As atividades de procedimentos dermatológicos e ginecológicos, nas cidades de Carbonita, Congonhas do Norte e Couto de Magalhães de Minas, serão conduzidas pelos discentes da FAMED-UFVJM. A metodologia será dividida em cinco momentos, revisão bibliográfica, capacitação dos alunos, divulgação, ação, que será dividida em acolhimento, avaliação, realização dos procedimentos, orientação, e avaliação do paciente com relação a ação e a avaliação do impacto na comunidade com as respostas dos pacientes

Extensão Universitária. Assistência ambulatorial. Educação médica.

A extensão universitária chegou ao Brasil por volta de 1910, com suas primeiras ações executadas na Universidade de São Paulo (USP), baseadas na oferta de cursos para indivíduos não discentes da universidade. Esta se desenvolveu de modo que deixaram de ser realizadas ações voltadas para os interesses da universidade, mas sim a partir da observação das necessidades da comunidade na qual as escolas de ensino superior estavam inseridas (SILVA, 2020). Com a evolução do estabelecimento da extensão universitária, esta passou a ser legalmente obrigatória para as instituições de ensino superior designadas como Universidades. Isso se deu através da Lei n° 9.934, de 20 de dezembro de 1996, a qual estabelece as diretrizes e base das da educação nacional e insere, entre as finalidades da educação superior, “ promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição (BRASIL, 1996). Ademais, o artigo 207 da Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, estabelece a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão nas Universidades (BRASIL, 1988). Assim, a extensão no contexto da Universidade, tem como objetivo, entre outros, estabelecer relações com a sociedade extramuros da Universidade (SILVA, 2020). Dessa forma, a extensão universitária é um meio pelo qual a universidade proporciona atividades fora dos ambientes de ensino, prestando assistência e oferecendo conhecimento à comunidade em seu entorno, envolvendo questões culturais, científicas, tecnológicas, políticas e educacionais. Sua prática baseia-se no entendimento de que os conhecimentos técnicos e científicos adquiridos pelos docentes, discentes e servidores das universidades podem contribuir na resolução de problemas e melhorar as condições de vida da população. Além disso, tal ação também combate a formação puramente tecnicista, visando profissionais que saibam atuar de acordo com as necessidades socioculturais e econômicas do ambiente de trabalho (PIZZOLATTO; DUTRA; CORRALO, 2021). Nesse contexto, os mutirões em saúde são uma forma de aplicação da extensão universitária. Esses são definidos como “conjunto de pessoas que se reúnem para trabalhar”, “serviço sem remuneração, prestado por pessoas de uma comunidade” e “qualquer trabalho voluntário por parte de um grupo de pessoas de uma comunidade que tem por objetivo beneficiar o grupo todo” (MICHAELIS, 2023). Já as pequenas cirurgias, as quais serão aplicadas nos mutirões de saúde, são “cirurgia que, embora executada em condições de segurança e assepsia e com recurso a anestesia local, dispensa a sua realização numa sala de bloco operatório, o apoio direto de um ajudante, a monitorização anestésica e a estadia em recobro, tendo alta imediata após a intervenção”, bem como “inclui a lesão com menos de 3 cm depois de formolizada e os tecidos circundantes, em caso de exérese de lesão da pele, com exceção de tumores malignos” (STATISTICS PORTUGAL, 2023). Tais ações são relevantes na promoção de saúde para a comunidade, sobretudo naquelas cidades carentes de assistência médica, como no interior, visto o quadro de desigualdade da distribuição geográfica dos médicos do Brasil. De acordo com o levantamento Demografia Médica (2023), realizado pelo Conselho Federal de Medicina, o Brasil possui 546 mil médicos ativos, com um índice de 6,21 médicos por mil habitantes nas capitais brasileiras, que representam 24% da população total e 54% dos médicos, e de 1,72 nas cidades do interior, as quais possuem 76% da população e apenas 46% dos médicos. No âmbito do Minas Gerais, a situação é mais agravante, com 8,76 médicos/mil habitantes na capital Belo Horizonte e apenas 2,41 nas cidades do interior (CFM, 2023). Assim, a falta de médicos nas regiões do interior do país leva à vulnerabilidade do acesso a serviços de saúde dessa população (TELLES; SILVA; BASTOS, 2019). Ainda, tais vazios assistenciais impedem cumprimento das diretrizes e princípios do SUS, bem como dificulta o estabelecimento da Atenção Primária e Serviços secundários e terciários, bem como as pequenas cirurgias, aqui em foco (SANTOS et al., 2019).

A Lei de número 8080, criada em 1990, marca o nascimento do SUS (Sistema Único de Saúde) na sociedade Brasileira, o qual é um sistema de saúde pública que atende mais de 190 milhões de pessoas (UNA-SUS, 2021). Essa ferramenta pública segue os princípios constitucionais de universalidade, integralidade da atenção, descentralização, integração e hierarquização dos serviços e participação social, o que é visível ao analisar os ideias de regionalização dos sistema de saúde, pois há uma tentativa de maior disseminação dos meios de atenção em saúde para a população como um todo (MACHADO, 2022). Como forma de manter o controle e o progresso, o processo de regionalização da saúde é dividido em microrregiões e macrorregiões, o que contribui para uma melhor divisão dos serviços de saúde à população. Relacionado aos fatos ditos anteriormente, o município de Diamantina está como sede da macrorregião do Jequitinhonha em saúde sendo que a SRS (Superintendência Regional de Saúde) abrange um total de 34 municípios e contam com um total de 520 estabelecimentos de saúde, sendo que 291 (55%) estão sob administração direta do serviço público nos diferentes níveis hierárquicos (GALVÃO, BODEVAN, SANTOS; 2015). Ao analisar o sistema de atuação das Redes de Saúde (RAS), Diamantina está como referência no processo de atendimento populacional da microrregião do Vale do Jequitinhonha. Esse fator deve-se a uma grande quantidade de municípios de pequeno porte que são incapazes de financiar e administrar as ofertas de serviços em saúde (GALVÃO; BODEVAN; SANTOS, 2015), o que acarreta uma sobrecarga aos serviços de saúde do município. Outro fator importante de estudo são os mutirões de saúde, que é uma estratégia de iniciativa coletiva com objetivo comum de prestação de ajuda mútua, sendo caracterizado por uma ação não remunerada(PENHA, 2020). Em concomitância a isso, esse modelo de atitude voltado a procedimentos cirúrgicos ambulatoriais tem como objetivo ampliar a oferta de cirurgias, assim contribuindo para a redução do tempo de espera por cirurgias eletivas (MELLO, 2020).Deste modo, segundo Simões et al. (2022), a união do trabalho médico e a experiências em mutirões de saúde são vistos como um processo de avanço do cuidado em saúde, sendo necessários para o desenvolvimento do sistema de saúde. Além desses benefícios demonstrados, os mutirões em saúde são de extrema importância para o desenvolvimento do saber para os discentes em medicina, haja vista que a prática induz a capacitação e o desenvolvimento crítico e comunicativo (MACHADO et al.,2022). Esses processo descritos são de extrema importância para os futuros médicos em formação, uma vez que o Código de Ética do Estudante de Medicina propõe como princípios fundamentais os fatores descritos anteriormente(CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, 2018). Por fim, mostra-se de forma justificável a realização de cirurgias ambulatoriais em forma de mutirões nos municípios que abrangem a macrorregião de Diamantina. Tal justificativa irá trazer diversos benefícios, pois irá proporcionar o um desafogamento de procedimentos cirúrgicos ambulatoriais na região e auxiliará os discentes em medicina no avanço do conhecimento na área.

Objetivo Geral: - Realizar mutirões de pequenas cirurgias em cidades pertencentes à macrorregião de saúde de Diamantina-MG. Objetivos Específicos: - Promover princípios e diretrizes do Código de Ética do Estudante de Medicina; - Acatar os princípios do tripé acadêmico. - Promover parcerias com prefeituras das cidades de Carbonita, Congonhas do Norte e Couto de Magalhães de Minas; - Analisar as necessidades específicas de cada município para realização de pequenas cirurgias; - Capacitar os discentes referente a realização de pequenas cirurgias; - Adquirir conhecimento técnico - científico a respeito de pequenas cirurgias; - Adquirir materiais para a realização das pequenas cirurgias; - Confeccionar questionários de feedback para a população envolvida nos procedimentos cirúrgicos - Aplicar questionário para obtenção de dados qualitativos a respeito dos benefícios e malefícios do projeto. - Coletar e analisar dados sobre o desenvolvimento das pequenas cirurgias; - Divulgar o projeto e conhecimento adquiridos com as práticas nas redes sociais.

- Capacitar os discentes em uma aula prática e teórica de 4 horas com uma abordagem específica a respeito dos procedimentos a serem realizados. - Confeccionar um questionário com 2 figuras ilustrativas de sim ou não e 1 discursiva para avaliar a atuação dos extensionistas durante os mutirões; - Realizar ao menos uma intervenção nas cidades de Carbonita, Congonhas do Norte e Couto de Magalhães de Minas; - Os extensionistas atuaram em 30 pequenas cirurgias ao longo das intervenções nas três cidades; - Cumprir os princípios e diretrizes do Código de Ética do Estudante de Medicina.

O projeto “Mutirão de Pequenas Cirurgias” propõe a condução de mutirões de saúde voltados à realização de pequenos procedimentos e cirurgias ambulatoriais nas cidades de Carbonita, Congonhas do Norte e Couto de Magalhães de Minas, localizadas no Vale do Jequitinhonha, a partir da parceria firmada com suas respectivas prefeituras. Na cidade de Carbonita, serão conduzidas apenas pequenas cirurgias ambulatoriais dermatológicas, já nas cidades de Couto de Magalhães de Minas e Congonhas do Norte, serão acrescidos procedimentos ambulatoriais ginecológicos. De forma geral, os procedimentos abrangidos incluem a retirada de pequenas lesões, tratamento de feridas menores, correção de pequenas cicatrizes, cantoplastia, colocação de Dispositivo Intrauterino, entre outros. As atividades serão conduzidas pelos discentes, submetida e regulamentada pela Faculdade de Medicina da UFVJM, sob supervisão de seu professor médico orientador. A condução dos procedimentos se dará em formato de Mutirões em cada cidade parceira nos meses de agosto e setembro de 2023. A estrutura será aberta a todos os cidadãos de cada município que estejam interessados em participar e que necessitem de algum procedimento abrangido pela metodologia proposta. Assim, serão acolhidos e previamente avaliados para posterior condução dos métodos cabíveis a cada caso. Todos os insumos necessários para a realização das condutas propostas serão disponibilizados pelas prefeituras parceiras, bem como o transporte para o deslocamento dos alunos participantes até as cidades em que se desenvolverão o presente projeto. Primeira etapa: Revisão Bibliográfica O desenvolvimento do projeto parte da etapa de pesquisa realizada pelos discentes acerca das necessidades observadas na região abrangida, adequando-as a um formato acessível e abrangente que seja efetivo e cumpra participação importante na promoção de saúde. Esse estágio contará continuamente com a realização de discussões em reuniões compostas pelos participantes do projeto para a garantia de uma estruturação adequada. Segunda etapa: Capacitação dos extensionistas Para a realização segura e efetiva dos procedimentos cirúrgicos ambulatoriais ginecológicos e dermatológicos aqui propostos, os discentes envolvidos passarão por um momento de capacitação teórica e prática de forma presencial nas instalações da Universidade com o professor orientador da Liga Acadêmica com duração de 4 horas. Assim, há o comprometimento em realizar durante os mutirões apenas os procedimentos abrangidos por essa etapa. Terceira etapa: Divulgação dos Mutirões de Procedimentos Ambulatoriais A divulgação das atividades será realizada em conjunto, contando com postagens nas mídias sociais da Liga Acadêmica bem como com métodos específicos a serem definidos por cada prefeitura municipal parceira, visando maior abrangência em cada cidade. A divulgação contará com o anúncio das datas e horários em que se darão os mutirões, as respectivas cidades e os procedimentos que serão realizados. Quarta etapa: Realização dos Mutirões de Procedimentos Ambulatoriais nas cidades parceiras Nos dias 26 de agosto, 02 de setembro e 16 de setembro de 2023 das 9 horas às 16 horas serão, então, conduzidos os mutirões. A partir de estrutura fornecida pelas prefeituras parceiras, as atividades terão duração de 7 horas divididas nas seguintes etapas: - Acolhimento: Apresentação e explicação da proposta na recepção das pessoas interessadas, com organização de um espaço de espera conforme necessário. - Avaliação: Consulta individualizada conduzida pelos extensionistas contendo anamnese e exame físico para avaliação do caso e determinação da necessidade e do tipo de procedimento a ser realizado, bem como das orientações posteriores. - Realização dos procedimentos: Serão realizados os procedimentos na área de pequenas cirurgias ambulatoriais, conforme a indicação e necessidade de cada caso avaliado. - Orientações: Após a realização do procedimento os pacientes serão orientados acerca da necessidade de reavaliações e de cuidados posteriores, bem como terão suas dúvidas sanadas. - Avaliação: Ao final da realização das etapas anteriores, os pacientes serão convidados a preencherem um instrumento gráfico de avaliação em que, por meio de 2 figuras ilustrativas de sim ou não indicarão a resposta à seguinte pergunta: “O Mutirão de Pequenas Cirurgias te ajudou com sua questão de saúde?”, assim como um espaço em branco para que os participantes possam deixar sugestões (ANEXO 1). Quinta Etapa: Avaliação A avaliação do impacto do projeto se dará pelo feedback da comunidade, recolhido por meio do instrumento anteriormente citado, em que será possível mensurar se houve melhora na promoção de saúde dos cidadãos das cidades envolvidas. Será ainda recolhido, de forma oral, um feedback dos discentes participantes a fim de mensurar o impacto do presente projeto em sua experiência acadêmica e futura vida profissional, bem como do professor orientador acerca de suas percepções no desempenho e sucesso das atividades. Questões Éticas: A participação no presente projeto se dará de forma voluntária, sem nenhum tipo de remuneração a nenhum dos envolvidos. Preza-se sempre pelo sigilo de informações dos participantes, conforme previsto pelo Código de Ética Médica. O sigilo se estende a futuras utilizações dos resultados obtidos para a publicação em forma de relatos de experiência, artigos ou apresentações em Congressos.

BRASIL. Lei n° 9.934, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União: sessão 1, Brasília, DF, ano 134, n. 248, p. 27833, 20 dez. 1996. Disponível em: < https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm#:~:text=L9394&text=Estabelece%20as%20diretrizes%20e%20bases%20da%20educação%20nacional.&text=Art.,civil%20e%20nas%20manifestações%20culturais >. Acesso em: 28 fev. 2023. BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 2016. 496 p. Disponível em: <https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/518231/CF88_Livro_EC91_2016.pdf >. Acesso em: 28 fev. 2023 CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Código de ética do estudante de medicina / Conselho Federal de Medicina. – Brasília, DF: CFM, 2018 Conselho Federal de Medicina. Demografia Médica. 2023 [internet]. Disponível em: < https://demografia.cfm.org.br/dashboard/ >. Acesso em: 28 fev. 2023. GALVÃO, E. L.; BODEVAN, E. C.; SANTOS, D. F. Análise da distribuição geográfica dos serviços de saúde no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais. Hygeia - Revista Brasileira de Geografia Médica e da Saúde, [S. l.], v. 11, n. 20, p. 32–44, 2015. DOI: 10.14393/Hygeia1126811. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/hygeia/article/view/26811. Acesso em: 5 mar. 2023 MACHADO, Bruna Alves et al. Planejamento e execução de mutirões de vacinação contraCOVID-19 no município de Manaus: relato de experiência. Research, Society and Development, v. 10, n. 14, p. e374101422291-e374101422291, 2021. MACHADO, C. V. Atenção Primária à Saúde no SUS: a indissociabilidade entre atenção, gestão e educação.Rio de Janeiro-RJ. Revista de APS, v. 25, n. 2, p. 284–290, 16 ago. 2022. MELLO, Ludmila Leite Sant’Anna Vaz de. Percepções de discentes, usuários e profissionais de saúde sobre a integração Ensino – Serviço – Comunidade: um relato de experiência na cirurgia ambulatorial da Universidade Federal de São João Del-Rei no município de Tiradentes. 2020. 103f. Dissertação (Programa de Mestrado em Ensino em Saúde) - Universidade José do Rosário Vellano, Belo Horizonte, 2020. Mutirões. In: Michaelis. Online, [2023]. Disponível em: < https://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=mutirão >. Acesso em: 28 fev. 2023. PENHA, L. M. A pandemia em Manaus: desafios de uma cidade na Amazônia. In: Revista Ensaios de Geografia, Niterói,5(9), 118-123, 2020. Pequena Cirurgia. Statistics Portugal. Online, [2023]. Disponível em: < https://smi.ine.pt/Conceito/Detalhes/8523?voltar=1#Histórico_ >. Acesso em: 28 fev. 2023. PIZZOLLATTO G.; DUTRA, M. J.; CORRALO, D. J. A extensão universitária na formação do cirurgião-dentista. Revista da ABENO, v. 21, n. 1, p. 974, 2021. Disponível em: < https://revabeno.emnuvens.com.br/revabeno/article/view/974/1056 >. Acesso em: 28 fev. 2023. SANTOS, W. et al. Avaliação do Programa Mais Médicos: relato de experiência. Revista Saúde Debate, v. 43, n. 20, p. 256 – 268, 2019. Disponível em: < https://www.scielo.br/j/sdeb/a/MQMcCdh3qvwpqKQw4vStYqr/?format=pdf&lang=pt >. Acesso em: 28 fev. 2023. SILVA, W. P. Extensão Universitária: um conceito em construção. Revista Extensão & Sociedade, edição 2020.2, p. 21 – 32, 2020. Disponível em: < https://periodicos.ufrn.br/extensaoesociedade/article/view/22491/14110 >. Acesso em: 28 fev. 2023. TELLES, H.; SILVA, A. L. A.; BASTOS, C. Programa Mais Médicos do Brasil: a centralidade da relação médico-usuário para a satisfação com o programa. Caderno CRH, v. 32, n. 85, p. 101 – 123, 2019. Disponível em: < https://www.scielo.br/j/ccrh/a/7gs6GNqRPZDjn47XxByKsfB/?format=pdf&lang=pt >. Acesso em: 28 fev. 2023. UNA-SUS. Maior sistema público de saúde do mundo, SUS completa 31 anos. 2021. Disponivel em: <https://www.unasus.gov.br/noticia/maior-sistema-publico-de-saude-do-mundo-sus-completa-31-anos#:~:text=Esse%20momento%20marcava%20o%20nascimento,19%20de%20setembro%20de%201990. Acesso em: 5 mar. 2023 SIMÕES, I. F. et al. A importância de ações integradas em saúde para a formação de alunos de medicina e para a comunidade: um relato de experiência. Revista Eletrônica Acervo Saúde, v. 23, n. 2, p. e11621, 20 fev. 2023.

Considerando o tripé acadêmico e sua indissociabilidade na fundamentação das ações universitárias, tem-se o eixo constitucional da extensão, o qual prevê o contato dos conhecimentos acadêmicos com a sociedade. Nesse sentido, corroborando com essa interação dialógica preconizada pelo tripé universitário, a ação de extensão “Mutirões de Pequenas Cirurgias” ratifica este valor a partir da aplicação dos conhecimentos clínico e cirúrgico, adquiridos em âmbito acadêmico a fim de identificar, diagnosticar, prevenir e tratar agravos passíveis de correção por meio de pequenos procedimentos cirúrgicos. Dessa forma, a aproximação de discentes do curso de graduação em Medicina da FAMED UFVJM - Campus JK da comunidade, dar-se-á pela inserção desses acadêmicos de forma direta nos serviços de saúde, visando a resolução de demandas em saúde apresentadas pela população em geral.

A ampliação do conhecimento científico e técnico determinado pela atuação interprofissional se faz importante dentro da grande área da saúde, uma vez que, considerando a totalidade do ser humano, se faz importante um olhar holístico do mesmo, possível de acontecer a partir da associação da ótica de diferentes profissionais. Nesse aspecto, a ação de extensão “Mutirões de Pequenas Cirurgias” contemplará este valor a partir da aproximação dos acadêmicos de medicina com Agentes Comunitárias em Saúde, a partir do rastreio e convocação de pacientes para realização dos procedimentos. Além disso, a atuação da equipe de enfermagem será de grande valia, considerando a necessidade da realização de curativos e preparação de campo para a efetivação da ação. Por fim, a necessidade do contato com as Secretarias Municipais de Saúde, realizada para a permissão da realização das ações, terá aproveitamento neste âmbito uma vez que colocará em foco a gestão em saúde, abrangendo os aspectos clínicos, de recursos financeiros e materiais, bem como o manejo dos pacientes.

Essa ação de extensão engloba de forma coesa os três pilares acadêmicos fundamentais (Ensino, Pesquisa e Extensão) uma vez que o aprendizado das técnicas transmitidas em sala de aula serão postos em prática durante os mutirões, consolidando o ensino recebido pelos discentes, bem como por meio da produção de conhecimento pelos alunos para atender a comunidade das cidades que serão contempladas, transformando a sociedade que serão abarcadas por esse projeto.

As ações de extensão proporcionam um forte impacto na formação dos estudantes que as realizam. Umas ver que, os acadêmicos terão o privilégio de aplicar na prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula. Serão oportunidades únicas de aprendizado para os discentes, proporcionando experiências reais de interação com pacientes necessitados de atendimentos relacionados a acometimentos dermatológicos de fácil resolução. A interação com a comunidade proporcionará para os discentes uma troca de saberes envolvendo todos os agentes que participarão do projeto, desde os pacientes que serão atendidos até as pessoas envolvidas com a logística para poder realizar o projeto, o que quebra o paradigma da hegemonia acadêmica do saber. Além disso, os alunos terão a possibilidade de agregar conhecimento sobre as experiências vivenciadas, auxiliando na desenvoltura ainda durante a prática acadêmica. Tudo isso contribuirá para favorecer uma formação integral, crítica, humanista, reflexiva e ética, como previsto nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN).

Esse presente projeto visa como impacto a promoção de bem-estar e saúde da população abrangida, trazendo resolutividade aos acometimentos de fácil resolução. Além disso, com a realização das pequenas cirurgias, espera-se que haja a desoneração da saúde pública e desafogamento da fila na Atenção Primária em Saúde, ao passo que o mutirão permitirá o atendimento de um grande número de pacientes em um espaço curto de tempo. Sendo assim, o projeto visa promover acesso à saúde de forma igualitária e de qualidade como impacto transformador no âmbito coletivo. Por outro lado, o contato entre discente e paciente têm grande impacto tanto para a formação médica quanto para a percepção da população sobre a faculdade. Desse modo, através das ações de aconselhamento, instrução e elucidação de dúvidas, permitindo ao discente a participação ativa na transformação social. Ora impactando no conhecimento acerca dos cuidados à saúde da pele e anexos, dos benefícios que a universidade propicia à população, ora dos direitos do povo quanto à utilização dos serviços prestados pela Faculdade pública.

O projeto será divulgado em conjunto pela liga e pelas prefeituras parceiras. A liga utilizará de sua rede social - o instagram - para divulgar a ação, já as prefeituras ficarão livres para escolherem a forma de divulgação, podendo ser por panfletos, anúncios na rádio, posts nas suas respectivas redes sociais e etc. Dessa forma, os principais responsáveis pela divulgação das ações do mutirão promovidas pela Liga Acadêmica serão as prefeituras de Carbonita, Congonhas do Norte e Couto Magalhães de Minas, tendo em vista o maior alcance e proximidade ao público alvo, tornando a divulgação mais efetiva; ficando a cargo delas a escolha do melhor meio para a divulgação. Na divulgação, as datas e os horários dos mutirões serão anunciados para a população, com os respectivos procedimentos e as cidades correspondentes a cada um.