Essa ação tem o propósito de capacitar os profissionais de enfermagem do Hospital Municipal Dr. Raimundo Gobira (HMRG) de Teófilo Otoni-MG a reconhecer pacientes que se encontram em deterioração clínica, de modo a abordá-los, realizar o primeiro atendimento e acionar corretamente o médico plantonista. A atuação tempestiva e coordenada melhora o atendimento dos pacientes e prevê a progressão das complicações.

Assistência ao paciente; Serviços de saúde; Ação Integrada de Saúde; Monitorização fisiológica; Pacientes, Administração dos Cuidados ao paciente; Assistência Centrada no Paciente, Segurança do Paciente

Pacientes são internados pelas mais diversas razões. A internação está indicada sempre que o paciente necessita de um tratamento que não pode ser ministrado em casa, ou quando sua vida pode estar em risco caso esteja fora do hospital. No entanto, a evolução intra-hospitalar dos pacientes internados pode ser adversa. Habitualmente, a internação visa melhorar o estado de saúde do paciente. Mas há casos em que se espera que a evolução do doente seja desfavorável ou até mesmo venha a falecer. Mas existem casos em que, apesar do tratamento adequado, o paciente apresenta complicações imprevisíveis que requeiram intervenção imediata. Os profissionais que estão mais próximos do paciente são os técnicos de enfermagem (TE) e enfermeiros. Em um hospital, os TE prestam assistência zelando pelo conforto e bem-estar do paciente, administram medicamentos, organizam o ambiente de trabalho e dão continuidade aos plantões. Os enfermeiros coordenam, planejam e auditam os serviços de enfermagem. Devido à proximidade, os profissionais de enfermagem são os primeiros a serem acionados caso haja alguma intercorrência com o paciente internado. Iniciativas que tenham como propósito o aprimoramento do conhecimento desses profissionais resultarão, inevitavelmente, em benefícios para a assistência aos pacientes sob sua responsabilidade.

A formação técnica em enfermagem e até mesmo a graduação apresentam limitações no que diz respeito ao paciente grave. Detectar a deterioração clínica e tomar as providências de enfermagem de forma tempestiva é um desafio tanto para profissionais experientes quanto para novatos. Isso porque, para atuar em um cenário de emergência são necessárias outras habilidades além daquelas ensinadas nas escolas técnicas e faculdades de enfermagem. Essa ação de extensão tem o objetivo principal de aprimorar o conhecimento do corpo e enfermagem do HMRG sobre como atuar corretamente diante de um paciente potencialmente grave.

________________________________________ METAS1- Objetivo Geral: Aprimorar os conhecimentos dos profissionais de enfermagem do HMRG em como identificar e abordar um paciente potencialmente grave 2- Objetivos específicos: Tornar os profissionais de enfermagem do HMRG capazes deÇ 2.1.Conhecer todos os sinais de deterioração clínica; 2.2 Compreender os mecanismos fisiopatológicos que culminam em gravidade; 2.3 Reconhecer os sinais de deterioração neurológica 2.4 Reconhecer os sinais de má perfusão periférica 2.5 Reconhecer os sinais de choque 2.6 Reconhecer os sinais de insuficiência respira

Capacitar 80% dos profissionais de enfermagem do HMRG nas atividades elencadas no item “Objetivos”.

Aulas expositivas seguidas de verificação de aprendizagem na metodologia team-based-learning e treinamento em modelos/manequins de alta fidelidade.

Ministério do Trabalho. Classificação Brasileira de Ocupações. Disponível em http://www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/pesquisas/BuscaPorTituloResultado.jsf. Acesso em 07 de maio de 2023. Frota, M.A., Wermelinger, M.C.D.M.W., Vieira, L.J.E.D.S., Ximenes Neto, F.R.G., Queiroz, R.S.M., Amorim, R.F.D., 2020. Mapeando a formação do enfermeiro no Brasil: desafios para atuação em cenários complexos e globalizados. Ciência & Saúde Coletiva 25, 25–35

A ação proposta vincula intimamente a Faculdade de Medicina do Mucuri-UFVJM com profissionais de saúde da atenção hospitalar, em especial, servidores municipais. O conhecimento técnico e científico estará em perfeito alinhamento com as necessidades dos profissionais de enfermagem, visando aprimorar o conhecimento na atenção ao paciente potencialmente grave.

A interação acontecerá no amplo conceito da interdisciplinaridade. A ação será coordenada por uma médica intensivista com ampla experiência em urgência e emergência, atenção hospitalar e educação em saúde. O público será composto por profissionais de enfermagem do nível técnico e superior

A ação de extensão proposta será realizada por professora e acadêmicos de graduação do curso de medicina da UFVJM e contribuirá para o aprimoramento da formação dos profissionais de enfermagem do HMRG. A presença dos acadêmicos de medicina da FAMMUC promoverá aproximação e estreitamento dos laços com os profissionais da atenção hospitalar, numa lição não somente de interdisciplinaridade mas de transdisciplinaridade. Além disso, os acadêmicos e profissionais terão a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos sobre os temas abordados. A ação de extensão proposta também permitirá conhecer a realidade hospitalar, que contribuirá para o planejamento de atividades futuras

O impacto na formação do discente é evidenciado a partir da sua inserção e interação com os profissionais de saúde da atenção hospitalar, proporcionando a formação de médicos habilitados a compreender a atenção à saúde em seus mais diversos cenários. Além disso, a ação será um grande estímulo para o exercício do trabalho em equipe, conhecimento e respeito às diferentes abordagens existentes na área de saúde. Por fim, os estudantes terão contato com o planejamento de ações de melhoria na atenção hospitalar

Trata-se de uma atividade que pode mudar o desfecho de um paciente grave, pois promoverá a capacitação das equipes de enfermagem na forma como atuar nesses pacientes. Isso significa impedir que mortes evitáveis aconteçam no ambiente hospitalar

Ficará a cargo da diretora de enfermagem do HMRG, Enfermeira Karyna Maciel Romão.

1- O HMRG era um hospital que atendia exclusivamente pacientes ortopédicos. Após a pandemia, houve uma mudança no fluxo dos pacientes no município e, atualmente, o HMRG atende pacientes de todas as especialidades, clínicos e cirúrgicos. Essa mudança no perfil assistencial não foi seguida de uma capacitação do corpo funcional, de forma que os profissionais de enfermagem têm dificuldades em atender a essa diversidade de pacientes. 2- As ações acontecerão em 2 dias porque os profissionais trabalham 12 horas e folgam 36 horas, de forma que a ação terá maior abrangência se houver a oportunidade de escolha entre dois horários