meta será avaliado pela qualidade das discussões e pelos resultados alcançados em relação à obtenção de informações seguras e em qualidade suficiente para montar um banco de dados via web. Os aspectos éticos do processo extensionista e interprofissional serão observados pela urbanidade no diálogo, na reflexão sobre os apontamentos realizados, nas revisões que forem conduzidas, sem juízo de valores das opiniões profissionais ou equívocos que tenham apresentado, pautando-se todas as revisões no aspecto técnico-científico e acatando sempre que possível todas as formas de saber. Será solicitado aos profissionais que, durante seus relatos, nenhum nome seja divulgado, a fim de garantir o anonimato, assim como a equipe manterá em sigilo, sem comentários ou julgamentos, os equívocos e casos apresentados pelos profissionais. Meta 4: Produzir e alimentar um banco de dados na web com conteúdo sobre os fármacos e medicamentos validados nos termos das etapas anteriores, o que será feito progressiva e concomitantemente à medida em que conteúdo seguro for sendo produzido pela equipe, pelo público alvo e estudantes. Na meta 4 se pretende produzir um banco de dados com ao menos 10 fármacos, medicamentos, plantas medicinais e/ou outras drogas para as quais os critérios de conteúdo tenham sido atingidos de forma que se possa divulgar informações aplicáveis. Espera-se também produzir um aplicativo integrado ao banco de dados e a marca associada ao produto. O cumprimento desta meta impactará a experiência de pelo menos 100 usuários de tecnologia de forma direta, esperando-se também que ao menos 20 apresentem observações e retornem com suas experiências na interface de usuário, atualização de dados, dificuldades de download ou de conexão, dentre outras. De forma indireta, espera-se que o conteúdo impacte ao menos ao menos 500 pessoas que sejam beneficiadas pelas informações veiculadas, já nesta primeira edição. A ética será garantida pela avaliação criteriosa dos conteúdos antes de sua publicação, a fim de garantir a veracidade/qualidade das informações anteriormente produzidas.


Metodologia

Etapa 1 - Realizar o levantamento de dados e indicadores sobre o uso/prescrição de fármacos, medicamentos e outras drogas, relatos de intoxicações, interações e eventos relacionados, agravos e doenças prevalentes em Diamantina e região: reunir a equipe, integrar estudantes de graduação em disciplinas da área da Farmácia e da Saúde, organizar grupos de trabalho e distribuir atividades focadas no levantamento de indicadores, na construção das ferramentas de levantamento de dados e capacitar os membros para a busca e alimentação dos dados por meio de formulários de consulta, planilhas, levantamento de indicadores via Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN net) e contato direto com os profissionais e público nos ambientes de saúde. O público alvo da ação será convidado a contribuir para o levantamento de dados por meio de relatos de experiências, documentados em suas práticas profissionais, ou preenchimento de formulários, solicitando-se sigilo e garantindo o anonimato de quaisquer indivíduos afetados para garantir a lisura e a ética em todo o processo de construção de indicadores. O cumprimento desta etapa será acompanhado pela equipe de professores e técnicos por meio da análise mensal da quantidade de indicadores alimentados com os dados que se busca obter. A avaliação será quantitativa, por meio da análise do número de indicadores, da quantidade de dados obtidos, e qualitativa, por meio da análise técnico-científica da relevância e qualidade dos dados gerados, do interesse das informações para o público alvo, confrontando-se a partir de suas demandas por conhecimento. O indicador quantitativo de cumprimento da etapa será o alcance de informação que sustente o cumprimento da meta 1: selecionar três indicadores de Saúde, cada um com três relatos relevantes, alcançar o envolvimento de 50 profissionais de Saúde e 20 pessoas/pacientes da população em geral. Etapa 2 - Na etapa 2, será construído o portfólio de fármacos, medicamentos, plantas medicinais, fitoterápicos ou drogas selecionadas a partir da análise dos dados da Etapa anterior. Serão organizados grupos de trabalho, cada um contendo técnicos-administrativos, estudantes de graduação segundo as disciplinas que já tenham cursado ou estejam matriculados, professores e profissionais externos colaboradores, segundo suas áreas de formação para levantar dados sobre os princípios ativos que tenham sido selecionados. No processo de curricularização da extensão, os docentes apresentarão aos estudantes os objetivos do projeto, sua relação com a Saúde, as Ciências Farmacêuticas e áreas afins, sendo distribuída a tarefa de pesquisar, por áreas/disciplinas, os conteúdos correlatos de farmacologia (vias farmacodinâmicas e farmacocinéticas), de farmacogenética (genes envolvidos), química (fórmula química e grupos funcionais), farmacotécnica, tecnologia farmacêutica (formas e formulações farmacêuticas, produção), biotecnologia, farmacognosia, fitoterapia, toxicologia, farmácia clínica e hospitalar, farmácia social (formas farmacêuticas, origem, produção, posologia, dose, indicações, contra-indicações, interações). Cada material produzido por esta busca, que deverá ser estruturado em documento contendo texto explicativo no formato de relato de uma página indicando referenciais, mais formulário com informações resumidas em textos diretos sob o formato que se utiliza para comunicações rápidas, planilhas para rápido acesso aos dados, gráficos, mapas conceituais e imagens que podem ser utilizadas como ilustrações, em padrão de cores/modelo que será definido pela equipe. Assim, para cada princípio ativo selecionado haverá um material a ser compilado com diversos dados, porém no mesmo formato, de modo que ao juntar-se todo o levantamento em um documento único será obtido um portfólio construído como manual ou cartilha. Todo o material será revisado pela equipe extensionista, juntamente com os estudantes integrantes da equipe e o bolsista a fim de que contribuam com a ação e ao mesmo tempo aprendam com o processo. A partir do material produzido, serão produzidos folders com informações resumidas para distribuição na Feira de Atividades Farmacêutica, na Mostra de Análises Clínicas e eventos como o Universidade de Portas Abertas em atividades de conscientização sobre o uso racional de medicamentos. O material mais completo será distribuído a profissionais da Saúde. Para acompanhar esta etapa, a equipe verificará progressivamente os resultados de busca, o processo de construção do material e a qualidade das informações. Os indicadores quantitativos constituirão na apresentação do material a 100 participantes dos eventos extensionistas, mais 50 profissionais e 20 pacientes propondo que avaliem o material. Etapa 3 - Validação e contextualização clínica dos dados levantados. Nesta etapa o material produzido na forma de compilado digital, folders e na forma de manual será dirigido para avaliação de profissionais da área da Saúde. Em reunião de equipe extensionistas será avaliada a melhor forma de abordagem de modo a captar o público alvo para participar, priorizando o respeito ao seu tempo e evitando desgastes e sobrecarga de trabalho, pois tais profissionais usualmente já apresentam uma rotina exaustiva. A equipe decidirá como elaborar materiais facilitadores da análise, construindo formulários de avaliação do conteúdo dos materiais, que poderão ser online, e destinando espaços que permitam a opinião livre por cada membro do público alvo, sem necessidade de identificação de nome, podendo ser utilizado, por exemplo, o número de registro profissional, que não será consultado pela equipe quando da análise das avaliações que forem enviadas. Outras estratégias poderão ser sugeridas pelos membros da equipe, especialmente pelos estudantes, inclusive, podendo ser realizadas mesas redondas em eventos extensionistas ou no próprio Centro de Informação e Educação Popular e Profissional sobre o uso de Medicamentos e Plantas, a depender das sugestões da equipe e do direcionamento preferencial do público alvo ao ser convidado a participar. Os trabalhos serão acompanhados ao longo da execução desta etapa pela verificação dos apontamentos recebidos e da sua aplicabilidade na revisão e aprimoramento do material produzido. Uma vez que se tenha alcançado o quantitativo de pelo menos 10 apontamentos clínicos que corroborem o ajuste de conteúdo e sua divulgação via web, a equipe ainda se reunirá e buscará segurança materializada em guias e manuais oficiais dos órgãos de Saúde do Brasil, Ministério da Saúde e Agência nacional de Vigilância Sanitária. Etapa 4 - Construção de bancos de dados na web e desenvolvimento de aplicativo com conteúdo vinculado. Nesta etapa, o material produzido será transposto para o banco na web. A estrutura do banco de dados e do aplicativo vinculado (linguagem, mapa de conteúdo, espaços para informações interligadas) será desenhada progressivamente desde o início da ação, tendo em vista que seu desenvolvimento não requer a imediata alimentação com dados. Uma vez que os dados tenham sido validados e definidos, o banco será alimentado pelo bolsista, juntamente com membros da equipe que apresentam formação e experiência em Ciência dos Dados e programação. A alimentação será realizada juntamente com estudantes de graduação em Saúde e Ciências Farmacêuticas, Ciência e Tecnologia e/ou Sistemas de Informação, a fim de que todos possam crescer e desenvolver competências tecnológicas como ferramentas de aprendizado e de ensino em Saúde, bem como para que sua formação seja interdisciplinar e integrada. A equipe de técnicos-administrativos e professores também participará analisando os dados e corroborando com as informações que foram validadas com respaldo científico e clínico. A etapa será acompanhada pela equipe pela análise da quantidade de conteúdo lançada no sistema e na facilidade de download e uso do aplicativo, ainda em fase de teste. Uma vez que esteja disponível algum conteúdo que possa ser acessado por usuários de tecnologia, o público alvo será convidado a acessar e relatar experiências quanto à facilidade da interação, da organização e acesso aos dados e velocidade de uso do aplicativo. O indicador de cumprimento desta será o retorno de pelo menos 20 usuários, os quais serão utilizados para os ajustes necessários. Progressivamente à alimentação completa com os dados levantados, será gerada a marca do projeto, com cores e logo projetadas em equipe e orientadas por profissionais de tecnologia e comunicação para uma melhor aceitabilidade e impacto social. As cores e formatação do aplicativo serão definidas da mesma forma, em consonância com a marca gerada. Uma vez que a tecnologia esteja produzida, será aberta para livre download por profissionais da Saúde e pela população. Espera-se que o projeto seja mantido para além deste primeiro ano de implementação, pois espera-se progressivamente aumentar a quantidade de princípios ativos, fármacos, drogas, medicamentos, fitoterápicos e plantas medicinais a fim de garantir uma tecnologia de amplo alcance para a Saúde Pública.


Referências Bibliográficas

Awwad O, Ahram M, Coperchini F, Jalil MA. Editorial: Precision medicine: recent advances, current challenges and future perspectives. Front Pharmacol. 2024 Jun 7;15:1439276. doi: 10.3389/fphar.2024.1439276. PMID: 38910892; PMCID: PMC11190335. BRASIL, Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Nova Indústria Brasil - Missões, 2024. Disponível em: https://www.gov.br/mdic/pt-br/composicao/se/cndi/missoes. Acessado em 15/outubro/2024. BRASIL, Ministério da Saúde. Relação Nacional de Medicamentos Essenciais 2022. Disponível em: https://www.conass.org.br/wp-content/uploads/2022/01/RENAME-2022.pdf. Acessado em 15/outubro/2024. Caldas, M. Casos de intoxicação medicamentosa ressaltam a importância da orientação do farmacêutico ao paciente. Notícias do CFF, 2023. Disponível em: https://site.cff.org.br/noticia/noticias-do-cff/04/01/2023/casos-de-intoxicacao-medicamentosa-ressaltam-a-importancia-daorientacao-do-farmaceutico-aopaciente#:~:text=Pesquisa%20descritiva%20e%20quantitativa%2C%20de,Brasil%2C%20entre%202012%20e%202021. Acessado em 13 de outubro/2024. Duarte FG, Paula MN, Vianna NA, Almeida MCC, Moreira Jr ED. 2021. Óbitos e internações decorrentes de intoxicações por medicamentos com prescrição e isentos de prescrição, no Brasil. Rev Saude Publica. 55:81. https://doi.org/10.11606/s1518- 8787.2021055003551 Kesik-Brodacka M. Progress in biopharmaceutical development. Biotechnol Appl Biochem. 2018 May;65(3):306-322. doi: 10.1002/bab.1617. Epub 2017 Nov 2. PMID: 28972297; PMCID: PMC6749944. Melo, M. T. B., Santana, G. B. de A., Rocha, M. H. A., Lima, R. K. de S., Silva, T. A. B., Souza, C. D. F., & Rodrigues, A. K. B. F. 2022. Epidemiological profile and temporal trend of exogenous intoxications in children and adolescents. Revista Paulista de Pediatria, 40.https://doi.org/10.1590/1984-0462/2022/40/2021004IN PubMed, National Center for Biotechnology Information. Consulta com a palavra-chave: pharmaceuticals. Disponível em: www.ncbi.nlm.nih/pubmed. Acessado em 14/outubro/2024.


Inserção do estudante

O estudante bolsista e outros das áreas de Ciências da Saúde, Ciências Farmacêuticas, Ciência e Tecnologia e Sistemas de Informação, que serão integrantes da equipe, atuarão no projeto em todas as etapas, podendo avaliar como se constrói o processo extensionista desde sua interação dialógica com a sociedade e o público alvo, tendo acesso aos ambientes de Saúde e integrando ferramentas acadêmicas como a realização de pesquisa bibliográfica e revisando conteúdos interdisciplinares das diferentes disciplinas da graduação que versem sobre os temas abordados, porém, contextualizando e respaldando o conhecimento a partir das experiências profissionais e saberes populares que nem sempre se encontram em livros e artigos científicos: é o caso, por exemplo, das plantas medicinais, por vezes negligenciadas ou desconhecidas, mas amplamente aplicadas na medicina popular. A interação com pacientes poderá desenvolver nos estudantes a competência necessária para contextualizar sua futura prática profissional no respeito aos saberes e na cultura da população em que será inserida. Neste processo, será acompanhado pelos professores, técnicos e colaboradores externos, cada com sua formação, a fim de gerar um processo de crescimento interprofissional, que permita ao estudante avaliar sua própria visão do mundo do trabalho, suas perspectivas de atuação profissional e ampliar sua rede de colaboradores. No processo de diálogo, dentro da própria equipe de estudantes e durante a busca e revisão de conteúdo teórico que fundamenta o projeto, se inserem saberes transversais como ambiente, cultura e tradição, sendo o estudante confrontado com vivências reais sobre plantas, medicamentos, intoxicações, interações e hábitos de uso de remédios caseiros que emanam da população e suas tradições, nem sempre abordadas dentro das salas de aula. Além disto, para o trabalho em equipe, os estudantes precisarão trabalhar estratégias de convivência, de resolução de problemas, de uso de tecnologias e apresentação de resultados, de comunicação e ética. O estudante deverá desenvolver competência para adequar a linguagem aos diversos contextos em que a equipe atuará: nos ambientes acadêmicos e profissionais, nos espaços de Saúde, nas feiras extensionistas, no cotidiano do Centro de Informação e Educação Popular sobre o uso racional de Medicamentos e Plantas. O estudante será acompanhado pela equipe em todas as etapas, devendo participar das reuniões ao longo do processo da ação, atuando juntamente na reunião inicial de planejamento e nas demais, acompanhando, avaliando e sugerindo durante a definição pela equipe acerca dos indicadores de Saúde que respondam às demandas de Diamantina e microrregião, deverá ler e opinar sobre a qualidade/relevância de pelo menos alguns dos estudos científicos levantados pelos colegas para fundamentar dados sobre fármacos e medicamentos, devendo contribuir na construção do material impresso (manual) e online, produtos desta ação. O estudante bolsista deverá ser da área de Ciência e Tecnologia ou de Sistemas de informação e será treinado quanto ao uso de softwares que permitem a tabulação de dados e construção de gráficos, mapas de conteúdo e de construção de imagens, bem como será orientado para aprender a programar e construir bancos de dados, oportunizando-se este aprendizado também aos demais estudantes da equipe que desejarem. Este treinamento será dirigido por profissional membro da equipe, o qual ensinará as linguagens e os processos que possibilitam a construção do banco de dados e do aplicativo, verificando seu crescimento e aprendizado e dando retorno quanto aos formatos que precisam de ajustes. O estudante será avaliado de acordo com sua participação, com seu envolvimento e crescimento das suas contribuições, pela análise das competências que for desenvolvendo, com retorno qualitativo para que possa realizar também sua autoavaliação. Assim, ao final do projeto, o estudante terá tido a oportunidade de trabalhar com diversos colegas de áreas de formação diferentes, desenvolvendo as competências descritas, mais a rede de interações que lhe permitirá dialogar com diversos profissionais e ambientes e ainda, atuar de forma efetiva na elaboração de uma tecnologia e na aplicação de elementos teóricos que a fundamentam.


Observações

A área da Saúde foi progressivamente se modificando, de uma abordagem baseada em em médias populacionais cujos dados sobre sinais, sintomas e doses são extrapolados e aplicados em cada indivíduo - chamada de "abordagem tamanho único" - para uma nova, mais personalizada, que considera individualidades como hábitos de vida, dados de comorbidades, perfis genéticos/genômicos, o histórico laboratorial e médico do paciente e toda uma amplitude de dados que caracteriza a medicina de precisão. Um dos componentes mais essenciais neste novo cenário é a integração de múltiplos dados em sistemas facilitadores da tomada de decisão clínica, procurando, assim, ajustar os procedimentos para cada paciente, não mais tratado como se encaixasse perfeitamente na média. A prescrição de fármacos e medicamentos, bem como o tratamento de suas intoxicações, se insere neste novo cenário, na era da integração de big data e das tecnologias em saúde. Ao reconhecer esta necessidade, para garantir maior eficácia dos tratamentos, melhor aplicação dos recursos e sustentabilidade do SUS, foi inserido na nova política industrial (Nova Indústria Brasil) do Governo Federal, o eixo 2 - Complexo da Saúde resiliente para prevenção e tratamento de doenças, sendo uma das prioridades "desenvolver tecnologias da informação e da comunicação, com domínio nacional de dados, de forma a ampliar a capacidade de resposta do SUS e expandir e qualificar a oferta de produtos e a prestação de serviços de saúde" (BRASIL, MDIC 2024). Essa prioridade reconhece o prejuízo que a dependência externa pode causar na saúde pública, o que é verdade em termos de produção interna versus importação de insumos farmacêuticos ativos e em termos de tecnologias para sua melhor aplicação. Neste sentido, existem aplicativos que abordam interações medicamentosas, mas, para além das lacunas que apresentam, como descrito anteriormente, ainda carecem de dados voltados para a realidade brasileira, que reflitam as demandas de dados sobre os medicamentos que no país são mais prescritos e necessários de acordo com doenças prevalentes e/ou negligenciadas, a realidade dos fitoterápicos como opções terapêuticas, o fato de que a maior parte destes aplicativos utiliza o inglês como linguagem e que ainda são pagos. A proposta DePHAR encaixa-se nesta demanda, prioritária para o desenvolvimento da saúde no Brasil, em que um dos pontos críticos que precisam ser alavancados é a garantia de acesso aos medicamentos, aliada à clara compreensão de suas melhores aplicações e indicações corretas. Diante do exposto e em relação ao número de medicamentos listados na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (BRASIL, MS 2022) e à dificuldade de que todos os profissionais da Saúde mantenham individualmente a atualização contínua sobre fármacos, drogas e plantas medicinais cujo conteúdo cresce exponencialmente, é preciso gerar tecnologia que facilite o processo de busca de conhecimento e melhore a aplicação. Assim, a proposta DePHAR é voltada para a demanda de conteúdo sobre fármacos e medicamentos que seja emanada da realidade de Diamantina e sua microrregião, pois ainda que existam esforços nacionais para a geração de tecnologia em Saúde para o Brasil, as particularidades regionais, sobretudo do Nordeste do país, do Nordeste e Norte de Minas Gerais, são pouco contempladas. E embora seja impossível, na primeira edição, contemplar todos os fármacos disponíveis, a vinculação da ação com o Centro de Informação e Educação Popular e Profissional sobre o uso de medicamentos e plantas dá ao projeto um caráter de continuidade, sendo imprescindível, neste início, a atuação de um bolsista e programadores da equipe para desenvolver a tecnologia, registrar os dados de desenvolvimento e assim, possibilitar que seja mantida ao longo dos anos e ampliada.


Público-alvo

Descrição

Médicos de diferentes especialidades atuando em hospitais, clínica geral e consultórios de especialidades médicas, odontólogos e demais profissionais aptos a prescrever medicamentos e que atuam em Diamantina e região, os quais apresentem demandas de informação e/ou queiram participar na forma de contribuição sobre as prioridades de conteúdo que devem compor o banco de dados do DePHAR e respaldando informações técnico-científicas a partir de sua prática profissional.

Descrição

Farmacêuticos responsáveis técnicos e preceptores de estágio atuando em estabelecimentos farmacêuticos como drogarias, farmácias, indústrias, laboratórios clínicos e/ou outras áreas de atuação farmacêutica, que demandem fonte de consulta sobre fármacos, medicamentos e drogas no ato de dispensação e atenção farmacêutica, que desejem participar na definição de prioridades de conteúdo para o banco de dados e respaldando informações técnico-científicas a partir de sua prática profissional.

Descrição

Enfermeiros, técnicos de enfermagem, nutricionistas, fisioterapêutas, agentes de saúde atuando em estabelecimentos de saúde pública que demandem conhecimento e desejem contribuir elencando prioridades de conteúdo e respaldando informações técnico-científicas a partir de sua prática profissional.

Descrição

Usuários do Sistema Único de Saúde, planos privados e a população em geral, envolvidos nos diversos níveis da atenção à saúde ou contactados por meio de ações de ensino e extensão em Saúde, ou busca ativa pela equipe e que desejarem contribuir auxiliando a definir prioridades de conteúdo a partir de suas vivências, saberes e propondo ajustes que podem melhorar a interface do aplicativo, a comunicação e a acessibilidade.

Descrição

Professores e estudantes de educação básica, de graduação de quaisquer áreas da saúde ou outras, integrantes da comunidade da UFVJM e de outras instituições, que participarem de debates, palestras e outras atividades elaboradas como estratégia da equipe desta ação, como as feiras e eventos de extensão, os quais desejarem contribuir manifestando seus interesses de conhecimento, dúvidas e relatos de experiência que auxiliem a melhorar o conteúdo e comunicação via aplicativo.

Municípios Atendidos

Município

Diamantina

Município

Gouveia

Município

Datas

Município

Couto De Magalhães De Minas

Município

Felício Dos Santos

Município

Presidente Kubitschek

Município

São Gonçalo Do Rio Preto

Município

Senador Modestino Gonçalves

Parcerias

Participação da Instituição Parceira

A startup We For Science, como parceira do projeto DePHAR, prestará apoio operacional e técnico por meio de seus colaboradores a fim de hospedar a página e o conteúdo produzido para o banco de dados sobre princípios ativos e drogas, o qual será armazenado e atualizado a partir de seu sítio na web, no escopo de sua missão que é apoiar a ciência e seu desenvolvimento. À medida em que o aplicativo é progressivamente estruturado neste projeto PIBEX, a alimentação do conteúdo na página web possibilitará que os seus dados integrados resultem em disponibilização de informação aos usuários finais. O público alvo será alcançado de forma online e, portanto, ao acessar o próprio aplicativo estará ciente da parceria estabelecida.

Participação da Instituição Parceira

A C4 Científica é uma empresa de base tecnológica cuja experiência abrange desenvolvimento de projetos para o setor público, incluindo tecnologias para o setor de saúde. Na pessoa de seu sócio proprietário, aceitou compor parceria para orientar a equipe acerca dos procedimentos de divulgação da tecnologia para melhorar sua aceitabilidade, inserção social e facilitar a aproximação com os usuários finais, opinando também durante o processo de desenvolvimento acerca das funcionalidades que podem tornar a tecnologia mais facilmente difundida e aplicável. A parceria se dará diretamente com a equipe, que está ciente.

Cronograma de Atividades

Periodicidade Anualmente
Descrição da Atividade

Reunião da equipe para planejamento estratégico da ação e distribuição de tarefas.

Periodicidade Anualmente
Descrição da Atividade

Após o planejamento estratégico da ação, a equipe organizará grupos de trabalho contendo professores, técnicos-administrativos e estudantes de graduação e definirá em reunião a metodologia para levantamento de indicadores em Saúde, considerando Diamantina e sua microrregião. Na Reunião de formação dos grupos de trabalho, serão distribuídas para cada grupo as tarefas de busca de informação por meio dos registros oficiais do Sistema Único de Saúde, pelo contato direto com gestores em Saúde e profissionais da área em seus diversos ambientes de atuação.

Periodicidade Quinzenalmente
Descrição da Atividade

Encontros da equipe para desenvolvimento ou aprendizagem das ferramentas que serão utilizadas para coleta dos dados sobre indicadores de saúde. A cada encontro um membro da equipe será incumbido de providenciar um guia contendo procedimento de utilização da ferramenta necessária, incluindo-se construção de formulários (físico e/ou online), processo de busca de indicadores em sítios oficiais do Ministério da Saúde, ANVISA ou outros de confiança, busca e análise de material científico em bancos de dados, construção de planilhas e gráficos a partir da tabulação de dados.

Periodicidade Mensalmente
Descrição da Atividade

O bolsista será capacitado para aprender os processos de programação, a linguagem aplicável, a formatação dos dados, a sua correlação no sistema e integração no mapa de conteúdo desenhado e com o aplicativo, a estruturação do banco de dados, sua alimentação, consulta e testes, abrindo-se a perspectiva de que os demais estudantes interessados possam participar. À medida em que a tecnologia for sendo desenvolvida o profissional de Ciência dos Dados que integra a equipe também atuará com seu retorno sobre eventuais problemas, conflitos e correções necessárias, com participação do estudante.

Periodicidade Quinzenalmente
Descrição da Atividade

Após estruturação dos grupos de trabalho, definição dos instrumentos e levantamento dos indicadores, a equipe se reunirá e avaliará o cumprimento da meta relacionada, elencando os indicadores prioritários e listando os fármacos que se correlacionam com os eventos prioritários elencados (intoxicações, interações, erros de prescrição, abuso de drogas, etc.). A definição será feita por meio de análise qualificada do conteúdo apresentado e a partir das experiências relatadas como contribuição do público alvo envolvido nesta etapa da ação.

Periodicidade Mensalmente
Descrição da Atividade

A partir dos fármacos definidos como prioritários para pesquisa e busca de conhecimento correlato, os membros da equipe contactarão os professores de disciplinas da graduação, a fim de propor na forma de créditos curriculares de extensão, a contribuição dos discentes e sua integração no projeto DePHAR. Juntamente com a equipe, os estudantes serão incumbidos de realizar a pesquisa bibliográfica que deve fundamentar o conteúdo do banco de dados e do aplicativo, primeiro pela organização dos dados na forma do portfólio digital contendo texto explicativo no formato de relato de uma página indicando referenciais, mais formulário com informações resumidas em textos diretos sob o formato que se utiliza para comunicações rápidas, planilhas para rápido acesso aos dados, gráficos, mapas conceituais e imagens que podem ser utilizadas como ilustrações, em padrão de cores/modelo que será definido pela equipe. O material será analisado e validado pela equipe em conjunto com os técnicos e professores de cada área, para manter um formato digital e outro que será impresso na forma de manual ou cartilha.

Periodicidade Anualmente
Descrição da Atividade

O material compilado e estruturado será apresentado ao público alvo de profissionais, pacientes e visitantes de eventos extensionistas para sua análise, discussão e opinião, podendo ser estruturada consulta via formulários online, impressos ou discussões presenciais. Seu retorno será analisado para reformulação do portfólio e inserção de contexto clínico, filtragem das informações e direcionamento para melhor aplicabilidade dos dados.

Periodicidade Semanalmente
Descrição da Atividade

Desenvolvimento progressivo do banco de dados na web, hospedagem no sítio da instituição parceira We For Science, construção de aplicativo com conteúdo vinculado (armazenado na rede), alimentação do banco de dados com conteúdo sobre fármacos e medicamentos e testes de funcionamento, consulta, interatividade, facilidade de acesso, velocidade de resposta, experiência do usuário.

Periodicidade Mensalmente
Descrição da Atividade

Criação da marca com cores, desenhos gráficos, formatos e outros que forem desenvolvidos a partir de reuniões da equipe, consultaria com parceiros do projeto e divulgação via página web e redes sociais dos parceiros e membros da equipe.

Periodicidade Quinzenalmente
Descrição da Atividade

Reunião da equipe extensionista para avaliação dos resultados alcançados, metas cumpridas, definição de perspectivas de ampliação do conteúdo e proposição de ações futuras.