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“Prevenção em saúde: coleta do exame citopatológico por acadêmicos de medicina”
Sobre a Ação
202203000545
032022 - Ações
Projeto
RECOMENDADA
:
CONCLUÍDA - ARQUIVADA
06/07/2023
07/11/2023
Dados do Coordenador
angellica pereira de almeida
Caracterização da Ação
Ciências da Saúde
Saúde
Saúde
Saúde Humana
Regional
Não
Não
Não
Dentro e Fora do campus
Manhã
Não
Membros
O câncer uterino afeta principalmente mulheres em idade fertil, de 25 a 64 anos. Sua detecção precoce é a forma mais eficaz para o tratamento, apresentando o Papanicolau como método mais eficaz. O foco do projeto será a realização do exame preventivo por estudantes de medicina de forma supervisionada por profissionais capacitados, a fim de possibilitar a detecção precoce do câncer de colo uterino, impactando positivamente na saúde coletiva.
Câncer do Colo do Útero; Exame Papanicolau; Preventivo
O câncer é uma das principais causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo, representando um desafio significativo para a saúde pública. No entanto, muitos tipos de cânceres podem ser detectados precocemente, o que aumenta significativamente as chances de tratamento bem-sucedido e de sobrevida dos pacientes. Nesse contexto, o exame citopatológico surge como uma ferramenta essencial na detecção precoce e prevenção do câncer de colo de útero, que se caracteriza por apresentar uma mortalidade, ajustada pela população mundial, de 4,60 óbitos/100 mil mulheres, em 2020 (INCA, 2020). A incidência dessa neoplasia cervical tem diminuído consideravelmente nas últimas décadas devido à implementação de programas de rastreamento e à conscientização da importância do exame preventivo. No entanto, apesar dos avanços, o câncer cervical ainda é uma questão relevante de saúde pública, principalmente em países em desenvolvimento, onde a infraestrutura de saúde é limitada. O exame citopatológico é um procedimento simples que visa identificar alterações nas células do colo do útero. Esse exame tem se mostrado extremamente eficaz na detecção precoce do câncer cervical, que é o terceiro tipo de câncer mais comum entre as mulheres em todo o mundo (OLIVEIRA, et al., 2020). Através da realização do exame, é possível detectar lesões precursoras da neoplasia de colo uterino, além de algumas infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), para que assim ocorra o correto encaminhamento e tratamento da paciente. Diante desse cenário, é importante ressaltar que o câncer cervical é evitável e altamente tratável, principalmente quando detectado em estágios iniciais. No entanto, muitas mulheres ainda negligenciam a importância do exame citopatológico periódico, seja por falta de informação, medo ou falta de acesso aos serviços de saúde. Essa falta de conscientização e acesso contribui para a alta incidência e mortalidade por câncer cervical. Diante da magnitude da doença, que a caracteriza como problema grave de saúde pública, é importante a atuação na prevenção e diagnóstico precoce do câncer de colo de útero. Em virtude disso, a coleta do exame citopatológico, quando realizada por acadêmicos de medicina, desempenha um papel vital no cuidado/prevenção da saúde da mulher e na prática clínica aos discentes . Uma vez que a formação médica é um processo complexo que exige não apenas a aquisição de conhecimentos teóricos e práticos, mas também o desenvolvimento de habilidades pessoais e o cultivo de uma postura comprometida com a saúde e o bem-estar (SUCUPIRA, 2007). Nesse contexto, a realização de exames preventivos pelos estudantes de medicina assume um papel fundamental, pois não apenas contribui para o cuidado individual, mas também para a compreensão e vivência da importância da prevenção na prática médica. É imprescindível fomentar a conscientização acerca da relevância do exame citopatológico periódico para a identificação precoce do câncer cervical, sendo imperativo investir em programas de rastreamento eficazes e acessíveis, notadamente em nações em desenvolvimento, onde a infraestrutura de saúde é limitada. A participação dos estudantes de medicina na coleta desses exames também desempenha um papel significativo, no cuidado individual das pacientes, e na formação de futuros médicos sensibilizados quanto à importância da prevenção. Com sinergia de esforços, é factível mitigar a incidência e a mortalidade decorrentes do câncer cervical, aprimorando, assim, a saúde da mulher.
A neoplasia maligna do colo de útero evolui de forma silenciosa e lenta, o que contribui para um diagnóstico tardio e um pior prognóstico, gerando índices significativos de óbitos. A detecção precoce e tratamento das lesões precursoras são eficazes na prevenção da doença, por isso a importância do rastreamento por meio do exame citopatológico, também conhecido como papanicolau (BONELLA, 2017). Segundo dados da pesquisa da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), na última década 20% das mulheres das capitais brasileiras nunca realizaram o exame citopatológico do colo uterino (INCA, 2022). Estima-se que essa porcentagem seja ainda maior nas regiões do interior dos estados, visto que uma característica de destaque do câncer cervical é sua prevalência em regiões com baixo nível econômico e maior vulnerabilidade social. Isso acontece pelo fato da população dessas localidades terem menor disponibilização de informações e maiores dificuldades no acesso a rede de serviços de saúde para detecção e tratamento precoce da doença (MORAIS; LIMA, 2019). A consequência é um elevado número de óbitos a cada ano por um dos tipos de câncer que apresenta o mais elevado potencial de prevenção e cura quando diagnosticado precocemente (CASARIN; PICCOLI. 2011). Nesse sentido, o Vale do Jequitinhonha é reconhecido como uma das regiões do país com maior desigualdade socioeconômica e com alta vulnerabilidade em saúde (CORRÊA et al., 2017). Um estudo a partir dos dados do Sistema de Informação do Câncer do Colo do Útero (SISCOLO) mostrou que no período 2000 a 2010 a macrorregião Jequitinhonha teve a pior menor cobertura do exame citopatológico em relação a meta populacional, que considera a população feminina de 25 a 59 anos residente em cada macrorregião (NASCIMENTO et al., 2015). Na última década houve uma relativa melhora desse panorama na região, mas é evidente que nos últimos anos em todo território nacional houve uma queda na realização de exames em decorrência da pandemia de Covid-19. Em 2021 houve um aumento no número de exames em relação à 2020, mas ainda inferior aos índices alcançados nos anos anteriores à pandemia (INCA, 2022). Além disso, ainda existe uma proporção de mulheres que não fazem o exame preventivo por acharem desnecessário (INCA, 2022). Assim, programas que busquem recrutar mulheres por meio de convites individualizados e personalizados têm se mostrado mais eficientes do que esperar por demanda espontânea (BONELLA, 2017). Assim, esse projeto tem a iniciativa de contribuir para a melhoria dessa realidade no Vale do Jequitinhonha, especialmente em Diamantina e sua microrregião, com a disseminação de informações sobre a importância do exame e a realização de ações de coleta do papanicolau por meio do convite personalizado às mulheres das localidades alvo. Cumprindo, dessa forma, o papel da extensão universitária que é a possibilitar a troca de vivências e saberes entre universidade e a comunidade onde está inserida (DANTAS; NASCIMENTO, 2018). Além do compartilhamento com o público externo dos conhecimentos obtidos por meio do ensino e da pesquisa na instituição, prezando pelo fortalecimento e indissociabilidade do tripé acadêmico, o projeto também se justifica, pois permite ao estudante desenvolver competências técnicas, humanísticas e interpessoais. Além de explorar e aprofundar essa temática tão importante da saúde da mulher que está vinculada a sua área de formação, possibilitando aprimorar as capacidades específicas necessárias para sua futura atuação profissional.
Objetivo Geral ● Promover ações de coleta de exame citopatológico para mulheres de 25 a 64 anos que já iniciaram atividade sexual, nas cidades de Diamantina-MG e Presidente Kubitschek-MG. Objetivos Específicos ● Capacitar os discentes extensionistas quanto à técnica de coleta do exame citopatológico. ● Realizar coleta de exame citopatológico de forma supervisionada nas mulheres participantes voluntárias do projeto que possuem indicação e estejam dentro da periodicidade recomendada. ● Possibilitar a análise laboratorial do material cérvico-vaginal colhido das participantes do projeto. ● Conscientizar as mulheres participantes sobre a importância e periodicidade do exame citopatológico cervical, ● Incentivar que as mulheres participantes do projeto continuem realizando periodicamente o exame preventivo conforme indicação individual.
Meta de impacto direto ● Contribuir com a saúde da mulher na prevenção de doenças por meio do rastreio de câncer de colo de útero de no mínimo 15 mulheres nos municípios de Diamantina e Presidente Kubitschek. Além de melhorar a adesão das mulheres à realização periódica de exame de colo uterino. Metas de impacto indireto ● Expandir os conhecimentos dos discentes adquiridos nas aulas teóricas, estimulando o desenvolvimento de habilidades médicas e a aprendizagem por meio da correlação teórico-prática de forma supervisionada. ● Auxiliar os municípios em suas metas de cobertura de rastreamento de câncer de colo de útero.
O presente trabalho foi dividido em duas etapas, sendo que a primeira ocorreu por meio do projeto “Educação em saúde: a importância do exame citopatológico do colo de útero abordada por meio de rodas de conversa”, já aprovado e executado, no qual foram realizadas capacitações dos discentes supervisionadas por professora ginecologista e obstetra, acerca dos temas: câncer de colo de útero, papilomavírus humano (HPV), citopatologia oncótica de colo de útero e saúde da mulher. Além disso, foram organizadas rodas de conversa com grupos de mulheres, com o intuito de promover um espaço de discussão e compartilhamento de informações sobre a importância do exame preventivo. Durante essas sessões, foram abordados diversos tópicos relacionados ao Papanicolau, como sua finalidade na detecção precoce de doenças ginecológicas, especialmente o câncer de colo do útero, e sua relevância para a manutenção da saúde da mulher. Além disso, foram fornecidas informações claras e embasadas cientificamente sobre a realização do exame, os intervalos recomendados, os cuidados pré e pós-exame, bem como os benefícios para a saúde da mulher. As rodas de conversa proporcionaram um ambiente acolhedor e empático, onde as participantes puderam expressar suas dúvidas, receios e experiências pessoais relacionadas ao exame. O objetivo principal dessas atividades foi conscientizar e empoderar as mulheres para que compreendessem a importância de realizar regularmente o exame preventivo e cuidar da sua saúde de forma abrangente. Após a finalização da primeira etapa, será iniciada a segunda parte, por meio do presente projeto “Prevenção em saúde: coleta do exame citopatológico por acadêmicos de medicina”. Em um momento inicial, todos os discentes participantes deverão passar por uma etapa de capacitação para consolidação do aprendizado, a fim de obter uma melhor compreensão do tema e aporte técnico para a realização do preventivo. Para isso, serão ministradas aulas teóricas e práticas no laboratório da faculdade com profissionais da saúde habilitados da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM). Após a conclusão da capacitação, os alunos acompanharão a enfermeira da Estratégia de Saúde da Família (ESF) Jardim Imperial, localizada em Diamantina/MG, com uma parceria (ANEXO I) no acompanhamento da coleta do preventivo. Durante o procedimento, os discentes estarão observando atentamente a correta técnica da coleta, seguindo os protocolos estabelecidos, auxiliando no que for necessário, caso seja solicitado. Posteriormente, quinze exames realizados serão enviados para análise no laboratório parceiro Thiago Hugo - Laboratório de Citopatologia LTDA ME (ANEXO II), sendo os resultados obtidos encaminhados para a ESF de referência. Em seguida, os acadêmicos de medicina irão até o Município Presidente Kubitschek/MG, para realizarem o exame citopatológico em parceria com a ESF PK VIDA (Anexo III). Na unidade, será reservado um dia para a execução de tal procedimento, que será divulgado pelos profissionais da ESF, a fim de convidar as usuárias com vida sexual ativa e na faixa etária indicada para realizá-lo. Ao envolver os estudantes na coleta do preventivo, eles terão a oportunidade de desenvolver suas habilidades técnicas e clínicas, adquirindo experiência prática na realização desse procedimento e na área de ginecologia. Em conjunto, a participação dos estudantes pode auxiliar na otimização de tempo para que mais mulheres possam ser atendidas e tenham acesso ao procedimento, colaborando com a equipe multidisciplinar e contribuindo mutuamente para suprir as demandas da ESF. Além de possibilitar o conhecimento do funcionamento do sistema de saúde de cidades vizinhas à universidade, permitindo o conhecimento de outras realidades sociais da região em que estão inseridos - o Vale do Jequitinhonha. Dessa forma, por meio deste projeto, espera-se que um maior foco seja voltado para a realização do citopatológico e para as suas implicações na saúde feminina, com constante avaliação das ações realizadas, que será feita através de feedbacks entre os discentes, a docente coordenadora e colaboradores, sendo uma etapa crucial para a aprendizagem e o aprimoramento contínuo. Sendo assim, pretende-se que por meio da execução das medidas que foram apresentadas, ocorra uma adequada coleta, proporcionando um ambiente de acolhimento e privacidade, juntamente com uma análise confiável e uma orientação efetiva quanto a periodicidade do exame, a fim de possibilitar a prevenção e detecção precoce do câncer de colo uterino, impactando na saúde coletiva.
BRASIL. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). Coordenação de Prevenção e Vigilância. Divisão de Detecção Precoce e Apoio à Organização de Rede. Dados e números sobre câncer do colo do útero: Relatório anual 2022. Rio de Janeiro: INCA, 2022. Disponível em: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/dados_e_numeros_colo_22setembro2022.pdf. Acesso em: 08 jun. 2023. BRASIL. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). Coordenação de Prevenção e Vigilância. Divisão de Detecção Precoce e Apoio à Organização de Rede. Diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer do colo do útero. 2. ed. rev. atual. Rio de Janeiro: INCA, 2016. Disponível em: <https://www.inca.gov.br/publicacoes/livros/diretrizes-brasileiras-para-o-rastreamento-do-cancer-do-colo-do-utero> . Acesso em 05 de jun. 2023. BONELLA, L. Câncer de colo de útero: Projeto de intervenção para melhoria da prevenção e detecção precoce em mulheres atendidas na UBS Cidade Alta, no município de Araranguá - SC. ARES Rede UNA-SUS, 2019. Disponível em: https://ares.unasus.gov.br/acervo/html/ARES/12913/1/Luciane_Bonella.pdf. Acesso em: 08 jun. 2023. BRITO, H. R. do N. G. et al. Extensão universitária e ensino em saúde: impactos na formação discente e na comunidade. Brazilian Journal of Development, v. 7, n. 3, p. 29895-29918, 2021. Disponível em: <https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/26939/21310>. Acesso em 26 de maio. 2023. CARVALHO, J. P. et al. Rastreio, diagnóstico e tratamento do câncer de colo de útero. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), 2017. Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/media/k2/attachments/05Z-ZDIAGNOySTICOZRASTREIOZEZTRATAMENTOZDOZCAyNCERZDEZCOLOZDEZUyTERO.pdf. Acesso em: 30 de maio. 2023. CASARIN, M. R.; PICCOLI, J. da C. E. Educação em saúde para prevenção do câncer de colo do útero em mulheres do município de Santo Ângelo/RS. Ciência & Saúde Coletiva, v. 16, n. 9, p. 3925–3932, 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/YdnLN6yxz5YX545jhwRv6yL/#. Acesso em: 08 jun. 2023. CORRÊA, C. S. L. et al. Rastreamento do câncer do colo do útero em Minas Gerais: avaliação a partir de dados do Sistema de Informação do Câncer do Colo do Útero (SISCOLO). Cadernos Saúde Coletiva, v. 25, n. 3, p. 315–323, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1414-462X201700030201. Acesso em: 08 jun. 2023. DANTAS, S. I. C; NASCIMENTO, M. A. A. Desenvolvimento humano e extensão universitária: o papel da extensão universitária no desenvolvimento humano dos estudantes. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Administração) - Curso de Administração - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Rio Grande do Norte, 2018. Disponível em: https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/43454/2/Desenvolvimento%20humano_2018_Artigo.pdf. Acesso em: 08 jun. 2023. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. CONTROLE DOS CÂNCERES DO COLO DO ÚTERO E DA MAMA. Caderno de Atenção Básica, nº 13, Brasília, 2013. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/controle_canceres_colo_utero_2013.pdf. Acesso em: 01 de jun. 2023. MORAIS, F. R. S.; LIMA, M. P. D. Projeto de intervenção para prevenção do câncer do colo do útero em Simplício Mendes-PI. ARES Rede UNA-SUS, 2019. Disponível em: https://ares.unasus.gov.br/acervo/handle/ares/13746. Acesso em: 08 jun. 2023. NASCIMENTO, G. W. de C. et al. Cobertura do exame citopatológico do colo do útero no Estado de Minas Gerais, Brasil, no período entre 2000-2010: um estudo a partir dos dados do Sistema de Informação do Câncer do Colo do Útero (SISCOLO). Cadernos Saúde Coletiva, v. 23, n. 3, p. 253–260, 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/j/cadsc/a/Xm9SJfsv3SqF3wcJtcTbyyj/abstract/?lang=pt#. Acesso em: 08 jun. 2023. OLIVEIRA, Bruna Soares et al. Fatores associados à não adesão ao exame citopatológico do colo uterino: Uma revisão integrativa. Revista Saúde e Desenvolvimento, v. 14, n. 17, 2020. Disponível em: <https://www.revistasuninter.com/revistasaude/index.php/saudeDesenvolvimento/article/view/1102> . Acesso em 05 de jun. 2023. SANTOS, A. B. et al. Extensão, currículo e formação acadêmica. Anais do Colóquio Luso-Brasileiro de Educação-COLBEDUCA, v. 2. 2017. Disponível em: . Acesso em 08 de jun. 2023. SANTOS, T.; SILVEIRA, M.; REZENDE, H. A importância do exame citopatológico na prevenção do câncer do colo uterino. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, v. 16, n. 29, 2019. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/0102-311X00234618> . Acesso em 23 de agosto. 2022. SUCUPIRA, A. N. A importância do ensino da relação médico-paciente e das habilidades de comunicação na formação do profissional de saúde. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, São Paulo, v. 11, n. 23, p. 619-635, set/dez, 2007. Disponível em: <https://www.scielosp.org/pdf/icse/2007.v11n23/624-627/pt>. Acesso em: 08 de jun. 2023.
Durante a formação acadêmica, a extensão universitária pode desempenhar um papel crucial como meio de estímulo a interações dialógicas, que são fundamentais para a disseminação do conhecimento pois consolidam uma relação do estudante com uma parcela da comunidade, o que possibilita a cocriação de soluções para problemas identificados. Nessa perspectiva, tais interações estimulam a conexão entre o ensino e a comunidade, uma vez que professores, alunos, técnicos administrativos e profissionais podem colaborar coletivamente para promover uma melhor qualidade de vida ao público feminino, uma vez que, por meio da realização de exame ginecológico preventivo, contribuem para o diagnóstico precoce e tratamento de doenças, além de proporcionar esclarecimentos acerca da saúde ginecológica ao mesmo tempo em que compartilham dos saberes da comunidade e aprendem a integrar essas esferas.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde como "um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não meramente a ausência de doenças e enfermidades". Com base nessa definição abrangente, reconhecemos que a saúde da mulher é uma área complexa e multifacetada, influenciada por diversos fatores físicos, biológicos, psicológicos e sociais. Portanto, a fim de fornecer cuidados de saúde de qualidade para a população feminina, é essencial integrar conhecimentos, instituições e profissionais da área da saúde para abordar de forma abrangente a manutenção e tratamento da saúde. Nesse contexto, estabeleceremos parcerias estratégicas com duas organizações de saúde. A primeira é a Estratégia de Saúde da Família (ESF) - PK VIDA, localizada no município de Presidente Kubitschek, em Minas Gerais. A ESF tem como objetivo promover a saúde preventiva e o atendimento integral às famílias, e essa parceria permitirá um foco específico na saúde da mulher. Além disso, também firmamos parceria com a ESF - Jardim Imperial e o laboratório Thiago Hugo - Laboratório de Citopatologia LTDA ME, situados na cidade de Diamantina, também em Minas Gerais. Essa colaboração com o laboratório será fundamental para garantir a disponibilidade de serviços de diagnóstico e exames citopatológicos, essenciais na detecção precoce de doenças como o câncer de colo de útero. Ao unir esforços com essas instituições, visamos fornecer um cuidado abrangente, holístico e de qualidade para a saúde das mulheres, com a participação de profissionais de diversos ramos e considerando as diversas dimensões que influenciam seu bem-estar físico, mental e social.
Conforme a primeira diretriz do Plano Nacional de Extensão, que estabelece a inseparabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, reafirma-se o papel da extensão universitária como um processo acadêmico. Nesse contexto, o estudante é colocado como protagonista de sua formação, e as universidades públicas brasileiras são reconhecidas como instituições criadas para atender às necessidades do país (SANTOS, 2000/2001, p.2). Com base nessa premissa, o presente projeto se baseia na indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. Os estudantes serão capazes de assimilar os conhecimentos adquiridos ao longo de sua formação, aprofundando-os por meio de pesquisas para aplicar efetivamente a prática clínica à população e atendendo às necessidades da comunidade. Essa abordagem permitirá aos estudantes uma aprendizagem mais completa e significativa, ao mesmo tempo em que contribuirá para a melhoria da saúde e bem-estar da população atendida.
Esse trabalho contribui diretamente para a consolidação da formação dos futuros profissionais da área da saúde, tendo em vista que permite o estudo acerca do exame preventivo, do câncer de colo do útero e de suas implicações, o qual representa uma temática muito importante para a saúde da mulher. Além disso, possibilita a aplicação do conhecimento adquirido na teoria e nas aulas práticas. Nesse sentido, essa ação possibilitará uma assistência em saúde de forma mais equânime, eficiente e de qualidade, o que representará impactos após a graduação dos estudantes. Ademais, outro ponto de grande relevância para a formação dos discentes é o contato com a população, o qual promove o aprimoramento da relação profissional-paciente, permitindo uma atuação baseada no modelo biopsicossocial, e não apenas no binômio saúde-doença. Assim será possível promover uma assistência integral à saúde, voltada para a promoção da saúde feminina.
Um dos principais objetivos do projeto é o rastreio do câncer de colo do útero em mulheres de 25 a 64 anos com vida sexual já iniciada, além de capacitar os discentes extensionistas quanto à técnica do procedimento. Com as atuações, será possível promover a detecção precoce do câncer do colo de útero e a possibilidade de tratamento precoce dessa doença, aumentando as chances de cura. Nesse sentido, as ações, além de auxiliarem os municípios a baterem suas metas, também representarão impacto significativo na vida das mulheres participantes, uma vez que o exame citopatológico tem demonstrado ser uma estratégia efetiva, possibilitando até 100% de cura quando o diagnóstico é feito nos estágios iniciais (SANTOS, et al., 2019). Além disso, as ações oportunizarão uma maior interação social entre os acadêmicos e o público alvo, propiciando trocas de saberes no que se trata do cuidado com a saúde, buscando incentivar que as pacientes atendidas continuem realizando periodicamente o exame preventivo no tempo adequado.
A divulgação do trabalho ocorrerá através da ESF PK VIDA - Presidente Kubitschek/MG, que convidará as usuárias pertencentes ao público alvo para participar da coleta no dia em que os acadêmicos estarão na unidade.
Público-alvo
Mulheres da cidade de Diamantina e Presidente Kubitscheck, entre 25 a 64 anos com vida sexual ativa. Objetivando cerca de 15 análises do citopatológico no município de Diamantina/MG.
Mulheres da cidade de Presidente Kubitschek, entre 25 a 64 anos com vida sexual ativa. Objetivando cerca de 20 análises do citopatológico no município de Presidente Kubitschek, de acordo com a demanda apresentada no dia, e da cota prevista pela Atenção Básica (SUS).
Municípios Atendidos
Diamantina - MG
Presidente Kubitschek - MG
Parcerias
O projeto contará com a parceria da ESF PK VIDA, localizada no município de Presidente Kubitschek/MG, que auxiliará com a concessão do espaço para a coleta do preventivo, juntamente dos materiais utilizados no procedimento e da cota para análise dos exames feitos, além da divulgação do dia da atividade.
Este trabalho terá como parceria a ESF Jardim Imperial, presente na cidade de Diamantina/MG, onde os discentes acompanharão a enfermeira na coleta do papanicolau, sendo que quinze exames realizados serão enviados para análise no laboratório parceiro Thiago Hugo - Laboratório de Citopatologia LTDA ME, situado no mesmo município.
O laboratório parceiro Thiago Hugo - Laboratório de Citopatologia LTDA ME, realizará a análise laboratorial de 15 amostras colhidas durante o projeto, sem contrapartidas de qualquer natureza.
Cronograma de Atividades
Carga Horária Total: 106 h
- Manhã;
Os discentes participantes deverão ser capacitados por meio da realização de uma revisão bibliográfica e de aulas práticas com profissionais da saúde habilitados para a coleta do exame citopatológico da UFVJM.
- Manhã;
O acompanhamento da enfermeira na ESF - Jardim Imperial, situada em Diamantina/MG, durante a coleta do papanicolau ocorrerá em um dia da semana.
- Tarde;
uma vez ao mês, na ESF PK VIDA, situada no município de Presidente Kubitschek/MG, os discentes irão realizar a coleta do exame citopatológico do colo de útero durante dois turnos.
- Manhã;
Os discentes participantes deverão elaborar um relatório final acerca das atividades executadas, o qual deve conter o que foi alcançado durante a execução do projeto.