Visitante
ERGONOMIA EM AÇÃO: identificando riscos e promovendo a saúde e bem-estar no Hospital Nossa Senhora da Saúde, Diamantina, MG.
Sobre a Ação
202203000586
032022 - Ações
Projeto
RECOMENDADA
:
EM ANDAMENTO - Normal
02/10/2023
30/09/2024
Dados do Coordenador
marcus alessandro de alcantara
Caracterização da Ação
Ciências da Saúde
Trabalho
Saúde
Saúde e proteção no trabalho
Local
Não
Não
Não
Fora do campus
Manhã
Não
Membros
A proposta consiste em um projeto de extensão voltado para a avaliação ergonômica em quatro setores do Hospital Nossa Senhora da Saúde, Diamantina, MG, visando abordar problemas musculoesqueléticos, psicológicos e organizacionais enfrentados pelos funcionários. O projeto busca identificar riscos ergonômicos, propor ajustes e intervenções para melhorar as condições de trabalho, promover a saúde e bem-estar dos trabalhadores.
Hospitais, Doenças Musculoesqueléticas, Saúde Ocupacional, Ergonomia
O ambiente hospitalar é considerado um ambiente insalubre de trabalho, no qual, as demandas físicas são intensas e as tarefas realizadas envolvem uma combinação de movimentos repetitivos, posturas inadequadas e sobrecargas musculares, o trabalho hospitalar é realizado de forma coletiva e envolve um grande número de diferentes tipos de profissionais, e os mesmos tem que saber lidar com as dificuldades enfrentadas e inúmeros fatores de risco no processo de atendimento à população (TOTTOLI et al., 2019). A ocorrência de problemas musculoesqueléticos entre os funcionários desse setor é preocupante, uma vez que pode impactar diretamente na qualidade do atendimento aos pacientes e na saúde dos colaboradores, são caracterizados por dor nos tecidos moles, anestesia, rigidez, inchaço, fadiga, irritação e falta de controle e representam as principais causas de morbidade dos trabalhadores e a prevalência global anual de lesões musculoesqueléticas relacionadas com o trabalho entre os diferentes prestadores de cuidados de saúde que trabalham em salas de operações varia de 58,8% a 72,9% (YIZENGAW et al., 2021). Além disso, sabe-se da pressão emocional desproporcional, a carga de trabalho intensa, os horários irregulares e a necessidade de tomar decisões críticas podem contribuir para o estresse e problemas de saúde mental entre os profissionais de saúde. O estresse desempenha um papel moderador na relação entre trabalho emocional e esgotamento, a exposição a esse estado pode levar a síndromes que afetam a saúde, a qualidade de vida dos trabalhadores e na qualidade da assistência aos pacientes (ZAGHINI et al., 2020). Interações emocionais intensas com a equipe de trabalho ou superiores hierárquicos também podem impactar negativamente a saúde emocional dos trabalhadores, os fatores que contribuem para o estresse ocupacional entre os profissionais de saúde existem em ambientes hospitalares e no setor de saúde. Dado o caráter nocivo do estresse ocupacional à saúde, fatores como o controle de supervisão, o excesso de trabalho, o manejo direto da vida e da morte, evidenciam a necessidade de um olhar mais atento à saúde mental e ao contexto laboral desses profissionais (MATOS; ARAÚJO, 2021). Quando há indicadores de trabalho precário, torna-se crucial a implementação de medidas ergonômicas eficazes. No contexto da saúde ocupacional e da qualidade de vida no trabalho, a análise ergonômica é uma ciência que desempenha um papel fundamental na identificação de riscos, bem como na promoção da segurança, bem-estar e eficiência dos trabalhadores em seus ambientes laborais. Este projeto de extensão é uma resposta à demanda apresentada pelos gestores do Hospital Nossa Senhora da Saúde – HNSS, entidade filantrópica, considerada uma referência macrorregional na região centro-norte de Minas Gerais, que presta atendimento ambulatorial e oferece cirurgias nas principais especialidades médicas em mais de 80 municípios do Vale do Jequitinhonha.
A implementação de um projeto de extensão para melhorar a saúde e bem-estar dos trabalhadores de um hospital é uma medida justificada e fundamental. Os profissionais de saúde desempenham um papel crucial na promoção da saúde dos pacientes, porém, muitas vezes, enfrentam desafios que afetam sua própria saúde e qualidade de vida. O ambiente hospitalar, caracterizado por ritmo intenso, exposição a riscos ocupacionais e pressões emocionais, pode ter efeitos negativos significativos nos trabalhadores. A saúde dos profissionais de saúde está intrinsicamente ligada à qualidade dos serviços prestados aos pacientes. Funcionários saudáveis têm mais probabilidade de oferecer um atendimento de qualidade e criar um ambiente hospitalar mais seguro para todos. Além disso, um projeto de extensão pode abordar diretamente os riscos ocupacionais, prevenindo a exposição a agentes infecciosos, minimizando riscos ergonômicos e promovendo o uso adequado de equipamentos de proteção. O projeto também pode reduzir o estresse ocupacional, proporcionando ferramentas para lidar com a pressão emocional e promovendo práticas de autocuidado. Um ambiente hospitalar que valoriza o bem-estar dos trabalhadores fomenta relações interpessoais saudáveis, aumentando a satisfação no trabalho e incentivando a retenção de funcionários. A melhoria do bem-estar dos profissionais de saúde também tem um impacto direto na qualidade dos serviços prestados. Profissionais que se sentem apoiados em sua saúde física e mental tendem a oferecer cuidados mais atentos e eficazes aos pacientes, o que aprimora a segurança do paciente e a reputação da instituição. Além disso, a implementação desse projeto reflete a responsabilidade social e ética da instituição hospitalar em cuidar de seus funcionários. Demonstra um compromisso com o desenvolvimento pessoal e profissional de sua equipe, criando uma cultura de cuidado mútuo e valorização dos profissionais que desempenham um papel tão vital na prestação de cuidados de saúde.
O objetivo geral deste projeto é realizar uma avaliação ergonômica abrangente em quatro setores do HNSS: Unidade de Alimentação e Nutrição, Centro de Material Esterilizado, Lavanderia e Farmácia. Os objetivos específicos incluem: identificar riscos ergonômicos físicos, organizacionais e sociais no ambiente de trabalho; propor medidas para controlar os eventuais fatores de risco; estimular ações de prevenção e promoção à saúde.
Impacto direto: pretende-se avaliar quatro setores do HNSS conforme mencionado anteriormente onde estão alocados nove colaboradores que trabalham em uma jornada de 12 horas ininterruptas, seguido de um descanso nas 36 horas subsequentes ao seu período trabalhado. Espera-se que o projeto permita identificar a rotina de trabalho dos colaboradores e eventuais riscos pelos quais eles estão submetidos; ou seja, o projeto tem o potencial de mostrar o panorama de trabalho nos setores visitados. O propósito, então, é identificar os principais fatores de risco ergonômico que contribuem para o adoecimento dos colaboradores por problemas musculoesqueléticos e estresse ocupacional. Serão realizadas devolutivas para os gestores e colaboradores envolvidos; apresentações teóricas e cartilhas serão ofertadas após o período de análise ergonômica no trabalho. Impacto indireto: A implementação desse projeto estimula e/ou fortalece uma cultura de responsabilidade social e ética da instituição hospitalar em cuidar de seus colaboradores. Demonstra um compromisso com o desenvolvimento pessoal e profissional de sua equipe, criando uma cultura de cuidado mútuo e valorização dos profissionais que desempenham um papel tão vital na prestação de cuidados de saúde. Um projeto de extensão voltado para a saúde e bem-estar dos trabalhadores de um hospital não apenas beneficia os colaboradores envolvidos, mas também tem um impacto positivo na qualidade dos serviços, na cultura organizacional e na responsabilidade institucional. É uma abordagem proativa para criar um ambiente hospitalar mais saudável, sustentável e eficaz para todos os envolvidos. Indicadores numéricos: pretende-se levantar dados consolidados para fundamentar os resultados da avaliação ergonômica, como taxas de absenteísmo por motivo de saúde, saúde autoavaliada, qualidade do sono, satisfação com o trabalho, nível de estresse ocupacional e problemas de saúde relacionados ao trabalho. Esses indicadores podem ser coletados e analisados ao longo do projeto para avaliar seu progresso, identificar áreas de melhoria e demonstrar os resultados alcançados na melhoria da saúde e bem-estar dos trabalhadores do hospital.
O projeto será implementado em quatro setores do HNSS, definidos pelos gestores do hospital de acordo com os indicadores internos do setor de segurança do trabalho. A proposta contempla metodologias de coleta de dados que incluem observações diretas, entrevistas com os colaboradores, análise de registros de saúde ocupacional, aplicação de questionários e medições antropométricas. Com base nas informações coletadas, será possível elaborar um diagnóstico preciso dos principais problemas ergonômicos presentes em cada setor. As intervenções propostas serão embasadas nas diretrizes da ergonomia, abordando aspectos como organização do trabalho, design de mobiliário e equipamentos, treinamento dos funcionários, entre outros. Todas as despesas serão arcadas pelos gestores do HNSS e não haverá solicitação de recursos financeiros. A avaliação ergonômica será supervisionada por docente da UFVJM, especialista em ergonomia aplicada à saúde do trabalhador. A equipe contará com estudantes do curso de Fisioterapia da UFVJM, que serão previamente treinados para realizar todas as etapas do projeto. Através dessa avaliação, pretende-se obter uma compreensão profunda das condições de trabalho, das atividades desempenhadas e das características ergonômicas do ambiente, a fim de propor intervenções e recomendações específicas que visem minimizar os riscos e promover a saúde e a segurança dos colaboradores.
MATOS, Rafael Lima de; ARAÚJO, Marley Rosana Melo de. Vulnerabilidade ao Estresse e Estratégias de Enfrentamento: um estudo comparativo no ambiente hospitalar. Revista Psicologia e Saúde, [S.L.], p. 65-81, 28 set. 2021. Universidade Catolica Dom Bosco. http://dx.doi.org/10.20435/pssa.v13i2.1137. TOTTOLI, Caroline Ribeiro et al. Profissionais da saúde que atuam em ambiente hospitalar têm alta prevalência de fadiga e dorsalgia: estudo transversal. Fisioterapia e Pesquisa, [S.L.], v. 26, n. 1, p. 91-100, mar. 2019. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/1809-2950/18032926012019. YIZENGAW, Mekuanent Asmare et al. Prevalence and factors associated with work-related musculoskeletal disorder among health care providers working in the operation room. Annals Of Medicine And Surgery, [S.L.], v. 72, p. 102989, dez. 2021. Ovid Technologies (Wolters Kluwer Health). http://dx.doi.org/10.1016/j.amsu.2021.102989. ZAGHINI, Francesco et al. The role of occupational stress in the association between emotional labor and burnout in nurses: a cross-sectional study. Applied Nursing Research, [S.L.], v. 54, p. 151277, ago. 2020. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.apnr.2020.151277.
Todos os colaboradores serão convidados para uma apresentação dos principais resultados. No mesmo evento, haverá um momento para discussão e solução de dúvidas. Também é objetivo do presente projeto elaborar material impresso e digital de educação em saúde ocupacional. Os gestores receberão um relatório detalhado sobre a metodologia empregada, os principais resultados encontrados e orientações gerais sobre medidas de intervenção para controlar os riscos ergonômicos.
O presente projeto prevê a interlocução direta com os colaboradores de cada setor uma vez que eles são os principais atores no ambiente de trabalho e possuem um conhecimento profundo das tarefas, fluxos de trabalho, desafios e demandas reais. Sua perspectiva é fundamental para entender como as atividades são realizadas diariamente. Quando os trabalhadores são consultados e envolvidos no processo de avaliação e implementação de melhorias ergonômicas, eles se sentem valorizados e engajados. Isso aumenta a probabilidade de aceitação das mudanças propostas, uma vez que têm voz ativa no processo. Além disso, os trabalhadores entendem as particularidades do ambiente de trabalho, como a dinâmica da equipe, o fluxo de pacientes ou atividades específicas. Suas contribuições ajudam a adaptar as soluções ergonômicas de maneira mais eficaz e harmoniosa. Ouvir os gestores e manter contato durante toda a execução do projeto também está previsto. Os gestores têm uma visão mais ampla das operações e objetivos da organização. Suas perspectivas podem ajudar a alinhar as iniciativas de ergonomia com as metas globais da instituição. Como os gestores podem influenciar a alocação de recursos financeiros e materiais para a implementação de melhorias ergonômicas, sua participação é essencial para garantir que as intervenções propostas sejam viáveis e eficazes. Todas essas medidas ajudam a integrar as iniciativas de ergonomia com outras estratégias organizacionais, como programas de qualidade, gestão de riscos e políticas de segurança.
A implementação desta proposta prevê: (a) utilizar informações provenientes de pesquisas realizadas para embasar as estratégias de avaliação e intervenção; (b) envolver estudantes em todas as etapas do projeto, desde a concepção até a implementação e avaliação; (c) adotar uma abordagem de pesquisa-ação, em que os problemas identificados nos setores sejam investigados de forma colaborativa, permitindo a aplicação prática das descobertas na melhoria da saúde e bem-estar dos colaboradores; (d) promova a colaboração entre diferentes áreas acadêmicas – como fisioterapia, saúde coletiva, sociologia, saúde do trabalhador – unindo conhecimentos e perspectivas diversas para enriquecer as soluções propostas; (e) realizar estudos de casos, incentivando os estudantes a aplicarem técnicas de pesquisa e análise para resolver problemas concretos; (f) elaborar materiais educativos, como manuais, vídeos ou guias de boas práticas, que servirão como recursos pedagógicos; (g) promover uma avaliação reflexiva ao final do projeto, envolvendo todos os participantes, para analisar como a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão foi alcançada e identificar lições aprendidas.
A participação de estudantes em projetos de extensão como previsto na proposta apresentada, não apenas enriquece suas experiências educacionais, mas também os prepara de maneira abrangente para enfrentar os desafios da saúde e do bem-estar no ambiente de trabalho, combinando teoria e prática de maneira eficaz. Os estudantes têm a oportunidade de desenvolver habilidades técnicas essenciais, como coleta de dados, análise, planejamento e execução de intervenções. A abordagem interdisciplinar vai permitir que eles integrem conhecimentos de diferentes áreas, preparando-os para enfrentar desafios complexos com uma perspectiva ampla. O aprimoramento de habilidades de comunicação é outro impacto esperado, pois, os estudantes serão estimulados a compartilhar suas ideias com os atores envolvidos. Trabalhar em equipe é uma parte fundamental da participação em projetos de extensão. A colaboração com colegas, gestores e colaboradores dos setores envolvidos, tem potencial para ensinar habilidades de negociação, resolução de conflitos e cooperação. Além disso, o trabalho de campo estimula o estudante a desenvolver sensibilidade social na medida que os expõe aos desafios de saúde e segurança no mundo real. Por fim, a participação nesse projeto também pode fortalecer valores éticos e responsabilidade social, à medida que os estudantes se dedicam a melhorar a saúde e bem-estar de outros. Essa experiência desafiadora contribui para o crescimento pessoal, aumentando a autoconfiança e promovendo o desenvolvimento pessoal.
O impacto mais direto é a melhoria das condições de saúde e bem-estar dos trabalhadores do hospital. Isso não apenas beneficia esses indivíduos, mas também contribui para um ambiente de trabalho mais saudável e seguro. Com trabalhadores mais saudáveis e satisfeitos, a taxa de absenteísmo e rotatividade tende a diminuir. Isso cria estabilidade na equipe, o que é crucial para a continuidade e qualidade dos serviços prestados. O projeto também pode fomentar uma cultura de prevenção de riscos e conscientização sobre saúde ocupacional não apenas entre os trabalhadores do hospital, mas também na comunidade em geral. O projeto pode aumentar a conscientização sobre a importância da ergonomia e práticas de trabalho saudáveis, não apenas entre os trabalhadores, mas também em outros locais de trabalho. Em relação aos trabalhadores, participar do projeto pode mudar as suas atitudes e comportamentos em relação à sua própria saúde e segurança, criando um ambiente mais consciente.
A divulgação do projeto será feita através do contato permanente com os gestores do HNSS, que ser encarregarão de preparar o ambiente para a visita da equipe do projeto. Após a avaliação dos setores, serão agendadas reuniões para discussão e apresentações para divulgação dos resultados para todos os atores envolvidos. A confecção de cartilhas e materiais digitais também estão previstos. Após o encerramento do projeto, será feita divulgação dos resultados por revistas de extensão universitária.
Público-alvo
Trabalhadores do HNSS alocados em quatro diferentes setores de trabalho.
Municípios Atendidos
Diamantina - MG
Parcerias
Contato da gestão com os encarregados e trabalhadores dos setores envolvidos, organização de reuniões e discussão dos resultados.
Cronograma de Atividades
Carga Horária Total: 190 h
- Tarde;
Capacitação dos estudantes envolvidos no projeto.
- Manhã;
- Tarde;
Comparecimento da equipe nos setores envolvidos para realizar análise ergonômica.
- Tarde;
Reuniões entre a equipe para análise e discussão dos resultados.
- Tarde;
Elaboração e apresentação dos resultados para os gestores e trabalhadores do HNSS.
Elaboração de relatórios técnicos
01/04/2024
30/09/2024
- Tarde;
Escrita dos relatórios técnicos a serem entregues no HNSS.
- Manhã;
- Tarde;
Escrita do relatório final e relato de experiência, o qual, será usado como TCC de uma das voluntárias.