O projeto "Choro: Resistência e Patrimônio Cultural Afro-Brasileiro" tem como objetivo preservar, divulgar e resgatar o choro como um patrimônio cultural imaterial do Brasil, com ênfase em sua origem afro-brasileira. Com base em uma abordagem que destaca a influência de músicos negros no desenvolvimento do choro, o projeto propõe atividades artísticas como rodas de choro, e diálogos sobre o legado afro-brasileiro presente nessa manifestação cultural. Além das atividades presenciais, o projeto produzirá conteúdos educativos, que abordarão a importância histórica e cultural do choro sob uma perspectiva afro-brasileira. Ao promover o diálogo entre acadêmicos, músicos e a comunidade, o projeto pretende criar um impacto duradouro na conscientização cultural, especialmente entre as novas gerações.

Choro, Resistência cultural, Diversidade musical, Cultura popular

O choro é um gênero musical genuinamente brasileiro, surgido na segunda metade do século XIX no Rio de Janeiro. Com raízes que combinam influências das danças de salão europeias, como a polca e a valsa, e ritmos afro-brasileiros, como o lundu e o batuque, o choro desenvolveu uma linguagem musical única. Originalmente interpretado por músicos populares em encontros festivos, o gênero se consolidou como a primeira música popular urbana do Brasil, tornando-se uma das bases da música instrumental brasileira. A influência afro-brasileira no choro é evidente tanto na sua estrutura rítmica quanto na história de seus protagonistas. Músicos negros, como Joaquim Callado e Pixinguinha, desempenharam papéis fundamentais no desenvolvimento do gênero. O lundu, com suas raízes africanas, trouxe ao choro um ritmo sincopado e uma improvisação pulsante, que se mesclou com os elementos europeus, formando uma sonoridade única. Na Pequena África, reduto negro no centro do Rio de Janeiro, o choro encontrou um espaço fértil para se expandir, sendo incorporado nas festas populares e rodas de samba, promovendo uma forte conexão com as comunidades afrodescendentes. Entretanto, à medida que o choro evoluiu ao longo do século XX, essa identidade afro-brasileira foi gradualmente diluída. O processo de embranquecimento, tanto dos músicos quanto da estética musical, afastou o gênero de suas raízes populares. Com a introdução de instrumentos eruditos e a crescente formalização das rodas de choro, o gênero passou a ser caracterizado pela erudição, o que contribuiu para o distanciamento das camadas populares e da participação de músicos negros. Hoje, o choro é muitas vezes associado a um público mais elitizado, perdendo a conexão vibrante com suas origens afro-brasileiras e populares.

O projeto "Choro: Resistência e Patrimônio Cultural Afro-Brasileiro" visa não apenas preservar e divulgar o choro como patrimônio cultural imaterial do Brasil, mas também resgatar sua origem profundamente vinculada às contribuições das comunidades afro-brasileiras. Ao longo da história, o choro desempenhou um papel crucial na expressão cultural das classes populares, em especial dos músicos negros, que contribuíram significativamente para sua criação e consolidação. No entanto, o gênero passou por um processo de embranquecimento que afastou essa identidade afrodescendente, resultando no distanciamento do público popular. O projeto busca retomar essas narrativas apagadas e celebrar a resistência e criatividade das comunidades que moldaram o choro. Em consonância com as metas do Plano Nacional de Cultura, o projeto atende à promoção e à valorização da diversidade cultural brasileira, com foco na preservação das tradições afro-brasileiras e na inclusão social. Além disso, o projeto está alinhado com as diretrizes que visam promover a arte e a cultura em Diamantina. O projeto fomenta a interação entre passado e presente, ciência e arte, ao resgatar a história do choro e sua importância para a identidade afro-brasileira, enquanto cria um espaço de diálogo contemporâneo para novas gerações de músicos e pesquisadores. Dessa forma, "Choro: Resistência e Patrimônio Cultural Afro-Brasileiro" contribui diretamente para a missão da UFVJM de promover a diversidade sociocultural, reforçando o papel da universidade como agente transformador.

Objetivo Geral: Promover o choro como uma expressão de resistência afro-brasileira, destacando sua importância histórica, cultural e social, com foco na representatividade negra. Objetivos Específicos: [1] Resgatar a contribuição de músicos negros na formação e evolução do choro, tendo como exemplo figuras icônicas como Joaquim Callado, Pixinguinha e Chiquinha Gonzaga. [2] Produzir material educativo e cultural, abordando a história do choro, seus principais nomes, e o legado cultural afro-brasileiro. [3] Realizar rodas de choro e/ou encontros musicais, incentivando a participação de músicos e ouvintes da comunidade Diamantinense. [4] Fomentar o diálogo sobre influência afro-brasileira no choro e sua repercussão nas práticas musicais contemporâneas.

O projeto "Choro: Resistência e Patrimônio Cultural Afro-Brasileiro" estabelece metas claras que visam alcançar impactos diretos e indiretos na preservação, divulgação e inclusão do choro como patrimônio cultural afro-brasileiro. Meta 1: Realização de rodas de choro inclusivas. Impacto Direto: Promover a participação de músicos e ouvintes da comunidade Diamantinense. Indicador: Número de participantes por evento. Meta 2: Produção de material educativo. Impacto Direto: Produzir conteúdos digitais abordando a história afro-brasileira do choro e seus principais representantes, os quais serão distribuídos digitalmente para o público em geral. Indicador: Número de visualizações. Meta 3: Promoção de diálogos sobre a influência afro-brasileira no choro. Impacto Direto: Organizar a exibição de materiais educativos sobre o choro e sua influência afro-brasileira durante a realização das rodas choro, de modo a incentivar o diálogo entre pesquisadores, músicos e o público em geral. Indicador: Número de participantes por evento. Meta 4: Ampliação da conscientização cultural. Impacto Indireto: Ampliar a conscientização sobre o choro como uma expressão de resistência afro-brasileira. Indicador: Número de participantes por evento e número de visualizações dos materiais elaborados.

O projeto "Choro: Resistência e Patrimônio Cultural Afro-Brasileiro" será desenvolvido em etapas integradas, utilizando metodologias de pesquisa, produção cultural e educação musical. As ações do projeto têm como foco a participação ativa do público-alvo. A seguir, detalham-se as metodologias a serem empregadas nas diferentes fases do projeto, a sistemática de acompanhamento e avaliação, e a contribuição dos parceiros. [1] Pesquisa e Levantamento Histórico. A primeira fase do projeto envolve a pesquisa e o levantamento histórico sobre a influência afro-brasileira no choro. Essa etapa será conduzida pelo aluno bolsista sob a supervisão da equipe responsável, utilizando fontes bibliográficas e conteúdos audiovisuais. O material levantado será a base para a produção dos conteúdos educativos e para os diálogos nas rodas de choro. Metodologia: Pesquisa qualitativa baseada em artigos, livros e matérias disponíveis. Indicadores de avaliação: Finalização de relatórios e roteiros para os materiais educativos. [2] Produção de Conteúdos Educativos. Serão produzidos conteúdos digitais que abordarão a história do choro sob uma perspectiva afro-brasileira. Metodologia: Produção audiovisual com foco em conteúdos educativos. Indicadores de avaliação: Lançamento de conteúdos em mídias sociais, com meta de atingir o público em geral ao longo do projeto. [3] Realização de Rodas de Choro. As rodas de choro inclusivas serão realizadas em parceria com músicos locais e estudantes da UFVJM. As rodas de choro terão como objetivo resgatar o caráter popular do gênero, promovendo a inclusão de músicos que fazem parte de nossa comunidade. Metodologia: Rodas de choro participativas. Indicadores de avaliação: Realização de rodas de choro e participação do público em geral. [4] Diálogos sobre a Influência Afro-brasileira no Choro. Será realizado a exibição de materiais educativos sobre o choro e sua influência afro-brasileira durante a realização das rodas choro, de modo a incentivar o diálogo entre o público participante. Metodologia: Exposição de conteúdos audiovisuais, seguidos pelo diálogo com o público. [5] Acompanhamento e Avaliação. O acompanhamento do projeto será contínuo, com a equipe responsável monitorando o andamento de cada etapa. Para a avaliação, serão utilizados indicadores quantitativos, como o número de participantes nas atividades presenciais, o engajamento nas redes sociais e a visualização dos conteúdos audiovisuais. Além disso, haverá uma avaliação qualitativa baseada no feedback dos participantes e parceiros. [6] Questões Éticas. Todas as atividades do projeto serão conduzidas com base em princípios éticos que promovem a diversidade, inclusão e equidade cultural. [7] Contribuição dos Parceiros. A Confraria Cervejeira de Diamantina será uma parceira importante na realização das rodas de choro, oferecendo local e infraestrutura adequados para as atividades. [8] Potencialidade de Contribuição com a UFVJM. O projeto "Choro: Resistência e Patrimônio Cultural Afro-Brasileiro" visa contribuir diretamente para as ações promovidas pela UFVJM, ao fomentar a arte e a cultura na universidade e em sua região de abrangência. [9] Viabilidade e Infraestrutura. O projeto é totalmente viável, pois se apoia na infraestrutura fornecida pela instituição parceira. A colaboração com a Confraria Cervejeira de Diamantina assegura a disponibilização de um local bem localizado e acessível no centro histórico da cidade, o que facilita a participação do público.

[1] de Oliveira, Beatriz. Origem popular e negritude apagada: como se formou o choro? Associação Cultural Nonada Jornalismo. 2024. [2] Nader, Glaw. Chiquinha Gonzaga e Pixinguinha: O embranquecimento do Choro e a negritude apagada. Anais eletrônicos do 1º Congresso Internacional e Multidisciplinar sobre Arte & Cultura. Evento online. 2022. [3] Machado, Sandra. Choro é fruto do abolicionismo. MultiRio. 2015. [4] Cazes, Henrique. Choro: do quintal ao Municipal. Editora 34. São Paulo. 2021.

A participação dos estudante bolsista no projeto "Choro: Resistência e Patrimônio Cultural Afro-Brasileiro" será essencial para o desenvolvimento das atividades e para sua própria formação acadêmica e cultural. O projeto proporcionará ao aluno uma oportunidade ímpar de integrar seus conhecimentos a novos aspectos culturais, históricos e artísticos. [1] Formação Acadêmica e Participação no Projeto. O aluno bolsista envolvido no projeto será, em sua maioria, da área de ciências humanas, mas a natureza multidisciplinar do projeto permite a participação de estudantes de qualquer curso de graduação. Essa abordagem integrativa favorece a interação de saberes e experiências, ampliando o campo de atuação para diversas áreas acadêmicas. O projeto contribuirá significativamente para a formação sociocultural do aluno bolsista ao expandir sua compreensão sobre o choro como patrimônio cultural e expressão de resistência afro-brasileira. Além disso, proporcionará o desenvolvimento de habilidades musicais, de produção audiovisual e de pesquisa cultural, fortalecendo uma visão crítica e reflexiva sobre a história e as dinâmicas sociais que moldaram o gênero musical, e contribuindo para sua formação integral. [2] Capacitação nas Metodologias do Projeto. Por meio da execução do projeto, espera-se que o aluno bolsista possa ampliar sua formação de uma maneira multidisciplinar, abrangendo tanto a prática da pesquisa e produção audiovisual, quanto expandindo seu repertório cultural. [3] Atividades a Serem Realizadas pelo Aluno Bolsista. [3.1] Pesquisa e redação de materiais sobre a história do choro e sua influência afro-brasileira. [3.2] Participação ativa nas rodas de choro, auxiliando na organização e logística dos eventos. [3.3] Auxílio na produção audiovisual (material educativo), edição e divulgação dos conteúdos. [3.4] Participação na exposição de materiais educativos durante a realização das rodas choro. [4] Acompanhamento e Avaliação dos Alunos Bolsistas. O aluno bolsista será acompanhado continuamente pela equipe de coordenação do projeto, com encontros regulares para troca de feedback e avaliação das tarefas realizadas.

O projeto "Choro: Resistência e Patrimônio Cultural Afro-Brasileiro" é altamente relevante por seu enfoque na preservação e valorização de um dos gêneros musicais mais emblemáticos do Brasil, o choro, destacando suas raízes afro-brasileiras e o papel de resistência cultural desempenhado por músicos negros ao longo da história. Ao abordar esse tema, o projeto contribui diretamente para o resgate de uma memória cultural frequentemente invisibilizada, além de promover a inclusão social, a diversidade cultural e o acesso democrático à produção artística. O impacto social do projeto é igualmente relevante, uma vez que ele promove ações que vão além do campo musical. As atividades a serem realizadas visam promover o diálogo e conscientização, incentivando reflexões sobre racismo, identidade e representação. Por fim, a viabilidade da proposta é assegurada pela parceria com a Confraria Cervejeira de Diamantina, que oferece uma localização privilegiada para as rodas de choro e divulgação dos materiais de estudo. Esses fatores garantem que o projeto possa ser executado com sucesso e alcance um impacto significativo na comunidade local, consolidando-se como uma ação cultural transformadora e de amplo alcance.