Com o intuito de auxiliar estes alunos em seus desafios cotidianos, a ação de extensão “Se liga na mente”, tem como objetivo contribuir com a melhoria da qualidade de vida destes estudantes, a partir da oferta de sessões de psicoterapia on-line, auxiliando-os nesta adaptação ao ambiente universitário utilizando a abordagem terapêutica da Terapia Transpessoal Sistêmica.

Psicoterapia. Ensino Superior. Saúde Mental.

O ingresso no ensino superior se caracteriza como um grande evento na vida dos alunos e está cheio de transformações que repercutirão no desenvolvimento acadêmico. Este período é marcado por complexas mudanças no âmbito pessoal, afetivo, social e profissional que interferem na capacidade do estudante de se ajustar a este novo contexto de vida (Cabras & Mondo, 2018; Souza et al., 2020). O estudante lida com muitas mudanças como a saída da casa dos pais, morar em outra cidade, ficar longe dos pais e amigos, o desafio de construir novas amizades, dificuldades financeiras, as novas demandas em relação aos estudos, como por exemplo, maior independência e autonomia para a consolidação dos conhecimentos adquiridos. Além disso, no decorrer do curso vem outras situações como a preocupação em se solidificar na área escolhida e cobranças relacionadas ao final da graduação, como por exemplo, o desenvolvimento do trabalho de conclusão de curso e ainda definir como será a vida pós formado (Silva et al, 2018; Souza et al., 2020). Estudos vem demonstrando que a adaptação do estudante à essas novas mudanças ao contexto acadêmico podem levar a diversas frustações observadas no ambiente universitário. A falta de um acolhimento e um serviço de atenção psicológica pode levar a problemas como, evasão, reprovações, mudanças sucessivas de curso, entre outros. As causas podem ser multifacetadas e podem estar ligadas ao estresse, ansiedade, desenvolvimento pessoal e social (Pereira et al., 2006; Veiga & Lopes, 2020). Os serviços de psicoterapia vêm ganhando importância e aumentando sua oferta nos estabelecimentos de ensino superior a medida em que estas instituições vem crescendo e oferecendo para a população opções de cursos em diversas áreas (Sousa, 2019). Entretanto, a assistência à saúde mental dos estudantes universitários ainda é um ponto a ser discutido dentro das universidades. Em um mapeamento realizado com 40 instituições de ensino pelo Fórum de Pró-Reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis (FONAPRACE), apenas 34% oferecia algum serviço de saúde mental para os estudantes (Assis & Oliveira, 2011). Sousa (2019) enfatiza que os serviços de assistência à saúde mental são essenciais para criar condições psicológicas que garantam maior igualdade de oportunidade entre os alunos, pois a autora destaca que somente o acesso a universidade, sem que haja um serviço de apoio a saúde mental, torna-se inviável a permanência dos estudantes nas universidades. Diante do exposto e sabendo da importância do cuidado com a saúde mental dos estudantes, está ação tem como objetivo realizar o atendimento psicoterapêutico de forma breve e eficaz de discentes da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, a partir da utilização da abordagem terapêutica da Terapia Transpessoal Sistêmica. A Terapia Transpessoal Sistêmica, é uma abordagem terapêutica organizada pelo Filósofo e Especialista em Psicoterapia Clínica, Jordan Van der Zeijden Campos. Ele sistematizou as melhores correntes científicas, filosóficas e psicológicas, desenvolvendo um novo método de ação prática e profunda que atua nos três níveis existenciais: corpo, mente e espírito (CAMPOS, 2022). Nesta abordagem algumas ferramentas são utilizadas para auxiliar a prática terapêutica. Dentre elas, são usadas a Programação Neurolinguística (PNL), a Constelação Sistêmica, a Terapia Regressiva, a Meditação e a Floralterapia. Estas práticas fazem parte das Práticas Integrativas e Complementares (PICS), amplamente usadas no SUS. Estas ferramentas são auxiliares no trabalho do psicoterapeuta, além da escuta terapêutica qualificada.

Em se tomando o contexto mencionado, estudantes do ensino superior apresentam diversos desafios ao ingressar na universidade e por esse motivo é mais que urgente que as instituições de ensino tenham serviços de auxílio a saúde mental dos alunos. Está ação se faz importante na medida em que apresenta como objetivo realizar o atendimento psicoterapêutico de forma breve e eficaz de discentes da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e comunidade externa da cidade de Diamantina/MG, a partir da utilização da abordagem terapêutica da Terapia Transpessoal Sistêmica. A relevância deste estudo justifica-se pela necessidade de implementação nesta universidade de um serviço de apoio a saúde mental aos estudantes e comunidade externa da cidade de Diamantina/MG,, haja vista a ausência deste tipo de atividade na instituição. O apoio ao aluno por meio da psicoterapia pode trazer diversos benefícios, tanto no âmbito pessoal quanto no profissional/estudantil. A psicoterapia pode auxiliar no desempenho das atividades acadêmicas, na adaptação ao novo ambiente universitário, no autoconhecimento deste estudante e comunidade externa reduzindo assim a evasão, depressão e transtornos de ansiedade. A psicoterapia que utiliza a abordagem da Terapia Transpessoal Sistêmica é um tipo de terapia breve que em apenas 4 ou 5 sessões é possível resolver muitos problemas emocionais e auxiliar o estudante a alavancar nos seus estudos. A escuta terapêutica qualificada e as ferramentas disponibilizadas por esta abordagem, aumentam a sua eficácia e diminuem o tempo necessário de acompanhamento psicoterapêutico. Sendo assim, as sessões propostas nesta ação são suficientes para auxiliar nas mudanças necessárias para o estudante e e comunidade externa da cidade de Diamantina/MG.

Geral Realizar o atendimento psicoterapêutico de forma breve e eficaz de discentes da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e comunidade externa da cidade de Diamantina/MG, a partir da utilização da abordagem terapêutica da Terapia Transpessoal Sistêmica. Específicos • Treinar alunos para criar fichas de anamnese, divulgar a ação nas redes sociais, auxiliar na seleção dos pacientes, marcação das sessões e análise do feedback das seções; • Criar fichas de anamnese no Google Forms; • Descrever as orientações para o paciente se inscrever no processo de seleção para as sessões de psicoterapia e junto anexar a ficha de anamnese; • Divulgar a oferta de sessões de psicoterapia pelo site da Proexc/UFVJM, Instagram oficial da UFVJM e Rede Social da ação @seligana_mente; • Realizar a seleção de dez pacientes a partir da análise da ficha de anamnese; • Contatar pacientes para marcar a primeira sessão por meio do WhatsApp; • Realizar o acompanhamento psicoterapêutico de 5 sessões para cada paciente; • Encaminhar para o paciente uma ficha de feedback das sessões; • Encaminhar para a Proexc o relatório final da ação.

• Alunos treinados; • Fichas de anamnese e formulário de feedback criados; • Pacientes selecionados;; • Acompanhamento psicoterapêutico de 5 sessões em 10 pacientes realizado; • Relatório final encaminhado à Proexc.

Local do estudo O trabalho será desenvolvido nas dependências do Campus JK, Rodovia MGT 367-Km583, n⁰ 5000, Alto da Jacuba, Diamantina/MG. O município de Diamantina/MG, está localizado a 292 km da capital Belo Horizonte, em 2017 sua população era estimada em 47.798 habitantes (IBGE, 2022). A parte dos atendimentos será realizada por vídeo chamada utilizando o WhatsApp. Divulgação seleção dos pacientes A divulgação da ação será realizada via site da Proexc/UFVJM, Instagram oficial da UFVJM e Rede Social da ação @seligana_mente. Para realizar a inscrição, o paciente deverá estar enquadrado dentro do Programa de Assistência Estudantil (PAE) da Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis (PROACE) e preencher uma ficha de anamnese na qual ele deverá justificar o motivo que o fez buscar o atendimento. A comunidade externa será selecionada pelos critérios de ordem de inscrição e baixa renda. Os pacientes serão selecionados de acordo com a ordem de inscrição. O horário para atendimento será disponibilizado via e-mail. As fichas serão analisadas através dos critérios de inclusão e exclusão. Os critérios para a inclusão dos pacientes serão: ordem de inscrição, possuir baixa renda, ser maior de 18 anos e não ter participado da ação anteriormente. Os critérios de exclusão são: ser menor de 18 anos, falta de disponibilidade de horário e possuir condições financeiras para pagar um atendimento psicoterapêutico. Os pacientes selecionados terão direito à cinco sessões de psicoterapia on-line, no período do semestre 2/2022 do ano de 2023. As sessões serão conduzidas pela professora proponente da ação. A professora proponente da ação possui formação e pós-graduação na área da Terapia Transpessoal Sistêmica. A professora será supervisionada por uma Psicoterapeuta Transpessoal Sistêmica que já atua há 9 anos nesta área. Ferramentas terapêuticas A abordagem terapêutica utilizada será a Terapia Transpessoal Sistêmica, uma nova abordagem terapêutica, organizada pelo Filósofo e Especialista em Psicoterapia Clínica, Jordan Van der Zeijden Campos. Nesta abordagem, o terapeuta procura logo nas primeiras sessões localizar a origem dos conflitos dos pacientes, são as chamadas Experiências Não Assimiladas (ENA´S). As ENA’S podem vir da Zona Pós-Parto, intrauterina, antepassados, religação com o divino ou invasores energéticos. O processo terapêutico será conduzido desde a primeira sessão até a última, utilizando a Escuta Terapêutica Qualificada (ETQ). Sabe-se que no processo da psicoterapia é importante ouvir o paciente para poder analisar o caso e posteriormente direcionar os atendimentos. Compreende-se também que o ato de se expressar por si só é terapêutico. Como já dizia Freud a cura acontece pela fala (Fochesatto, 2011). A ETQ estabelece no setting terapêutico a interação entre terapeuta e paciente. É importante salientar que, o fato de ser uma ETQ, muda todo o contexto da fala e seus resultados, haja vista que, o terapeuta, a partir dessa escuta, poderá utilizar ferramentas que irão guiar este processo e assim o próprio paciente pode tirar suas próprias conclusões e gerar transformações na sua vida. Uma técnica bastante usada é a do quadrante que foi criada por Jordan Van Der Zeijden Campos e que se mostra muito eficiente para estabelecer Rapport. Para realizar a técnica, pede-se ao paciente que pegue uma folha de papel e que faça uma cruz de modo que possa formar quatro quadrantes, onde serão adicionadas as seguintes informações: quadrante 1 – eu tenho, eu gosto; quadrante 2 – eu tenho, eu não quero; quadrante 3 – eu não tenho, eu quero; e o quadrante 4 – eu não tenho, eu não quero. Nesta técnica é possível que o paciente veja com clareza e lógica o que ele tem na vida e que por diversos motivos pode não está valorizando (quadrante 1). Além disso, ele visualiza o que tem e não quer ter (quadrante 2). E o mais interessante é quando ele percebe que para ele ter o que não tem (quadrante 3) é necessário tirar o que tem (quadrante 2), ou seja, é necessário esvaziar-se primeiro, cuidar de certas feridas ou sobrecargas para que o novo entre na sua vida. Essa técnica traz muita clareza para o paciente e o mesmo consegue ver o terapeuta como autoridade que o guiou àquele pensamento lógico. A partir dessa técnica, é possível estabelecer com o paciente os principais pontos a serem trabalhados durante a terapia. A técnica do Homing tem como objetivo resgatar a criança ferida. Homing significa retorno a origem, segundo TenDam (2019, p.123) “é o reestabelecimento ou reforço do vínculo de energia com nossas origens da alma”. Está técnica foi criada por TenDam e adaptada para a abordagem da Terapia Transpessoal Sistêmica, por Jordan Van Der Zeijden Campos. É uma técnica de terapia regressiva, na qual o terapeuta conduzirá o paciente para um local onde viveu sua maior tristeza. Neste local, o terapeuta pede ao paciente que encontre uma criança naquele ambiente de tristeza, e dessa forma, continua conduzindo até que o paciente consiga resgatar sua parte que ficou perdida naquele lugar de tristeza. Nesta técnica, utiliza-se a dissociação quando a criança é retirada do local de tristeza e é conduzida para um local seguro. Outro recurso usado, é a associação, realizada no momento em que a criança é conduzida a fazer o que mais gosta. E por fim, é importante usar a associação no final da técnica, quando o terapeuta pergunta ao adulto se ele pode cuidar da sua criança. Outra ferramenta usada é a Constelação Familiar. Com esta ferramenta podemos explorar a técnica da Carta Sistêmica, criada por Jordan Van Der Zeijden Campos e complementada com a técnica da Âncora de Solo, criada por Milton Menezes (Menezes, 2021). A técnica da carta é um método de Constelação Sistêmica, na qual o paciente escreve em um papel em branco, questões direcionadas à uma pessoa que ele esteja enfrentando uma situação problemática. No método da Âncora de Solo são utilizados objetos que possam simbolizar fatores, por exemplo, papéis, canetas, bonecos, etc. Neste método, é importante que os fatores do sistema possam se movimentar (Menezes, 2021). O paciente entra no campo (neste caso ele pisa em cima da folha de papel com seu nome) e ler a carta imaginando a pessoa na qual deseja fazer a constelação. A âncora de Solo pode ser realizada com cadeiras e outros objetos que permitam uma mudança de posições pelo paciente em cada fator (Menezes, 2021). Na última sessão é importante fazer um apanhado de todos os atendimentos trazendo lógica e revendo tudo que foi solucionado naquele período. Para essa sessão pode-se utilizar a técnica da Pirâmide Transpessoal. Ela pode ser utilizada também no início das sessões, com o objetivo de identificar possíveis desajustes, principalmente em pacientes que estejam com dificuldade de se expressar durante o processo terapêutico. O terapeuta pode orientar o paciente a usar a pirâmide como uma forma de se autoconhecer, orientando o mesmo a usar a pirâmide na sua rotina. Quando usada no final do processo terapêutico, é importante comparar as queixas da primeira sessão com a evolução do paciente até a última sessão. É uma técnica muito eficiente para finalizar os atendimentos, pois permite fazer a comparação do início dos atendimentos com o final. A base da pirâmide é composta por: sono, relacionamentos, nutrição, sentido da vida e energia; o meio da pirâmide é composto por: Clareza mental, ecossistema e disciplina positiva; e no topo da pirâmide temos o autoconhecimento. O terapeuta pede ao paciente que avalie de 0 a 10 cada aspecto dessa pirâmide e de acordo com a nota verifica-se o que foi melhorado e o que necessita de atenção. Ao final das sessões o paciente recebe uma orientação de como utilizar a Pirâmide Transpessoal no seu dia a dia. Outras ferramentas terapêuticas poderão ser utilizadas de acordo com a resposta de cada paciente nas sessões realizadas. Acompanhamento dos pacientes Os pacientes selecionados serão acompanhados por um período de cinco semanas. No início da primeira sessão serão utilizadas técnicas para identificar qual problema o paciente vai priorizar em seu atendimento. Ao final das cinco sessões, caso o terapeuta identifique a necessidade de continuidade do atendimento psicoterapêutico, o discente será orientado a procurar a unidade de saúde mais próxima de sua residência para fazer um pedido para encaminhamento para um psicólogo. Algumas síndromes psiquiátricas necessitam de acompanhamento especializado, sendo muitas vezes necessário o uso de medicamentos, neste caso, o discente será orientado a buscar a unidade de saúde mais próxima da sua residência para que a mesma o encaminhe para o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). Não faz parte da competência do psicoterapeuta realizar diagnóstico, porém o mesmo poderá sugerir ao paciente a busca por um profissional que poderá acompanhá-lo e auxiliá-lo com suas questões.

Assis, A. D., & Oliveira, A.G.B. Vida universitária e saúde mental: atendimento às demandas de saúde e saúde mental de estudantes de uma universidade brasileira. Cadernos Brasileiros de Saúde Mental. V. 2(4-5), 159-177. Cabras C., Mondo, M., Coping strategies, optimism, and life satisfaction among first-year university students in Italy: gender and age diferences. High Educ. 75(4):643- 54, 2018. Fochesatto, W.P.F. A cura pela fala. Estudos de Psicanálise. Belo Horizonte, n.36, p.165-171, 2011. IBGE. Censo Demográfico de 2022. Disponível em: https://ftp.ibge.gov.br/Censos/Censo_Demografico_2022/Previa_da_Populacao/MG_POP2022.pdf. Acesso em: 03 de agosto de 2023. Menezes, M. Constelações Muito Além das Familiares – Introdução à Constelação Sistêmica Transpessoal. São Paulo: Dialética, 2021. Silva, C.P., Souza, F.A.D., Albuquerque, F.D.N., Almeida, T.A., Araújo, L.F.D. Psicologia e saúde mental: um estudo das representações entre universitários de psicologia. Salud e Sociedad. V. 9(3):210-20, 2018. Sousa, L.E.E.M. Caracterização da clientela do serviço de psicologia de uma instituição de ensino superior pública. Revista Interdisciplinar de Ciência Aplicada. V.4, 2019. Souza, D.C.; Rossato, L.; Cunha, V. F.; Oliveira, P.P.C.; Campos, S.O.; Scorsolinicomin, F. Salud mental en la universidad: relato de un servicio de psicoterapia para estudiantes de Enfermería. REFACS, v. 8, p. 648-657, 2020. Pereira, A., Motta, E., Vaz, A., Pinto, C., Bernardino, O., Melo, A., Ferreira, J., Rodrigues, M., Medeiros, A., Lopes, P. Sucesso e desenvolvimento psicológico no ensino superior: Estratégias de intervenção, Análise Psicológica, 1(24), 51-59, 2006. Tendam, H. Cura Profunda e transformação: o novo manual de terapia regressiva. São Paulo: Lexikos, 2019. Veiga, S & Lopes, H. Serviços de Apoio Psicológico ao estudante de Ensino Superior: As experiências do Centro de Intervenção Psicopedagógica e do Gabinete de Orientação e Integração: confluências e especificidades Sensos-e, V.1 2020.

A ação se liga na mente interage diretamente com a sociedade ao oferecer para o público estudantil e da comunidade externa de Diamantina/MG as sessões de psicoterapia. Nos dias atuais as pessoas estão cada vez mais necessitadas de cuidar da saúde mental. Vivemos em um momento de muitas cobranças pessoais, familiares, escolares, profissionais, dentre outras. Isso tem efeitos negativos na saúde mental dos indivíduos e por este motivo fazer este projeto com estudantes da UFVJM e da comunidade externa de Diamantina/MG faz- se necessário e urgente, pois estas pessoas serão os futuros profissionais que estarão em contato direto com a sociedade.

A interdisciplinaridade faz-se necessária em todo o processo de um trabalho de extensão. E neste trabalho não será diferente, pois além do tema saúde mental ser interdisciplinar, o envolvimento de alunos de diversos cursos nas sessões de psicoterapia e a população em geral proporciona a integração dos saberes. O psicoterapeuta por si só já é um profissional interdisciplinar, pois tem que estar atento as diversas áreas e atualidades para acompanhar o seu paciente. O aluno do curso de medicina que irá acompanhar a ação vem agregando seu conhecimento adquirido no curso de medicina. É importante que este aluno tenha ciência de que ele é um veículo de comunicação e seu comportamento poderá influenciar as pessoas nas quais ele convive. O paciente por meio do processo de psicoterapia vai melhorar sua relação com as outras pessoas e adquirir autoconhecimento para lidar com as diversas situações do seu cotidiano. Estes foram alguns exemplos da interdisciplinaridade e interprofissionalidade envolvendo o psicoterapeuta, alunos e pacientes.

Um dos desafios do processo de indissociabilidade do ensino, pesquisa e extensão é transmitir o conhecimento adquirido em investigações científicas para a sociedade. Nesta ação, uma das propostas é integrar os conhecimentos obtidos nas pesquisas realizadas pelo Grupo de Estudos e Pesquisas da Terapia Transpessoal Sistêmica (GEPTTS) e aplicar os conhecimentos adquiridos nas sessões de psicoterapia. a partir das sessões poderão ser gerados estudos de casos que com o parecer do Comitê de Ética poderão ser publicados. A pesquisa é um importante nó dessa rede de conhecimentos. Acredita-se que a melhor forma de solidificar o conhecimento adquirido é compartilhando com a comunidade externa e os estudantes.

O estudante do curso de medicina possui diversas características que justificam a sua participação em um projeto de saúde mental. Entre estas características, a mais importante é a integração da teoria a prática, que são consideradas indissociáveis. Para integrar teoria e prática em um projeto de saúde mental é essencial que este estudante seja da área de saúde e que tenha afinidade com o tema. Neste sentido, o estudante de medicina se encaixa perfeitamente nestas condições. Os estudantes de medicina da UFVJM já vêm desde o primeiro período tendo experiências de aprendizagem baseada na comunidade, inseridas no curso de forma longitudinal através das Práticas de Integração Ensino Serviço e Comunidade (PIESC). O PIESC contribui para a formação do estudante que já começa a ter contato com os pacientes desde o primeiro período acompanhando seus professores nestas práticas. Dessa forma, este estudante estará mais preparado para desenvolver um projeto na área de saúde mental. A partir do desenvolvimento deste trabalho o aluno terá a oportunidade de aprender sobre a complexidade da mente humana e o quão é importante melhorar os relacionamentos interpessoais para se relacionar melhor no trabalho e também em sua vida pessoal. Indiretamente, mesmo que o aluno não queira trabalhar nesta área, este estará mais consciente sobre a importância de cuidar da saúde mental. Por fim, este projeto poderá contribuir na formação do aluno fazendo-o pensar de forma crítica sobre as relações humanas, sendo ele um disseminador dos conhecimentos obtidos por meio deste projeto. Para que o estudante seja capacitado nas metodologias do projeto a coordenadora se compromete a orientá-lo acompanhando-o em todas as etapas da realização do mesmo. Ele será acompanhado semanalmente pelo orientador e será avaliado através de realização de relatórios, e ao longo do trabalho, pela sua postura diante do projeto.

Espera-se um impacto direto em 10 alunos o impacto indireto é imensurável, pois o contato destes alunos com outros alunos e seus familiares pode trazer diversas transformações em relação às suas relações pessoais, profissionais, estudantis, familiares, dentre outras. O apoio ao aluno por meio da psicoterapia pode trazer diversos benefícios, tanto no âmbito pessoal quanto no profissional/estudantil. A psicoterapia pode auxiliar no desempenho das atividades acadêmicas, na adaptação ao novo ambiente universitário, no autoconhecimento deste estudante, reduzindo assim a evasão. A partir destas ações a universidade estará colocando no mercado profissionais mais capacitados e seguros em suas práticas profissionais gerando assim benefícios para toda a sociedade.

A divulgação da ação será realizada via site da Proexc/UFVJM, Instagram oficial da UFVJM e Rede Social da ação @seligana_mente.