Visitante
Educação Alimentar e Nutricional na Escola: Promovendo Ciência Colhendo Saúde
Sobre a Ação
202203000478
032022 - Ações
Evento
RECOMENDADA
:
EM ANDAMENTO - Normal
23/10/2023
31/12/2024
202104000064 - Ambiente escolar: espaço para promoção da saúde e da alimentação saudável e equilibrada
Dados do Coordenador
luciana neri nobre
Caracterização da Ação
Ciências da Saúde
Saúde
Educação
Saúde Humana
Municipal
Não
Sim
Sim
Fora do campus
Manhã
Não
Membros
Trata-se de um projeto de extensão com interface na pesquisa aprovado e financiado em edital da Fapemig de projetos de extensão com interface na pesquis. Ele visa desenvolver ações dentro do Programa de extensão com interface na pesquisa intitulado de AMBIENTE ESCOLAR: espaço para promoção da saúde e da alimentação saudável e equilibrada. As ações visam ampliar e aprofundar ações de EAN nas escolas e promover a prática e autonomia para escolhas alimentares mais saudáveis no ambiente escolar.
Educação alimentar e nutricional. Escola. Escolares. Supervisores escolares. Agricultor familiar.
Nas últimas décadas, a população brasileira vivenciou grandes transformações sociais que resultaram em mudanças no seu padrão de saúde e consumo alimentar. Tais transformações acarretaram impacto na diminuição da fome e desnutrição, mas contribuíram, por outro lado, para o aumento vertiginoso do excesso de peso e obesidade em todas as camadas da população, apontando para um novo cenário de problemas relacionados à alimentação e nutrição1. Esse antagonismo que mostra, ao mesmo tempo, declínio da prevalência dos déficits nutricionais e ocorrência mais expressiva de sobrepeso e obesidade caracteriza a transição nutricional no Brasil2. A excepcional redução da desnutrição infantil no país na década de 2000 ocorreu associada às melhorias observadas no poder aquisitivo das famílias de menor renda, na escolaridade materna e na cobertura de serviços básicos de saúde e saneamento. Por outro lado, o aumento da incidência do excesso de peso e obesidade pode ser explicado pelas mudanças dos padrões de alimentação e de atividade física da população3. No que tange às mudanças dos padrões de alimentação, a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2002-20034, detectou uma tendência crescente de substituição de alimentos básicos e tradicionais na dieta brasileira (como arroz, feijão e hortaliças) por bebidas e alimentos industrializados (como refrigerantes, biscoitos, carnes processadas e comida pronta), implicando aumento na densidade energética das refeições, contribuindo para aumento da incidência de sobrepeso e obesidade. Os resultados da POF 2008-20095 ratificaram esses dados ao apontarem que em todas as idades a partir de 5 anos há a tendência de aumento do excesso de peso e obesidade. No que se refere aos escolares brasileiros a taxa de obesidade encontrada foi de 18,3% e de excesso de peso entre 25% e 30%, nas Regiões Norte e Nordeste, e entre 32% e 40%, nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Estudo realizado em 2014, que teve como objetivo determinar a prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes de 2 a 19 anos em diferentes regiões do Brasil, a partir da avaliação sistemática de 17 artigos, indicou que houve variação nas prevalências de sobrepeso e obesidade. No Sul, as taxas de sobrepeso foram de aproximadamente 25,7% e de obesidade 10,4%, com indivíduos de 6 a 18 anos. No Sudeste, a taxa de sobrepeso foi de 13,7% e a obesidade de 15,4%, com indivíduos de 2 a 19 anos. Na região nordeste, a taxa de sobrepeso foi de 15,8% e a obesidade de 4,3%, com população entre 6 e 19 anos. No Norte, o único estudo encontrado mostrou uma prevalência de 28,8% de sobrepeso com população entre 6 e 19 anos. Da mesma forma, o único estudo na região Centro-oeste mostrou uma prevalência de sobrepeso de 16,8% e 5,3% de obesidade em crianças de 6 a 10 anos6. No âmbito regional, Guedes e Mendes7, analisaram o crescimento físico e o estado nutricional em amostra representativa da população escolar do Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais com idades entre 6 e 18 anos e os resultados mostraram que a prevalência de sobrepeso se aproximou de 13% e 6% entre as meninas e os meninos, respectivamente, e a obesidade em torno de 2% em ambos os sexos, números que se aproximam daqueles encontrados por Niehues et al.6 em relação à região nordeste do país. Os dados expostos até aqui anunciam que o panorama nutricional da população infantil brasileira aponta um controle do incremento da prevalência de desnutrição e uma ascensão da prevalência de sobrepeso e obesidade. Essa situação, aliada à alta frequência de doenças crônicas na vida adulta indica a importância da implementação de medidas preventivas, como o monitoramento sequencial e contínuo do estado nutricional de crianças e adolescentes. A antropometria é amplamente utilizada para avaliação do estado nutricional de crianças e adolescentes. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria8, os parâmetros mais utilizados para acompanhar o desenvolvimento de crianças e adolescentes são as medidas corpóreas como a estatura, comprimento, peso, circunferência do braço, circunferência do abdome e pregas cutâneas. Por meio da combinação de duas medidas antropométricas (por exemplo, peso e estatura) ou entre uma medida antropométrica e uma medida demográfica (por exemplo, peso-para-idade, estatura-para-idade) tem-se um índice antropométrico. A classificação que é atribuída a um indivíduo ou a uma população, saudável ou não, como resultado da aplicação de um valor crítico (ponto de corte) de um índice antropométrico, dá-se o nome de indicador antropométrico9. Assim, em nível populacional, o diagnóstico nutricional de crianças e adolescentes é definido por meio do grau de adequação dos índices antropométricos Peso para Idade-P/I, Índice de Massa Corporal para Idade-IMC/I e Estatura para Idade-E/I, comparados às curvas de crescimento de referência recomendadas pela Organização Mundial da Saúde10,11. A identificação do risco nutricional e a garantia da monitoração contínua do crescimento fazem da avaliação nutricional um instrumento essencial para o monitoramento das condições de saúde de crianças e adolescentes, possibilitando o conhecimento de seu padrão de crescimento, informação essencial na prevenção e no diagnóstico de distúrbios nutricionais. Considerando a importância do monitoramento nutricional dos escolares e da alimentação saudável para prevenir a obesidade e suas comorbidades, importante destacar a Lei n° 15.072, de 5 de abril de 200412 que dispõe sobre a promoção da Educação Alimentar e Nutricional nas escolas públicas e privadas do sistema estadual de ensino em Minas Gerais. De acordo com essa lei, fica instituída a inserção da Educação Alimentar e Nutricional (EAN) no projeto pedagógico das escolas públicas e privadas deste estado, para que um conjunto de ações formativas, de prática contínua e permanente seja realizado no sentido de garantir um bom estado nutricional dos escolares. Dados do Sisvan Web13, sistema de dados do Ministério da Saúde, apresentam que o percentual de sobrepeso e obesidade em crianças mineiras de 5 a 10 anos acompanhadas nos serviços de Saúde do SUS, em 2018, foi respectivamente de 15,95 e 13,23%, e na região de Diamantina, de 14,39% de sobrepeso e 9,97% de obesidade. Esses resultados podem ser explicados pela Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE)14, que avaliou amostras de estudantes do 9º ano de escolas públicas e privadas no Brasil. Nos resultados de sua última pesquisa, desenvolvida no ano de 2015, o PeNSE observou que, apesar da maioria dos alunos frequentar escolas que informaram possuir cozinha em condições de uso (96,7%) ou oferecer comida (merenda escolar/almoço) (97,8%), mais da metade dos alunos (61,5%) informou comer raramente ou nunca a comida ofertada na escola. Por outro lado, o estudo também revelou que 54,0% dos estudantes frequentavam escolas com cantinas ou ponto alternativo de venda, onde uma variedade de alimentos considerados pouco nutritivos e inadequados à promoção da saúde na escola é vendida. Na rede privada, o percentual de alunos que frequenta escolas com cantina ou ponto alternativo de venda atinge 92,0%. Outro dado preocupante apresentado pelo PeNSE é que 41,6% dos adolescentes estudados relataram consumo de guloseimas (cinco ou mais dias em uma semana normal); 26,7%, consumo de refrigerantes e 31,3% consumo de ultra processados salgados (hambúrguer, presunto, mortadela, salame, linguiça, salsicha, macarrão instantâneo, salgadinho de pacote e biscoitos)14. Essa prática, provavelmente, deve ser comum entre muitos escolares da educação infantil e fundamental I no Brasil. Alguns estudos, desenvolvidos no Brasil, sobre a qualidade dos lanches que os escolares levam e ou compram na escola têm identificado inadequações15,16,17,18, fato que pode expor esta população a maior risco de excesso de peso. Um estudo transversal de base populacional, com amostra representativa de 2.365 escolares de 7 a 11 anos das diferentes regiões brasileiras desenvolvido por Fisberg et al.15 identificou que 97,46% dos escolares realizavam lanches no meio da manhã e à tarde nas escolas. Os lanches da manhã eram compostos por biscoitos, frutas e iogurtes, enquanto os lanches da tarde se mostraram mais calóricos, e o grupo dos iogurtes foi substituído pelos pães em geral. Esses resultados indicam que, se por um lado, a presença desses lanches favorece o preenchimento dos requerimentos nutricionais, principalmente de vitaminas e fibras, por outro lado, a composição dos mesmos revelou um consumo expressivo de açúcar de adição e sódio, o que pode impactar negativamente na saúde dos escolares. Rossi et al.16 desenvolveram estudo com 3.930 escolares de Santa Catarina com idades entre 7-10 anos e identificaram que trazer alimentos de casa foi significativamente associado ao maior consumo de lanches de baixo valor nutricional, nas escolas públicas (OR=1,56; IC=1,32-1,83) e nas particulares (OR=2,64; IC=1,76-3,97). A pesquisa revelou ainda que o sobrepeso/obesidade se associou significativamente ao consumo de alimentos provenientes da cantina (OR=1,34; IC=1,07-1,68), na rede particular. Ao avaliaram qualitativamente a composição das lancheiras de 501 crianças do segundo ao quinto ano do ensino fundamental de escolas privadas de São Paulo, Matuk et al.17 identificaram que 82% delas levavam cereais; 67% sucos artificiais e outras bebidas; 65% leite e alimentos lácteos; 51% bolo, bolacha e barra de cereais recheados e/ou com cobertura e 35% embutidos, em pelo menos um dia no período da coleta de dados da pesquisa. A frequência de frutas e sucos naturais foi de 33% e de verduras e legumes foi de 4%. Os autores concluíram que a composição das lancheiras dos escolares, apesar de alguns aspectos positivos, mostrou-se inadequada uma vez que apresentou excesso de alimentos industrializados, geralmente ricos em açúcares, gorduras e sódio e baixa presença de frutas, verduras e legumes. Outro estudo realizado por Carvalho et al.18 envolvendo adolescentes de São Luiz/MA - identificou que o consumo de lanche escolar foi relatado por 69,5% dos adolescentes. A maioria adquiria esse lanche nas cantinas das escolas privadas (76,0%) e públicas (51,0%). Adolescentes de escolas públicas tiveram maior consumo de energia em relação àqueles das escolas privadas (338,7 versus 286,3 kcal; p=0,043) e carboidratos (52,5 versus 39,3 g; p=0,006). A adequação dos macronutrientes apareceu em metade da amostra: carboidratos (43,9%), proteínas (43,2%) e lipídeos (49,6%). As autoras concluem que a inadequação dos macronutrientes mostrou-se elevada no grupo, o que sugere a baixa qualidade do lanche consumido pelos adolescentes. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria19 o ideal é que os lanches dos escolares sejam compostos por uma porção de alimento fonte de carboidratos, uma porção de alimento fonte de proteínas e uma porção de frutas, fornecendo assim a ingestão de vitaminas, minerais e fibras, além de uma bebida, preferencialmente sem açúcar de adição para garantir a hidratação da criança, devendo ser limitado o consumo de carboidratos simples e incentivado o consumo de alimentos ricos em fibras20. No intuito de oferecer uma alimentação segura e de qualidade para os escolares de escola públicas brasileiras o governo federal criou o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), ele é o mais antigo programa na área de alimentação escolar e de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) no Brasil. É considerado um dos maiores e mais abrangentes do mundo no que se refere à garantia do direito humano à alimentação adequada e saudável21. Dentre as diretrizes do PNAE constam o ‘desenvolvimento sustentável’ que incentiva a aquisição de gêneros alimentícios diversificados, produzidos em âmbito local e preferencialmente pela agricultura familiar e pelos empreendedores familiares rurais.21 Neste contexto, no ano de 2009 foi aprovada lei que obriga os estados e municípios a utilizarem no mínimo 30% do recurso federal do PNAE com aquisição de alimentos diretamente da agricultura familiar e pelos empreendedores familiares rurais22. Esta lei além de tentar garantir uma alimentação adequada e saudável para os escolares de escolas públicas é uma estratégia de combate à pobreza das famílias rurais, geração de renda, desenvolvimento de pequenas produções agrícolas e pecuária, comércios e/ou indústrias, movimentando a economia, impulsionando assim o desenvolvimento do município23. Considerando o panorama exposto acima é de grande relevância se avalie e monitore o estado nutricional dos escolares da Comarca de Diamantina, que se identifique as variáveis dietéticas que podem influenciar no perfil nutricional desse público, que se avalie os aspectos físicos e sanitários dos estabelecimentos de agricultores familiares ou empreendedores familiares rurais que fornecem alimentos/preparações à alimentação escolar nos municípios da comarca para verificar se eles estão disponibilizando alimentos seguros para os escolares. Tais diagnósticos serão fundamentais para a implementação de ações relacionadas à promoção da saúde dos escolares tendo como eixo norteador a promoção da alimentação adequada e saudável que estamos propondo neste projeto.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a prevalência da obesidade aumentou nas últimas décadas, e no Brasil também tem sido elevada, e esse problema acarreta enormes prejuízos à saúde das pessoas. Se adquirida na juventude os riscos à saúde tendem a persistir na vida adulta. E, por isso, crianças e adolescentes são um grupo prioritário para a promoção da saúde e requerem uma atenção especial devido ao risco da obesidade se manter ao longo da vida24,25. Assim, este estudo deverá ocorrer nas escolas públicas da comarca de Diamantina/MG, pois já são desenvolvidas as ações do Programa de Extensão e em alguns municípios os alunos do curso de graduação em nutrição já desenvolvem estágios de saúde pública. Assim, algumas das ações aqui listadas poderão ser desenvolvidas de forma mais assertiva. Ademais no contexto da Educação alimentar e nutricional é importante além de identificar o problema e suas determinações, atuar de forma a controlar as causas e fatores agravantes. E no caso das escolas municipais da comarca de Diamantina/MG nossos resultados antes da pandemia da Covid-19 indicaram que num quantitativo de 3573 escolares avaliados aproximadamente 21% estavam com excesso de peso (sobrepeso e obesidade), sendo 18,1% entre os escolares do ensino infantil e fundamental I de Diamantina, 32,4% dos escolares de Gouveia, 16,2% dos de Felício dos Santos, 16,6% dos de Couto Magalhães de Minas, 20,0% dos de Datas, 20,2% dos de Presidente Kubitschek, 17,1% dos de São Gonçalo do Rio Preto, 33,3% dos de Monjolos e 22,1% dos de Senador Modestino Gonçalves26, 27. Em relação à alimentação servida nas escolas municipais no município de Diamantina, quando questionados se consomem a merenda servida na escola 52% dos escolares afirmaram consumir “as vezes”, 41,7% “sim” e 6,3% “não”. Sobre a frequência de consumo; entre os escolares que responderam “sim” ou “as vezes”; 40,4% citaram consumir “todos os dias”, 33,6% de “3 a 4 vezes por semana” e 26% de “1 a 2 vezes na semana”. Quando questionados sobre satisfação com a merenda, 47,1% (n=105) disseram gostar do que é servido, 47,1% (n=105) disseram gostar de vez em quando e 5,4% disseram não gostar. Esse resultado indica que é necessário um trabalho de intervenção para aumentar o consumo da alimentação escolar, que é gratuita e de qualidade. Quando avaliamos se os escolares levam lanches para escola e a qualidade dos lanches, os escolares nas escolas municipais no município de Diamantina também no ano de 2019, 46,2% dos escolares do 3ª, 4ª e 5º ano do ensino fundamental I relataram levar lanches diariamente para as escolas, e os lanches mais consumidos foram respectivamente biscoito recheado (58,74%), balas, pirulito e chiclete (53,81%), biscoito wafer (49,33%) e refrigerantes (36,77%)28. Esse resultado indica que há uma crescente substituição da alimentação preparada com produtos in natura, com base em métodos tradicionais, por alimentos processados, industrializados, prontos para o consumo29. Esse cenário indica a necessidade de ações de Educação Alimentar e Nutricional nas escolas públicas desta comarca. Cabe marcar novamente a relevância do PNAE21 que é o mais antigo programa na área de alimentação escolar e de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), sendo considerado um dos maiores e mais abrangentes do mundo no que se refere à garantia do direito humano à alimentação adequada e saudável. Dentre as diretrizes do PNAE constam o ‘desenvolvimento sustentável’ que incentiva a aquisição de gêneros alimentícios diversificados, produzidos em âmbito local e preferencialmente pela agricultura familiar e pelos empreendedores familiares rurais21. E para sua sua execução, o PNAE envolve um grande número de atores sociais como professores, diretores de escola, pais de alunos, nutricionistas e os agricultores familiares. E é com este grupo que estamos pretendendo trabalhar em parceria.
Objetivo Geral Desenvolver estratégias de promoção da alimentação saudável e adequada no ambiente escolar, tendo como referência o “Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para as Políticas Públicas” com vistas a promover alimentação adequada, alcançar segurança alimentar e melhorar o estado nutricional dos escolares. Objetivos Específicos Avaliação o peso e altura dos escolares anualmente para o diagnóstico nutricional e monitorar ao longo do tempo; Verificar se as refeições servidas na escola estão em consonância com as recomendações do FNDE; Verificar se os escolares consomem as refeições servidas nas escolas, se levam lanches para escola, e a qualidade desses lanches; Identificar os agricultores familiares e/ou empreendedores familiares rurais que oferecem alimentos/preparações alimentícias para as escolas municipais de Diamantina, identificar os produtos fornecidos à alimentação escolar; e avaliar o local de produção de alimentos quanto aos aspectos físicos e sanitários fornecidos; Desenvolver atividades práticas de estímulo para inclusão da EAN no ambiente escolar; Oferecer o curso online de EAN anualmente para qualificar professores, pedagogos e nutricionistas que atuam na educação básica nas escolas públicas da comarca de Diamantina/MG; Avaliar se houve mudanças relativas à EAN dos atores (professores, equipe pedagógica e alunos, agricultores/empreendedores familiares rurais fornecedores da alimentação escolar e cantineiras) envolvidos no ambiente escolar.
A meta com o desenvolvimento deste projeto é que ele possa auxiliar as escolas municipais da comarca de Diamantina/MG a incluir o tema alimentação adequada e saudável no ambiente escolar de forma interdisciplinar e transversal. Para tal, estamos propondo várias ações tanto de pesquisa quanto de extensão, e ao desenvolvê-las e monitorarmos, esperamos conseguir que: 1) Pelo menos 50% dos professores tenham incluído EAN como tema interdisciplinar em 1/3 das aulas das diferentes disciplinas; 2) Adequação de 100% do cardápio oferecido na escola às recomendações do FNDE; 3) Redução de pelo menos 30% de alimentos ultraprocessados nos lanches dos alunos; 4) Adequação de pelo menos 30% dos estabelecimentos produtores de alimentos dos agricultores familiares e/ou empreendedores familiares rurais que apresentarem alguma inadequação física e sanitária; 5) Aumento de pelo menos 50% de alunos que relatam a inclusão do tema EAN em suas aulas e compreensão sobre o mesmo. 6) Pelo menos 50% dos docentes, supervisores e nutricionistas tenham realizado o curso online de EAN que oferecemos. Além disso, esperamos produzir 1 tese, 3 dissertações, 5 trabalhos de conclusão de curso, 9 artigos e pelo menos 15 resumos para eventos científicos.
As ações deste projeto deverão ocorrer em escolas municipais de oito municípios da comarca de Diamantina, a saber: Diamantina, Datas, Felício dos Santos, Gouveia, Monjolos, Presidente Kubitschek, São Gonçalo do Rio Preto e Senador Modestino Gonçalves. Os participantes serão discentes, docentes, pedagogos, cantineiras, agricultores familiares fornecedores de alimentos para alimentação escolar, e nutricionistas que atuam no PNAE nesses municípios. Exceto os agricultores familiares, todos já estão sendo avaliados e acompanhados no Programa de extensão com interface na pesquisa AMBIENTE ESCOLAR: espaço para promoção da saúde e da alimentação saudável e equilibrada vinculado ao Departamento de Nutrição da UFVJM, e que vem desenvolvendo ações desde o ano de 2018. O projeto com as ações de pesquisa do Programa foi submetido ao Comitê de Pesquisa da UFVJM e recebeu parecer aprovado (número 3.468.221). Seguem abaixo descrição de como as atividades do projeto serão desenvolvidas. Avaliação antropométrica dos escolares Para avaliação antropométrica, os escolares serão submetidos a aferição de peso e altura. O peso será aferido com uso de balança digital portátil e a altura em estadiômetro também portátil. Para estas medidas os escolares deverão estar descalços, portando o mínimo de roupa possível (sem agasalhos ou outras peças pesadas), em posição ereta e com os braços estendidos ao longo do corpo, com os pés paralelos e os tornozelos unidos de acordo com as técnicas recomendadas por Jelliffe1. Para os escolares menores de dois anos o peso será aferido em balança pediátrica e a estatura na posição deitada com um infantômetro, que também seguirá as técnicas recomendadas por Jelliffe1. O estado nutricional será avaliado por meio do escore-Z para os índices peso para idade (P/I), peso para estatura (P/E) e índice de Massa Corporal para idade (IMC/I), utilizando-se as referências antropométricas da Organização Mundial da Saúde – OMS2,3. Para essas análises será utilizado o Software gratuito Antro e o AntroPlus, sendo o primeiro para avaliar os escolares menores de 5 anos e o segundo os maiores de 5 anos. Será utilizado o ponto de corte -2,0 Z-escores para identificar escolares com baixo peso (P/I, P/E e IMC/I), com baixa estatura (E/I) e +2,0 Z-escores e excesso de peso (P/I, P/E e IMC/I). A coleta dos dados deverá acontecer durante visitas in loco às escolas, e esta deverá ser realizada por equipe de pesquisadores/extensionistas devidamente treinados e comprometidos com a homogeneidade da coleta das informações. Considerando que a avaliação nutricional dos escolares é tarefa que o nutricionista do Programa Nacional de Alimentação Escolar deva realizar, essas medidas deverão ser realizadas juntamente com eles, e as discussões de quais medidas deverão ser adotadas quando o diagnóstico nutricional indicar alteração (baixo peso ou excesso de peso) também deverá ser realizado de forma conjunta com o nutricionista. Antes da coleta dos dados o TCLE com as ações a serem desenvolvidas na escola, junto aos escolares, são apresentadas aos pais no início do ano letivo, e esse TCLE deverá ser em duas vias, uma será colada na caderneta da criança, que é a forma de comunicação da escola como os pais, e a via deverá ser assinada e devolvida para a equipe de extensionistas. Destaca-se que por lei brasileira o nutricionista é o responsável técnico pela alimentação escolar servida nas escolas públicas. Assim, todas as escolas municipais e estaduais têm um profissional nutricionista que responde pela alimentação escolar, e ainda é responsável por realizar outras ações junto aos escolares, dentre elas ações de educação alimentar e nutricional, e por isso estas nossas ações deverão ser realizadas juntamente com esse profissional. Avaliação da qualidade e adequação da alimentação servida nas escolas Para proceder à avaliação da qualidade e adequação das refeições oferecidas nas escolas públicas na comarca, os pesquisadores aplicarão in loco um questionário estruturado aos responsáveis pela alimentação escolar em todas as escolas (nutricionista e cantineira), cujo propósito será obter informações sobre a caracterização da alimentação servida na escola e também avaliar a aceitação da mesma pelos escolares. As refeições servidas na escola serão também avaliadas de forma quali e quantitativamente. Avaliação qualitativa da alimentação escolar A avaliação da qualitativa dos cardápios servidos nas escolas será realizada por meio do Índice de Qualidade da Coordenação de Segurança Alimentar e Nutricional (IQ COSAN)4. O IQ COSAN parte do princípio de que a ocorrência de alimentos por grupos pode se configurar em um sensível marcador de qualidade de cardápio. Nesta perspectiva, essa ferramenta avalia: 1. a presença diária de seis grupos de alimentos (cereais e tubérculos, feijões, legumes e verduras, frutas in natura, leites e derivados e carnes e ovos; 2. Alimentos classificados como restritos pela resolução vigente do programa e 3. Alimentos e preparações doces. O IQ COSAN também avalia a presença semanal de alimentos regionais. O IQ COSAN além de avaliar características como a diversidade alimentar dos cardápios, presença de alimentos regionais e da sociobiodiversidade e ausência de alimentos proibidos, incorporou aspectos do Guia Alimentar para a População Brasileira em sua matriz avaliativa, atribuindo pontuação positiva à ausência de alimentos processados ou ultraprocessados em substituição à pontuação positiva para a ausência de alimentos restritos. A pontuação do IQ COSAN varia de 0-95 pontos e classifica os cardápios em: inadequado (0-45 pontos), precisa de melhoras (46-75 pontos) e adequado (76-95 pontos)4. Destaca-se que para a análise dos cardápios, os nutricionistas deverão enviá-los para que a equipe de extensionistas docentes e discentes bolsistas ou voluntários os analisem, e caso seja classificado como inadequado e/ou necessidade de melhorias, a equipe deverá reunir para apresentar os resultados e sugerir ajustes ao nutricionista responsável. Avaliação quantitativa da alimentação escolar A avaliação quantitativa dos cardápios a serem servidos na alimentação escolar será realizada considerando os parâmetros recomendados na Resolução nº 26, de 17 de junho de 20136 e Resolução nº 06 de 20207, as quais dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar aos alunos da educação básica no âmbito do PNAE8. A ferramenta PLAN PNAE9, será utilizada para a avaliação quantitativa dos cardápios, por meio dela será verificado se os cardápios servidos nas escolas atendem às exigências nutricionais descritas na legislação vigente do PNAE. Esta ferramenta é gratuita disponibilizada pelo PNAE e avalia a adequação dos cardápios, conforme as necessidades nutricionais de macro e micronutrientes para escolares. Avaliação do consumo da merenda escolar e avaliação da qualidade dos lanches levados para escola pelos escolares Para avaliar a qualidade dos alimentos consumidos pelos escolares do ensino fundamental I (3º ao 5º ano) será aplicado um questionário estruturado (Apêndice 1). Nessa ocasião, o/a extensionista deverá ler as perguntas para os alunos, em sala de aula, e solicitar que eles marquem uma ou mais resposta(s) no questionário. Esta avaliação ocorrerá durante as visitas in loco às escolas, e terá como propósito avaliar se o escolar leva lanche de casa, para consumir na escola, e qual a qualidade desses lanches. A classificação dos lanches será avaliada a partir de grupos alimentares conforme recomendações de Matuk et al.10 e do Guia Alimentar para a população brasileira5. Em relação à avaliação dos lanches dos escolares do ensino infantil esta será feita das respostas dos professores sobre o consumo de lanches, que seus alunos trazem para escola o Para avaliação da qualidade dos lanches será utilizado como parâmetro as recomendações da Resolução SEE nº 1.511, de 26 de fevereiro de 201011, que orienta a aplicação da Lei nº 18.372/200912, a qual cita os alimentos vedados nos espaços escolares e informações do Guia Alimentar brasileira5. Identificação dos agricultores familiares e avaliação dos aspectos físicos e sanitários dos estabelecimentos onde produzem alimentos para alimentação escolar Será verificado junto aos nutricionistas responsáveis pela alimentação escolar de cada município participante quais são os agricultores familiares e/ou empreendedores familiares rurais fornecedores de alimentos/preparações para a alimentação escolar. Após essa verificação, deverão ser identificados quais são os produtos comercializados, qual o período de entrega e a qualidade dos produtos no ato da entrega. Esta ação deverá ser realizada por meio de checklist apropriado no qual será verificado aspectos físicos dos alimentos, qualidade da embalagem, odor, dentre outros. Posteriormente os alimentos/preparações serão classificados como 3 grupos: Grupo 1 – Apresentam condições adequadas de manipulação e/ou processamento de alimento ou bom aspecto físico (aspecto de alimentos frescos, boa coloração, etc) (76 a 100% de atendimento dos itens); Grupo 2 – Apresenta condições intermediárias de manipulação e/ou processamento de alimento (51 a 75% de atendimento dos itens); Grupo 3 – Exibem condições precárias de manipulação e/ou processamento de alimento, alimentos apresentam características inadequadas (murchos, muito maduros, apodrecendo, etc) (0 a 50% de atendimento dos itens). Desenvolver atividades práticas de estímulo para inclusão da EAN no ambiente escolar A equipe de extensionistas deverá participar de reuniões de planejamento didático pedagógico junto com a equipe pedagógica das escolas participantes. Estas reuniões acontecerão em dois momentos, no início e no meio do ano letivo a fim de discutir e elaborar conjuntamente como tem sido trabalhado o tema Alimentação e Nutrição na escola, bem como identificar as facilidades e dificuldades para sua inserção no currículo escolar. Para esta atividade será utilizado como material de referência o “Livro de atividades para promoção da alimentação saudável na escola”14. O propósito do livro é auxiliar os professores a incluírem o tema Educação Alimentar e Nutricional (EAN), de forma transversal, no ensino fundamental I. As atividades apresentadas foram organizadas segundo as Unidades Temáticas/objetos de conhecimento/habilidades, estabelecidas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para o ensino fundamental I. Cabe marcar que este livro foi produzido e validado por pesquisadoras proponentes desta proposta, sendo um pedido de nutricionistas e professores que atuam no ensino de um dos municípios participantes deste estudo. Nesses encontros serão discutidas maneiras de se utilizar o livro supracitado para o trabalho desse tema de forma transversal e interdisciplinar, bem como acompanhar e monitorar os resultados alcançados. Serão ainda sugerido e estimulado o desenvolvimento de atividades como: 1) Oficinas de memórias gustativas: a sugestão é que os professores façam oficinas com seus alunos de modo a despertar e destacar os modos e formas de cozinhar, a valorização dos alimentos regionais e seus respectivos plantios, considerando a sua biodiversidade e conhecimentos tradicionais. Poderão envolver diretamente os agricultores familiares, merendeiras e alunos que deverão ser estimulados a buscar “receitas das avós”. 2) Oficinas com produtores rurais: a sugestão é que os professores façam um encontro com os produtores rurais (fornecedores de alimentos para alimentação escolar) e/ou comerciantes. O nutricionista também poderá participar dessa ação, a fim de criar uma roda de conversa com os escolares para falar de todo o caminho que o alimento passa até chegar à nossa mesa, ou seja, como se dá o processo de plantio, colheita e comercialização dos alimentos. 3) Sessões reflexivas: a sugestão é que professores e supervisores possam discutir as dificuldades e facilidades para inclusão da EAN, de maneira transversal e interdisciplinar, nas aulas. 4) Oficinas com manipuladores de alimentos: a sugestão é que os professores abordem a temática da higiene e manipulação de alimentos. Essa oficina será destinada aos cantineiros e fornecedores dos alimentos/preparações. Serão utilizadas normas técnicas para manipuladores de alimentos, porém também haverá atividades lúdicas para o despertar de que “quem produz também consome”. 5) Curso online de EAN: este curso deverá ser oferecido anualmente para qualificar professores, pedagogos e nutricionistas que atuam na educação básica nas escolas públicas da comarca de Diamantina/MG. Oferecer o curso online de EAN para professores, supervisores pedagógicos e nutricionistas O curso online de EAN foi elaborado para professores, supervisores pedagógicos e nutricionistas vinculados ao PNAE, com intuito de qualificá-los para inserção do tema alimentação e Nutrição na escola de maneira transversal e interdisciplinar. Os materiais, conteúdos e aulas do curso foram elaboradas por uma equipe de docentes, nutricionistas e discentes de graduação em Nutrição e pós-graduação. O curso encontra-se disponível no Google Classrom, totalmente gratuito e on-line, no formato de autoaprendizagem, com carga horária de 45h. É constituído por quatro módulos: 1) Compreensão da alimentação enquanto direito e manifestação cultura; 2) Compreensão e reflexão sobre a produção adequada e sustentável de alimentos e importância das Políticas Públicas de Alimentação e Nutrição; 3) EAN e sua incorporação na educação básica e 4) Doenças crônicas em crianças e adolescentes e a importância da escola na autonomia de escolhas alimentares saudáveis e prevenção de doenças dos escolares. Temos como meta oferecer o curso anualmente até que pelo menos 50% dos profissionais alvo do curso tenham cursado o mesmo. Avaliação e Monitoramento das atividades de EAN desenvolvidas pelos atores envolvidos no ambiente escolar Para estas avaliações serão utilizados os planos de ensino dos docentes, os questionários de análise nutricional dos cardápios, do consumo dos lanches levados pelos alunos e, sobre características físicas e sanitárias dos estabelecimentos produtores de alimentos fornecidos para alimentação escolar. Espera-se que ao final da pesquisa possamos verificar quais foram às contribuições do projeto na promoção da alimentação saudável e segurança alimentar no ambiente escolar, e sua efetividade será certificada nas seguintes condições: 1. Pelo menos 50% dos professores tenham incluído EAN como tema transversal e interdisciplinar em 1/3 das aulas das diferentes disciplinas; 2. Adequação de 100% dos cardápios oferecidos nas escolas às recomendações do FNDE; 3. Redução de pelo menos 30% de alimentos ultraprocessados nos lanches levados pelos alunos; 4. Adequação de pelo menos 30% dos estabelecimentos produtores de alimentos dos agricultores familiares e/ou empreendedores familiares rurais que apresentarem alguma inadequação física e sanitária; 5. Aumento de pelo menos 50% de alunos que relatam a inclusão do tema EAN em suas aulas e compreensão sobre o mesmo. 6. Pelo menos 50% dos docentes, supervisores e nutricionistas tenham realizado o curso online de EAN.
1.Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Alimentação e Nutrição. 1a ed., 1a. reimpr. Brasília: 2013. 2.Batista FM, Rissin A. A transição nutricional no Brasil: tendências regionais e temporais. Cad. Saúde Pública. 2003; 19(Suppl 1):181-91. 3.Monteiro CA, Benício MHD, Konno SC, Silva ACF, Lima ALL, Conde WL. Causas do declínio da desnutrição infantil no Brasil, 1996-2007. 4. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). (IBGE). Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002-2003: análise da disponibilidade domiciliar de alimentos e do estado nutricional no Brasil. Rio de Janeiro; 2004. 5.Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009: Antro¬pometria e estado nutricional de crianças, adolescentes e adultos no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE; 2010. 6.Niehues JR, Gonzales AI, Lemos RR, Bezerra PP, Haas P. 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Saúde Colet., 2014;22 (2): 212-7 19. Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Manual do lanche saudável. Departamento Científico de Nutrologia. São Paulo: SBP; 2012. Disponível em: Acesso em: 13 nov. 2015. 20. Institute of Medicine, Food and Nutrition Board. Dietary reference intakes for vitamin C, vitamin E, selenium, and carotenoids. Washington (DC): National Academy Press; 2000.v 21.BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei n° 11.947, de 16 de junho de 2009. Dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar. Brasília, DF, 2009. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11346.htm. Acesso em: 03 de maio de 2023. 22. SANTOS, F.et al. Avaliação da inserção de alimentos orgânicos provenientes da agricultura familiar na alimentação escolar, em municípios dos territórios rurais do Rio Grande do Sul, Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, v. 19, n.5, p. 1429-1436, 2014 23. 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Barreiro HG, Oliveira, EDTA, Silva ACS, Murta NMG, Dias ACP, Nobre LN. Perfil nutricional de escolares de cinco municípios da comarca de diamantina/mg. In: 18º Congresso da Confederação Latino-americana e Caribenha de Nutricionistas e Dietistas - CONFELANYD, 2021, Evento online. 18º Congresso da Confederação Latino-americana e Caribenha de Nutricionistas e Dietistas - CONFELANYD, 2021. 28. Xavier GGR, Silva, ACS, Dias ACP, Silva MFG, Murta NG, Lima, HP, Souza MCP, Nobre, LN. Qualidade de lanches de escolares de escolas públicas no interior de Minas Gerais. In: I Congresso de Nutrição e Saúde, 2020, Evento Online. I Congresso de Nutrição e Saúde, 2020. v. 1. p. 645-646. 29. Bezerra, José Arimatea Barros, Educação alimentar e nutricional: articulação de saberes / José Arimatea Barros Bezerra. – Fortaleza: Edições UFC, 2018.
Deverão participar do programa supervisores pedagógicos, docentes, cantineiras, discentes das escolas municipais de oito municípios que compõem a Comarca de Diamantina/MG e agricultores familiares que fornecem alimentos para o PNAE. Os municípios participantes deste projeto são: Diamantina, Datas, Felício dos Santos, Gouveia, Monjolos, Presidente Kubitschek, São Gonçalo do Rio Preto e Senador Modestino Gonçalves. Também serão envolvidos no programa discentes do curso de nutrição (bolsistas e voluntários), os quais terão a oportunidade de potencializar habilidades para o desenvolvimento de atividades relacionadas ao trabalho do nutricionista do Programa Nacional de Alimentação e escolar - PNAE - nas escolas, fortalecendo seu processo de formação através de ações de extensão, ensino e pesquisa em saúde, com ênfase na EAN. Os docentes, técnica, e acadêmicos estarão envolvidos em ações que demandam a integração com secretários de educação, supervisores pedagógicos, professores, escolares e pesquisadores internos e externos à UFVJM. Assim favorecerá interação dialógica com todos os atores envolvidos e poderá resultar em diversos trabalhos técnico-científicos que poderão ser divulgação em eventos locais, nacionais ou internacionais o quais poderão contribuir com a qualificação da equipe proponente além de colocá-los em contato com a realidade dos desafios enfrentados no mundo atual em relação à atividade profissional do nutricionista e ao exercício da cidadania. A equipe do programa é composta por profissionais professores do Departamento de Nutrição, uma técnica do Departamento de Nutrição, nutricionistas que atuam no PNAE nos municípios da Comarca de Diamantina, pedagogas integrantes do quadro de funcionários da Secretaria Municipal de Diamantina, além de dois mestrandos e uma pós-doutoranda. Estes serão indiretamente beneficiados, pois enquanto extensionistas/pesquisadores estarão em constante contato a comunidade escolar; terão a oportunidade de, como membros do programa, poderem se qualificar em EAN. A universidade estará exercendo seu papel social ao ceder profissionais, discentes e recursos para promover ações extensionistas de integração do ensino superior com a sociedade, buscando incluir um tema de grande importância para saúde humana. Além disso, a proposta pode auxiliar na divulgação de informações que poderão contribuir para evitar problemas no estado de saúde de crianças e adolescentes com excesso de peso ou outras doenças. Assim acreditamos que o Programa irá favorecer a interação dialógica com a comunidade escolar das escolas municipais de municípios que compõe a comarca de Diamantina/MG.
Como apresentado acima, este programa propõe desenvolver várias ações junto a discentes, professores, pedagogos e nutricionistas de escolas municipais da comarca de Diamantina, além de cantineiras e agricultores familiares, e muitas delas deverão proporcionar reflexão sobre o processo de qualificação a que estão sendo submetidos. Ademais, ao promover discussão sobre o conhecimento adquirido sobre EAN na universidade e relacionar às experiências vivenciadas no cotidiano do serviço, possibilitará encontros, diálogos e intervenções com diferentes atores, e isto poderá favorecer a interdisciplinaridade e a interprofissionalidade por meio da troca de saberes entre os atores envolvidos, além de fomentar o debate sobre as dúvidas que possam surgir durante o processo e ainda soluções para algumas questões vivenciadas durante o processo.
O conceito de indissociabilidade remete a algo que não existe sem a presença do outro, ou seja, o todo deixa de ser todo quando se dissocia. Alteram-se, portanto, os fundamentos do ensino, da pesquisa e da extensão, por isso trata-se de um princípio paradigmático e epistemologicamente complexo. Neste Projeto acreditamos que ela se dá na medida em que os docentes ao orientar os alunos e coordenar as atividades junto aos atores envolvidos estarão ensinando, aprendendo, pesquisando e fazendo extensão, já que esta comunicação que se estabelece entre universidade e sociedade visando à produção de conhecimentos e à interlocução das atividades acadêmicas de ensino e de pesquisa, através de processos ativos de formação. Assim nesse processo todos ganham, o discente, o docente e a comunidade, já que todos são beneficiados com as ações. Além disso foi citado anteriormente que este Programa é de extensão com interface na pesquisa, assim estamos fazendo pesquisa, e os resultados da pesquisa estão sendo utilizados para a extensão, ou seja, quando avaliamos o estado nutricional dos escolares, a qualidade dos lanches e refeições servidas na escola a presença de EAN no ensino, os resultados estão sendo apresentados para os nutricionistas que atuam no PNAE dos municípios da Comarca para a a partir dele estruturarmos ações de intervenção, que se faz por meio de ações de extensão.
Para a execução deste Projeto serão necessários estudantes regularmente matriculados em curso de graduação e pós-graduação das áreas de saúde. Os estudantes bolsistas e voluntários selecionados deverão buscar em livros, artigos, e sites da área a fundamentação para se trabalhar com todos os temas deste projeto. Os estudantes serão orientados por docentes da UFVJM e profissionais do programa quanto à metodologia a ser utilizada para cada uma das ações. Além disso, serão realizadas reuniões científicas periódicas com discussões de artigos, apresentação dos resultados e relatos de experiência dos profissionais para atualização e integração da equipe de extensionistas. Durante a execução do Projeto, os estudantes terão a oportunidade de elaborar resumos, trabalho de conclusão de curso, e pelo menos um artigo científico para publicação e apresentação em eventos científicos da área, para desta forma aprender ou aprimorar a linguagem científica e acadêmica. Os estudantes serão responsáveis pela aplicação de questionários para avaliação dos lanches e aceitação da alimentação escolar, avaliação antropométrica, e digitação dos resultados dos mesmos assim como participação dos encontros com os supervisores pedagógicos. Além disso, serão auxiliarão na elaboração de relatórios parcial e final do programa e poderão colaborar em pesquisas e projetos advindos do mesmo. A avaliação dos extensionistas será realizada continuamente pela coordenadora do programa, e equipe parceira do mesmo. Para isto, serão realizadas discussões individuais e em grupo, apresentações e discussões nas reuniões do programa, apresentação de resultados de cada etapa do programa, reavaliação das ações e propostas de melhorias para as etapas subsequentes. As ações que os estudantes realizarão no projeto auxiliarão que eles coloquem em prática o conhecimento adquirido no curso de sua formação e irá estreitar relação com a comunidade, tornando-os também responsáveis pela transformação social, empoderando-os no sentido de se sentirem uteis e necessários para o desenvolvimento das ações do programa.
Acreditamos que esse Projeto poderá ter impacto e gerará transformação social porque apresenta alguns aspectos importantes: é um projeto que prevê a colaboração, e esta colaboração pode ocorrer em todas as instâncias, entre participantes do projeto, entre os parceiros e os que todos que se beneficiarão com os resultados. É um projeto financiado até início de 2026, no entanto, devido edital instituicional precisa ser registrado no Siexc até 2024, e posteriormente será novamente registrado. Seus impactos e transformação social necessita de um tempo para entender, um tempo para praticar e para amadurecer. Assim os proponentes de Programa são aqueles que plantaram uma semente forte e vão acompanhando a sua frutificação, e seus resultados deverão ocorrer ao longo do tempo. Ademais ao dialogar com a comunidade deveremos ter uma linguagem que realmente toque e que chegue nela, em cada um dos beneficiários, para que as informações trocadas nos transforme, assim como mudanças nas práticas. E finalmente que todos os beneficiários consigam trilhar um processo com legitimidade e sustentabilidade; que não seja uma transformação temporária, mas que faça parte da vida daquelas de todos os envolvidos para toda a sua vida. E as transformações que almejamos ajudar é a redução da prevalência de excesso de peso entre os escolares, que a EAN passe a ser um tema de fato trabalhado na escola e que a alimentação saudável seja um desejo de todos.
Todas as nossas principais ações são divulgadas nas nossa mídias sociais.
Programação do Evento
escolas municipais da comarca de Diamantina
02/02/2024
07:00
15:00
Ao realizar o cadastro deste projeto, só abriu como ação, EVENTO, e isto não cabe para um projeto, porque são várias ações que ocorrerão. E todas elas estão descritas no projeto.
Público-alvo
Escolares, supervisores, docentes, cantineiras das escolas municipais da comarca de Diamantina e agricultores familiares que fornecem alimentos para a alimentação escolar nesses municípios
Municípios Atendidos
Diamantina - MG
Presidente Kubitschek - MG
Datas - MG
Gouveia - MG
Felício dos Santos - MG
Monjolos - MG
Senador Modestino Gonçalves - MG
São Gonçalo do Rio Preto - MG
Parcerias
Secretarias de educação dos municípios da comarca de Diamantina - cedem as escolas e seus atores para as ações do projeto.
Cronograma de Atividades
Carga Horária Total: 980 h
- Manhã;
- Tarde;
Todos os discentes matriculados nas escolas municipais serão pesados e medidos para o diagnóstico nutricional e monitoramento ao longo do tempo.
- Manhã;
- Tarde;
Os cardápios servidos nas escolas municipais ser avaliados para verificar se estão em consonância com as recomendações do FNDE.
- Manhã;
- Tarde;
Verificar se os escolares consomem as refeições servidas nas escolas, se levam lanches para escola, e a qualidade desses lanches
- Manhã;
- Tarde;
Serão identificado os agricultores familiares e/ou empreendedores familiares rurais que oferecem alimentos/preparações alimentícias para as escolas municipais de Diamantina, identificados os produtos fornecidos à alimentação escolar; e avaliados o local de produção de alimentos e os alimentos quanto aos aspectos físicos e sanitários.
- Manhã;
- Tarde;
Pelo menos 2 vezes ao ano serão desenvolvidas atividades educativas juntos aos discentes, docentes, cantineiras e agricultores familiares sobre alimentação saudável. Os dados obtidos a partidos dos objetivos anteriores serão utilizados para estas ações.
- Manhã;
- Tarde;
Será oferecido anualmente um curso online de EAN para qualificar professores, pedagogos e nutricionistas que atuam na educação básica nas escolas públicas da comarca de Diamantina/MG.
- Manhã;
- Tarde;
Será avaliado se houve mudanças relativas à EAN dos atores (professores, equipe pedagógica e alunos, agricultores/empreendedores familiares rurais fornecedores da alimentação escolar e cantineiras) envolvidos no ambiente escolar.