Visitante
Grupo Cultural Tambores do Mucuri
Sobre a Proposta
Tipo de Edital: Procarte
Situação: Aprovado
Dados do Coordenador
vanessa juliana da silva
2021102202125072
departamento de ciências humanas e sociais
Caracterização da Ação
linguística, letras e artes
cultura
educação
artes integradas
regional
ciencearte – ciência, cultura, educação e arte: diálogos transdisciplinares entre universidade e sociedade | to 001.1.001-2018
Não
Membros
valéria cristina da costa
Voluntário(a)
andré luiz nascimento dias
Voluntário(a)
mateus gomes leal
Bolsista
Este projeto contém a proposta de criação do Grupo Cultural Tambores do Mucuri – GCTM. Ancorado na Educação Popular Freireana e em consonância com as estratégias elencadas na Política Cultural da UFVJM; valendo-se da percussão e do canto popular como inst
Vale do Mucuri, Cultura Popular, Tambores
A expansão e interiorização da Universidade Pública no Brasil, ocorrida na primeira década e meia do século XXI, contribuiu para a ampliação do acesso de estudantes oriundos das camadas populares ao ensino superior. Com isso, o ingresso de novos sujeitos de classe, raça e gênero no ensino superior público (SILVA, 2013). O movimento de irradiação das Instituições Públicas de Ensino Superior para além das fronteiras geográficas das capitais e regiões metropolitanas alcançou outros territórios de culturas e saberes, urbanos e rurais, de povos e comunidades tradicionais (SILVA, 2019). A chegada da Universidade pública a estes outros Territórios e Saberes abre à exploração um mundo desconhecido, ao mesmo tempo que desafia a Universidade à consolidação do seu “compromisso com o desenvolvimento científico, cultural, social, econômico e político do país – de um modo geral – e, mais especificamente, das comunidades locais” (SILVA, 2019, p. 304). Neste novo cenário ampliou-se, portanto, a necessidade da reflexão e debate sobre o papel da Universidade em suas relações com outros segmentos da sociedade. Nessa direção, reitera-se a natureza autônoma da Universidade enquanto locus, por excelência, de produção de conhecimentos científicos. Todavia, destaca-se o desafio que pressupõe a um só tempo o rompimento das relações unilaterais de produção e de hierarquização dos conhecimentos e o reconhecimento dos saberes populares e tradicionais e suas contribuições ao processo de construção de conhecimentos crítico-reflexivos e da própria Universidade no e com o Território (SILVA, 2019). Para a mesma autora, “As experiências nesse novo mundo poderão variar em função do conjunto de forças materiais disponíveis, práticas e significados a ele atribuídos e das possibilidades de construção de relações mais ou menos horizontalizadas entre os saberes acadêmicos, populares e tradicionais” (SILVA, 2019, p.304). O Grupo Cultural Tambores do Mucuri – GCTM é uma iniciativa que nasce de experiências consolidadas de extensão e cultura na região do Vale do Mucuri, por meio do Laboratório Experimental de Educação, Cultura e Arte – Educarte. Uma proposta que evidencia a defesa da indissociabilidade do ensino, pesquisa e extensão e sua vinculação com a preservação, valorização e projeção da história regional e das manifestações culturais populares, o que lhe confere concretude.
A fruição e produção de diferentes linguagens artísticas e expressões culturais afirmam-se, cada vez mais, como direitos de cidadania e vetor de desenvolvimento (SILVA, 2012). Com raras exceções, as condições de acesso a esses direitos (relação entre demanda, oferta, qualidade, formação) encontram-se ausentes da agenda pública de regiões periféricas. Este problema configura-se, em certa medida, como um fenômeno histórico de negação do acesso a direitos básicos a uma parcela significativa da população brasileira. Isso se deve não somente à localização geográfica/periférica, mas, sobretudo pela concentração de poder econômico e político, que produz “variadas dinâmicas de subordinação e exclusão cultural” (BRASIL, 2008, p.30). Para Oliveira e Horta (2016, p.03) “a questão das desigualdades regionais, sociais e econômicas afeta a cultura de maneira semelhante ao conjunto das políticas públicas”. Decorrente disso, o acesso desigual aos aparelhos de cultura e lazer provocam a emergência de um outro padrão de desigualdade: a desigualdade cultural. Brenner, Dayrel e Carrano (2005, p.212) afirmam que a precariedade da democratização da cultura no Brasil afeta sobremaneira o segmento juvenil. De acordo com esses autores, “a desigualdade social gera desníveis culturais que reproduzem o círculo vicioso que vem empobrecendo o capital instrutivo de jovens ao não construir as condições materiais e socioculturais da possibilidade que os jovens realizem escolhas culturais alternativas”. O que se reflete também nas escolhas, alternativas e condições de acesso e permanência de jovens oriundos das regiões periféricas – locais ou regionais - na universidade. O combate a essas desigualdades passa pela politização. Nessa direção, a Educação Popular nos apresenta como uma das alternativas possíveis a este enfrentamento a ação cultural para a liberdade. Pautada na Pedagogia da Libertação de Paulo Freire, esta se caracteriza pelo diálogo, pelo conhecimento, pela problematização, possibilitando às classes dominadas a compreensão crítica da verdade de sua realidade, bem como, incidindo sobre a estrutura social no sentido de transformá-la (FREIRE, 1981), propósito do Grupo Cultural Tambores do Mucuri. Para Freire, os processos de colonização latino-americanos implicaram uma cultura de dominação e silenciamento que, uma vez internalizada, condicionava o comportamento submisso. No que diz respeito às especificidades regionais do Vale do Mucuri, SANTOS (2020) elenca 04 fatores que se entrecruzaram e implicaram uma sociedade fortemente marcada pelo conservadorismo e como consequência, o apagamento dos movimentos populares: a violência como relação de poder; o isolamento político; o agrego e a cultura predatória. Nas palavras desse historiador, “quer seja no meio rural, quer seja no meio urbano (pois a cidade foi uma extensão dos interesses agrários até os anos de 1970), prevaleceu de modo acentuado práticas autoritárias que sufocaram toda forma de manifestação cultural local, especialmente populares. Muito mais acentuado que em outras regiões. Citando duas situações: 1) os indígenas: o massacre sem qualquer limite do Estado fez desaparecer toda a comunidade indígena nas primeiras décadas do século XX; 2) os afro-descendentes: as manifestações de culturas africanas, como as religiões, foram sufocadas com o mito de uma sociedade germanizada”. Para Almeida (2017, p.43) “Em uma sociedade racializada e fortemente marcada pela tradição colonial, o racismo opera, dentre outras formas, para destituir sua vítima da condição humana”. A este respeito Elpídio (2020, p.522) denuncia que a “condição do ser negro se construiu historicamente e precisa ser reiterada todos os dias como não existente – ou não lugar na sociedade moderna liberal. Traduzindo, o negro precisa afirmar-se negando suas origens, sua cultura, sua linguagem, sua resistência em prol de um projeto branqueado, europeu, que serviu ao colonialismo na fase das expansões capitalistas e hoje serve como subterfúgio do imperialismo [...]”, acrescente-se a isso o processo violento de aculturação dos povos indígenas. Em contraposição a essa cultura do silenciamento, o processo de conscientização mediante a práxis da ação cultural é capaz de contribuir para o desenvolvimento de um entendimento cada vez mais crítico sobre a realidade, com isso, de “esclarecer o papel do homem no mundo e com o mundo enquanto ser transformador e não simplesmente adaptativo”. (FREIRE, 1981). A ação cultural libertadora, portanto, “implica os atos de denúncia e anúncio” de uma nova sociedade. Nessa perspectiva, promover formação e acesso à fruição e produção cultural é uma maneira de garantir não só o conhecimento, preservação, valorização e projeção cultural e artística regional, mas também anunciar novas formas de pensar e agir, a partir da troca de saberes populares e acadêmicos. Em vista disso, o Grupo Cultural Tambores do Mucuri se propõe a ser mais um instrumento de quebra do silêncio e da violência que silencia. Os tambores do Mucuri ecoarão forte, “Ora, na batida do surdo de pesar pelo extermínio e silenciamento do povo negro [e indígena] ao longo da sua história. Ora, como repique de exortação e resistência nas encruzilhadas das quebradas, becos, vielas, favelas e quilombos onde se espalham mais de 50% da população que (re)existe neste país. (ELPÍDIO, 2020, p. 520). “Qualquer seja o teu povo, procedência, credo, cor, se lutas por liberdade: Dahun Ipe Ilu (Iorubá), Kwiva o kwyxana kua tambor (Kimbundo), atenda o chamado do tambor” (SILVA, 2020).
Geral Promover processos formativos para conhecimento, preservação, valorização e projeção cultural e artística regional. Específicos 1. Criar o grupo de percussão Tambores do Mucuri; 2. Desenvolver ações de formação e desenvolvimento da identidade regional; 3. Promover formação técnica e prática de canto, dança, percussão e composição de repertório; 4. Realizar apresentações públicas do Grupo Cultural Tambores do Mucuri; 5. Promover ações informativas e rodas de conversa sobre o acesso à universidade, cotas e programas de permanência; 6. Gravar um álbum com o repertório do GCTM, para disponibilização em plataformas digitais; 7. Escrever e publicar artigo com relato de experiência do projeto.
Criação do GCTM; Desenvolvimento de: 01 minicurso de formação em história e cultura africana e afro-brasileira; 01 minicurso de formação em história e cultura indígena; 01 minicurso de formação em história regional; 01 minicurso de formação em manifestações culturais populares no Vale do Mucuri; 01 minicurso sobre tambores e cultura afro. Realização de 01 seminário sobre o tema Educação Popular e Ação Cultural Libertadora em Paulo Freire; Promoção de: 01 oficina de construção de instrumentos percussivos, com duração de 20h; 01 oficina permanente de musicalização e percussão (com um encontro semanal de 3h); 01 oficina de canto, dança, tradição oral, saberes e ancestralidade (com duração de 12h); 01 oficina de tradição oral e contação de histórias (com duração de 08h). Construção de 10 tambores, 06 patangomes e 16 ganzás; Realização de 05 apresentações públicas do GCTM; Promoção de 05 edições de rodas de conversa sobre o acesso à universidade, cotas e programas de permanência (vinculadas às apresentações públicas do GCTM); Gravação de 01 álbum contendo o repertório do GCTM, para disponibilização em plataformas digitais; Elaboração e publicação de 01 artigo contendo relato de experiência do projeto; Produção de um vídeo documentário sobre o projeto, contendo registros da execução e depoimentos da equipe e público.
O GCTM caracteriza-se como um grupo percussivo laico, artístico e será composto por discentes regularmente matriculados nos cursos ofertados no Campus do Mucuri e equipe (coordenação e parceiros). São parceiros do GCTM o Instituto Cultural In-Cena, o Coletivo Fio-Cena de Teatro, o Laboratório Percuciência, a Irmandade Nossa Senhora do Rosário e São Benedito e o Coral Cênico do Campus do Mucuri. As ações previstas nesse projeto serão desenvolvidas ao longo de 12 meses. Em consonância com as estratégias elencadas na Política Cultural da UFVJM (disponível em: http://www.ufvjm.edu.br/proexc/politicacultural.html), o projeto encontra-se organizado em três eixos: I – Formação e fortalecimento da identidade regional; II – Formação técnica e prática de canto, dança, percussão e composição de repertório; III – Circulação, fruição e divulgação da UFVJM. Os eixos I e III envolvem ações voltadas à comunidade interna e externa à UFVJM. O eixo II envolve ações voltadas para os membros do GCTM. Em relação a este último, serão beneficiados diretamente 16 estudantes, que participarão das oficinas de construção de instrumentos percussivos, musicalização e percussão, canto, dança, tradição oral, saberes e ancestralidade. O Grupo reunir-se-á mensalmente para realização das atividades abarcadas pelo Eixo I e semanalmente para desenvolvimento das atividades referentes ao Eixo II e preparação das atividades abarcadas pelo Eixo III. Todas as atividades do GCTM serão coordenadas pela Coordenação e equipe interna do Projeto (bolsista PROCARTE e bolsistas da Bolsa Integração). As atividades que comporão o Eixo I (minicursos, seminários, encontros, rodas de conversa) serão ofertadas por estudiosos, pesquisadores e mestres de saberes, conforme a temática. Estão previamente definidos os seguintes minicursos: formação em história e cultura africana e afro-brasileira; formação em história e cultura indígena; formação em história regional; formação em manifestações culturais populares no Vale do Mucuri; formação em tambores e cultura afro. Os minicursos serão realizados com periodicidade mensal e seu planejamento deverá ser executado com pelo menos 01 mês de antecedência. Os minicursos terão início no segundo mês de vigência do projeto, poderão ser realizados à distância (por meio de plataformas digitais) e/ou presencialmente e estarão abertos à participação do público em geral. Outras atividades como seminários, encontros, rodas de conversa poderão ser definidas e organizadas pelo GCTM, conforme demanda. As atividades referentes ao Eixo II serão ofertadas pela coordenadora do projeto em parceria com o Percussionista Carlinhos Ferreira (Laboratório Percuciência), a atriz, cantora, mestra de canto Eda Costa Renzulli, o Coletivo Fio-Cena de Teatro e o Instituto Cultural In-Cena. Para a composição das atividades referentes a este eixo estão previamente definidas as seguintes oficinas: construção de instrumentos percussivos; musicalização e percussão; canto, dança, tradição oral, saberes e ancestralidade; tradição oral e contação de histórias. A oficina “construção de instrumentos percussivos” será realizada no 5º mês de vigência do projeto, exclusivamente na modalidade presencial. As demais atividades que compõem esse eixo serão desenvolvidas preferencialmente na modalidade presencial e serão voltadas exclusivamente para a formação do GCTM. Eventualmente, em função da Pandemia COVID-19, poderão ser realizadas atividades na modalidade virtual. Para a composição do repertório do GCTM serão realizadas pesquisas sobre as manifestações culturais populares regionais. A partir do 6º mês de vigência do projeto o grupo reunir-se-á semanalmente para ensaios. Poderão ocorrer ensaios abertos no campus e em praças públicas do município de Teófilo Otoni. Ao término do primeiro ano do GCTM será gravado um álbum musical, com participação do Coral Cênico do Campus do Mucuri, contendo o repertório trabalhado no decorrer do projeto, que será disponibilizado ao público pelas plataformas digitais. O Laboratório Percuciência será responsável pela produção do álbum musical do GCTM. As atividades referentes ao Eixo III serão planejadas considerando-se a disponibilidade do grupo, a disponibilidade de espaço e a demanda de apresentação. Serão realizadas apresentações na UFVJM e em comunidades adjacentes. As apresentações a serem realizadas nas praças/espaços públicos deverão ser previamente planejadas junto à secretaria municipal responsável por ações culturais. O planejamento das atividades referentes a esse eixo deverá ocorrer a partir do 6º mês de vigência do projeto, com antecedência mínima de 02 meses para a data da apresentação. A divulgação das atividades será realizada por meio das redes sociais e, sempre que possível, em parceria com escolas locais e associações de moradores. Para a composição do Eixo III estão previamente definidas as seguintes atividades: apresentação musical com duração de aproximadamente 40 minutos; roda de conversa sobre o acesso à universidade, cotas e programas de permanência. Eventualmente poderá ocorrer contação de histórias durante as atividades referentes a esse Eixo, conforme planejamento. O Instituto Cultural In-Cena será o parceiro responsável pela direção de arte das apresentações e pela cessão de equipamentos de som e iluminação. No mês de novembro será realizado um seminário sobre o tema “Educação Popular e Ação Cultural Libertadora em Paulo Freire”. O planejamento do Seminário será realizado com a equipe de coordenação e execução, nos segundo e terceiro meses de execução do Projeto GCTM. Todas as atividades a serem desenvolvidas no projeto deverão apresentar um plano operacional contendo: ementa; objetivos; materiais e métodos; avaliação. O registro do plano operacional fará parte do relatório final do projeto. O acompanhamento e a avaliação das atividades deverão possibilitar verificar: se foram executadas todas as atividades/ações previstas no projeto e o grau de desenvolvimento em que se encontram; a construção de saberes por meio da experiência; o envolvimento da equipe executora; o envolvimento do público-alvo do projeto; o alcance das metas nas etapas a serem implementadas/atingidas. A sistemática de acompanhamento e avaliação contempla: realização de reuniões quinzenais com a equipe de execução do projeto e subsequente à realização das atividades; elaboração e análise dos relatórios parcial e final do projeto. Para fins de registro e cumprimento do edital PROEXC 02/2021 será produzido um documentário em vídeo sobre o projeto, contendo registros da execução e depoimentos da equipe e público, com duração máxima de 5 minutos. Ao final do primeiro ano do projeto será produzido um artigo contendo relato de experiência, para publicação em evento e/ou periódico especializado.
ALMEIDA, M. Diversidade humana e racismo: notas para um debate radical no serviço social. Argum., Vitória, v. 9, n. 1, p. 32-45, jan./abr. 2017. BRENNER, A. K.; DAYRELL, J.; CARRANO, P. Culturas do lazer e do tempo livre dos jovens brasileiros. In: ABRAMO, H. W.; BRANCO, P. P. M. (Org.). Retratos da juventude brasileira: análises de uma pesquisa nacional. São Paulo: Fundação Perseu Abramo/Instituto Cidadania, 2005. ELPÍDIO, M.H. Diretrizes curriculares e questão racial: uma batida pulsante na formação profissional. R. Katál., Florianópolis, v. 23, n. 3, p. 519-527, set./dez. 2020 FORPROEX. Política Nacional de Extensão Universitária. Amazonas, 2012. Disponível em: https://www.ufmg.br/proex/renex/images/documentos/2012-07-13-Politica-Nacional-de-Extensao.pdf FREIRE, P. FREIRE, P. Ação Cultural para a Liberdade e outros escritos. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981. OLIVEIRA; A.M; HORTA, C.J. G. Diagnóstico sobre a cultura nos municípios de Minas Gerais em 2014. Disponível em: https://diamantina.cedeplar.ufmg.br/portal/download/diamantina-2016/291-500-1-RV_2016_10_09_00_56_14_423.pdf SANTOS, M. A. Resumos. (mimeo) SILVA, V. J. O chamado do tambor. Poema, 2020 (mimeo). SILVA, V.J. da. A Educação Popular na construção de relações horizontalizadas entre Universidade e outros Territórios e Saberes. In: BERGER, W. No Olho do Furacão: Populações indígenas, lutas sociais e serviço social em tempos de barbárie. Mil Fontes: Serra, 2019. SILVA, V. J. da. O presente vivido e o futuro pensado: condição juvenil e estudantil de jovens universitários dos/nos Vales do Mucuri e Jequitinhonha. Tese (Doutorado em Educação). Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2013. SILVA, V.J. da. Laboratório Experimental de Educação, Cultura e Arte. 2012, mimeo.
A presença de uma Universidade Pública nos Vales do Mucuri e Jequitinhonha traz em seu bojo responsabilidades e possibilidades reais de transformação social, haja vista seu compromisso com a promoção do desenvolvimento científico, econômico e sociocultural do Brasil e, mais especificamente, local e regional, por meio do tripé ensino-pesquisa-extensão (SILVA, 2012). Essa “interação transformadora entre universidade e outros setores da sociedade” é viabilizada por “um processo interdisciplinar educativo, cultural, científico e político” (FORPROEX, 2012) possível por meio da Extensão Universitária, em relação indissociável com o ensino e a pesquisa. As atividades de Extensão Universitária constituem aportes decisivos à formação do estudante, seja pela ampliação do universo de referência que ensejam, seja pelo contato direto com as grandes questões contemporâneas que possibilitam. Esses resultados permitem o enriquecimento da experiência discente em termos teóricos e metodológicos, ao mesmo tempo em que abrem espaços para reafirmação e materialização dos compromissos éticos e solidários da Universidade Pública brasileira. Nesta direção, a possibilidade de inserir-se criticamente, por meio de um projeto cultural, em regiões periféricas, e, nelas, e com os sujeitos, construir saberes que se contrapõem às dicotomias saberes acadêmicos versus saberes populares; trabalho intelectual versus trabalho manual; ciência versus arte; centro versus periferia; urbano versus rural; cultura popular versus cultura de elite; arte popular versus arte erudita; educação bancária versus educação libertadora, dentre outras, mediada pela compreensão da cultura como campo de conhecimento, mostra-se como ferramenta potencializadora da formação profissional que se estabelece para além dos aspectos técnicos, como formação humana, cidadã. Os estudantes serão inseridos no projeto em três modalidades: I – bolsista PROCARTE; II – bolsista da Bolsa Integração; III – voluntários. O bolsista PROCARTE, com dedicação de 12h semanais, participará de todas as atividades do projeto – Eixos I a III, desde o planejamento até a finalização, compondo a equipe de coordenação. O bolsista PROCARTE poderá optar por desempenhar apenas as atividades de formação, de coordenação e produção do Projeto, sendo facultativa a sua participação no grupo de percussão. Neste processo, deverá observar e cumprir os compromissos do bolsista, conforme item 7.2 do Edital PROEXC 02/2021. Os demais estudantes, contemplados nas modalidades II e III, serão inseridos como membros participantes do GCTM e deverão participar das atividades previstas no Projeto e do planejamento e execução do Seminário “Educação Popular e Ação Cultural Libertadora em Paulo Freire”. Além desses, o GCTM também contará com a participação de estudantes inseridos no projeto Coral Cênico do Campus do Mucuri. Os estudantes terão acompanhamento direto da coordenadora do Projeto e a avaliação se dará conforme previsto nos procedimentos metodológicos.
Caso esse projeto seja aprovado, os recursos financeiros serão utilizados da seguinte forma: despesas com transporte (R$2996,00), o que possibilitará o deslocamento de oficineiros até o município de Teófilo Otoni para as etapas de formação previstas no projeto; e despesas com serviços da gráfica UFVJM (R$4,00), para a impressão de cartaz colorido em tamanho A3 com informações sobre o projeto, com vistas a ser utilizado durante a realização das atividades, conforme determina o edital. Ao longo do ano de 2021, caso seja aberto pregão para impressão de banners, esse cartaz será substituído por banner, o que implicará no uso de um valor menor do que o previsto no item “despesas com transporte”, para que não seja extrapolado o valor máximo permitido pelo edital (R$3000,00). Quanto ao processo de construção dos instrumentos percussivos, a equipe já dispõe dos materiais necessários.
Público-alvo
Ações de formação específicas para os integrantes do projeto Tambores do Mucuri - oficina de construção de instrumentos percussivos: 16 discentes do campus do Mucuri; - oficinas de musicalização e percussão: 16 discentes do campus do Mucuri; - oficina
As atividades ofertadas nos Eixos I - Formação e fortalecimento da identidade regional e III - Circulação, fruição e divulgação da UFVJM serão abertas ao público interessado.
Municípios Atendidos
Teófilo Otoni
Parcerias
O Instituto Cultural In-Cena é um espaço de fruição e formação artístico-cultural com sede em Teófilo Otoni. Os termos da parceria estão descritos na carta de anuência.
O Coletivo Fio-Cena de Teatro fundado no ano de 2016 em Teófilo Otoni produz conteúdos a partir das memórias que nutrem os seus integrantes.
A Irmandade Nossa Senhora do Rosário e São Benedito de Uberlândia, MG é um Ponto de Cultura localizado em Uberlândia. Os termos da parceria estão descritos na carta de anuência.
Idealizado pelo músico Carlinhos Ferreira, o Laboratório Percuciência tem por finalidade o estudo de Percussão e Cultura Popular, oficinas e shows. Os termos da parceria estão descritos em carta de anuência.
O Coral Cênico do Campus do Mucuri é um projeto em desenvolvimento, de canto coral. Os termos da parceria estão descritos na carta de anuência.
Cronograma de Atividades
Minicurso com duração de 4h. Data a ser negociada com o/a convidado/a. Ementa: a ser definida pelo/a convidado/a.
Minicurso com duração de 4h. Data a ser negociada com o/a convidado/a. Ementa: a ser definida pelo/a convidado/a.
Minicurso com duração de 4h. Data a ser negociada com o/a convidado/a. Ementa: a ser definida pelo/a convidado/a.
Minicurso com duração de 4h. Data a ser negociada com o/a convidado/a. Ementa: a ser definida pelo/a convidado/a.
A Oficina terá duração de 24h, em três dias consecutivos, sendo 08h de duração por dia. A definição do período da oficina está atrelada à possibilidade de realização de encontro presencial, podendo, se for o caso, ser antecipada.
Duração da oficina por encontro: 3h. Estudos e práticas de musicalização e percussão.
Oficina com duração de 12h. Datas a serem negociadas com o/a convidado/a. Ementa a ser definida pelo/a convidado/a.
Minicurso com duração de 4h. Data a ser negociada com o/a convidado/a. O minicurso será ministrado pela Irmandade Nossa Senhora do Rosário e São Benedito de Uberlândia. Ementa: a ser definida pelo/a convidado/a.
Oficina com duração de 08h. Data a ser negociada com o grupo. Ementa: a ser definida pelo/a convidado/a.
Apresentação pública do Grupo Tambores do Mucuri.
Gravação e produção do Álbum.
registro, gravação e edição do documentário.